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Real Madrid marca duas vezes, vence o Borussia Dortmund e conquista a Champions League

Por Ricardo Pilotto
Foto: Divulgação/UEFA

Real venceu o Borussia

Na tarde deste sábado, 1, o Real Madrid conquistou a sua 15ª a Liga dos Campeões de 2024 da sua história ao bater o Borussia Dortmund por 2 a 0 no sagrado gramado de Wembley, em Londres. Os gols da vitória espanhola foram marcados por Carvajal e Vini Jr.

Embora tenha deixado a desejar no cenário nacional, a equipe alemã fez bonito na competição europeia. Passou como líder do chamado 'Grupo da Morte', e no mata-mata, despachou o PSV Eindhoven, o Atlético de Madrid e o Paris Saint-Germain, em jogos emocionantes. 

Já o time espanhol, que também terminou em primeiro da sua chave, teve um caminho um mais complicado para chegar a decisão. Afinal, os Merengues tiveram de passar por times como o RB Leipzig, o até então atual campeão Manchester City na disputa de pênaltis, e o Bayern de Munique.

O time aurinegro mostrou uma postura muito corajosa e foi superior aos Merengues em grande parte do primeiro tempo. Conseguiu pelo menos três grandes chances reais de gol e chegaram a acertar uma bola na trave do goleiro Cortouis através de Füllkrug.


Os madridistas, por sua vez, tiveram muitas dificuldades de partir para o ataque, apesar de ter ficado mais com a posse a bola.

Na etapa complementar, o Real Madrid melhorou e resolveu decidir o duelo já nos minutos finais. Em nove minutos, Carvajal, em jogada de bola parada, testou para o gol e abriu o placar. Nos 37', Vini Jr. aproveitou vacilo da defesa e fechou a vitória.

Heron Ferreira acredita na classificação do Al-Merreikh na Liga dos Campeões da CAF

Com informações da Agência Futebol Interior
Foto: divulgação

Heron Ferreira dirige o Al Merreikh, do Sudão

O Al Merreikh, do Sudão, vem apresentando evolução a cada jogo na Liga dos Campeões da África. Este crescimento no certame faz o técnico brasileiro Heron Ferreira mostrar confiança com a classificação à próxima fase.

Após duas rodadas, o Al-Merreikh está na lanterna do Grupo D, com um ponto, mas a apenas dois do Belouizdad, da Argélia. Esse, inclusive, será o próximo adversário do time de Heron Ferreira. O jogo acontece nesta sexta-feira, em casa.

“Vamos fazer os ajustes necessários e buscar um resultado positivo no próximo jogo. Em caso de vitória, podemos assumir a segunda colocação. Nossa equipe segue em evolução, tivemos pouco tempo de treinamentos com a equipe completa e aos poucos a equipe vem ficando mais entrosada e coesa, então, acredito que temos chances de lutar por uma das vagas à próxima fase da competição”, disse o treinador.

O Al-Merreikh estreou na Liga dos Campeões da África com derrota para o Esperance Tunis, da Tunísia, por 1 a 0, e depois empatou sem gols com o Zamalek, do Egito. Os tunisianos estão na liderança da chave, com 100% de aproveitamento, e os egípcios são os terceiros colocados, com um ponto.


Na Liga dos Campeões da África, os dois melhores dos quatro clubes se classificam para a próxima fase depois de se enfrentarem em jogos de ida e volta. Ou seja, o Al-Merreikh tem mais quatro rodadas para buscar a vaga.

Quais países conquistaram mais vezes a Liga dos Campeões?


A Liga dos Campeões é a principal competição de clubes do mundo. Ela reúne os jogadores e treinadores mais renomados e está sempre na vanguarda do desenvolvimento tático. Afinal, os maiores clubes europeus são verdadeiras seleções mundiais, de modo que levar a “Orelhuda” para casa é uma missão extremamente difícil. Portanto, quais são os países mais bem-sucedidos na história da competição? Se você gosta de detalhes sobre futebol, confira os melhores Palpites e Odds e aproveite o mundo das apostas e do entretenimento esportivo.

Quando se trata de clubes, o Real Madrid é, disparado, o maior vencedor da Liga dos Campeões, com 14 títulos. E o seu sucesso faz com que a Espanha também esteja na liderança entre os países. Ao todo, são 19 conquistas – além dos merengues, o Barcelona levantou a taça em cinco oportunidades.

Na sequência aparece a Inglaterra, que soma 14 conquistas. O clube inglês de maior sucesso na competição é o Liverpool, que já se sagrou campeão seis vezes. Em segundo lugar está o Manchester United, com três títulos. Depois, vêm Chelsea (2), Nottingham Forest (2) e Aston Villa (1). Como se nota, uma distribuição muito maior do que a espanhola.

O terceiro país mais bem-sucedido na Liga dos Campeões é a Itália, que tem no Milan o principal responsável pelo seu sucesso. Dos 12 títulos italianos, o Rossonero contribuiu com sete. Já a Inter de Milão obteve três conquistas e a Juventus duas.

A Alemanha também não poderia faltar nesse ranking. Ao todo, o país já conquistou oito títulos – e o Bayern de Munique, com seis conquistas, é o grande “bicho-papão”. As outras duas vitórias foram obtidas por Borussia Dortmund e Hamburgo.

Quando se fala em futebol bem jogado, a Holanda é sempre mencionada. Embora o país nunca tenha vencido uma Copa do Mundo, é responsável por uma produção quase inesgotável de craques. Se no Mundial a sorte nunca sorriu para a Laranja Mecânica, os clubes holandeses, por outro lado, já conquistaram seis títulos da Liga dos Campeões.

A fábrica de craques do Ajax é a responsável por quatro dessas conquistas. Mas Feyenoord e PSV Eindhoven também podem se orgulhar de já terem levado a “Orelhuda” para casa.

Assim como a Holanda, Portugal é um dos países que mais revelaram grandes jogadores na história do futebol – incluindo alguns dos maiores de todos os tempos, como Cristiano Ronaldo. Os quatro títulos portugueses da Liga dos Campeões estão igualmente divididos entre Benfica e Porto – são dois para cada um.

Por fim, Escócia (Celtic), França (Olympique de Marseille), Sérvia (Estrela Vermelha) e Romênia (Steaua Bucareste) já conquistaram um título da Liga dos Campeões. Dessa forma, eles completam a lista dos países que tiveram a felicidade de ter ao menos um campeão da principal competição de clubes do planeta.

