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Quando a imagem fala mais alto que o craque

Por Clara Laface*
Foto: reprodução

Neymar chorando após a derrota por 6 a 0 para o Vasco

Neymar é um dos maiores talentos da história do futebol brasileiro. Construiu uma carreira meteórica desde a base no Santos, protagonizou vitórias no Barcelona ao lado de Messi e Suárez, se tornou protagonista da Seleção e um dos jogadores mais influentes do mundo. Seu impacto vai muito além dos gramados.

Mas essa mesma trajetória de brilho também revelou fragilidades que acabaram manchando sua imagem perante o público, algo que se tornou evidente e gerou diversos questionamentos: lesões recorrentes, que geraram dúvidas sobre sua longevidade esportiva, exposição excessiva da vida pessoal, ofuscando conquistas profissionais, polêmicas públicas — festas, discussões e conflitos com torcedores e dirigentes, percepção de falta de comprometimento, com desempenho irregular e escolhas questionáveis de carreira, narrativa invertida, em que o “personagem Neymar” ganha mais manchetes que o atleta Neymar.

Se eu conduzisse a gestão de imagem do Neymar, meu plano se apoiaria em cinco pilares essenciais, que seriam a base para uma virada de posicionamento. O primeiro deles é a clareza de propósito, entender o que Neymar quer para a vida e para a carreira (ser ídolo, líder, legado, empresário, celebridade global ou uma combinação). Sem essa definição, qualquer gestão será tática e não estratégica. O segundo pilar é a reestruturação da narrativa pública, com o objetivo de construir uma história coerente com o propósito e que reforce seus valores, resgatando o atleta acima do personagem.

O terceiro é a consistência digital, que significa transformar redes sociais em vitrine positiva, com bastidores de treinos, mentoria a jovens atletas e impacto social, em vez de ruído e exposição irrelevante. O quarto é a gestão proativa de crises, com protocolos claros de resposta e comunicação, com agilidade e disciplina para reduzir espaço a especulações e boatos. E, por fim, a construção de legado, consolidando sua imagem em torno do que deseja deixar para o futebol e para o Brasil: impacto social, liderança e inspiração para novas gerações.


Esse olhar não serve apenas para atletas de elite. Líderes, executivos e profissionais de diferentes setores também precisam gerir imagem e reputação de forma estratégica. Porque, no fim, o que está em jogo não é apenas como somos vistos, mas o impacto que deixamos.

*Clara Laface é especialista em imagem especial e corporativa

A punição para manipulação de resultados tem que ser igual para todos

Por Samuel Maninho*
Foto: reprodução

Momento do polêmico cartão amarelo recebido por Bruno Henrique

O Bruno Henrique, o Paquetá... Esses podem jogar pelos seus clubes e serem convocados para Seleção Brasileira mesmo com acusações e até indiciamento por manipulação de resultados.

Faço uma pergunta: depois que as Bets da vida entraram no futebol, que patrocinam FIFA, CBF, Confederações, Federações e times de futebol e as mídias, os esquemas com os oportunistas de plantão, passaram a fazer negócios (esquemas), aliciando jogadores. Porque essas Bets estão no Futebol?

É mesma coisa que colocar a raposa para tomar conta do galinheiro. Esses jogadores acima citados que ganham milhões e fazem esquema são burros ou mal caráter.

Corromper os jogadores da última divisão, que muitas vezes nem salários ganham, é mais fácil cair na tentação, não que isso seja o certo a fazer. Porém, para que ter as Bets no meio do futebol? Porque sempre é bom para alguém e a corda arrebenta sempre no lado mais fraco.


A mídia que também leva suas vantagens, pois não trás essa discussão a sério porque também tem suas vantagens. Como disse: o jornalista André Rizek âncora do programa Redação da Sportv: "As Bets são vítimas". Uma grande piada"

Concluo assim, de acordo com eles: as Bets são vítimas, os jogadores milionários são vítimas e os jogadores de times das últimas divisões são os bandidos do futebol.

*Samuel Maninho é gerente esportivo com experiência em diversas equipes do futebol paulista

O atleta paga a conta enquanto o clube lava as mãos

Por João Antonio de Albuquerque e Souza, atleta olímpico, advogado desportivo e Presidente do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJDAD)
Foto: divulgação


O doping no esporte é uma questão delicada, que envolve tanto a saúde do atleta quanto a ética do jogo. Mas e quando a substância proibida encontrada no corpo do atleta vem de um tratamento médico indicado pelo próprio clube? Embora a legislação antidoping imponha ao atleta a obrigação de garantir que nenhuma substância proibida esteja em seu organismo, a responsabilidade do clube não pode ser ignorada.

Lesões fazem parte da vida esportiva, e a busca por uma recuperação rápida pode levar clubes a recorrerem a métodos questionáveis. Médicos indicam tratamentos, aplicam substâncias e garantem sua eficácia, mas nem sempre informam os riscos. Muitos atletas, especialmente os mais jovens, confiam cegamente no corpo médico do clube e não têm o conhecimento técnico para questionar essas decisões. Quando um exame antidoping testa positivo, tanto o atleta como o médico que prescreveu a substância ou tratamento proibido podem ser suspensos por longos períodos. Nesse caso, o atleta responderá pela presença da substância em seu organismo; já o médico pode responder pela violação de administração. Eventual punição ao atleta possui consequência gravíssimas em sua carreira, com impedimento de atuação profissional - não pode nem treinar no esporte, suspensão de salários, patrocínios e inúmeros danos à imagem. Por outro lado, o médico, quando punido, fica afastado de atuar apenas no esporte, podendo clinicar livremente em outras áreas.

Em 2022, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) intensificou seus esforços para garantir a integridade no esporte, realizando testes antidoping em diversas modalidades. Até 27 de dezembro daquele ano, foram coletadas quase 5 mil amostras, sendo a maioria de urina (4.570) e uma parcela menor de sangue (410). A fiscalização abrangeu 33 esportes e 70 modalidades, alcançando mais de 2 mil atletas. Para viabilizar esse monitoramento, mais de 1.600 missões de controle foram conduzidas, reforçando a importância da luta contra o uso de substâncias proibidas e a necessidade de manter o esporte justo e seguro para todos os competidores.

A questão aqui não é se o atleta deve ser punido, pois a regra antidopagem é clara: ele é responsável por tudo o que entra no seu organismo. O problema é que, na esfera civil, o clube tem um papel que não pode ser ignorado. Se o departamento médico indicou ou administrou a substância proibida, a equipe deve responder pelos prejuízos causados. Afinal, o atleta perde não apenas meses ou anos de sua carreira, mas também salários, contratos e oportunidades, sem falar no impacto emocional e na degradação de sua imagem.

Os clubes não podem se esconder atrás da responsabilidade estrita do atleta. Há uma relação de subordinação trabalhista entre o jogador e a equipe, o que torna ainda mais evidente a necessidade de responsabilização. Quando um funcionário de qualquer outra profissão sofre prejuízos por um erro direto de seu empregador, ele tem direito à reparação. No esporte, essa lógica deveria valer da mesma forma. O clube, como empregador, deve assumir as consequências dos erros cometidos pelo seu próprio departamento médico.

A realidade é que a falha, muitas vezes, começa dentro da estrutura do clube. Médicos indicam tratamentos sem o devido cuidado, dirigentes fazem pressão por uma recuperação rápida e o atleta, que deveria ser protegido, acaba sendo exposto. E quando o exame antidoping dá positivo, a punição esportiva é apenas o começo dos prejuízos.

A discussão precisa ir além do tribunal antidopagem. A punição ao atleta pode até ser inevitável sob o regulamento vigente, mas os danos materiais e morais que ele sofre não podem ser ignorados. Se um clube expõe seu jogador a essa situação, ele deve responder na Justiça pelo prejuízo causado. A carreira de um atleta não pode ser tratada como um recurso descartável, onde apenas ele paga o preço pelos erros de uma estrutura que deveria protegê-lo.


A solução passa por maior responsabilidade dos clubes e uma revisão das práticas médicas dentro do esporte. Profissionais que tratam atletas precisam estar plenamente cientes das regras antidoping e dos riscos envolvidos. Clubes devem garantir que seus departamentos médicos atuem com ética e segurança, evitando que jogadores sejam punidos por decisões que não tomaram.

No fim das contas, o futuro do esporte depende de uma gestão mais responsável. O atleta deve ser responsável pelo que consome, mas quando o erro vem de dentro do próprio clube, ele deve ser reparado pelos inúmeros prejuízos que a sua carreira e reputação suportarão.. Se a substância proibida foi recomendada, administrada e acompanhada pelo clube, então ele também deve pagar essa conta.

