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Ladislao Mazurkiewicz e sua modesta passagem pelo Granada

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Ladislao teve uma passagem modesta pelo Granada durante a década de 70

Ladislao Mazurkiewicz Iglesias, ex-goleiro uruguaio e um dos maiores ídolos da história Peñarol, clube onde foi multi-campeão, estaria celebrando o seu 79º aniversário nesta quarta-feira, dia 14 de fevereiro de 2024. No decorrer de sua carreira profissional, o arqueiro teve uma trajetória não muito brilhante pelo Granada entre a primeira e a segunda metade da década de 70.

Sua primeira e única chegada ao velho continente aconteceu depois de ser revelado nas categorias de base do Racing, clube no qual veio a se profissionalizar. Posteriormente, passou também por clubes como Peñarol e Atlético Mineiro.

Chamou a atenção da equipe espanhola, que o contratou logo depois de disputar a Copa do Mundo de 74 pela Celeste. Entretanto, o guarda redes não conseguiu conquistar o seu espaço no time titular e acabou tendo uma passagem muito modesta pelos Granadinistas. Com isso, permaneceu nos Rojiblancos Horizontales até 1976, quando retornou ao time Aurinegro de Montevidéu. 


Na sequência de sua jornada como goleiro, ainda colecionou trajetórias por clubes como o Cobreloa, o América de Cali e o Pelotas. Além disso, teve outras três idas ao Peñarol, onde fez história.

Já aposentado, Ladislao Mazurkiewicz teve problemas respiratórios e renais aos 67 anos de idade e acabou vindo a falecer em um hospital de Montevideo na madrugada do dia 2 de janeiro de 2013.

Rubens Minelli e seu tricampeonato brasileiro como treinador

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Minelli foi tricampeão brasileiro como treinador

Muito lembrado por ter sido o primeiro treinador a conquistar três títulos de Campeonato Brasileiro consecutivos, Rubens Francisco Minelli, ex-jogador e treinador, está completando 94 anos nesta segunda-feira, dia 19 de dezembro de 2022. Ele conseguiu tal feito comando o Internacional em 1975 e 1976, enquanto em 1977, foi a vez de Minelli levar o São Paulo a conquista da principal competição de âmbito nacional. Essa marca só foi ser igualada por Muricy Ramalho em 2006, 2007 e 2008, treinando o Tricolor Paulista.

A trajetória de Rubens no futebol começou quando ele atuava dentro das quatro linhas, mas acabou tendo de encerrar a sua carreira depois de sofrer uma grave fratura na perna. Sua saída para continuar trabalhando no desporto mais popular no território brasileiro foi iniciar a sua vida como treinador em times universitários já no fim da década de 50. 

Não demorou muito para Minelli chegar ao XV de Jaú, seu primeiro time profissional aparecendo na condição de técnico, e foi crescendo até 1968, quando assumiu o comando do Palmeiras. No Verdão conquistou os seus primeiros troféus: o Troféu Ramón de Carranza, vencido em uma excursão pela Europa, e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ambos em 69. 

Rumou para o Inter em 1974, depois de treinar a Portuguesa campeã paulista juntamente com o Santos em 1973 e passar rapidamente pelo Rio Preto. No comando do Colorado, Rubens começou a moldar a base do time gaúcho que, com o tempo, passaria a contar com jogadores como Falcão, Figueroa e Paulo César Capergiani. No clube de Ases Celeiro, não só fez o time jogar de um modo encantador, como foi tricampeão gaúcho em 1974, 1975 e 1976, e também bicampeão brasileiro em 1975 e 1976. 

Deixou o comando do Inter em 1976 e assumiu a vaga de treinador do São Paulo. No Tricolor Paulista, levou um time de muita vontade e determinação e que contava com Waldir Peres, Dario Pereyra, Zé Sérgio e Mirandinha no seu bom plantel. Justamente naquela edição do Brasileirão, o clube do Morumbi não entrou como o grande favorito na grande decisão, uma vez que teria de enfrentar um fortíssimo Atlético Mineiro. Porém, a equipe paulistana não se acovardou e bateu o Galo, que fez uma excelente campanha ao longo do campeonato, na disputa de pênaltis e ficou o título brasileiro de 1977.


Após treinar o Internacional e o São Paulo, Minelli comandou vários clubes até o final dos anos 1990, período em que encerrou a sua carreira de treinador. Assim que parou de ficar no banco de reservas, começou a trabalhar como diretor de futebol em algumas equipes, e posteriormente, ainda foi comentarista na televisão.

46 anos da invasão corintiana no Maracanã

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

Torcida corintiana invadiu o Maracanã naquele 5 de dezembro de 1976

Hoje completa 46 anos um dos momentos mais marcantes da história do futebol brasileiro e mundial, que foi a invasão corintiana no Maracanã com 70 mil torcedores. O Timão enfrentou o Fluminense no dia 5 de dezembro de 1976 pela semifinal do Brasileirão e a torcida paulista deu um show na arquibancada.

O Corinthians estava a 22 anos de jejum de títulos e tinha essa grande oportunidade para ir à final. A equipe não era favorita no confronto, ainda mais atuando fora de casa. A torcida sabia que teria que ser o 12º jogador para poder ajudar o time em busca da classificação.

Em busca de promover a partida, Fernando Horta, na época Presidente do Fluminense, trouxe 70 mil ingressos para entregar ao clube paulista, pagos antecipadamente pelos dirigentes do Timão, mas o então presidente não sabia da força da torcida corinthiana.

Fernando chegou a dar entrevistas ironizando a quantidade de ingressos comprados pelos dirigentes paulistas. Em sua declaração, o presidente diz: “Que os vivos saiam de casa e os mortos saiam das tumbas para torcer pelo Corinthians no Maracanã, porque o Fluminense vai ganhar a partida “.

Ninguém estava acreditando na força da torcida, mas eles sim, sabiam do seu potencial e responderam a declaração da melhor forma possível, mostrando o tamanho da torcida para o futebol brasileiro e pro mundo.

Oficialmente, só da torcida organizada Gaviões da Fiel saíram 300 ônibus de São Paulo, mas também há outros relatos. Em dados não oficiais, dizem que cerca de de mil ônibus corintianos lotaram a Via Dutra, fazendo com que o DETRAN fizesse uma operação diferente para permitir o fluxo da rodovia.

Com todos os esforços, os torcedores chegaram ao Rio de Janeiro e demonstraram desde o começo para que foram. O Maracanã virou um mar de preto e branco como nunca foi visto e o fato acabou sendo mais impressionante que a partida decisiva entre as duas equipes. A torcida virou protagonista da decisão e com certeza teve um peso gigantesco para o jogadores, que deram a vida dentro de campo em busca da classificação.

A partida em si não teve tanto brilhantismo, pois acabou sendo atrapalhado pela forte chuva, que alagou o gramado e não ficou em boas condições para jogo, mas mesmo assim a partida continuou. Enquanto dava, o jogo ficou empatado em 1 a 1 no primeiro tempo, mas na etapa final estava quase impraticável o futebol e acabou não acontecendo muitas coisas.