Será que, no futuro próximo, alguma outra nação poderá ingressar nesse ranking? Ou, então, veremos mudanças na posição dos países já presentes? Cada edição da Liga dos Campeões reserva uma surpresa diferente – portanto, fiquemos de olhos bem abertos.

Ranking por países


Espanha: 19 títulos

Inglaterra: 14 títulos

Itália: 12 títulos

Alemanha: 8 títulos

Holanda: 6 títulos

Portugal: 4 títulos

Escócia: 1 título

França: 1 título

Sérvia: 1 título

Romênia: 1 título

O "You'll Never Walk Alone" não é só uma frase e a torcida do Liverpool mostrou isso no domingo

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Liverpool FC

O Liverpool comemorou as duas copas nacionais 

A torcida do Liverpool é uma das mais fanáticas do mundo e qualquer pessoa que tenha dúvida sobre isso não pode mais ter depois dos eventos destes últimos dias. Primeiro, como de costume, os Reds provocaram uma verdadeira invasão vermelha a Paris na final da Liga dos Campeões. Depois, mesmo derrotados, colocaram 500 mil nas ruas da cidade dos Beatles para comemorar a conquista do doblete de copas nacionais. Mesmo sem as conquistas da Premier League e da Liga dos Campeões, a temporada dos comandados de Klopp foi longe de ser um fracasso.

A frase que é quase um mantra, um hino, um ethos sob o qual tudo o que se relaciona ao Liverpool roda, a conhecidíssima "You'll Never Walk Alone" nunca foi uma frase de efeito. Todos os torcedores do clube levam esse lema como um mantra pessoal e ele rege toda a filosofia do que significa torcer para o clube. Mesmo no período das vacas magras, onde a recusa de se modernizar custou muito ao outrora gigantesco time, a torcida dos Reds nunca abandonou o clube. Certamente não o faria quando Klopp, algo como a reencarnação do que um dia foi Bill Shankly, convocou os torcedores para celebrar uma temporada de duas conquistas. Além da celebração, a massiva presença de torcedores foi como uma resposta para recarregar os jogadores de sentimentos positivos e mostrar que eles seguem acreditando neste grupo e nessa camisa.

Soa estranho que o maior time da Inglaterra tenha se proposto a continuar com os planos de uma comemoração após uma triste derrota para o Real Madrid na final da Liga dos Campeões, mas o planejamento já havia sido confirmado independente do resultado de Paris. A FA Cup é provavelmente a copa nacional que mais se assemelha a Copa do Brasil em valorização da conquista pelo torcedor e ela sozinha já faria com que acontecesse uma "Trophy Parade". Com a Copa da Liga, o doblete se torna especial pois, mesmo com as decepções recentes, o Liverpool ainda é o time inglês que mais ganhou taças na temporada, junto ao Chelsea.

Talvez seja difícil para alguns entender o motivo da festa, mas as palavras de Jordan Henderson resumem um perfeito porque da ocasião: "Eu não esperava nada depois de ontem e hoje os torcedores fizeram com que este fosse um dos melhores dias da minha vida". A frase mantra é sobre isso também: no momento em que os jogadores mais precisam do carinho de sua torcida, ela os abraça em congratulação a temporada espetacular que o time fez. Com isso, como disse Klopp: "nós vamos tentar de novo". O alemão foi até ousado e já pediu para que os torcedores reservem o hotel em Istambul para a próxima final de Liga dos Campeões.


A mensagem foi passada de maneira clara aos jogadores: "estamos com vocês". Muito mais que a comemoração de uma conquista de duas taças, os 500 mil em Liverpool queriam manter seu time motivado a querer mais e ficou muito claro agora que o Liverpool de Klopp quer muito mais. De "céticos" para "crentes", de fato. 

Com confrontos definidos e duelo de titãs aberto, Liga dos Campeões chega nos jogos decisivos das oitavas

Por Lucas Paes
Foto: Alain Jocard/AFP

Mbappé é duvida no PSG

A Liga dos Campeões da Europa vai esquentando a cada fase que passa e as oitavas de final da competição, a partir desta terça, dia 9, entrarão nos jogos decisivos, que definirão, ou então consolidarão os times que seguirão rumo as quartas de final, ainda na briga pelo sonho do título europeu. O confronto de titãs entre Paris e Real está aberto, mas outros jogos estão mais certos de quem se classificará. Lembramos que este ano não temos mais o gol qualificado como critério de desempate.

Bayern x Salzburg (1x1 na ida): teoricamente, o confronto entre austríacos e alemães ainda está aberto, mas a verdade é que é muito difícil que o time da empresa de energéticos seja capaz de evitar uma goleada típica dos bávaros na volta. Um dos ataques mais implacáveis do mundo, o time da Baviera é favoritíssimo e não deve passar por muitas dificuldades jogando na Allianz Arena. A bola rola nesta terça, dia 8, às 17 horas para o jogo de volta.

Liverpool x Internazionale (2x0 para os Reds na ida): aqui, com todo o respeito a enormidade do que representa a Internazionale, último time italiano campeão europeu e único do seu país que venceu a tríplice coroa, o Liverpool está com um pé e quatro dedos nas quartas. Os Reds são hoje concorrentes fortes à serem o melhor time do planeta e vivem um momento iluminado na temporada e podem conquistar todos os títulos que disputam. O time inglês venceu dentro do San Siro e na verdade o objetivo dos Nerazzurri em Anfield deve ser evitar uma goleada. Difícil imaginar um heroísmo épico da Internazionale. A bola rola na terça, dia 8, às 17h. 

Manchester City x Sporting (5x0 para o City na ida): este confronto é absolutamente uma formalidade. Os Leões vão a Manchester para cumprir tabela depois de serem estraçalhados pelos comandados de Pep Guardiola. Os Sky Blues lideram a Premier League, estão vivos na FA Cup e ainda possuem o sonho europeu que escapou na decisão do ano passado. O Sporting deve se preocupar em não ser amassado novamente no Etihad Stadium. A bola rola na quarta, dia 9, às 17h.