*João Antonio de Albuquerque e Souza é atleta olímpico, graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestre em Direito e Justiça Social pela UFRGS. Atualmente, é Presidente do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) e sócio fundador do escritório Albuquerque e Souza. Com expertise em Direito Civil, Trabalhista e Desportivo, sua atuação abrange temas como contratos e responsabilidade civil

Chegou a hora de um tribunal exclusivo para julgar a manipulação de resultados

Por João Antonio de Albuquerque e Souza, atleta olímpico, advogado desportivo e Presidente do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJDAD)*


Quando se fala em manipulação de resultados, a indignação é imediata. Para torcedores, atletas e apostadores a ideia de que um jogo pode ser decidido fora das quatro linhas mina a credibilidade do esporte. Mas, por mais que esse debate já tenha se intensificado nos últimos anos, a verdade é que ainda engatinhamos na criação de mecanismos eficazes para combater esse problema. A recente prorrogação da CPI da Manipulação de Jogos por mais 45 dias traz uma oportunidade valiosa: aprofundar o debate e, quem sabe, assumir um protagonismo global na regulamentação desse tipo de fraude.

O caso envolvendo Lucas Paquetá, com previsão de julgamento pela Federação de Futebol da Inglaterra em março de 2025, exemplifica como as investigações sobre manipulação ainda dependem da iniciativa de organismos estrangeiros. No Brasil, apesar de algumas medidas e punições pontuais, ainda falta uma estrutura verdadeiramente eficaz para lidar com a questão. É preciso ir além da punição individual e pensar em uma estrutura permanente que assegure transparência e credibilidade para o esporte.

Se há algo que aprendemos com o combate ao doping, é que a descentralização de julgamentos pode gerar insegurança jurídica e decisões conflitantes. Antes da criação do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD), cada modalidade esportiva tratava os casos da sua maneira, sem um padrão de punição. O resultado? Regras internacionais que não eram seguidas à risca e atletas recebendo sentenças diferentes para situações semelhantes. Com um tribunal especializado, essa lacuna foi preenchida. O mesmo precisa acontecer com a manipulação de resultados.

A CPI pode ser um passo importante para entender a dimensão do problema, mas apenas isso não basta. O Brasil precisa liderar um esforço para a criação de um tribunal próprio dedicado a julgar exclusivamente casos de manipulação. Com isso, poderíamos garantir investigações mais profundas, decisões mais uniformes e um sistema de punição que desestimule a fraude. Pois, se há um consenso sobre esse tipo de crime, é que ele não pode continuar sendo tratado como uma questão menor.

Além da criação de um tribunal específico, a legislação também precisa acompanhar a evolução das fraudes. Hoje, a manipulação de resultados é sofisticada, envolvendo redes internacionais de apostadores, criptomoedas e até inteligência artificial para tentar burlar os sistemas de monitoramento. O problema deixou de ser apenas uma questão ética dentro do esporte - tornou-se um esquema complexo que exige respostas igualmente elaboradas.


Se o Brasil se posicionar de forma firme e inovadora, pode se tornar referência mundial no combate a esse tipo de prática. Assim como o Tribunal Antidopagem brasileiro se consolidou como um modelo eficiente, um órgão voltado à manipulação de resultados poderia servir de exemplo para outros países. Afinal, estamos falando de um fenômeno global e, quanto mais países adotarem regras claras e punições rigorosas, menor será a margem para criminosos explorarem brechas.

O que não pode acontecer é a CPI se tornar apenas mais um capítulo inconcluso dessa história. A sociedade já entendeu que manipulação de resultados é uma ameaça real ao esporte, mas é preciso que as autoridades façam sua parte. Não se trata apenas de investigar casos pontuais, mas de estruturar um sistema de fiscalização e punição que seja, de fato, eficiente. O esporte precisa de justiça - e justiça não pode ser exceção.

*João Antonio de Albuquerque e Souza é atleta olímpico, graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e mestre em Direito e Justiça Social pela UFRGS. Atualmente, é Presidente do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) e sócio fundador do escritório Albuquerque e Souza. Com expertise em Direito Civil, Trabalhista e Desportivo, sua atuação abrange temas como contratos e responsabilidade civil.

"Até quando?": combate ao racismo exige a união de todas as esferas da sociedade

Com informações da Wyden Educacional
Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Um dos jovens jogadores do Palmeiras foram vítimas de atos criminosos durante uma partida no Paraguai

Mais uma vez o placar e os gols foram deixados de lado em uma partida de futebol por conta de atos racistas. Desta vez, as vítimas foram Figueiredo e Luighi do elenco sub-20 do Palmeiras. Os jogadores estavam em solo paraguaio e queriam sair de campo apenas para comemorar a vitória por 3 a 0 sobre o Cerro Porteño, porém, o choro e a indignação tomaram conta… “Até quando a gente vai passar isso? O que fizeram comigo foi um crime”, disse Luighi em entrevista no gramado.

A entidade responsável pela organização do campeonato, a Conmebol, soltou uma nota e garantiu que “medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área.” O Palmeiras deixou claro que “irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos.” É suficiente?

Claro, em um primeiro instante, não há tantas mais opções, além de cumprir com as falas, mas, a longo prazo é necessário uma união e participação de muitas outras pessoas, como destaca o Professor do curso de Psicologia do Centro Universitário Unimetrocamp Wyden, Eduardo Tedeschi: “o combate efetivo ao racismo requer esforços coletivos para promover a igualdade, a justiça e a inclusão em todas as esferas da sociedade.”

Cenas vistas no Paraguai em que um pai, carregando uma criança no colo, imita um macaco ou de torcedores cuspindo em direção aos jogadores causam desdobramentos prejudiciais ao desenvolvimento das vítimas, entre os quais podemos destacar: altos níveis de estresse, ansiedade, depressão e traumas psicológicos; raiva, tristeza, ressentimento e desesperança; e dificuldades para desenvolver uma imagem positiva de si mesmas, bem como para se conectar e valorizar sua cultura e identidade racial.

Por isso, Eduardo defende que é fundamental o apoio psicológico, o acesso a serviços de saúde mental e conscientização social para enfrentar os desafios e promover o fortalecimento em casos de racismo estrutural e recreativo. Na esfera jurídica, o Estado deve ser responsável por ações como:

Legislação antidiscriminação: Muitos países têm leis antidiscriminação que proíbem a discriminação racial em várias áreas, como emprego, educação, habitação e acesso a serviços. Essas leis buscam proteger os indivíduos contra a discriminação e promover a igualdade racial. Em casos de racismo estrutural, essas leis podem ser invocadas para combater políticas e práticas discriminatórias.

Ações afirmativas: As ações afirmativas são políticas e medidas adotadas pelo Estado com o objetivo de corrigir desigualdades históricas e promover a inclusão de grupos marginalizados, como pessoas negras, em áreas em que enfrentam discriminação. Essas medidas podem incluir cotas em instituições de ensino superior, programas de incentivo à contratação de minorias e outras iniciativas que visam reduzir as disparidades causadas pelo racismo estrutural.

Monitoramento e responsabilização: O racismo estrutural requer monitoramento contínuo para identificar e enfrentar práticas discriminatórias. Órgãos governamentais, organizações não governamentais e movimentos sociais podem desempenhar um papel importante na denúncia e responsabilização de instituições que perpetuam o racismo estrutural. A pressão pública e o escrutínio jurídico podem levar à adoção de políticas mais inclusivas e à responsabilização das partes envolvidas.

Educação e conscientização: A conscientização sobre o racismo estrutural e seus impactos é fundamental para impulsionar mudanças significativas. Programas educacionais que abordam o racismo e promovem a diversidade e inclusão podem ajudar a combater os preconceitos arraigados. Além disso, é importante promover a formação jurídica inclusiva, capacitando profissionais do direito a lidar de maneira adequada com casos de discriminação racial.

Dados sobre o racismo no Brasil - De acordo com o IBGE, 56% da população brasileira é negra. Uma pesquisa publicada no 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que pessoas negras ainda são a maioria das vítimas de crimes violentos. Dados sobre mortes violentas intencionais (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, por exemplo) evidenciam percentuais alarmantes: 78% dos crimes foram sofridos por negros e 21% por brancos. E dados sobre a população carcerária brasileira também reforçam que a violência está diretamente ligada a questões raciais: 67,5% dos presos no país são negros, ao passo que 29% são brancos.

Mesmo com esses dados evidentes sobre o racismo no país, parte da população ainda afirma que o racismo não existe. Uma pesquisa realizada em 2020 pelo PoderData mostrou que 81% dos brasileiros dizem haver preconceito contra negros no Brasil por causa da cor da pele, enquanto 13% da população afirma que o racismo não existe no país. Outros 6% não souberam responder.