A partida acabou sendo decidida nas penalidades e o Corinthians conseguiu terminar com a classificação para a grande decisão. A conquista da vaga premiou todo o esforço da diretoria e dos torcedores, que foram, junto com os jogadores, os grandes protagonistas do espetáculo.

Na decisão as coisas não foram como o planejado, o Corinthians acabou perdendo para o Internacional e manteve o jejum. Os dirigentes gaúchos com medo de haver outra invasão, não disponibilizou muitos ingressos à Fiel torcida e isso teve um grande peso na final.

Há 46 anos, Cruzeiro conquistava a Libertadores pela primeira vez

Com informações de O Tempo
Foto: arquivo

Jogadores levantam a Taça da Libertadores

Este 30 de julho marca os 46 anos que o Cruzeiro conquistou a primeira Copa Libertadores da América. Foi no Estádio Nacional de Santiago, no Chile, uma vitória por 3 a 2 sobre o River Plate, no terceiro jogo da decisão.

Em campo, o Cruzeiro varreu os adversários. Logo na primeira apresentação do time comandado por Zezé Moreira, um 5 a 4 diante do Internacional, que soou com um troco bem dado ao time que no ano anterior tinha conquistado o Campeonato Brasileiro justamente em cima da Raposa. Era a força que os celestes precisavam para fechar a primeira fase invictos: em seis partidas, cinco vitórias e um empate.

Na segunda fase, uma trajédia poderia ter abalado as estruturas dos jogadores. O atacante Roberto Batata morreu em um acidente de carro na rodovia Fernão Dias, em Três Corações, quando ia visitar a família após as vitórias pela América do Sul do time estrelado: diante da LDU, do Equador (3 a 1) e de Alianza Lima, do Peru, por 4 a 0. O luto se transformou em força dentro de campo.

Prova disso foi a goleada do Cruzeiro por 7 a 1 diante do Alianza, a primeira partida daquela Libertadores sem Batata. Na sequência, um 4 a 1 diante da LDU, resultados no Mineirão que garantiram a Raposa na grande final diante do River Plate.

Nas três partidas que valiam a taça, uma vitória para o Cruzeiro (4 a 1, no Mineirão), e uma para o River (2 a 1, no Monumental de Nuñez). O caneco só foi levantado em Santiago, no Estádio Nacional. O gol da vitória foi cravado por Joãozinho, de falta, aquela cobrança perfeita que garantiu o 3 a 2 no placar, corando uma campanha brilhante: em 13 jogos, 11 vitórias, um empate e uma derrota.

Primeira fase
07/03 - Cruzeiro 5 x 4 Internacional - Mineirão, BH
14/04 - Luqueño 1 x 3 Cruzeiro - Defensores del Chaco, Assunção
18/03 - Olímpia 2 x 2 Cruzeiro - Defensores del Chaco, Assunção
24/03 - Cruzeiro 4 x 1 Luqueño - Mineirão, BH
28/03 - Internacional 0 x 2 Cruzeiro - Beira-Rio, Porto Alegre
04/04 - Cruzeiro 4 x 1 Olímpia - Mineirão, BH


Semifinal
09/05 - LDU 1 x 3 Cruzeiro - Atahualpa, Quito
12/05 - Alianza 0 x 4 Cruzeiro - El Mamute, Lima
20/05 - Cruzeiro 7 x 1 Alianza - Mineirão, BH
30/05 - Cruzeiro 4 x 1 LDU - Mineirão, BH

Final
21/07 - Cruzeiro 4 x 1 River Plate - Mineirão, BH
28/07 - River Plate 2 x 1 Cruzeiro - Monumental de Nuñez, Buenos Aires
30/07 - Cruzeiro 3 x 2 River Plate - Estádio Nacional, Santiago

Os 45 anos da invasão corintiana no Maracanã

Com informações do Corinthians
Foto: Arquivo Placar

Cerca de 70 mil corintianos invadiram o Maracanã

No dia 5 de dezembro de 1976, um jogo entrou para a história do futebol tendo a Fiel como personagem principal. Na tarde daquele domingo, cerca de 70 mil alvinegros rumaram ao Rio de Janeiro e dividiram as arquibancadas do Maracanã nas semifinais do Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense, no episódio que ficou conhecido como “Invasão Corinthiana”.

Nos dias anteriores à partida, os presidentes dos times buscavam promover a decisão e deram declarações polêmicas. Francisco Horta, que comandava o time carioca na época, chegou a duvidar da grande presença alvinegra no jogo. "Que os vivos saiam de casa e os mortos saiam das tumbas para torcer pelo Corinthians no Maracanã porque o Fluminense vai ganhar a partida”, afirmou.

Mesmo com a confirmação da transmissão ao vivo para São Paulo, o Bando de Loucos atravessou mais de 400 km e quebrou o recorde de volume de tráfego segundo o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, que foi obrigado a implantar a “Operação Corinthians”.

Desde a manhã do dia 05 de dezembro de 1976, a Fiel já pintava o Rio de Janeiro de preto e branco. Quando os portões foram abertos, às 13h, a torcida alvinegra logo dominou boa parte da arquibancada e cadeiras do Maracanã.

Naquela ocasião, já se passavam mais de 22 anos desde a última vez em que o Corinthians levantou uma taça. A proximidade de acabar com o jejum de títulos fez a Fiel comparecer em peso no estádio carioca, em uma época muito diferente da atual, em que não era tão fácil ir de São Paulo ao Rio de Janeiro.

Em jogo único para saber quem avançaria à final, os mandantes abriram o placar com Carlos Alberto Pintinho. A igualdade veio aos 30 minutos do primeiro tempo. Vaguinho cobrou escanteio, Geraldão cabeceou sem direção, mas Ruço apareceu para emendar uma meia bicicleta e fazer um golaço.


A segunda etapa foi praticamente sem futebol. A tempestade que caiu sobre o Rio de Janeiro deixou o gramado sem condições de a bola rolar. Mesmo assim, o árbitro Saul Mendes prosseguiu com o duelo até o fim, deixando a decisão para os pênaltis.

Na marca da cal, foi a vez de o goleiro Tobias brilhar. Neca, Ruço, Moisés e Zé Maria fizeram para o Timão. Rodrigues Neto e Carlos Alberto Torres pararam no arqueiro alvinegro, e o Corinthians classificou-se para a decisão.

45 anos do primeiro jogo de Maradona no futebol profissional

Por Ricardo Pilotto
Foto: arquivo

Maradona em seu primeiro jogo profissional

Neste dia há exatos 45 anos atrás, Diego Armando Maradona fazia sua estreia como jogador de futebol profissional. Desde o dia 20 de outubro de 1976, o craque argentino iniciava a sua história recheada de conquistas e polêmicas.