Real Madrid x Paris Saint Germain (1x0 para o PSG na ida): o outro jogo da quarta-feira, no mesmo horário do City, é o confronto mais aguardado desta fase da Liga dos Campeões. Envolvendo dois times que querem se provar na competição, este duelo começou com uma belíssima partida do time parisiense em casa e uma vitória que ficou magra diante do volume apresentado, num jogo onde Messi perdeu pênalti. No Bernabéu, tudo aberto e um palpite impossível de ser feito diante de tamanho equilíbrio. Resta assistir e acompanhar.

Ajax x Benfica (2x2 na ida): teoricamente, aqui temos mais um confronto com favoritismo grande. O Ajax é um dos times mais interessantes da Liga dos Campeões e tem sido impiedoso e goleador com todo mundo que enfrenta dentro de seus domínios, um verdadeiro inferno para o adversário. O Benfica, porém, melhorou muito sem Jorge Jesus e pode dar trabalho. O gigante holandês deve passar, mas com menor facilidade do que se esperava. A bola rola na outra terça, dia 15, às 17 horas.

Manchester United x Atlético de Madrid (1x1 na ida): também jogado na terça do dia 15, este confronto trás um Manchester United em péssima fase, porém contando com o maior jogador da história da Liga dos Campeões, um tal de Cristiano Ronaldo, que, de quebra, é o bicho papão dos pesadelos de todo colchonero. Com o time espanhol também em fase ruim, o confronto ganha ares de total indefinição e tudo pode acontecer no Old Trafford. Em outro confronto de titãs, neste caso, porém, enfraquecidos, não é possível sequer palpitar um destino.

Lille x Chelsea (2x0 para o Chelsea na ida): no duelo do campeão europeu contra o campeão francês, os Blues tem certo favoritismo mesmo diante de um jogo de volta fora de casa em território hostil. O Chelsea recentemente causou calafrios ao Liverpool na final da Copa da Liga Inglesa, onde perdeu a conquista nos pênaltis e é, com o perdão da simplicade, muito mais time que o Lille. Pode, porém, sofrer se não tiver atenção na volta. A bola rola na quarta, dia 16, às 17h. 


Juventus x Villareal: (1x1 na ida): outro jogo bastante aberto, o confronto traz de um lado uma Juventus que vive o melhor momento na temporada, vinda de uma sequência de vitórias, contra um Villareal perigoso, porém que já foi melhor. Teoricamente favorita por jogador no seu estádio, a Vecchia Signora tem de ter um cuidado enorme com o perigoso e bem treinado time do Submarino Amarelo. A bola rola às 17h da próxima quarta-feira.  

Lembramos que a Liga dos Campeões terá outro sorteio para definir as quartas de final ao encerramento das oitavas. A maior competição de clubes do mundo é transmitida no Brasil pela TNT Sports, pela plataforma de streaming HBO Max e pelo SBT, que transmitirá Inter x Liverpool neste dia 8. 

Inter e Liverpool farão duelo de gigantes na pesada quarta-feira da Liga dos Campeões

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/UEFA

O último confronto ocorreu em 2008

As oitavas de final da Liga dos Campeões, além desta terça-feira, terão jogos na quarta, dia 16, onde reserva os embates mais pesados destas oitavas de final, seja por peso histórico ou por peso do confronto. Inter e Liverpool, gigantes em seus países, duelam na mesma fase e no mesmo dia em que Ajax e Benfica e Manchester e Atlético de Madrid. Um dia pesadíssimo da principal competição de clubes do Velho Mundo.

RED BULL SALZBURG X BAYERN: o Bayern tem uma das melhores linhas ofensivas do planeta e é capaz de decidir um jogo em poucos minutos. O gigante alemão terá pela frente o Red Bull Salzburg, bom time que chega pela primeira vez ao mata-mata como time da gigante dos energéticos. É difícil imaginar que o Bayern não passe com duas goleadas, pois o time alemão é muito superior ao seu adversário austríaco, que já foi mais longe do que se esperava.

BENFICA X AJAX: outro classificado do grupo do Bayern, o Benfica se aproveitou da terrível fase do Barcelona para ir as oitavas de final eliminando o time catalão. Porém, a equipe lisboeta possui diversas fragilidades nítidas e terá pela frente um adversário que pratica um dos melhores, se não o melhor futebol do planeta. O Ajax parece jogar por música e por poesia e deve atropelar o tradicional time português sem dificuldades. Os Gondozen são um dos favoritos ao título europeu e não será surpresa se levarem a quinta orelhuda.

ATLÈTICO DE MADRID X MANCHESTER UNITED: o duelo entre ingleses e espanhóis é provavelmente o outro grande confronto aberto dessas oitavas de final. Ambos os times atravessam fases ruins, porém possuem elencos estrelados e capazes de render em uma competição de mata-mata. De um lado, os Red Devils levam a campo o homem Champions League Cristiano Ronaldo, que sozinho já causa calafrios em colchoneros. Do outro, o Atleti tem o bom e velho futebol lutador de Simeone, jogando como um time de Libertadores na Liga dos Campeões. Não dá para apontar favoritos, por bem ou por mal.


INTERNAZIONALE X LIVERPOOL: sem sombra de dúvidas este é o maior confronto desta fase em relação ao tamanho de cada um dos clubes. O maior time da Inglaterra (ou segundo, caso você considere o United) enfrenta a gigante e atual campeã italiana Inter. Os dois times voltam a se enfrentar depois de 14 anos, quando o Liverpool eliminou uma favorita Inter em 2008. Desta vez, porém, é difícil imaginar que os comandados de Inzaghi possam fazer frente ao colossal time de Klopp, talvez o melhor  da história dos Reds. Os ingleses são favoritos, porém tem de prestar máxima atenção e jogar com máxima intensidade para não terem uma tensa surpresa no San Siro.

O aguerrido, jovem e veloz Chelsea é campeão da Liga dos Campeões

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/UEFA

Festa londrina em Porto

Se em 2012 foi pelo futebol defensivo, por um time que pouco agradava, em 2021 foi o diferente. O Chelsea foi guerreiro, foi rápido, foi acima de tudo inteligente para aproveitar os espaços dados pelo Manchester City e venceu pela segunda vez a Liga dos Campeões da Europa. O placar de 1 a 0 não refletiu a superioridade londrina, que poderia ter terminado a decisão no primeiro tempo. O City, tão adorado pelo bom futebol esteve muito a quem do que pode produzir. Não a toa perdeu a decisão.