Como denunciar casos de racismo? - Casos de racismo e de injúria racial podem ser denunciados em delegacias por meio de abertura de um boletim de ocorrência, pela internet no através do site da Secretaria da Justiça e Cidadania (https://www.ouvidoria.sp.gov.br/Portal/) e pelo telefone (Disque 100 ou Disque 190, se for um flagrante).

Sobre a Wyden - A Wyden Educacional é uma rede nacional de ensino superior com presença nas Regiões Norte, Nordeste e Sudeste do País. São mais de 40 mil alunos em cursos disponibilizados em diferentes formatos, do presencial ao EAD. Entre as áreas estão as de gestão e negócios, engenharias e ciências da informação, artes, ciências, saúde, mídia e tecnologia. Qualidade de ensino e boa infraestrutura são dois pilares importantes para todas as instituições da marca. A Wyden acompanha também as melhores práticas da academia e do mercado para sustentar sua posição de referência de ensino nas regiões onde atua.

Sobre o Centro Universitário UniMetrocamp Wyden - O Centro Universitário UniMetrocamp Wyden é referência em educação com qualidade e inovação desde 2002, oferecendo aos alunos educação de padrão internacional, por meio de um corpo docente especializado, infraestrutura de nível mundial – com 29 laboratórios para os cursos específicos, de última geração, 15 laboratórios de informática, 05 clínicas de saúde, bibliotecas com acervo atualizado e salas de aula modernas – além de programas de suporte ao aluno (Care) e programas internacionais, como curso de inglês, intercâmbio e palestras com professores estrangeiros. Com 18 anos de experiência em Campinas/SP, a instituição investe constantemente para formar cidadãos profissionais com experiência de aprendizado internacional, capazes de suprir as demandas do mercado de trabalho, bem como atingir seus objetivos educacionais e de carreira.

Como seriam hoje algumas seleções da Eurocopa que já jogaram a competição e não existem mais

Por Lucas Paes
Foto: Carl Recine/Getty Images

Sérvia e Eslovênia eram parte da Iugoslávia

A história da Europa, como de todos os lugares do mundo, é cercada de idas, vindas, guerras, divisões e muitas marcas que mudaram o mapa do Velho Continente ao longo das décadas. O futebol, como algo intrinsecamente inerente a sociedade, não deixou de ser afetado por isso, já que a própria Eurocopa é um exemplo de competição que já teve até campeão que não existe mais (a União Soviética foi a primeira vencedora da Euro.). Neste artigo com toque imaginativo, vamos imaginar como poderiam ser algumas equipes de países que hoje já não existem mais para a Eurocopa de 2024. 

É importante frisar que aqui neste texto estamos levando estritamente o aspecto futebolístico em conta, sem estender muito o contexto que levou cada uma das seleções aqui presente na lista a se separar, já que muitas vezes confrontos étnicos extremamente sangrentos foram a causa dessa separação. Existem várias ótimas fontes de informação sobre o que ocorreu em cada caso na própria internet. Frisamos, por aqui também, países que chegaram a jogar a Eurocopa. Numa próxima oportunidade, é possível pensar em outros territórios que não existiram o suficiente para jogar a Euro, como os impérios Austro-Húngaro e Otomano ou até a Prússia.

UNIÃO SOVIÉTICA: a última competição dos soviéticos como a URSS foi a Copa do Mundo de 1990, tendo disputado a Eurocopa de 1991 como a seleção da CEI. Hoje, a região ainda é alvo de problemas, como a situação da guerra entre Rússia e Ucrânia. Atualmente, no que se refere ao futebol, porém, um time com os integrantes das ex-repúblicas soviéticas reuniria diversos nomes interessantes e teria ótimas chances de chegar muito longe na competição. A seleção envolveria nomes que atualmente são parte das seleções de Armênia, Azerbaijão, Belarus (Bielorrússia), Estônia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Letônia, Lituânia, Moldávia, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão. Vamos supor que o treinador fosse mesmo Serhiy Rebrov. 

Goleiros: Mammardashivili, Lunin e Trubin - Defensores: Konoplia, Kakabadze, Svatok, Zinchenko, Diveev, Khusanov, Zabarnyi, Mykolenko - Meias: Kochorashvili, Chakvetadze, Malinovisk, Mikhtaryan, Yarmolenko, Miranchuk, Sudakov, Stephanenko - Atacantes: Kvaratshelia, Mudryk, Yaremchuk e Tyukavin

A equipe soviética provavelmente contaria com diversos atletas que já jogam nessa Eurocopa por Ucrânia e Geórgia, times que formariam a base da equipe. Porém, entrariam nomes como o armênio experiente Mikhtaryan e o promissor atacante russo Tyukavin. Dentro de campo, as lacunas que cada equipe possuí separadas seriam preenchidas por ótimos jogadores de outras nações e a chance da equipe soviética chegar longe seria grande.

CHECOSLOVÁQUIA: aqui, em mais um país que foi separado pelo fim do bloco comunista, não é tão difícil imaginar o que seriam as duas equipes juntas. A separação de Chéquia e Eslováquia foi de certa forma amistosa e não por guerras civis, num país que já não era mais comunista no fim dos anos 1980. Aqui, provavelmente o treinador seria Francesco Calzona, que comanda a Eslováquia.

Goleiros: Stanek, Dubravka, Rodak - Defensores: Pekarik, Coufal, Vavro, Jurasek, Skriniar, Hancko, Zeleny, Brabek - Meias: Rigo, Duda, Lobotka, Soucek, Provod, Masopust, Kucka, Jurasek - Atacantes: Hlozek, Schick, Strelec, Bozenik. 

Aqui não se forma um time tão mais forte do que são individualmente as equipes de cada uma. Provavelmente, a Checoslováquia chegaria ao mata-mata e cairia diante de algum adversário mais qualificado. 


IUGOSLÁVIA: o país que com certeza teve mais problemas em sua separação na história, com uma longa história que sequer caberia aqui, seria também o que teria um dos times mais absurdos da Eurocopa e do planeta. Não é exagero afirmar que, se ainda existisse, a Iugoslávia certamente seria campeão do mundo em alguma das últimas copas. Na Euro, seria uma das favoritas ao título. A equipe seria provavelmente treinada por Dalic, que faz sucesso na Croácia atualmente.

Goleiros: Oblak, Livajkovic, Milinkovic Savic - Defensores: Juranovic, Sosa, Mladenovic, Kolasinac, Gvardiol, Milenkovic, Stanisic, Savic - Meias: Modric, Kovacic, Brozovic, Milenkovic-Savic, Kostic, Pasalic, Tadic, Perisic - Atacantes: Vlahovic, Mitrovic, Jovic, Dzeko

Como já citado, é até difícil imaginar que a Iugoslávia ficasse distante da briga pelo título. Falando-se apenas em futebol, aqui diversos aspectos se complementam num time potencialmente destruidor. Os fortes e excelentes atacantes sérvios Vlahovic e Mitrovic fariam a festa ao serem servidos por caras como Modric, Kovacic e Milenkovic-Savic, além da óptima defesa que Gvardiol formaria com Savic. Era time para ser campeão, como aliás é o time croata que até aqui decepciona.

Um mundo de hipócritas na bola e no dia-a-dia

Por Samuel Maninho*
Foto: divulgação

Lucas Paquetá no time patrocinado por uma BET

Uma sociedade que aceita calada tudo que os que mandam na bola ou na política é uma sociedade que vive de ilusão. A CBF é uma vergonha mundial, não tem credibilidade e nem moral para dizer o que é certo ou errado.

Nos últimos anos presidentes cassados por todas tipos de condutas erradas. O presidente atual Ednaldo Rodrigues, esta com liminar no poder. O que dizer desse senhor, e o que o acapacita para estar a frente da CBF. A mesma CBF que tem patrocinadores das casas de apostas. As BETS das vidas.

O time do Paquetá, o West Ham é patrocido pela BETWAY. Pasmem. ela que denúncia as aposta na Ilha de Paquetá. É ilógico é irracionais o Paquetá querer fazer esquema de aposta, ganhando um salário milionário. Enquanto o jogares das divisões inferiores no Brasil, quando foram citados, foram já afastados.

Moral da história,não se julga as apostas e sim a divisão do futebol que você joga. O Paquetá foi premiado com a convocação. Brasil: o País da hipocrisia!