Faltando apenas 10 dias para completar 16 anos de idade, o jovem Maradona deu o pontapé inicial em sua carreira com o 'pé esquerdo', no jogo em que o Argentino Juniors, clube que o revelou, foi derrotado pelo placar de 1 a 0 em um confronto diante do Talleres de Córdoba. Em seu primeiro jogo, que ele entrou no decorrer da partida, 7.700 pessoas estavam presentes no estádio para acompanhar o surgimento do futuro camisa 10 da Seleção Argentina.

No segundo tempo do confronto, o comandante do Bicho Colorado Juan Carlos Montes, trocou Rubén Giacobetti por Maradona, que vestia a camisa 16. Segundo o craque argentino, ele teve cerca de 30 segundos para fazer o seu aquecimento pra entrar na partida e o pedido do treinador foi para que ele mostrasse todo o seu futebol. Em seu primeiro lance, Dieguito recebeu passe de costas para Juan Domingo Cabrera que estava o marcando e deu toque por debaixo das pernas do atleta adversário, mostrando assim, seu cartão de visita.

Antes mesmo de fazer o seu primeiro jogo como profissional, Maradona já era bastante conhecido pelos lados do clube argentino por conta de toda a sua arte e por tudo o que fazia quando tinha uma bola em seus pés. Nesta época, o craque já fazia verdadeiros malabarismos nos intervalos das partidas da equipe profissional e também jogava no time juvenil do Argentinos Juniors.


Após encerrar o seu ciclo com o Bicho Colorado em 81, Dieguito ainda defendeu clubes como Boca Juniors, Barcelona, Napoli, Sevilla, voltou para a Argentina em 1994, para jogar no Newell's Old Boys e ainda voltou ao Boca para jogar entre 1995 e 1997.

A passagem relâmpago de Pablo Forlán no Cruzeiro

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo/Revista Placar

Pablo Forlán jogou pouquíssimos dias no Cruzeiro

Completando 75 anos neste dia 14, o lateral Pablo Forlán, pai de Diego Forlán, é mais um entre vários uruguaios que passaram parte do carreira no Brasil, sendo um dos primeiros a fazer grande sucesso a serviço do São Paulo, que tem uma relação bem curiosa com o país, que produziu alguns ídolos tricolores. Nem só de passagem por lá viveu Forlán, que jogou um curto período no Cruzeiro.

Forlán foi contratado em 1976 para reforçar o time campeão da Libertadores já pensando no Mundial Interclubes contra o Bayern no final da temporada. Não conseguiu se firmar rapidamente com a camisa azul celeste, demorando a se adaptar e a entrar de vez no time, o que ocorreu apenas no finalzinho da temporada.

O fato é que só foi titular efetivamente em uma partida contra o Confiança, já no final da Copa Brasil daquele ano, o Campeonato Brasileiro da época. Depois disso, chegou a atuar no segundo jogo da final do Mundial contra o Bayern no Mineirão, entrando no lugar de Dirceu Lopes, sem conseguir ajudar a equipe cruzeirense a mudar o jogo.

Foram poucos jogos com a camisa cruzeirense. O portal Cruzeiropédia cita exatos três, enquanto há fontes que citam oito jogos. Sem conseguir se firmar, o Uruguaio não permaneceu na Toca da Raposa, deixando o clube para voltar a seu país natal e jogar pelo Nacional, rival do Peñarol, que era seu clube de origem. Encerrou sua carreira como jogador em 1983, jogando pelo Defensor, também do Uruguai.


Forlán ainda foi treinador após o fim da carreira como atleta, começando nas categorias de base do São Paulo. Curiosamente, em sua última passagem como treinador do clube, resultados ruins o fizeram ser substituído por um tal de Telê Santana. O resto é história.

Rubens Minelli - O primeiro tricampeão da era Campeonato Brasileiro

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Rubens Minelli foi tricampeão brasileiro como treinador

Em qualquer campeonato dos mais badalados do mundo, ganhar três títulos m sequência é um feito admirável para um treinador. Ao redor do mundo, nas mais diversas ligas, foram pouquíssimos os que conseguirem tal feito. O primeiro a conseguir tal feito no Brasil na era Campeonato Brasileiro (após 1971) e segundo após a unificação foi Rubens Minelli, que completa 92 anos neste dia 19 de dezembro.

Minelli chegou a jogar futebol, mas teve sua carreira interrompida por uma fratura na perna. Iniciou a trajetória como treinador em times universitários, no final da década de 1950. Pouco depois, iniciou trajetória profissional comandando o XV de Jaú e foi ascendendo na carreira até chegar ao Palmeiras, em 1968. Foi no Verdão que teve sua primeira grande conquista na carreira, quando além do Troféu Ramón de Carranza excursionando pela Europa, conquistou um título do Torneio Roberto Gomes Pedrosa em 1969. 

Nos anos 1970, após um campeonato paulista na Lusa dividido com o Santos e uma curta passagem pelo Rio Preto, chegou ao Inter em 1974. Minelli começou a moldar um histórico time colorado que contaria com nomes como Falcão, Figueroa e Paulo César Capergiani. Em Porto Alegre, fez com que a equipe jogasse um futebol que encantou o país e ganhou em 1975 e 1976 dois títulos seguidos do Campeonato Brasileiro. 

Acabou, porém, deixando o Inter em 1976. Conquistou ainda outros três campeonatos gaúchos a serviço do Colorado. Foi para o São Paulo. No Tricolor, comandou um time que era mais voluntarioso e raçudo, contando com destaques de Waldir Peres, Dario Pereyra, Zé Sérgio e Mirandinha. Naquele Brasileirão, o Tricolor entrou como franco atirador diante de um favorito Atlético Mineiro, dono de uma campanha espetacular na competição, mas derrotou o Galo nos pênaltis e calou o Mineirão, saindo com o título brasileiro de 1977. Com essa conquista, igualou um feito que só Muricy conseguiria depois dele: conquistar três títulos brasileiros seguidos.


Minelli ainda passou por diversos clubes ao longo da carreira de treinador, que se estendeu até o final dos anos 1990. Depois de deixar o banco de reservas, passou a atuar como diretor de futebol em algumas equipes e após isso ainda foi comentarista, largando o batente apenas próximo ao ano de 2010.

44 anos da invasão corinthiana no Maracanã

Com informações do Corinthians
Foto: arquivo Placar

O Corinthians colocou mais torcedor no Maracanã do que o Fluminense

No dia 05 de dezembro de 1976, um jogo entrou para a história do futebol tendo a Fiel como personagem principal. Na tarde daquele domingo, cerca de 70 mil alvinegros rumaram ao Rio de Janeiro e dividiram as arquibancadas do Maracanã nas semifinais do Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense, no episódio que ficou conhecido como “Invasão Corinthiana”.

Nos dias anteriores à partida, os presidentes dos times buscavam promover a decisão e deram declarações polêmicas. Francisco Horta, que comandava o time carioca na época, chegou a duvidar da grande presença alvinegra no jogo. "Que os vivos saiam de casa e os mortos saiam das tumbas para torcer pelo Corinthians no Maracanã porque o Fluminense vai ganhar a partida”, afirmou.