Campeão inglês, o time de Guardiola vinha como favorito, pelo treinador, pelo elenco e pela campanha absurda na Premier League. Enfrentava, porém, um rival que sabia como batê-lo. O Chelsea já tinha sido algoz do City na Copa da Inglaterra, já tinha batido os Sky Blues em dois jogos na temporada. O adversário era perigoso. 

O City entrou mal. Guardiola tirou Fernandinho e botou Bernardo Silva, dando aos Blues os espaços que tanto queriam. Werner desperdiçou chances cristalinas, enquanto o time de Manchester mal conseguia atacar os londrinos. Parecia questão de tempo para o gol e ele veio aos 42 minutos, com Havertz num lindo contra ataque. Werner, tão mal no jogo, fez uma movimentação crucial para o passe maravilhoso de Mount. O primeiro tempo terminou com os citizens agradecendo pelo placar de apenas 1 a 0.

Na etapa final, o City até tinha a bola, mas a disposição defensiva dos Blues era simplesmente assustadora. Kante parecia se multiplicar em campo, Rudiguer fazia a partida de sua vida. Quem chegou mais perto foi o Chelsea, numa linda jogada de Havertz, que tocou para Pulisic desperdiçar. Os Sky Blues, desesperados, se lançaram com tudo o que tinham. Entraram Aguero, Jesus, Guardiola botou as armas que podia para tentar corrigir a escalação errada. Foden parou em Christensen, Mahrez chutou perto. Não dava tempo, não seria justo. O Chelsea, que luta, que busca, que em última análise é mais tradicional, venceu. 


Agora, feliz, o time de Londres comemora seu segundo título europeu, seu oitavo troféu internacional, encostando no Manchester United na busca pelo segundo lugar entre os maiores campeões internacionais entre os ingleses (o Liverpool tem disparada a primeira posição). O processo de crescimento que acontece desde um pouco antes da chegada de Abrahmovic vai se consolidando. Os Blues são hoje um gigante da Europa, um gigante bicampeão da Liga dos Campeões.

As odisseias do Panathinaikos na Liga dos Campeões

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

A equipe do Panathinaikos finalista da Liga dos Campeões de 1971

O futebol grego não é necessariamente um dos titãs da Europa. Apesar da seleção nacional ter ganho a Eurocopa em 2004, são poucas as histórias de sucesso dos times helênicos em competições europeias. Apesar de ser disparado o time de mais sucesso no futebol local, não é o Olympiacos que viveu os principais momentos do país na Liga dos Campeões e sim o Panathinaikos, que hoje já não tem a mesma força de outros tempos.

Nos anos 1970, o PAO montou um dos melhores times da história do futebol grego, se não o melhor. Sob o comando do eterno Puskas, os alviverdes foram campeões do Campeonato Grego da temporada 1969/1970. O título classificou a equipe para a Liga dos Campeões da temporada seguinte, onde o time grego ficou a um passo de fazer história, mas não foi páreo para o absurdo Ajax de Cruyff.

A campanha europeia dos alviverdes começou com uma classificação tranquila sobre o Jeunesse Esch, de Luxemburgo. Uma vitória por 2 a 1 fora de casa e uma goleada por 5 a 0 no Apostolos Nikolaidis. Na fase seguinte, contra o Slovan Bratislava, o caldeirão do Apostolos Nikolaidis cozinhou os tchecos, que levaram 3 a 0 na Grécia e não conseguiram reverter em casa, vencendo por 2 a 1, placar insuficiente.

Nas quartas de final, o adversário foi só o campeão inglês Everton, oponente complicado. O Panatha, porém, foi forte, segurou os Toffees no Goodison Park e ainda saiu na frente com o matador Antoniadis, craque daquele time, porém, já nos acréscimos, Johson empatou o jogo. Na volta, num abarrotado Apostos Nikolaidis, o empate por 0 a 0 garantiu os gregos na semifinal. Lá, diante de um fortíssimo Estrela Vermelha, o sonho parecia acabar num 4 a 1 sofrido no Marakana, mas na volta, um 3 a 0 garantiu a classificação para a final. Nela, o Panathinaikos pegou o Ajax em Wembley e não foi páreo para o fortíssimo time holandês, que venceu por 2 a 0. Com 10 gols, porém, Antoniadis terminou como artilheiro da competição.

Vinte e quatro anos depois, na temporada 1995/1996, o PAO chegava de novo como campeão grego. Naquele ano, precisou primeiro eliminar o Hadjuk Split nas preliminares, passando com um empate de 1 a 1 fora de casa e um 0 a 0 em casa, nos gols fora de casa. Então, na primeira fase de grupos, os gregos caíram numa chave com Nantes, Porto e Aalborg, onde passaram na primeira posição, com 11 pontos, contra 9 do Nantes. Destaque para as vitórias contra o Nantes em casa por 2 a 0 e contra o Porto em Portugal por 1 a 0.

Nas quartas de final, o adversário foi Legia, que acabou batido por 3 a 0 no Olímpico de Atenas, após um empate por 0 a 0 na Polônia. Nas semifinais veio então o Ajax, engasgado desde 1971 e surpreendentemente, em pleno Olímpico de Amsterdã, o PAO venceu por 1 a 0. Porém, na volta, num lotado e esperançoso Apostolos Nikolaidis, o Ajax tratou de mandar os gregos para o espaço com um sonoro 3 a 0, acabando novamente com o sonho. Naquele ano, o grande destaque alviverde era o polonês Warzycha, até hoje maior artilheiro da história do clube.


O PAO ainda protagonizou outras campanhas interessantes na Liga dos Campeões. Em 2000/2001, caíram na segunda fase de grupos. Na temporada seguinte, foram até as quartas de final, onde deram um enorme trabalho ao Barcelona, apesar da eliminação (Puyol tirou um gol que daria a classificação aos gregos em cima da linha). Na mais recente das odisseias deles na Liga dos Campeões, em 2009, o Panatha passou na primeira posição num grupo onde estava a Internazionale, que inclusive foi superada em Milão pelos gregos, mas caiu nas oitavas para o Villareal. Desde então, o clube caiu muito de rendimento e já há muitos anos sequer joga uma UCL, ficando outras grandes campanhas apenas nos sonhos dos torcedores.