Antes que venham dizer que um erro não justica ou outro, quero dizer que erro é erro em qualquer divisão do Esporte ou da vida no seu dia a dia... Serve também para a política nacional, estadual e municipal. Quanto mais você tem um passado pregresso, o povo vai gritar chegou o Salvador. Isso é Bíblico!

E assim as BETS das vidas, vão enganando os bobos que acreditam em Pai Noel.

* Samuel Maninho é gestor esportivo.

O recorde de Lamine Yamal e os jogadores mais novos da Eurocopa

Por Lucas Paes
Foto: Getty

Yamal é uma enorme promessa espanhola

O segundo dia de jogos da Eurocopa ficou marcado pela criação de uma marca história, quando a Albânia marcou o gol mais rápido da história da competição até aqui, aos 24 segundos do jogo diante da Itália, que a Azzurra venceria de virada. Aquela marca, porém, não foi a única que foi escrita no sábado, já que, inclusive antes do jogo dos italianos, a Espanha criou um recorde tão impressionante quanto o gol, quando colocou em campo o jogador mais jovem da história da Eurocopa: o já incrível Lamine Yamal, de apenas 16 anos, que deu uma assistência na partida da Fúria.

Yamal é um dos vários e incontáveis casos de revelações de La Masia, mas o atacante, que ainda vai completar seus 17 anos em julho, impressiona pelo nível de qualidade que já demonstra em tão pouca idade, sendo inclusive um dos grandes destaques do time espanhol na vitória diante da Croácia por 3 a 0, na estreia. O recordista é considerando um dos maiores prospectos já criados pela fábrica de craques de La Masia e chegou a Seleção Espanhola principal. 

O descendente de marroquinos é um caso especial de quebra de recordes em todos os níveis, batendo diversas marcas dentro do futebol espanhol e na própria seleção, onde com pouco mais de 16 anos e um mês, marcou seu primeiro gol logo em sua estreia, numa goleada diante da Geórgia pela eliminatória da Eurocopa. Na competição, é o mais jovem a jogar, quebrando a marca de Kowzlozki, da Polônia, que a criou em 2021 e outros nomes como Bellingham, também em 2021, Willems e o histórico belga Enzo Scifo. 

Na atual edição, Yamal não é a única promessa interessante atuando. Na própria Espanha, Gavi é um dos donos da meiuca do time e tem apenas 19 anos de idade. Além dele, chamam atenção nomes como Leo Sauer, da Eslováquia, de apenas 18 anos, titularíssimo do Feyenoord, o turco Arda Guler, que aos 19 anos já é parte importante do elenco do Real Madrid, o português João Neves, de 19 anos, destaque do Benfica e outros um pouco mais velhos, como Xavi Simmons, Musiala e Hojlund. 


A Eurocopa tem um histórico bem interessante com jovens jogadores. Na questão de gols marcados, a lista de mais jovens que foram as redes possuí nomes como Rooney, Stojkovic, Cristiano Ronaldo, Kluiver e, é claro, o suíço Volanthen, que tinha 18 anos e 141 dias quando fez o gol de honra suíço diante da França, em 2004. Cristiano Ronaldo jogou inclusive a final da competição com apenas 19 anos, na zebra histórica de 2004. 

Yamal, que já quebrou o recorde de mais jovem a jogar, quebrará também o de marcar caso faça algum gol pelo time da Fúria. Restará acompanhar a saga do garoto, que é parte de um time que, apesar de não figurar teoricamente no grupo dos principais favoritos, é forte o suficiente para ir longe. As marcas de Lamine, então, podem se tornar ainda maiores em breve. 

Quem pode surpreender na Eurocopa

Por Lucas Paes
Foto: Getty Images

Troféu da Euro

Na próxima sexta-feira, dia 14 de junho, terá inicio mais uma edição da Eurocopa, torneio de seleções mais importante do continente europeu e um dos maiores campeonatos entre seleções do planeta. A edição de 2024 chega pela primeira vez três anos depois da anterior, que ocorreu em 2021 devido a pandemia e será sediada na Alemanha, depois da edição que foi basicamente itinerante. Entre as 24 seleções, destacaremos nesse texto as candidatas a se tornarem surpresas da Eurocopa (e não, a Croácia não constará aqui, pois os vices da Copa de 2018 não são mais surpresa no cenário continental). 

ESCÓCIA: voltando a jogar a Euro pela segunda vez seguida, a Seleção Escocesa conta com um time que pode surpreender devido a quantidade de jogadores que atuam em clubes da Premier League e da Champioship inglesa. Além do ótimo Andy Robertson, ídolo do Liverpool e capitão da equipe, o time escocês conta com McTominay, constantemente titular do Manchester United e McGin, destaque do excelente time do Aston Villa. O grupo permite ao time escocês sonhar com uma campanha melhor na Euro deste ano.

SUÍÇA: a tentativa de surpreender da Escócia pode começar a esbarrar justamente na Suíça. Conhecida pelo seu estilo de jogo mais duro e defensivo, a equipe suíça não é exatamente uma surpresa no que diz senso a inclusve ser favorita a segunda vaga do grupo, mas sim pois pode chegar ainda mais longe em 2024. A equipe conta com vários nomes de destaque em grandes do futebol, como os goleiros Sommer e Kobel, o zagueiro Akanji, os meias Zakaria, Xhaka e Shaqiri e o atacante Okafor. O time de Murat Yakin pode chegar longe na competição.

DINAMARCA: é até complicado colocar a equipe dinamarquesa como surpresa, pois regularmente quando disputa a Eurocopa os campeões de 1992 chegam pelo menos ao mata-mata. A edição de 2024 traz mais uma vez um bom time para os dinamarqueses, com presenças como Kasper Schmeichel, Andres Christensen e a dupla do United Eriksen e Hojlund, que dispensa apresentações. A "Dinamáquina" pode de novo chegar longe na competição.

SÉRVIA: diferente do ex-colegas iugoslavos da Croácia, a Sérvia chega com um time que se apoia muito mais na força de seus jogadores que num destaque técnico deles. Os sérvios são candidatos a chegarem longe na Eurocopa, mas não necessariamente por ter um time habilidoso, mas mais por contarem com alguns jogadores tarimbados, como Vlahovic, Tadic, Kostic e o grandalhão matador Mitrovic. Restará ver se a equipe sérvia conseguirá render dentro de campo dessa vez.


GEÓRGIA: contando com a melhor geração de sua história, a equipe do craque Kvaratshelia, destaque absoluto do scudetto do Napoli na temporada 2022/2023 e apelidado de Kvaradona, tem um time com nomes que começam a ganhar destaque em equipes menores do cenário europeu, mas o ponto forte da seleção da Geórgia pode ser o fator que levará o time longe na competição, já que ela possuí o ótimo Mamardashvili, goleiro do Valencia que pode ser o fator que fará com que eles cheguem mais longe na competição. 

TURQUIA: por fim, a última equipe nessa lista é uma seleção de crescimento considerável no século XXI, fazendo uma histórica campanha na Copa do Mundo de 2002 e chegando em algumas Euros depois disso. Este ano, a Turquia tenta, a exemplo de 2008, a voltar ao mata-mata da competição. No seu time, conta com a liderança do ótimo Calhanoglu, destaque do timaço da Inter, que conta com um meio que deve ter ainda Ozkan e Kokcu. O time ainda conta na frente com a promessa Arda Guler, que joga no Real Madrid e com Yildiz, da Juventus. É assim que os turcos sonham em voltar ao mata-mata nm grupo que é, no mínimo, acessível. 

Na Bélgica, KV Oostende entra em processo de falência e torcedores fazem velório

Por Lucas Paes
Foto: Reprodução/Twitter

Torcedores do Oostende protestam contra a falência do clube

Administrações ruins não são exatamente novidade no futebol mundial. Passando pelo Brasil, onde os exemplos são quase incontáveis, mas caminhando também pela Europa, com clubes muito famosos e rodando o planeta inteiro, os desmandos e erros de donos e presidentes e donos de clubes de futebol são um lugar infelizmente muito comum no esporte bretão. Na Bélgica, o KV Oostende, presença comum na primeira divisão na última década, está perto de fechar as portas. Na tarde europeia da última terça, dia 4, os torcedores fizeram um "velório" para o time na Diaz Arena, em um caso que precisa ser catalisador para um maior rigor contra donos de futebol.

Fundado em 1904, o Oostende não é exatamente um supercampeão do futebol local. Quase sempre perambulando entre a primeira e a segunda divisão, os Kustboys tiveram um sucesso maior em anos recentes, com presenças quase constantes na primeira divisão e algumas campanhas de meio de tabela, além de uma participação na Europa League. Tudo isso foi por água abaixo após uma calamitosa administração por parte, principalmente, do Pacific Media Group.