Mesmo com a confirmação da transmissão ao vivo para São Paulo, o Bando de Loucos atravessou mais de 400 km e quebrou o recorde de volume de tráfego segundo o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem, que foi obrigado a implantar a “Operação Corinthians”.

Desde a manhã do dia 05 de dezembro de 1976, a Fiel já pintava o Rio de Janeiro de preto e branco. Quando os portões foram abertos, às 13h, a torcida alvinegra logo dominou boa parte da arquibancada e cadeiras do Maracanã.

Naquela ocasião, já se passavam mais de 22 anos desde a última vez em que o Corinthians levantou uma taça. A proximidade de acabar com o jejum de títulos fez a Fiel comparecer em peso no estádio carioca, em uma época muito diferente da atual, em que não era tão fácil ir de São Paulo ao Rio de Janeiro.


Em jogo único para saber quem avançaria à final, os mandantes abriram o placar com Carlos Alberto Pintinho. A igualdade veio aos 30 minutos do primeiro tempo. Vaguinho cobrou escanteio, Geraldão cabeceou sem direção, mas Ruço apareceu para emendar uma meia bicicleta e fazer um golaço.

A segunda etapa foi praticamente sem futebol. A tempestade que caiu sobre o Rio de Janeiro deixou o gramado sem condições de a bola rolar. Mesmo assim, o árbitro Saul Mendes prosseguiu com o duelo até o fim, deixando a decisão para os pênaltis.

Na marca da cal, foi a vez de o goleiro Tobias brilhar. Neca, Ruço, Moisés e Zé Maria fizeram para o Timão. Rodrigues Neto e Carlos Alberto Torres pararam no arqueiro alvinegro, e o Corinthians classificou-se para a decisão.

Givanildo Oliveira atuando pelo Corinthians

Foto: arquivo

Givanildo em ação pelo Corinthians

Ídolo do Santa Cruz e treinador consagrado fora do "famoso eixo Rio-São Paulo", Givanildo Oliveira está completando 72 anos neste 9 de agosto. Em sua época de jogador, era um excelente volante, que fez parte do grande time da Cobra Coral no final da década de 1970, e esteve no elenco do Corinthians na época da invasão no Maracanã e que tirou o time da fila em 1977.

Givanildo nasceu em Olinda, cidade histórica vizinha de Recife e em 1967 chegou ao Santa Cruz, ainda nas categorias de base. Logo se destacou e subiu para o profissional, onde estreou em 1969 e já se sagrou campeão pernambucano, repetindo o feito em 1973. Em 1976 estava tão bem que foi convocado para a Seleção Brasileira e, em seguida, o Corinthians o contratou.

O Timão tinha investido alto em três grandes contratações que poderiam realmente dar certo. 2,5 milhões de cruzeiros em Givanildo, mais os 1,2 milhões de cruzeiros ao meia Neca, que vinha do Grêmio, e mais 500 mil cruzeiros ao atacante João Paulo do XV de Piracicaba.

Givanildo chegou ao Corinthians em setembro de 1976 para a disputa do Campeonato Brasileiro do mesmo ano, onde participou da épica campanha que levou o time ao vice campeonato. Em 1977, com a contratação do técnico Oswaldo Brandão, Givanildo não quis entrar em uma nova disputa pela posição. Era sacado constantemente da equipe, além dos boatos sobre o interesse do alvinegro por Caçapava e Falcão.


Magoado, Givanildo pedia para ir embora! Mesmo com uma permanência relativamente curta no Parque São Jorge, o volante é lembrado até hoje pelo ótimo futebol que apresentou, sempre dedicado e incansável dentro de campo. Na bagagem que levou de volta para Recife, estava o importante título paulista de 1977, que tirou o Timão da fila.

Mesmo que boa parte da torcida alvinegra não se lembre, ele também participou naquela campanha histórica, atuando em algumas partidas. Pelo Corinthians disputou 52 jogos. Venceu 28, empatou 9 e perdeu 15. Marcou 2 gols.

Givanildo voltou ao Santa Cruz onde foi bicampeão pernambucano entre 1978 e 79. Jogou também no Fluminense (campeão carioca em 1980) e nesse mesmo ano foi transferido para o Sport, onde foi tricampeão pernambucano (1980, 1981 e 1982), pendurando as chuteiras e iniciando a carreira de treinador no CSA, ainda em 1982.

Inter 14 x 0 Ferro Carril - Em 1976, a maior goleada do Beira-Rio

Com informações do Internacional
Foto: arquivo Internacional

Orlando, o goleiro muito fora de forma do Ferro Carril, com a chuteira no nariz de Flavio

Em 1976 não eram só Elton John e The Supremes que estavam nas paradas de sucesso. No futebol, o Brasil inteiro se rendia à magnificência da Academia do Povo comandada por Rubens Minelli, campeã nacional na temporada anterior. Intensa como uma boa disco, a geração colorada parecia imbatível aos torcedores, apaixonados pela geração de craques como Valdomiro, Falcão, Manga, Figueroa, e também para os rivais, aterrorizados com a afinada sintonia alvirrubra. Adversário nenhum, entretanto, passou pelo mesmo que os uruguaianenses do Ferro Carril que, há exatos 44 anos, no dia 23 de maio de 1976, sofreram, para o Colorado, o maior revés da história dos Gauchões e do Beira-Rio, por 14 a 0.

O Clube do Povo foi a campo naquela outoniça tarde de domingo escalado com Manga no gol, Cláudio Duarte, Figueroa, Marinho Peres e Vacaria na defesa; Caçapava, Carpegiani e Escurinho no meio; Valdomiro, Flávio e Genau no ataque. Da casamata, Rubens Minelli viu seus comandados abrirem o placar logo aos 35 segundos de partida, quando o relógio sequer indicava 15h e 31 minutos. Pegando a sobra de bola levantada na área, Caçapava mandou na caçapa, como bem narrou Milton Ferreti, e inaugurou o marcador.


À época, o Inter já somava nove vitórias, além de um empate, nas partidas disputadas pelo Gauchão. Uma vitória larga, portanto, não seria exatamente chocante, como não foi a etapa inicial, encerrada com o 4 a 0 no placar, gols de Caçapava, mais uma vez, Carpegiani e Flávio. Após fazer história com o hexa do Rolo Compressor na década de 40, o Clube do Povo tinha a obsessão de chegar ao Octa estadual e, com ele, superar a sequência de sete títulos consecutivos do rival. Encarrilhando taças desde a inauguração do Gigante, o Colorado estava a um troféu de atingir feito inédito para o futebol gaúcho. Também por isso a equipe, já motivada pela promessa do vice-presidente de Futebol, Fernando Arnaldo Ballvê, que estipulara uma gratificação por gol marcado a cada atleta, sequer cogitou tirar o pé no segundo tempo. Entre os mais interessados em retornar com tudo para o segundo tempo, estava Escurinho.