As aventuras do Leeds United na Liga dos Campeões

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Este texto iniciará uma série de um texto por dia sobre algumas surpreendentes e históricas campanhas na Liga dos Campeões da Europa, que terá sua decisão no dia 29 e pode ter um campeão inédito com o Manchester City

Time do Leeds United de 1975

O Leeds United terminou neste domingo sua campanha na volta a Premier League com um honroso nono lugar na classificação, sob a batuta do Loco Bielsa. A posição não vai necessariamente significar uma competição europeia para os Whites, mas marcou para uma volta a competição depois de 17 anos. Porém, por duas vezes, o time foi muito longe na Liga dos Campeões da Europa, particularmente em 1975 e 2001.

A primeira grande aventura do Leeds United na Liga dos Campeões veio em 1970. Sob a batuta do histórico Don Revie, treinador da era mais bem sucedida do clube. Depois de ganhar seu primeiro título nacional, os Peacocks começaram a campanha mandando um 10 a 0 no Lyn, da Noruega, completando o agregado com outra goleada por 6 a 0. Na fase seguinte, foram duas vitórias tranquilas contra o Ferencváros por 3 a 0.

A campanha seguiu com partidas mais complicadas à partir das quartas, a classificação veio conra o Standard de Liege com duas vitórias simples por 1 a 0, na Bélgica e em Leeds. Só na semifinal que o fortíssimo Celtic, campeão três anos antes parou o Leeds, com uma vitória em pleno Elliand Road por 1 a 0 seguida por outra por 2 a 1, de virada, no Hampdem Park. O artilheiro da competição veio dos Whites, o ótimo Mick Jones, lenda do clube, autor de 8 gols.

Na temporada 1973/1974 veio outra conquista do título inglês, depois de batidas na trave nos anos anteriores, destronando um já forte Liverpool. Forte, o Leeds veio para a Liga dos Campeões com boa chance. A campanha dessa vez começou menos tranquila, com uma vitória por 3 a 1 sobre o Zurich em casa que quase se tornou uma eliminação com uma derrota por 2 a 1 fora. Nas oitavas, diante dos húngaros do Ujpest, duas vitórias, por 2 a 1, na Hungria e 3 a 0 em Elliand Road garantiram a vaga nas quartas.

Curiosamente, a medida que a competição afunilava, os comandados de Don Revie pareciam crescer na competição. Nas quartas, vitórias por 3 a 0 e 1 a 0 sobre o Anderlecht, em Elliand Road e na Bélgica, respectivamente. Nas semifinais, num jogo complicadíssimo, o Leeds bateu o Barcelona por 3 a 2 em Elliand Road e abriu uma vantagem crucial para a volta, no Camp Nou, onde o gol de Loringer no comecinho praticamente garantiu a vaga na final, apesar dos Culés empatarem no finalzinho. Na final, porém, os Whites não foram páreo para o Bayern, que venceu por 2 a 0, impedindo um histórico título e continuando uma dinastia dos bávaros.

Depois disso, o Leeds até voltou a jogar a Liga dos Campeões em 1992, depois de ser campeão inglês pela terceira e última vez, mas parou muito cedo. Em 2000, a equipe fez novamente uma ótima campanha, dessa vez na era Premier League, ficando no terceiro lugar e se classificando para a Liga dos Campeões. Seria uma última surpresa do clube antes do caos vivido durante boa parte dos anos 2000 e 2010 e só recuperado nos últimos tempos.


Na temporada 2000/2001, o Leeds somava em seu elenco nomes bons e consagrados no clube, como Martyn, Woodgate e Bridges com nomes jovens como um tal de Rio Ferdinand. A campanha europeia começou com uma classificação pra cima do tradicional 1860 Munich nas preeliminares, com duas vitórias apertadas por 2 a 1 e 1 a 0. Na fase de grupos, veio uma chave complicada com Milan, Barcelona e Besiktas, porém os Whites surpreenderam e passaram com 9 pontos e apenas uma derrota, para o Barça, no Camp Nou. Na segunda fase de grupos, outra classificação concreta com 10 pontos, atrás apenas dos Galácticos.

No mata-mata, nas quartas, veio um jogo complicadíssimo contra o Deportivo La Coruña, mas o Elliand Road, num ambiente sempre complicado para o visitante, ajudou o Leeds a vencer por 3 a 0. Na volta, o placar de 2 a 0 para os espanhóis não bastou e a classificação para as semifinais veio. O adversário foi o Valencia, que, diferente do La Coruña, segurou o zero em Elliand Road e em Mestalla fez 3 a 0, encerrando o sonho europeu. Desde então, a fanática torcida dos Whites espera outra campanha na Liga dos Campeões.

UEFA muda final da Liga dos Campeões para o Estádio do Dragão

Foto: Reuters

A final da Liga dos Campeões será em Porto

A Associação de Futebol da União Europeia (UEFA) oficializou a mudança de sede da final da Liga dos Campeões da temporada 2020/2021, entre Manchester City e Chelsea. A alteração já era especulada depois de mudanças legislativas turcas envolvendo protocolos de proteção contra o coronavírus e agora a mandatária do futebol europeu confirmou que o duelo ocorrerá no Estádio do Dragão, em Porto, no dia 29 de maio, as 16 horas.

A decisão seria inicialmente disputada em Istambul, palco do título do Liverpool em 2005 e que novamente assistiria um título de um time inglês. Recentemente, porém, com os estádios europeus aos poucos sendo abertos ao público, ficou clara a intenção de que a final da Liga dos Campeões tivesse a presença de torcedores. Somando isso a restrições impostas à viagens tanto por Turquia quanto Inglaterra, além do "lockdown" mais pesado nas terras turcas, a mudança de local se tornou uma alternativa mais cabível. 

Inicialmente, a intenção de ambos os clubes era que a partida fosse disputada na Inglaterra, que já terá presença de 10 mil torcedores em alguns estádios na última rodada da Premier League e pretende o retorno a capacidade total dos estádios já em Setembro. Apesar disso, a UEFA argumentou que o jogo não poderá ser em Londres ainda devido à algumas questões envolvendo as restrições da pandemia. Com isso, Portugal, novamente local onde a situação está mais controlada, foi escolhido como local do jogo. 