O Oostende se fez presente na primeira divisão da Bélgica em sequência entre 2014 e 2023. No meio desses anos, fez uma campanha história em 2015/2016, quando ficou em quarto lugar e chegou a disputar a rodada do título do campeonato local, terminando na quinta colocação geral. Desde 2017, porém, a situação do clube vinha caminhando por água abaixo e o rebaixamento em 2023 veio após anos de caos administrativo, culminando na impagável dívida que levará o clube a falência. A equipe perdeu a licença profissional local e sequer consegue voltar no amadorismo devido a suas dívidas.

Foi graças a essa falência que os torcedores fizeram um "velório" para o clube, onde a tristeza pelo fim da instituição se juntou a vários protestos contra a empresa que comandou o clube até sua falência, a Pacific Media Group. Os torcedores penduraram diversas faixas protestando contra Cornway e seus colegas e também avisando que vão voltar. Para "sobreviver", o Oostende terá provavelmente que ser "refundado' e reconstruído justamente por seus torcedores e começar do amadorismo.

Não é absurdo dizer que a Pacific Media Group cujo dois nomes mais chamativos são Paul Cornway e Chen Lee, é de fato a responsável pelo fim do Oostende. Os dois e sua empresa tem um histórico surreal de administrações calamitosas que faz questionar como tais sujeitos ainda são permitidos no mundo do futebol. Para os curiosos (que entendam inglês), a Sports Investment tem um enorme artigo sobre a PMG, mas aqui vamos resumir um pouco a história deles. 

Consistindo da junção de duas empresas, a Pacific Media Group era apenas um grupo que investia em mídia até meados de 2015, quando comprou o Nice, fez uma boa temporada e acabou o vendendo por um lucro enorme para Daniel Ratcliffe, sim, o dono do Manchester United. Com o dinheiro dessa venda, a PMG passou a comprar diversos clubes e implantar neles uma filosofia extrema baseada no conceito do Moneyball: jogo baseado no "gengenpressing", que fez com que a empresa trouxesse vários jovens treinadores alemães tentando achar um novo Klopp e um foco total em jogadores jovens que depois poderiam ser vendidos. Assim, eles adquiriram sete clubes diferentes e entre várias situações caóticas, conseguiram levar um deles a falência (e serem odiados nos outros).

O PMG tem ou teve em seu portfólio, além do Oostende, o Barnsley, da Inglaterra (de onde foram basicamente "expulsos" em 2022 após diversos problemas administrativos e acusações de violação de regras financeiras), o Nancy (que chegou a cair para a quarta divisão nas mãos da PMG), FC Thun (tentando voltar a primeira divisão suíça, talvez o caso menos pior deles), Esbjerg, da Dinamarca (que foi rebaixado para a a terceira divisão depois de 28 anos entre a primeira e a segunda no comando da PMG e agora tem donos locais), KV Den Bosch, da Holanda (rebaixado para a terceira divisão neste ano) e o tradicionalíssimo Kaiserslautern, onde para a sorte do time alemão eles só possuem 10 por cento do clube.


O Oostende não teve tanta sorte como alguns dessa lista. Seguindo nas mãos do Pacific Media Group, o clube chegou a uma situação insustentável, após anos com a filosofia do grupo piorando as coisas por lá e vai deixar de existir, pelo menos como é hoje. O "velório" feito pelos torcedores em seu estádio marca o fim de uma história que poderia facilmente ser evitado caso o futebol como um todo fosse um tanto mais rigoroso com um grupo cuja atuação dentro do esporte parece uma "metástase", destruindo por dentro os clubes que compra até que eles cheguem perto de sumir.

Na Bélgica, já chegam pedidos para que Paul e sua turma sejam banidos do futebol. Em meio a isso, a PMG segue buscando clubes para implantar sua caótica filosofia. O que faz esse texto terminar com as seguintes perguntas: quantos clubes mais fecharão as portas nas mãos de grupos como esses antes que eles sejam banidos do futebol? E até quando empresas levarão clubes a destruição sem serem responsabilizadas ou fiscalizadas por algum órgão relacionado a FIFA? Aos torcedores do Oostende, restará o triste lamento e o choro no velório do clube. Aqui no Brasil, resta ficar alerta com algumas das SAFs, que de sonho podem virar pesadelo e "morte". 

99 pontos e vice! Fenerbahce perde título na Turquia mesmo com pontuação muito alta

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Fenerbahce 

Não deu para o Fener

Na temporada 2018/2019 ficou extremamente comentada uma das maiores disputas por título de toda a história do futebol, quando Liverpool e City fizeram uma insana luta onde o lado vermelho foi vice-campeão com incríveis 97 pontos, algo que se pensava ser imbatível no futebol. Pois aconteceu algo ainda mais bizarro na Turquia, que teve o Fenerbahce, clube onde o meia brasileiro Alex é quase uma divindade, vice campeão nacional com incríveis 99 pontos! O título ficou com o Galatasaray, que fez 102 pontos. 

A disputa entre os dois titãs turcos vinha sendo grande há muito tempo ao longo do certame. Desde muito cedo, Fener e Gala começaram a disparar na frente dos outros e aos poucos foram abrindo distância na briga pelo título. Quase imbatíveis, os dois gigantes turcos se recusavam a perder, deixando todos os rivais para trás. O turno já virou com praticamente uma disputa dupla definida no início do ano de 2024. O Trabzonspor terminou incríveis 32 pontos atrás do Fener, na terceira colocação. 

Já que citamos a Premier League, a campanha do Fenerbahce foi muito parecida com a incrível corrida que levou o Liverpool de Klopp ao título em 2020, quando este time terminou com 99 pontos, mas acabou perdendo mais jogos que o Fener (e portanto também vencendo mais.). O time auriazul terminou as 38 rodadas com incríveis 31 vitórias, seis empates e apenas uma mísera derrota, para o Trabzonspor, em casa inclusive, no dia 4 de novembro. Foram 99 gols marcados e apenas 31 sofridos. Uma campanha colossal, que acabou ficando atrás de mais uma colossal ainda.


O Galatasaray conseguiu fazer uma campanha ainda mais incrível que a do Fenerbahce. O ex-clube de nomes como Drogba e Ribery venceu incríveis 33 jogos, empatou outros três e perdeu apenas dois, incluindo um recente para o próprio Fener. Foram 92 gols marcados, sete a menos que o rival e incríveis 26 sofridos. O Galatasaray chegou ao título fazendo uma pontuação histórica até comparando aos grandes times históricos da várias outras ligas. 

O fato interessante é que, em meio as malucas disputas que outras ligas, a Turquia protagonizou a disputa que dificilmente será batida como a que fez um vice-campeão nacional com mais pontos ganhos em todos os tempos. Com mais uma conquista vermelha e laranja, o jejum do Fener já dura dez anos e vai para onze, um hiato inimaginável durante a década passada no futebol turco. 

Sturm Graz fez história, quebra hegemonia do RB Salzburg e é campeão da Áustria de novo

Por Lucas Paes
Foto: GEPA pictures/IMAGO

O Sturm Graz é campeão na Áustria

Uma das maiores hegemonias do futebol europeu foi quebrada neste fim de semana. Se o City segue empilhando Premier Leagues, se o Celtic segue dominando a Escócia, o domínio hegemônico do Red Bull Salzburg acabou na Áustria. O Sturm Graz, que sequer foi bem nos confrontos diretos contra o time dos energéticos, fez fora esses jogos uma campanha histórica, bateu o time de Salzburg na briga e foi campeão do Campeonato Austríaco, também chamado Bundesliga, chegando ao quarto título da competição.

Um clube antigo, com mais de 114 anos de história, o Sturm Graz passou a maior parte de sua trajetória no futebol sendo apenas um time coadjuvante da primeira divisão austríaca, sem oferecer muito dentro do campeonato. A situação dos alvinegros começa a virar a partir da presidência de Hanger Kantnig e do período de Heinz Schlicher como treinador. Aos poucos, a equipe reverteu seus trabalhos para focar na revelação de atletas e as coisas deram certo nos anos seguintes, com alguns títulos durante a década de 1990, tanto da Copa quanto da Liga.

Neste ano, depois de ter vencido em 2011/2012, o Sturm quebrou uma sequência do Red Bull Salzburg que vinha desde 2013 ganhando todos os títulos austríacos. O império era semelhante ao do Bayern na Alemanha e coincidentemente caiu na mesma temporada. O Sturm, porém fez uma campanha mais "humana", ainda que seja também brilhante. Terminou com uma vitória tranquila para conquistar a taça neste domingo.