Audacioso, Orlando, arqueiro do Ferro, provocou Escurinho, afirmando que até poderia sofrer mais gols, mas nenhum do talismã colorado. Tendo operado milagres a cada chute ou cabeceio do ídolo do Inter, o goleiro parecia ser o grande pesadelo do histórico camisa 14 alvirrubro, e sentia ter autoridade para incomodar o meio-campista vermelho. Reiniciado o confronto, as provocações seguiram por mais cerca de meia-hora, intervalo de tempo recheado pelos tentos de Valdomiro, Ramón, que, assim como Hermínio, entrara no decorrer da partida, Cláudio Duarte, Figueroa, novamente Valdomiro e, uma vez mais, Ramón. Aos 28 minutos, contudo, aproveitando corte ruim da zaga adversária, Escuro fez o seu, o 12º do dia, e deu fim à breve sina.


Ramón, antes, e Valdomiro, na sequência, encerraram a goleadora tarde na beira do Guaíba. Ato contínuo, ainda na beira do campo Rubens Minelli foi entrevistado e declarou, sincero, que estava satisfeito com a atuação respeitosa de seus atletas. “Realmente, a equipe esteve numa tarde muito feliz. Aproveitou demais as oportunidades que o adversário permitiu e transformou a superioridade em gols. Eu acho que uma maneira de respeitar o adversário é exatamente jogando um futebol sério, nunca nos preocupamos em menosprezar o adversário, tentando dar olé, e acredito que, embora nossa equipe tenha feito 14 gols, nós jamais subestimamos ou deixamos que se sentissem menosprezados.”

Na sequência do torneio, o Inter acumularia mais 14 vitórias em campanha avassaladora, que ainda somou três empates e um único revés. Contra o maior rival foram cinco os confrontos, três destes encerrados com alegria para a Maior e Melhor Torcida do Rio Grande, o último válido pela final, vencido por 2 a 0, gols de Lula e Dadá. Consagrado, o Octa segue, ainda hoje, inigualável, assim como o escore aplicado sobre o Ferro, feitos dignos de uma equipe histórica e rara como foi a Academia do Povo na década de 70.

Cláudio Adão e seu início no Santos FC

Foto: Arquivo Histórico / Santos FC

Cláudio Adão defendeu o Santos entre 1972 e 1976

Qual a principal função de um centroavante? Fazer gols, não é mesmo? E ao longo de toda a sua carreira, Cláudio Adão soube balançar as redes adversárias. E há exatos 44 anos, o ex-centroavante fazia o seu último tento pelo Santos, clube onde foi revelado.

Apesar de ser natural de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, Cláudio Adão iniciou a sua trajetória no Santos, clube que defendeu de 1972 a 1976. Pelo clube da Baixada Santista, fez parte do elenco na conquista do Campeonato Paulista de 1973.


Dono de grande presença de área, o ex-jogador marcou pela última vez com a camisa do clube que o revelou no dia 25 de abril de 1976, em confronto válido pelo Campeonato Paulista. O duelo aconteceu na tradicional Rua Javari e Cláudio Adão fez o tento santista no empate por um gol diante do Juventus.

Após se despedir do Santos, rodou por vários clubes do futebol mundial. Do Alvinegro, transferiu-se ao Flamengo, onde foi campeão carioca em 1978 e 1979. No ano seguinte, voltou a vencer o estadual carioca, mas pelo Fluminense.


Cláudio Adão ainda defenderia o Botafogo e Vasco, antes de se transferir para o Benfica (POR) e, posteriormente, para o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos. De volta ao Brasil, retornou ao Flamengo para depois atuar por Botafogo, Bangu, Portuguesa, Cruzeiro e Corinthians.

Em 1990, atuou no futebol peruano, quando defendeu o Sport Boys. O Nordeste foi o próximo destino e Cláudio Adão defendeu o Bahia e Ceará. Entre os clubes, jogou pelo Campo Grande (RJ). Antes de pendurar as chuteiras, retornou ao Peru e vestiu as cores do Deportivo Pesquero e Deportivo Sipesa. Fazedor de gols, passou por Rio Branco-ES e Volta Redonda, time de sua cidade natal, até encerrar a sua trajetória pela Desportiva Ferroviária, do Espírito Santo.


Ainda tentou dar continuidade como técnico de futebol, mas não obteve o mesmo êxito à beira de campo como colecionou dentro da grande área. A sua última experiência aconteceu em 2018, quando treinou o Mixto, do Mato Grosso. Ao todo, Cláudi Adão coleciona 862 gols na carreira nos 27 times que atuou.

Histórico, inédito e jamais igualado: o Octacampeonato Gaúcho do Inter

Fonte: Cesar Caramês/Setor de Pesquisa Histórica do Internacional
Foto: arquivo SC Internacional

O Inter foi campeão gaúcho seguidamente entre 1969 e 1976

Existe uma velha máxima que permeia o futebol gaúcho: para pensar em coisas maiores, primeiro o time tem que mandar em casa. E o Inter, que está completando 111 anos de fundação neste 4 de abril, leva este mantra muito a sério. O Colorado foi o primeiro clube a conquistar um Hexacampeonato Gaúcho. Foi em 1945, com o mágico time do Rolo Compressor. Em 2016, conquistou a marca histórica pela terceira vez.

Além disso, desde os anos 1970 não fica atrás do rival em conquistas regionais. Só estes feitos já conseguem dar a dimensão da hegemonia colorada no que se refere ao Campeonato Gaúcho. Hoje é dia de relembrar outro feito histórico e jamais igualado: o Octacampeonato Gaúcho conquistado pela equipe que encantou o Brasil durante os anos 70. No entanto, essa história começou a ser escrita na década anterior.

O Inter preparava-se para inaugurar sua nova casa. Enquanto isso, o co-irmão havia empilhado sete títulos gaúchos naquela que foi a maior sequência de títulos gaúchos até então, ultrapassando o Hexacampeonato do Rolo Compressor.


Mas a nova casa colorada traria bons frutos logo nos seus primeiros meses. Em dezembro de 1969, o time de Gainete, Pontes, Dorinho, Valdomiro e Claudiomiro impediu que o rival chegasse ao octacampeonato inédito e abriu caminho para que o Inter o fizesse.

Nos anos seguintes, o que se viu foi o surgimento e a afirmação de uma geração que marcou época. Em 1970 e 1971 manteve-se a base do time de 69, já contando com o surgimento do jovem Paulo César, o Carpegiani. Já em 1972, o grande Dom Elias Figueroa começava a ser um dos expoentes do Clube e o jovem Escurinho era promovido do time juvenil para o profissional.

O ano de 1973 viu surgir um guri franzino de madeixas cacheadas começar a trilhar seu caminho no time principal do Inter: Paulo Roberto Falcão. Sua afirmação viria em 1974, junto a craques como Manga, Cláudio, Hermínio, Vacaria, Jair e Lula, atletas que conquistariam o Campeonato Brasileiro no ano seguinte.


Por falar em 1975, esse foi o momento de igualar a histórica marca do rival. Com Flávio Minuano - ou Flávio Bicudo, como também era chamado - retornando ao Colorado e Caçapava começando sua trajetória, o Inter conquistou o heptacampeonato.