É a segunda vez seguida que o país sediará a final da maior competição de clubes da Europa (e do Mundo). No ano passado, o Bayern ganhou seu sexto título europeu no Estádio da Luz, diante do Paris Saint Germain, de Neymar. Diferente de 2020, porém, neste ano será possível a presença de torcedores, já que 12 mil ingressos serão disponibilizados para os clubes, seis mil para cada lado. Ainda não foi confirmado inclusive quanto será o total de público presente, com a UEFA se limitando a dizer que: "A lotação do estádio para ao jogo será confirmada oportunamente.". 

Os ingressos para a decisão da Liga dos Campeões da Europa estarão a venda no site da UEFA à partir do dia 24 de maio e mais detalhes sobre a final estão a disposição neste link. No Brasil, a decisão será transmitida pela TNT, com a detalhada cobertura já rotineira em jogos de campeonatos europeus.

A melancólica "última dança" de Messi e Cristiano Ronaldo

Por Lucas Paes 
Foto: Paul Ellis/AFP

Messi e Cristiano Ronaldo foram a representação de uma era no futebol

O futebol mundial é marcado por ciclos e por rivalidades. O esporte bretão é um jogo de conflitos, confrontos, clássicos, disputa, é um jogo que costuma botar em lados diferentes histórias cativantes. Palmeiras e Corinthians, Real Madrid e Barcelona, Maradona e Pelé, Brasil e Argentina. Os confrontos são a tônica do futebol e a década de 2020 se inicia com a proximidade do fim do confronto que marcou os anos 2000 e 2010: a eterna dicotomia entre os gigantes, os craques, os colossais Messi e Cristiano Ronaldo, que podem ter feito uma melancólica última dança nesta quarta-feira, num já triste 8 de dezembro.

Messi e Cristiano Ronaldo são duas entidades do futebol, desde já entre os maiores da história, posto que ambos já conquistaram há pelo menos uns três anos e apenas consolidaram nos últimos tempos. Na era mais midiática, mais globalizada do esporte, os dois monopolizaram a disputa pelo posto de melhor jogador do mundo, tornaram a Liga dos Campeões um campeonato mais incrível do que já era e de quebra fizeram a Liga Espanhola ser uma verdadeira mina de boas histórias nos anos em que ambos se enfrentaram dentro da terra da Paella. Quantas crianças mundo a fora não aprenderam a amar este maravilhoso esporte devido a essa dupla? 

O argentino, chamado de ET, é quase uma representação viva da imprevisibilidade do futebol. O pequeno homem que desmontou defesas por toda a Europa, por todo o Mundo, o garoto de La Masia que colocou o Barcelona no topo do futebol mundial, o cérebro na ponta da chuteira, talvez o melhor jogador de futebol desde Pelé, talvez até o melhor da história, para alguns acima até do Rei em talento bruto. O português virou, mesmo convivendo na época de Messi, o Senhor Champions League, um ser-humano que forçou-se a bater todos os recordes possíveis. Uma "besta enjaulada com ódio" que é quase uma força inevitável da natureza, o homem que deu a Portugal os dois títulos em sua história futeboleira. Enfim, outro gigante.

Desta dicotomia criou-se rivalidade, criaram-se fã-clubes, criaram-se duas marcas de imenso sucesso. Messi não seria tão grande quanto é sem CR7, Ronaldo não seria o que é sem Messi lhe desafiando. Para boa parte dos "millenials", da "Geração Z" e das crianças da "Geração alfa" os dois são de fato os maiores que puderam ver. Infelizmente, tudo nessa vida tem um fim, até o que é bom. Nessa inoxorável e inevitável lógica, a trajetória desses dois gigantes infelizmente está chegando a seu final e quem sabe a última dança de ambos no mesmo tapete verde tenha acontecido hoje.

Neste caótico 2020 é de uma tristeza imensa que esse confronto ocorra sem a presença dos torcedores, privilegiados que foram por poder ver ambas essas lendas ao vivo. Os abençoados barcelonistas, que aproveitaram todo o auge de Messi, os bianconeros, que são os beneficiados da vez com a força quase imparável de Cristiano, que já fez a alegria de sportinguistas, de fãs dos Red Devils e, principalmente, da enorme torcida madridista. A provável última valsa será sem o calor dos aplausos, sem o frio das vaias e sem o incentivo das arquibancadas. Um final quase indigno desta tão maravilhosa dicotomia que marcou e marcará para sempre a história do futebol.

Esse confronto do dia 8 de dezembro terminou com uma esperada e quase corriqueira vitória da Juventus de Cristiano Ronaldo. O Barcelona hoje, apesar de ter Messi, é um time que dista muito do nível dos times mais fortes do futebol europeu. O momento dos Culés é tão assustadoramente ruim que há o perigo real da equipe azul e grená sequer talvez se classifique para a Liga dos Campeões através do Campeonato Espanhol. Não é exagero nenhum dizer que hoje o Barça não tenha condição de competir com nenhum dos times fortes da Europa, desde o Super Bayern até o Paris Saint Germain. O placar de 3 a 0 mostra a diferença entre as equipes hoje, uma distância longe de ser digna da história construída no confronto. 


Porém, é fato que todas essas palavras podem virar letras jogadas ao vento. O futuro de Messi é incerto. Desde uma improvável permanência na Catalunha até uma surpreendente volta a Argentina, tudo pode acontecer. Surgiram recentemente boatos de uma transferência ao PSG de Neymar, mas há muito o Manchester City é considerado favorito para contar com seus excepcionais serviços. Mas, como já especulado, uma surpreendente ida a Inter poderia fazer com que a esperada última dança vire de novo uma constante, voltando o Calcio ao seu antigo patamar. A sensação, porém, é que o duelo entre Barça e Juve é uma situação que dificilmente se repetirá antes da apoteose desta rivalidade nos campos.

Se o último confronto ou não, o jogo ocorrido há pouco, por uma competição onde Léo e Ronaldo não se enfrentavam desde 2011, deixa a sensação de despedida. Só o tempo dirá se teremos outra chance de assistir esses rivais históricos se enfrentando dentro das quatro linhas novamente, mas se esta foi, de fato, a última dança, ela soa triste, melancólica e dolorosa como uma fusão bem feita entre o tango e o fado, tocando uma última nota dessa sinfonia que nos deixou tão atônitos por tantos anos. Só nos resta dizer obrigado.