O jogo do título foi diante do Austria Klagengurf, em casa. Mesmo diante do estádio lotado, o Sturm sofreu muito no primeiro tempo, perdendo chances e vendo o Salzburg golear em seu jogo. No segundo tempo, a pressão alvinegra deu resultado e Wutrich abriu o placar numa cabeçada mortal que explodiu a UPC Arena. O time visitante ainda meteu uma bola na trave antes de Kamara aparecer no finalzinho da partida para dar números finais ao jogo e definir o título do Sturm.


Foi o quarto título austríaco do Sturm Graz, que havia conquistado o troféu em um bicampeonato nos anos de 1997/1998 e 1998/1999 e um isolado título em 2010/2011, pouco anterior ao período dominado pelo Salzburg. O resultado coloca também nos bolsos do clube um double, já que o Graz também levou a Copa da Áustria. Um jeito perfeito para quebrar o tabu.  

Jurgen Klopp foi muito além do que as palavras podem descrever no Liverpool

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Liverpool FC

Klopp claramente sentia a despedida em Anfield

 O domingo do dia 19 de maio de 2024 fica marcado como uma das datas mais tristes da história do futebol inglês e do futebol mundial. Nesta tarde inglesa e brasileira, a Premier League se despediu de Jurgen Klopp, que treinou o Liverpool em sua última partida nesta vitória/empate/derrota para o Wolverhampton por X a X. Diante de um Anfield Road lotado, o jogo ficou em segundo plano para as lindas e justas homenagens de despedida a um sujeito que é quase um Bill Shankly da era moderna. Um ser humano que virou a personalidade estampada do Liverpool.

Jurgen chegou a Anfield num cenário devastado, numa situação parecida, guardada as várias devidas proporções, ao que Shankly enfrentara no início dos anos 1960, quando pegou um clube na segunda divisão com problemas estruturais graves. Se não estava na segunda divisão, os Reds que receberam Klopp em 2015 eram um clube com falhas estruturais agudas comparados aos rivais, com um elenco que não estava sequer próximo da envergadura da instituição. Era um trabalho de reconstrução, de, como tão sabiamente descreveu o alemão, transformar os desacreditados em otimistas. 

Ao seu estilo, Klopp foi conquistando uma das torcidas mais fiéis, fanáticas e também mais machucadas do futebol. A sua primeira temporada já mostrou o lado que seus times sempre tinham de colocar o coração no jogo, o que ocorreu principalmente e notavelmente nas vitórias de 5 a 4 sobre o Norwich, num jogo normal de Premier League que foi um cartão de visitas do que estava por vir e na classificação diante do Borussia Dortmund na Europa League com uma vitória por 4 a 3 que foi uma prévia de noites épicas continentais.

O título não veio, a campanha terminou em dor na final, mas os alicerces estavam sendo firmados. Aos poucos, Klopp deu ao time a cara que tornaria a melhor equipe do mundo dali a alguns anos. Chegou Mané, Firmino se acertou, chegou, já com uma classificação de Liga dos Campeões obtidas, Mohamed Salah, que seria o grande nome ofensivo da era Klopp e se tornaria um dos maiores da história do clube. Em meio ao épico da Liga dos Campeões da temporada 2017/2018, Coutinho foi embota, mas abriu espaço para Van Dijk. A dura derrota na final para o Real Madrid abriu a porta para Alisson e assim se formou a espinha dorsal de um dos maiores times da história do futebol.

A partir da temporada 2018/2019, vencer o Liverpool virou uma tarefa para pouquíssimos privilegiados. Na Premier League, incríveis 97 pontos não foram suficientes para o título, mas o território continental, estrada tão conhecida pelo clube, virou um caminho quase tranquilo. Uma vitória diante do Bayern dentro da Alemanha começou um mata-mata que passou por uma classificação tranquila diante do Porto e um épico diante do Barcelona, uma das maiores viradas da história, que tornou o título quase protocolar diante do Tottenham. A primeira taça foi só a Liga dos Campeões.

No ano seguinte, a Premier League veio com os Reds liderando de ponta a ponta, numa campanha que parecia uma espécie de resposta na força do ódio ao City. A Liga passou perto de novo em 2022, numa temporada que quase virou um épico de uma quadrupla, mas que terminou com duas enormes tristezas ao final da Premier League e da Liga dos Campeões. As dores também foram parte da era Klopp e elas engrandeceram esses nove anos tanto quanto as vitórias. A própria temporada de despedida foi cheia de tristezas.

Porque boa parte do que Klopp foi, é e sempre será também tem a ver com as dores que vieram nesses anos. As derrotas em finais, as duas temporadas abaixo em 2020/2021 e 2022/2023, as feridas dolorosas que tornaram tão especiais os momentos de alegria e que mostraram que Klopp era também um ser humano. Derrotas que são também normais no cotidiano de um time gigante, que são o tipo de decepção que uma instituição da envergadura do Liverpool tem que possuir, a dor de um vice-campeonato e não a decepcionante e latejante rotina do ostracismo.

O citado "ser humano" Klopp é na verdade o grande motivo deste sujeito ser tão amado por tanta gente, até não torcedora do Liverpool. Jurgen tem um carisma quase incompreensível num futebol tão pasteurizado, um genuíno ar de alguém que você adoraria sentar para um churrasco. Um sujeito que mostra em todas as atitudes o seu enorme coração, seja no claro modo como conquista seus atletas, na forma como deixa suas posições humanitárias claras. Jurgen Klopp é descrito por muitos como um ser humano melhor que um treinador de futebol e ele é um dos melhores treinadores do planeta.

Anfield se despediu de Klopp com muitas homenagens e lágrimas e tamanhas honrarias só são conquistadas pelos gigantes. O alemão foi uma espécie de Bill Shankly dos nossos tempos, um respiro de sentimento num futebol tão frio e matemático e foi um privilégio assistir seu time jogar, foi um privilégio torcer para que seus times vencessem. Foi uma incrível jornada que valeu cada segundo vivido. Ao fim disso tudo, só posso, assim como tantos, usar uma frase simples em seu idioma natal para resumir algo que as palavras não são suficientes para descrever: Danke, Jurgen! 


Ludogorets conquista 13º título búlgaro seguido e se aproxima de igualar recorde

Por Lucas Paes
Foto: Reprodução

O Ludogorets é campeão novamente na Bulgária

O recorde de títulos seguidos nacionais no futebol europeu pertence a Lincoln Red Imps e Skonto Riga, com 14 títulos seguidos na liga de Gibraltar e de Letônia, respectivamente. Neste fim de semana, o Ludogorets chegou muito perto de igualar esse recorde, ao conquistar seu 13º título seguido no Campeonato Búlgaro. A conquista veio após vitória diante do CSKA Sofia. O brasileiro Rwan Secco, ex-Santos, é titular do time campeão. 

O caso curioso do Ludogorets é que a primeira conquista dessas 13 seguidas foi justamente o primeiro título nacional da história do clube. A equipe era uma militante das divisões inferiores búlgaras até 2010, quando foi comprada pelo magnata búlgaro Kiril Domuschiev, que injetou dinheiro no clube e levou a equipe para o topo do campeonato local já em sua primeira temporada, com direito a dbolete com a Copa Nacional.  

Desde então o time alviverde tem domínio absoluto na competição. Desde que forma destronados, CSKA e Levski Sofia não tem conseguido mais bater a equipe da pequena cidade de Razgrad, que ascendeu e fez inclusive alguns resultados interessantes a nível continental, como classificação diante da Lazio na Europa League, empate com o Liverpool na fase de grupos da Liga dos Campeões e até uma vitória sobre o Ajax recentemente.


No que se refere a Bulgária, o dinheiro fez do Ludogorets um time dominante que dificilmente da sequer sopa a seus adversários. O 13º título seguido veio quase que automaticamente e é quase impossível imaginar que alguém possa tirar o trono dos alviverdes nos próximos anos, o que curiosamente pode ser um indício da queda, já que o Bayern viveu recentemente situação parecida e o final da Bundesliga deu no que todos sabemos.

Talvez esse seja o maior desafio do Ludogorets para o futuro, não se permitir o comodismo que acaba sempre por derrubar times com várias conquistas seguidas. Quem vive no topo costuma levar muito a sério o ditado de "em time que está ganhando não se mexe" e, às vezes, quando você percebe que deveria mexer é tarde demais. Restará ver se esse será o futuro do trideca campeão búlgaro. 