O ano de 1976 foi o da consagração. O ano da conquista do título inédito e até hoje inigualado Octacampeonato Gaúcho. O título veio com a vitória por 2 a 0 no clássico Gre-Nal, gols de Lula e Dadá. A base do time era composta por: Manga; Cláudio, Figueroa, Marinho Perez e Vacaria; Falcão, Caçapava (Jair) e Batista (Paulo César). Valdomiro, Dadá Maravilha e Lula.

Valdomiro foi o único jogador a participar de todas as oito conquistas, passando de jogador contestado a ídolo eterno do clube. O octacampeonato gaúcho marcou não só o nome de Valdomiro, mas de toda uma geração que levou o nome do Inter a plagas cada vez mais distantes.

Baldocchi - Um tricampeão do mundo no Fortaleza

Foto: arquivo Fortaleza

Baldocchi chegou em 1976 no Fortaleza: apenas três jogos e uma fratura no pé

José Guilherme Baldocchi, ou simplesmente Baldocchi, que está completando 74 anos neste 14 de março de 2020, foi um dos maiores zagueiros da história do futebol brasileiro. Reserva na Seleção Brasileira tricampeã do mundo em 1970, no México, ele marcou época defendendo o Palmeiras e o Corinthians. Mas foi no Fortaleza, ainda novo, antes de completar 30 anos, onde encerrou a carreira, em 1976.

Baldocchi nasceu em Batatais e começou no time da cidade. Em 1964, com 18 anos, estreou na equipe principal e logo chamou a atenção do Botafogo de Ribeirão Preto, que o contratou. Fez grandes partidas pelo Pantera e começou a ser chamado como o melhor zagueiro do interior.

Em 1966, começou a ser disputado pelas grandes equipes de São Paulo e o Palmeiras o contratou. No Verdão, conquistou o Robertão de 1967 e 1969 e a Taça Brasil de 1967, além do Ramón de Carranza de 1969. Suas atuações o levaram para a Seleção Brasileira, onde fez parte do elenco campeão do mundo em 1970, no México, apesar de não ter entrado em nenhum jogo.

No ano seguinte, Baldocchi terminou a sua relação com o Palmeiras e trocou o time pelo maior rival: o Corinthians. Apesar das boas atuações, o zagueiro esteve no Timão na pior fase da história do clube, a da fila. Entre 1971 e 1975, ele foi um dos melhores jogadores do time, mas não conseguiu levar o Alvinegro a um título.


Como sempre acontecia na época no Timão, grandes jogadores ficavam marcados quando não conquistavam títulos. Até Rivelino sofreu com isto. O mesmo ocorreu com Baldocchi, que resolveu trocar de região e foi para o Nordeste, mais precisamente para defender o Fortaleza.

No Tricolor de Aço, em 1976, Baldocchi foi recebido com festa. Também, era apenas o segundo campeão do mundo a vestir a camisa da equipe, já que o primeiro foi Garrincha, em um amistoso, em 1968 (o terceiro foi Ado, goleiro, em 1979). A expectativa era grande.

Porém, a passagem de Baldocchi acabou não sendo feliz. Mas não foi pelo futebol apresentado. Em seu terceiro jogo pela equipe, o zagueiro fraturou o pé. Em resumo, antes mesmo de completar 30 anos, resolveu pendurar as chuteiras com a lesão e voltou para Batatais, onde se tornou comerciante.

O primeiro gol de Zico pela Seleção Brasileira

Foto: arquivo pessoal

Zico no meio dos jogadores da Seleção Brasileira: primeiro jogo e gol com a "amarelinha"

Em um 25 de fevereiro, só que do ano de 1976, a Seleção Brasileira enfrentava o Uruguai, no Estádio Centenário, em Montevidéu, em partida que valia por dois torneios: a Taça do Atlântico e a Copa Rio Branco. O time canarinho levou a melhor e venceu por 2 a 1. Mas aquele embate marcaria o primeiro jogo e gol de um grande craque a história do futebol do Brasil com a 'amarelinha': Zico.

O Galinho de Quintino já era um pedido de muitos, pois tinha tornado o destaque do Flamengo na época. E a grande torcida Rubro Negra pregava que ele deveria ser convocado. Com isto, Osvaldo Brandão atendeu aos pedidos e levou o craque para a Seleção.

Zico, que ficou famoso por usar a camisa 10, naquele dia foi o 8, pois o número mítico, na época, tinha dono: Rivellino. E havia um dado interessante naquele jogo no Estádio Centenário: era a primeira vez que Brasil e Uruguai se enfrentavam desde a semifinal da Copa do Mundo de 1970, no México, onde o Time Canarinho levou a melhor e venceu por 3 a 1.

O Centenário sempre foi um local onde a Seleção Uruguai se sobrepunha. Porém, quem saiu na frente naquele 25 de fevereiro foi o Brasil, com gol de Nelinho, em cobrança de falta, com oito minutos de partida. Mas, a Celeste sempre foi "osso duro de roer" e Ocampo empatou a 'peleja', aos 24'.

No segundo tempo, a partida continuou equilibrada, com as duas equipes se alternando no controle da bola. Mas, no final da partida, mais precisamente aos 38 minutos, a Seleção Brasileira teve uma falta próxima da área. O então camisa 8 do time canarinho foi para cobrança e balançou as redes: era a vitória do Brasil em pleno Centenário e primeiro gol de Zico em seu jogo inaugural com a "amarelinha".


Quando a partida completou 40 anos, Zico recordou o fato em suas mídias sociais, postando a imagem que abre este artigo. "Recebi essa foto de minha estreia na Selecão Brasileira em 1976 contra o Uruguai em Montevidéu. Ganhamos de 2 a 1. Na foto: Valdir Peres, Rivellino (capitão), Chicão, Amaral, Miguel, Palhinha e Nelinho. Faltaram Marinho, Flecha e Lula".

Esse seria o primeiro dos 48 gols marcados por Zico pela Seleção em jogos da equipe principal, contra outros selecionados. Contando os não-oficiais, ele marcou 66 tentos com as camisas 8 e 10 do Brasil. Zico jogou com a amarelinha por um pouco mais de 10 anos, sendo a última partida a desclassificação para a França nas quartas-de-final da Copa do Mundo de 1986.

1976 - O bi brasileiro do Internacional

Foto: arquivo SC Internacional

Em pé: Manga, Claudio, Figueroa, Vacaria, Marinho e Falcão
Agachados: Valdomiro, Jair, Dario, Caçapava e Lula

O Internacional teve, sem dúvida, o melhor time do futebol brasileiro na segunda metade da década de 70. Com nomes como o do goleiro Manga, Figueroa e Falcão, o Colorado dominava os torneios que disputava. Em 12 de dezembro de 1976, a equipe derrotava o Corinthians, por 2 a 0, e conquistava o bi-campeonato brasileiro.