Os 5 maiores artilheiros brasileiros da história da Liga dos Campeões

Neymar fez 35 gols na história da Champions

O Brasil produziu alguns dos jogadores de futebol mais icônicos da história e os fãs de todo o mundo teve a sorte de ver esses craques não apenas no maior palco do futebol internacional, mas também exportados para a elite da Europa e para a Liga dos Campeões. Com a competição desta temporada sendo retomada após o hiato, as dicas de apostas online favorecem o sucesso do Bayern de Munique, e aqui estão os cinco maiores artilheiros da superpotência sul-americana. 

Neymar (35 gols) 

Cinco gols em seis jogos na Liga dos Campeões na temporada passada pelo Paris Saint-Germain levaram Neymar a derrubar Kaká da liderança. Claro, a maioria de seus gols aconteceu no Barcelona, onde Neymar venceu a competição de elite da Europa em 2014-15. Ele tentará aumentar a conta após o PSG enfrentar o Atalanta nas quartas-de-final neste mês e não há dúvida de que ele terá como objetivo entrar no ranking dos 10 maiores artilheiros de todos os tempos da Champions League. 

Kaká (30 gols) 

No auge, Kaká foi o maior craque de sua geração - e os fãs vão se lembrar dele no coração do meio-campo do Milan. Não foram apenas sua habilidade e criatividade que ameaçava os adversários, mas também seu faro de gol - o brasileiro marcou 25 gols na Liga dos Campeões pelo Milan e mais cinco pelo gigante espanhol Real Madrid. Notoriamente, Kaká foi o artilheiro da Liga dos Campeões em 2006-07, quando o Milan venceu o Liverpool na final e depois ganhou o Ballon d'Or. 

Rivaldo (27 gols) 

A história de Rivaldo é inspiradora - de uma criança que foi criada nas favelas do Recife, a se tornou um dos melhores jogadores de futebol do mundo, exercendo sua profissão no auge pelo Barcelona por cinco temporadas. Ele marcou a maioria de seus gols na Liga dos Campeões em seu período no Camp Nou. Eleito vencedor dos prêmios Ballon d'Or e Jogador do Ano da FIFA em 1999, Rivaldo era um clássico número 10 e um especialista em bola parada, com muita criatividade. 

Élber (25 gols) 

Ele está empatado em gols na Liga dos Campeões com nomes como Robin Van Persie e Hernán Crespo, mas você raramente ouvirá falar das façanhas de Élber no Bayern de Munique. Um artilheiro nato, onde quer que fosse, o brasileiro foi fundamental para o sucesso do Bayern em 2000-01 - quando o clube alemão conquistou a Liga dos Campeões e Élber contribuiu com seis gols. Na grande escala, o atacante foi muito subestimado - mas nunca foi capaz de transferir sua performance no clube para o cenário internacional e, devido à competição, nunca se firmou na seleção brasileiro. 

Jardel (25 gols) 

Mais um jogador que não conseguiu sucesso na seleção, com apenas 10 convocações, Jardel foi mais bem sucedido durante a passagem pelo Porto. Duas vezes vencedor da Chuteira de Ouro Europeia e melhor marcador na época da Liga dos Campeões de 1999-2000, Jardel marcou 19 gols em 32 jogos na Liga pelo Porto e aumentou este número com seis em seis pelo Sporting Lisboa. Sua carreira logo despencou e após deixar o time de Lisboa, ele foi para o Bolton Wanderers, antes de retornar à América do Sul, onde foi apelidado de “lardel” por falta de preparação física. Um triste fim para o que poderia ter sido uma carreira avassaladora.

O rolo-compressor faz mais uma vítima - O Bayern é campeão europeu

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/UEFA.com

Pelo segundo ano seguido, a Europa é vermelha, mas dessa vez é do Bayern

Poucos times conquistaram títulos de maneira tão marcante quanto a sexta taça do Bayern na Liga dos Campeões da temporada 2019/2020. Desde a chegada de Hansi Flick, os bávaros foram avassaladores na Alemanha e na Europa e com um desempenho absurdo após a volta dos campeonatos pós pandemia, o time de Munique é pela sexta-vez campeão europeu, após vencer o Paris Saint Germain por 1 a 0 no Estádio da Luz, neste já histórico domingo do dia 23 de agosto. Um título merecido que coroa uma campanha histórica e que coloca Lewandowski na rota do prêmio de melhor do mundo, ainda que sua atuação na final tenha sido muito apagada.

O jogo foi em sua maior parte nervoso e o PSG teve lá suas chances. Mbappe perdeu um gol cristalino na primeira etapa e o próprio "Adulto Ney" parou em Neuer, goleiraço do esquadrão alemão. A superioridade clara do Bayern não se mostrou tamanha no primeiro tempo, ainda que Lewandowski também tenha ficado a uma bola na trave de abrir o placar. As suas armas e a seu modo, o Paris tentava combater o time que simplesmente implodiu o Barcelona e passou com alguma tranquilidade pelo Lyon, ainda que os times franceses tenham se provado adversários muito mais complicados que o Barça. 

O segundo tempo, mais nervoso ainda, praticamente acabou quando Coman fez o gol que se anunciou como o do título. O francês jogou na base do PSG, mas se criou como jogador em outros lares. A partir daí, nem Neymar, nem Mbappe, nem ninguém foi capaz de sequer assustar muito o Bayern, que pareceu aguardar os minutos para celebrar pela sexta vez o título europeu, igualando o Liverpool e colocando gasolina na disputa pelo posto de segundo maior detentor de taças da Liga dos Campeões, já que o sete vezes campeão Milan parece muito distante de vencer outra.

A conquista do gigante alemão exalta acima de tudo o coletivo. Os bávaros são fortes no seu conjunto, que começa com um goleiro que já é um dos melhores da história do futebol, Manuel Neuer, que parece ter como hábito fazer defesas dificílimas parecerem lances triviais, passa pelo ótimo Davies na lateral, por uma zaga que apesar de ser o ponto mais fraco não comprometeu, por um meio de campo técnico e rápido com Thiago, Kimmich, Goretzka, Muller e lá na frente conta com um avassalador Lewandowski, o melhor do mundo em 2020, com um ótimo Perisic, com um ótimo Gnabry e com um bom Coman, que entrou para a história. Flick montou um conjunto difícil de ser batido e que entra desde já como favorito na próxima edição da Liga dos Campeões.