Holsten Kiel e St. Pauli conseguem acessos históricos para a Bundesliga

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Holsten Kiel

O St. Pauli jogará a Bundesliga

Dono de um campeão inédito em 2024, o Campeonato Alemão terá, na temporada que vem, um integrante inédito na era Bundesliga e um velho conhecido de quem há muito era sentida a falta na competição. Neste fim de semana, os resultados da rodada confirmaram os acessos de Holsten Kiel, que jogará a Bundes pela primeira vez e do St. Pauli, que volta depois de mais de uma década de ausência a competição. Os dois times ainda disputarão o título na última rodada, já que o time de Hamburgo lidera por um ponto.

O acesso premia duas campanhas que foram regulares durante a temporada toda. Tanto Holsten quanto o St. Pauli estiveram na ponta de cima da tabela durante a maior parte do campeonato, quase sempre disputando a liderança junto ao Hamburgo, que despencou no finalzinho e mais uma vez seguirá fora da primeira divisão. As duas torcidas fizeram muita festa neste fim de semana, com direito a invasão de capo em ambos os lados, numa noite que promete não acabar em terras tedescas. 

O St. Pauli não é estreante na Bundesliga. A equipe já disputou algumas vezes a primeira divisão e nas últimas vezes que subiu caiu exatamente no ano em que conseguiu o acesso. A última temporada do time mais progressista do mundo na Bundesliga havia sido no biênio 2010/2011, quando o Dortmund foi campeão, quando o Saint Pauli ficou na lanterna da competição. Dessa vez, o torcedor sonha em permanecer por mais algum tempo por lá.

O Kiel por sua vez militava pelas divisões inferiores alemãs em sua história. Dono de um título alemão no distante ano de 1912, muito antes da era Bundesliga, o Holsten disputava as ligas regionais ainda neste século, perambulando por vários anos entre terceira, quarta e quinta divisão nacional. Em 2018 subiu para a Bundesliga II e já em sua primeira temporada nela chegou a disputar (e perder) os playoffs de acesso. Seguiu por lá, com posições mais baixas nos últimos dois anos até a campanha histórica desse ano. Disputará pela primeira vez a Bundesliga. 


A nota triste fica mesmo por conta do Hamburgo, que de jamais rebaixado parece ter se tornado uma espécie de time que não consegue mais subir. Quarto colocado, o time não alcança mais o Dusseldorf, que disputará os playoffs de acesso, provavelmente diante do Union Berlin. O roteiro é sempre o mesmo, começo avassalador e queda livre e neste ano não foi diferente. 

Ainda resta uma rodada para a definição oficial dos campeonatos na Alemanha. Na terceirona, o Ulm já garantiu o acesso e o título, enquanto Preussen Musten e Jahn Raggensburg disputam o acesso. Na parte debaixo da tabela, o Kaiserslautern está livre de qualquer chance de rebaixamento e poderá ano que vem sonhar de novo com o acesso. 

Na segunda divisão alemã, times tradicionais seguem ocupando a parte baixa da tabela

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Schalke 04

Schalke e Nuremberg são dois dos tradicionais na 2 Bundesliga

O rebaixamento de times tradicionais e até grandes no futebol não é novidade. O Brasil recentemente viu o Santos sucumbir para essa realidade de maneira inédita, a Argentina, na década passada, viu o River sofrer desse mal. Já a Alemanha teve dois titãs rebaixados recentemente, o Schalke 04, que enfrenta a pior crise de sua história e o Hamburgo. Porém, outros times tradicionais frequentam os caminhos da 2.Bundesliga. E a maioria deles neste momento está brigando na parte baixa da tabela.

A segunda divisão do país da cerveja é um dos maiores celeiros de histórias interessantes do futebol "underground" (se é que dá para chamar um campeonato da Alemanha disso) do planeta. Hoje, o segundo nível germânico conta com a saga incrível do Hamburgo, que de não rebaixado parece ter passado a ser o time que não consegue subir, a luta de Holsten Kiel e de Hamburgo pelo título, já que o acesso está bem encaminhado, entre outras questões. Há, claro, a presença de grandes e tradicionais na parte debaixo da tabela.

O calvário de equipes de mais nomes na segunda divisão atual começa por uma situação que é mais simplesmente entediante que qualquer outra coisa, que é o caso do Hertha Berlin, nome por muito tempo presente na Bundesliga. Ocupando a nona colocação, o time da capital não vai nem cair e nem subir na atual temporada. As coisas começam a ficar nebulosas logo após o time berlinense.

Numa briga que, matematicamente pelo menos, ainda existe contra a queda a terceira divisão, encontram-se times muito tradicionais. Campeão da Recopa Europeia e um dos times fortes da Oberliga da Alemanha Oriental, o Magdeburg, campeão da Recopa Europeia em 1974, ainda está envolvido nesta batalha. Logo abaixo dele, aparecem os nomes que mais causam espanto: Schalke 04, Nuremberg e o Kaiserslautern.

O Schalke na verdade se recuperou recentemente, tendo vivido momentos piores na temporada. Assim como o Magdeburg, ele só depende de si para se manter na segundona, com um empate bastando para assegurar permanência, logo na sequência, o Nuremberg, na mesma situação, tem porém uma missão que pode se tornar mais tensa, já que enfrenta Hamburgo e Elvensberg nas últimas rodadas, time que estão acima dele na tabela. Um pouco mais afundado, mas também a uma vitória de escapar está o Kaiserslautern, campeão alemão em 1998. Curiosamente, este último terá ainda a final da Copa da Alemanha, contra o fenomenal Bayer Leverkusen, ao final da temporada.


É bem possível que todos esses tradicionais permaneçam na segundona, já que ainda há o Entracht Braunschweig na briga, mas as dificuldades mostram quanto essas antigas forças do futebol alemão, uma delas campeã ainda nos anos 1990, tiveram queda na força que um dia possuíram. O Schalke sozinho chama muita atenção, já que a situação do clube é tão caótica que até a venda do estádio foi cogitada. 

A segunda divisão alemã terá sua conclusão no próximo domingo, dia 19 de maio. Na parte alta da tabela, a briga pelo título envolvendo o Kiel e o St. Pauli tende a seguir até a última rodada, enquanto o Hamburgo mantém pequenas esperanças já que a distância para o Dusseldorf é de quatro pontos. Na Bundesliga, o terceiro colocado da segundona enfrenta o 16º da primeira divisão para definir quem de fato integrará a competição em um playoff de dois jogos. Os dois primeiros sobem direto. 

Gigante em Malta, Valletta é rebaixado pela primeira vez em sua história

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Valetta FC

O Valetta foi goleado e caiu

Não ser rebaixado em seu campeonato nacional é uma honra que pouquíssimos times ao redor do globo conseguem obter. Aqui no Brasil, por exemplo, no ano passado tivemos o inédito rebaixamento do Santos, em terras europeias, a Inglaterra não tem clubes não rebaixados, a Itália só tem a Inter e por aí vai. Neste domingo, após uma goleado por 4 a 0 pelo Naxxar em casa, o Valetta deixou o clube dos jamais rebaixados e caiu para a segunda divisão de Malta pela primeira vez em sua história.

O Valetta, no que se refere ao futebol maltês, é um titã. O clube tem o terceiro maior número de títulos do campeonato maltês, com 25 conquistas no total e ainda tem 14 títulos da FA Cup local. Tem ainda algumas qualificações em preliminares, mas jamais chegou em fases muito agudas dos campeonatos europeus. Porém, a equipe jamais havia sido rebaixada a nível nacional, mesmo sendo uma das mais antigas do país.

O Valetta não vem bem no campeonato nacional nas últimas edições, chegando a jogar a rodada contra o rebaixamento em uma temporada e em outras ficando na metade final da tabela. Neste ano, a campanha foi muito ruim desde o início e o rebaixamento veio com a derrota para o Naxxar, dentro de casa, diante de muitos protestos e reações negativas da torcida. A equipe ficou a 4 pontos do primeiro time fora da zona de rebaixamento, insuficientes para alcançá-los no último jogo. 

A equipe conta em seu time com muitos jogadores pouco conhecidos do grande público. Na equipe, há alguns sul-americanos, como o brasileiro Victor Luís, defensor revelado no Cruzeiro, o experiente meia argentino Barrientos e, curiosamente, o campeão da Copinha com o Santos e ex-jogador de equipes como XV de Piracicaba, Guarani. Ele marcou três gols ao longo da campanha e havia chegado justamente nessa temporada.


O fato curioso desse rebaixamento é que com esse triunfo, o Naxxar salvou o seu arquirrival, o Mosta, do rebaixamento. As duas equipes fazem um ferrenho clássico, uma das maiores rivalidades do país. O Mosta ficou com quatro pontos de vantagem em cima dos Leões e por isso se salvou do descenso. A chance de salvação do Valetta se vencesse eram grandes, já que a equipe enfrentava o lanterna Gudja United na última rodada.