Em 1976, o Internacional manteve a base vitoriosa do ano anterior. O clube colorado chegou de novo ao topo do futebol brasileiro. A conquista do bicampeonato foi em cima do Corinthians. Valdomiro foi o grande nome da partida, marcando um gol e sendo decisivo em outro, como fora no gol de Figueroa no ano anterior.

Também em 1976, o Inter teve outra importante conquista. Desafiado a bater seu próprio recorde e, principalmente, bater a marca do grande rival, o Colorado ganhou o oitavo título gaúcho consecutivo e consolidou o octacampeonato gaúcho, deixando para trás o hepta que o Grêmio havia conquistado em 1968.

A campanha do Internacional no Campeonato Brasileiro de 1976 foi notável: em 23 jogos, a equipe treinada por Rubens Minelli venceu 19, empatou um e foi derrotada em apenas três oportunidades. O regulamento da competição foi o seguinte: os 54 times foram distribuídos em seis grupos de nove equipes. Todas passaram para segunda fase, sendo que as quatro primeiras de cada um formaram quatro grupos de seis times.

Desses grupos, os três primeiros colocados passariam para a terceira fase. Do 5º ao 9º lugar dos grupos da primeira fase, foram formados seis grupos de cinco clubes cada, em que apenas o vencedor disputaria terceira fase. A terceira etapa uniu os classificados em duas chaves de nove times e o primeiro e segundo colocados de cada uma delas disputaram as semifinais. A final foi disputada em jogo único.

O dia 12 de dezembro de 1976 marcou a finalíssima do campeonato. E foi um clássico: Inter e Corinthians se confrontaram em um Beira-Rio completamente lotado. Aos 29 minutos do primeiro tempo, Dadá saltou alto para cabecear e abrir o placar. Na etapa final, aos 12 minutos, Valdomiro cobrou uma falta, a bola bateu no travessão e cruzou a linha do gol. O árbitro José Roberto Wright, apoiado na informação do assistente Luiz Carlos Félix, validou o gol para a explosão vermelha no Beira-Rio: 2 a 0. A segunda estrela representava a afirmação da maioridade do futebol gaúcho.

O Inter novamente teve o artilheiro (Dadá – 16 gols) e o goleiro menos vazado (Manga – 11 gols sofridos).

Ailton Lira - A precisão nas cobranças de falta

Com informações do site oficial do Santos FC
Foto: arquivo Santos FC

Ailton Lira é até hoje considerado um dos melhores cobradores de falta da história no Brasil

Em 19 de fevereiro de 1951, uma segunda-feira, nascia na interiorana Araras, em São Paulo, Aílton Lira da Silva, um meia armador que vestiu e honrou a camisa 10 do Santos Futebol Clube, principalmente quando fez parte do time que ficou conhecido como “Meninos da Vila”, campeão paulista de 1978.

Contratado em 1976, quando atuava pela Caldense, de Poços de Caldas, Lira veio para o Santos de contrapeso, pois o jogador que o Alvinegro Praiano queria contratar era o zagueiro Neto, da mesma Caldense. No final das contas, Neto e Ailton Lira vieram e se tornaram titulares, mas a categoria de Lira sobressaiu.

Sua estreia no Santos ocorreu em 15 de agosto de 1976, na vitória por 2 a 1 sobre XV de Novembro de Jaú, no estádio Zezinho Magalhães, em partida amistosa comemorativa do aniversário da cidade de Jaú.

Naquele domingo Toinzinho e Tuca marcaram para o Santos, que foi escalado pelo técnico Zé Duarte com Wilson Quiqueto, Tuca, Vicente, Bianchi e Fernando; Carlos Roberto e Ailton Lira; Manuel Maria (Claudinho), Tata (Babá), Toinzinho e Edu.

Exímio cobrador de faltas e pênaltis, além de lançador admirável, Ailton Lira faz parte de uma classe de meias que não se vê mais no futebol. No Santos de 1976 a 1979, aqui jogou 149 partidas e marcou 39 gols. Foi negociado com o São Paulo logo depois.

Ailton Lira acabou atuando apenas por uma temporada no clube da capital paulista, onde foi importante na conquista do estadual daquele ano. Atuou ainda pelo Al Nasser/ARS, Guarani, União São João, Comercial, Portuguesa Santista, Itumbiara-GO e Guará-DF. Hoje vive em Araras e trabalha com jovens em escolinhas de futebol da cidade.

Joãozinho e o gol que mudou a história do Cruzeiro

Por Lucas Paes

Joãozinho fez um dos gols mais importantes da história do Cruzeiro (foto: arquivo Cruzeiro)

O Cruzeiro é um dos times brasileiros mais temidos na América do Sul. Conhecido como La Bestia Negra, os celestes tem uma camisa que causa calafrios e pesadelos em diversos times sul-americanos e são o único time brasileiro que conseguiu vencer River Plate e Boca Juniors na Argentina. Toda dessa fama teve um primeiro capítulo em 1976. O gol decisivo daquela final, diante do River, foi de Joãozinho, um dos maiores ídolos da história do clube azul de Belo Horizonte. 

Naquele ano, o Cruzeiro chegou a final após passar por um grupo com Inter, Olímpia e Sportivo Luqueño e bater LDU e Alianza Lima no triangular semifinal. O adversário na final era justamente o River Plate, numa época em que a decisão da Libertadores podia ser decidida em três jogos. O Cruzeiro bateu os Millonarios na primeira partida por 4 a 1. Mas, com a vitória argentina em Nuñez, a final foi para uma terceira partida, disputada em Santiago, no Chile. 

Num jogo disputadíssimo, Nelinho fez 1 a 0 de pênalti e o Zeiro ampliou com Eduardo, num belíssimo chute. Entre os gols, Raul Plasmann, que já foi tema de texto aqui no site, fez uma defesa espetacular em ataque argentino. Mas o forte time do River não desistia e foi buscar o resultado. Primeiro, Más empatou em cobrança de pênalti polêmica e depois, em lance mais polêmico ainda, onde a equipe argentina cobrou uma falta ainda com o Cruzeiro reclamando, Urquiza aproveitou a desatenção da defesa e empatou, sob muita reclamação cruzeirense. 

O jogo caminhava para o empate e a prorrogação, quando Palhinha saiu armando um escarcéu no meio da defesa do River Plate, sendo derrubado na entrada da área. O relógio já marcava mais de 42 minutos do segundo tempo. A chance era ótima, afinal a Raposa tinha Nelinho, dono de chutes magistrais e cobranças de falta absurdas. Porém, a situação não seria definida pelo homem que parecia ter uma mira de sniper no pé, e sim por um “garoto”, na época. 

Joãozinho era o mais novo do time titular, tinha 22 anos na época. Já destacava-se por sua habilidade, que o levou a ganhar o apelido genial de bailarino. Num momento de total ousadia, que poderia se tornar imprudência, Joãozinho se adiantou a Nelinho, quando este voltava para se posicionar para a cobrança e bateu a falta com uma perfeição imensa, numa cobrança indefensável para qualquer goleiro. Um gol para a história, num momento de ousadia que podia custar um título, mas que acabou se tornando o primeiro passo de Joãozinho para virar um ídolo cruzeirense. 

A irresponsabilidade quase custou caro, já que o rígido Zezé Moreira não queria que Joãozinho voltasse com o grupo para BH. O treinador ficou indignado com a indisciplina de Joãozinho e nem a conversa dos jogadores conseguiu fazê-lo mudar de ideia. O rígido técnico só abdicou da decisão de “abandonar” Joãozinho quando os jogadores deram o ultimato de que ou Joãozinho ia ou não ia ninguém. Ai, Zezé não teve escolha. 

O bailarino ficaria até 1982 no clube, marcaria 116 gols em 482 jogos. Nenhum deles com a importância da falta no Estádio Nacional. Ainda que menos valorizada na época, a Libertadores de 1976 se tornaria futuramente a pedra fundamental em que se construiu a fama e o temor que o nome do Cruzeiro causa em terras sul-americanas. A história começava a ser escrita ali, tanto a do Cruzeiro gigante sul-americano como a de Joãozinho, o Bailarino, ídolo da “China Azul”.

Eusébio no Beira-Mar de Aveiro e enfrentando o Benfica

Por Victor de Andrade


Eusébio, que se estivesse vivo completaria 77 anos neste 25 de janeiro de 2019, foi um dos maiores jogadores da história do futebol mundial. Ídolo do Benfica, onde jogou entre 1960 e 1975, ele também defendeu outros clubes portugueses. Um deles foi o Beira-Mar, de Aveiro, na temporada 1976/1977, onde chegou a até enfrentar o clube que o projetou para o planeta.

Eusébio deixou o Benfica em 1975 para jogar na North American Soccer League (NASL), a estrela liga norte-americana, para defender o Boston Minutemen. Depois, fez alguns jogos pelo Monterrey, do México, e resolveu voltar para Portugal. É claro que vários clubes o quiseram, inclusive o rival do Encarnado, o Sporting, mas Eusébio falou para o diretor do time verde de Lisboa esquecer a história e resolveu ir para Aveiro.

O craque nascido em Moçambique estrou pelo time aveirense em 11 de novembro de 1976, contra o Feirense, e já deixou o seu cartão de visitas. Deu duas assistências e teve um gol mal anulado na vitória do Beira-Mar pelo placar de 3 a 1. Mas o que marcaria mesmo a sua passagem pela equipe aurinegra seria o dia 5 de janeiro de 1977, quando o Beira-Mar teria pela frente o Benfica, em Aveiro.

Seria a primeira (e depois descobriria-se que foi a única) vez que Eusébio enfrentaria a equipe em que fez fama. “Pensei em não jogar. Só a doze minutos do começo do jogo é que decidi ir à campo”, chegou a comentar Eusébio, depois de aposentado. E Eusébio estava feliz em seu novo clube, já que rodadas antes havia feito gol contra o Sporting, em jogo que terminou empatado.

Aquela partida era válida pela 12ª rodada do Campeonato Português da temporada 1976/1977, a segunda em que o Benfica fazia sem o grande craque e, agora, tendo que jogar contra. Mas quem acabou sentindo em enfrentar sua ex-equipe foi Eusébio. O ídolo fez um jogo bem aquém do que era comum vê-lo.

A partida acabou empatada em 2 a 2, o que não foi bom para o Benfica, que perseguia o Sporting na luta pelo título. No segundo turno, Eusébio não jogou, já que voltou à América do Norte, mais precisamente no Canadá, onde foi defender o Toronto Metros-Croatia, que também jogava a NASL. Pelo Beira-Mar fez 12 jogos e marcou três gols.

Eusébio chegou a defender outro time português na carreira, o União de Tomar, da Segunda Divisão, evitando que ele enfrentasse o Encarnado novamente. O craque faleceu no dia 5 de janeiro de 2014, exatamente 37 anos depois da única vez em que enfrentou o Benfica.

Jairzinho - Um "Furacão" na conquista da Libertadores do Cruzeiro

Jairzinho dando entrevista: importante na conquista da Libertadores de 1976

Uma das maiores conquistas da história do Cruzeiro foi, com certeza a sua primeira Copa Libertadores, no ano de 1976. A Raposa, que já tinha um grande esquadrão montado ao longo dos anos, com nomes como Nelinho e Dirceu Lopes, contou com um grande reforço naquela conquista: Jairzinho, o Furacão da Copa de 70.

Jair Ventura Filho nasceu no Rio de Janeiro, em 25 de dezembro de 1944. No futebol, se destacou pela velocidade e faro de gol. Jogou por muitos anos no Botafogo, foi campeão com a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970, onde fez gols em todos os jogos, e entre 1974 e 1975 jogou no Olympique Marseille, da França. Depois, aportou no Cruzeiro para a temporada de 1976, a pedido do treinador Zezé Moreira, exatamente para a disputa da Libertadores.

Sua contratação não foi difícil, já que ficou um bom tempo sem atuar desde que tinha deixado a França. Ele estreia com a camisa estrelada na vitória por 4 a 1 sobre a Caldense, no Mineirão, pela fase final do Campeonato Mineiro de 1975, em 1º de fevereiro de 1976 (sim, era comum as competições de um ano serem decididas no ano seguinte nos anos 60, 70 e 80). Duas semanas depois, novamente contra a Caldense, ele faria o seu primeiro gol pela Raposa.

A partir do 20 de maio, ele começa a marcar presença na Libertadores. Faz quatro gols na goleada por 7 a 1 sobre o Alianza Lima, do Peru, no Mineirão. Cinco dias depois, marcou o segundo gol da vitória por 4 a 1 sobre a LDU, do Equador, no Mineirão. Foi o 12º gol dele na Libertadores. Ele faria 12 jogos no Sulamericano e terminaria como vice-artilheiro do time, com um gol a menos que Palhinha, e média de um gol por partida.

Apesar de ter sido importante, nem tudo foram flores para Jairzinho naquela Libertadores. Ele levou cartão vermelho no segundo jogo decisivo da Libertadores, no Monumental de Nuñez, em Buenos Aires. O Cruzeiro foi derrotado por 2 a 1 pelo River Plate. Com isto, ficou de fora do terceiro e decisivo jogo. Porém, a Raposa venceu por 3 a 2, no Estádio Nacional, em Santiago, no Chile, e foi campeão.

Em 21 de dezembro de 1976, Jairzinho disputou o seu último jogo pelo Cruzeiro no empate sem gols contra o Bayern de Munique, da Alemanha, no Mineirão, pelo segundo jogo decisivo da Taça Intercontinental. Ao todo fez 51 jogos e marcou 30 gols. Uma grande marca. No início de 1977, ele comunicou a diretoria do Cruzeiro que não renovaria o contrato, pois tinha recebido uma proposta milionária da Portuguesa da Venezuela e, assim, encerraria o capítulo da passagem do Furacão pelo Cruzeiro.
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