Na outra ponta da tabela, o título em Malta também já está resolvido, já que o atual campeão, Hamrum Spartans, conquistou seu segundo título em sequência e décimo em sua história, ficando quatro pontos a frente do Floriana. A última rodada rolará no próximo fim de semana, no dia 4 de maio. 

Em três temporadas, Conference League se mostra um sucesso para os times alternativos

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/UEFA

Troféu da Conference League

Questionada em seu início, a criação da Conference League da UEFA, terceira competição em importância entre os clubes da Europa e uma espécie de "terceira divisão" da pirâmide continental, está se mostrando um imenso sucesso, pelo menos para os campeonatos mais alternativos e até para equipes menores das principais ligas do continente. O torneio pode até ter até o momento campeões de campeonatos mais privilegiados (Roma e West Ham), mas dá chance a times periféricos de um calendário maior, algo que se mostrou mais real ainda nessa temporada.

Na atual edição da Conference League, chegam as semifinais como favoritos as vagas na final o Aston Villa, que faz campanha excelente na Premier League e que é inclusive campeão da antiga Copa dos Campeões (hoje a Champions League) nos anos 1980 e a Fiorentina, que vive um incômodo jejum de títulos. Porém, junto a eles estão o Olympiakos e o Brugge, presenças que hoje são raras em matas mais agudos do continente (o Brugge, porém, já foi finalista da UCL em 1978.).

A ideia da criação da Conference League, pensada desde 2018, era de dar a oportunidade a times de menor ranking da UEFA de terem calendário continental além das fases preliminares da Liga dos Campeões e da Liga Europa e nesse propósito ela deu certo. Desde sua primeira edição, times que sequer chegam aos grupos das outras duas competições chegam até em eliminatórias da Conference. Na edição atual, times como Ferencváros, Ludogorets, Molde, Zagreb e Legia tiveram a chance de disputar mata-mata, com o time croata eliminando o Real Betis, na época campeão da Copa do Rei. 

Não é uma exclusividade da atual temporada. Na edição passada, chegaram equipes como Qarabag, Djugardens e AEK Lamaca e na primeira equipes como PAOK, Bodo/Glimt, Partizan e Sparta Praga e o LASK. A chegada do Olympiakos na semifinal atual é histórica para o futebol grego como um todo, já que até então, só o Panathinaikos (que tem campanhas históricas na Liga dos Campeões) e o AEK (Copa da UEFA) haviam alcançado uma fase tão aguda. Porém, os Gavros não são favoritos diante do Aston Villa, que aliás é favorito ao título.


A questão econômica ainda faz muita diferença, porém. A Conference permitiu sim a equipes alternativas um calendário continental maior (e portanto, ganhos de dinheiro melhores), porém, a taça ainda tem ficado com equipes relativamente conhecidas do continente. Na última edição, o troféu ficou com o West Ham United, que é verdade, dificilmente teria oportunidade de ganhar algo maior, no máximo uma Europa League e mesmo assim, a concorrência por lá é mais pesada. Na primeira, ficou com a Roma, que quase vence a Europa League na temporada seguinte.

Porém, ainda que o troféu fique em terras mais tradicionais, a Conference serviu a seu propósito e deu a equipes alternativas e de menores ranqueamentos a chance de sentir o gosto de disputas continentais maiores. Restará ver se, como inclusive ocorreu algumas vezes na antiga Recopa Europeia, algum time de centro mais alternativo vencerá a taça.

Quinta vaga na Champions é o sinal de que a Série A Italiana está voltando aos bons tempos

Por Lucas Paes
Foto: REUTERS/Guglielmo

Atalanta eliminou o Liverpool na Liga Europa

Pode ser que você que é mais novo e esteja lendo este texto sequer tenha noção, mas durante muito tempo o "Olimpo" do futebol mundial, o maior campeonato do planeta era a Série A da Itália. Diversos fatores que serão explicados aqui neste texto fizeram com que o tradicional torneio despencasse, que os times do país perdessem força e de certa forma isso ainda precisa ser recuperado na Liga dos Campeões, que não tem um vencedor italiano desde 2010. Porém, nesta quinta ficou determinado de vez que o Calcio terá cinco vagas na Liga dos Campeões, já que ele simplesmente assumiu a ponta do ranking de torneios da UEFA, passando inclusive a Premier League.

O cálculo de pontos das competições da UEFA é uma complicada soma de pontos dos times de um país que competem em competições europeias, mas a maneira mais simples de resumir é que ele soma o desempenho nas três competições principais da Europa hoje. O futebol italiano, ainda numa época onde só havia Champions League e Liga Europa começou a perder posições e caiu de maneira crítica e muito disso se deve as transformações que a liga viveu pós-Calciopoli.

O Calciopoli foi um escândalo de corrupção envolvendo times italianos como Juventus, Milan, Fiorentina e Lazio numa situação onde a Inter escapou como o time honesto prejudicado na história. Na época, as equipes foram acusadas e consideradas culpadas num esquema de manipulação de resultados envolvendo árbitros e equipes. O escândalo caiu como uma bomba naquele que era o maior campeonato do mundo e destruiu um dos maiores times da história da Juve, além de implodir de certa forma toda o alicerce do futebol italiano. 

Os efeitos não foram imediatos, já que Milan e Inter ganharam Liga dos Campeões nos anos seguintes, mas aos poucos todos os times italianos foram perdendo protagonismo, nível técnico e o país despencou no raking de ligas da UEFA. O campeonato perdeu força, viu a Premier League virar o suprassumo do esporte e dali a alguns anos só a Juventus fazia frente a elite europeia, enquanto outros times sequer chegavam ao mata-mata. Inter e Milan ficaram anos e anos no ostracismo e só agora estão se recuperando. A Roma foi quem chegou a fazer algumas campanhas interessantes também.

Mas, esse panorama claramente tem mudado nos últimos anos. Cada vez mais equipes italianas chegam longe em competições europeias e o melhor termômetro para essa medição talvez sejam as competições menores. Se não sobrou nenhum time da Bota na Liga dos Campeões, na Copa da UEFA Atalanta e Roma estão na semifinal. Na Conference, a Fiorentina é semifinalista e talvez seja a grande favorita. Ano passado, a Inter fez com que o City tivesse que suar sangue para conquistar sua primeira Liga dos Campeões. Fiorentina e Roma foram finalistas na Conference e na Liga Europa na temporada passada. Tudo isso somado colocou a Série A de volta no topo do ranking de ligas da UEFA.

É claro que este caminho não é "irreversível", mas também indica uma tendência de volta. Um dos melhores times do mundo, a despeito da dolorida eliminação nas oitavas da Liga dos Campeões, é a Inter. A Roma é uma constante nos campeonatos menores e a Atalanta está pedindo passagem para alguma conquista grande a anos. Mais do que isso, o Campeonato Italiano hoje possuí jogos com muitos gols, vários tipos de táticas diferentes e jogadores de diversos estilos fazendo sucesso por lá. Não é a toa que a Azzurra foi campeã da Euro (e não a toa também decepcionou em não ir a Copa).

Restará agora acompanhar como esse crescimento italiano se consolidará nos próximos anos. No que se trata de Liga dos Campeões, a Inter, grande força do país hoje, já deixou claro que a competição será a prioridade do time na próxima temporada (este ano foi a Série A e os nerazzurri talvez sejam campeões nesta segunda-feira). A Juventus, aos trancos e barrancos, monta um time cada vez melhor e mais provável de voltar ao topo. O Milan quase chegou numa final na temporada passada. Roma, Atalanta e a grata surpresa Bologna também prometem algo para o futuro. Além, é claro, de Napoli, Fiorentina e Lazio. 


Acompanhando a Itália no ranking esta a Alemanha, que colocou dois times nas semifinais da Liga dos Campeões, o colosso Bayern de Munique, que parece carta marcada em semifinais da competição e a surpresa Borussia Dortmund e também tem o Bayer Leverkusen como favoritaço na Liga Europa. O desempenho bom recente de times do país nas competições menores também garantiu que ultrapassasse a Premier League, que não desempenha em campeonatos menores como desempenha (as vezes) na Liga dos Campeões, a exceção do West Ham na Conference passada e do Aston Villa nessa.

Aos poucos, mesmo que não possa voltar a ser o Olimpo do esporte, a Itália volta a ser um dos seus grandes palcos e essa talvez seja a grande notícia do futebol europeu nesses últimos anos, pois o Calcio forte fez muita, mas muita falta para quem gosta do futebol europeu. 
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