O Paris, que chegou a decisão pela primeira vez na história, tem de evitar uma possível destruição da equipe, pois está no caminho certo. Agora, caberá aos parisienses tentarem manter suas principais estrelas. Na questão de Neymar, nunca pareceu tão fácil evitar uma volta do brasuca ao Barcelona, já que hoje o PSG parece fornecer muito mais perspectivas que os catalães, que vivem momento destroçado e podem perder Messi, que poderia até pintar na cidade-luz, já que dinheiro para isso o time parisiense possui. Mbappe, jovem, é pretendido pelo mundo todo, mas também são poucos os clubes onde poderia se destacar mais que no Paris. A missão de manter um bom time é "facilitada" pelo pós-pandemia, que com certeza complicará grandes investimentos de concorrentes como o próprio Bayern, o Liverpool, Juventus, entre outros. No banco de reservas, o trabalho de Tuchel é elogiável e deve evoluir ainda.

Ficará, agora, acima de tudo para a história o conto do maravilhoso esquadrão alemão, imparável numa Liga dos Campeões que foi diferente, mas que dificilmente teria outro resultado mesmo em circunstâncias normais. O Bayern viu muito de seus concorrentes irem embora antes da hora, como Liverpool e Manchester City e teve pela frente um Paris que, apesar da vontade de vencer, não é ainda melhor que o incrível conjunto alemão. No fim das contas, com justiça, para a história, com enorme merecimento e sem muita surpresa, o Bayern de Munique é mais uma vez dono da Europa. Uma conquista justíssima, já que coroa o que é hoje o melhor time do mundo.

Depois de mais uma eliminação com uma goleada, será o fim da era Messi? Há futuro sem Leo?

Por Lucas Paes
Foto: PA Images

A goleada foi assustadora no Estádio da Luz

A Liga dos Campeões de 2019/2020 está sendo decidida em um jogos únicos com sede em Lisboa no "Super Agosto" do futebol europeu e nesta sexta-feira, dia 14 de agosto, aconteceu uma das maiores destruições imposta por um gigante a outro em toda a história da competição, se não a maior: o Bayern de Munique simplesmente obliterou o Barcelona e venceu os Culés por 8 a 2, sem nenhum tipo de dó e piedade num jogo que o super-elástico placar ficou até pequeno diante da assustadora superioridade alemã. A pergunta que fica é, se depois de mais uma eliminação vexatória, a era Messi, a mais gloriosa da história do Barcelona, está chegando ao seu final?

A eliminação não necessariamente é uma surpresa. O Barcelona chegou ao confronto como franco atirador diante do que é claramente hoje a melhor equipe de futebol do planeta ao lado do Manchester City e do Liverpool e sabia que poderia ser eliminada e que, em circunstâncias normais, a desclassificação ocorreria. Porém, nem na projeção mais pessimista se esperava uma goleada de 8 a 2, que seria absurda mesmo num placar agregado de dois jogos e se torna ainda mais surreal quando ocorre em um único jogo. Os gigantes catalães não levavam oito gols desde, atenção: 1946. A derrota para os bávaros então já começa a chacoalhar completamente os bastidores no Camp Nou.

Além de todos os pontos históricos, a derrota fecha um ciclo de eliminações na Liga dos Campeões que começou com uma derrota para a Juve e se seguiu com viradas complicadas para Barcelona e Liverpool, em ambos os casos com o Barça chegando ao confronto decisivo com vantagem e a desperdiçando. A derrota por goleada no Anfield Road, um histórico 4 a 0 dos Reds sem Salah e Firmino, parece ter dado início a decadência barcelonista e depois daquilo o clube foi ladeira abaixo, culminando na temporada na seca em 2019/2020, com um final desastroso e melancólico.

As coisas estão mal na Catalunha já há muito tempo. A administração de Bartomeu é de fazer inveja a cartolas brasileiros e comete diversas patinadas, seja em contratações, onde gasta aleatoriamente e sem critério, fazendo investimentos sem retorno e não conseguindo suprir carências do elenco, envelhecido e, com todo o respeito, fraco, dos azulgranas, seja nos bastidores, com rixas internas, nas escolhas de treinadores, enfim, a administração do Barça parece ser uma avalanche de erros que vai aos poucos destruindo todo o legado e toda a ideologia do clube. Para finalizar a questão, nem La Masia tem conseguindo trazer novos bons valores e muitas vezes os que surgem são desperdiçados em detrimento a contratações que não vão bem. O time de Messi é hoje um Boeing que é conduzido por gente que não se qualifica nem a voar um teco-teco e a derrota para o Bayern parece um desastre final.

Em meio a isso tudo, ficam claras necessidades de renovação e rixas que tornam a situação interna insustentável, como expôs Pique em entrevista após a goleada sofrida para o Bayern. Poucas horas após o desastre em Lisboa, toda a cúpula do futebol do Barcelona foi demitida e notícias especulam que Bartomeu vai pedir antecipação das eleições. Em meio a um barco afundado, surgem especulações da saída de Messi, líder técnico, imagem inspiradora e maior jogador da história do Barcelona. Uma ausência que se ocorrer, pode simplesmente mudar para sempre o patamar do clube e não vai ser para melhor. 

A renovação, porém, mesmo que não seja com a saída de La Pulga, é essencial. O Barça não tem hoje condição nem sequer de competir com seus rivais locais e na Liga dos Campeões é claramente inferior a times como Bayern, Liverpool, Manchester City e hoje parece inferior até a forças novas como Atalanta e RB Leipzig. A pergunta que fica no ar é se estamos vendo o fim da "Era Messi", o fim dos dias gloriosos do notório camisa 10 argentino, que tanto fez pelo Barcelona. Mesmo que fique, parece ser difícil, que com seu astro já em final de carreira, o Barcelona consiga recuperar seu espaço no topo do futebol europeu.


Outra questão e essa obviamente não tem resposta é se há futuro após Messi? O Barcelona começa a se ver já com um futuro onde não terá mais seu camisa 10 dentro de campo, já que o "ET" já beira seus 34 anos e não é mais o mesmo cometa que rasgava defesa de outros tempos, ainda que hoje seja um mortal criador de jogadas que segue com um poder de finalização assustador. Com a tendência de que ele cada vez mais seja deslocado para o meio de campo, não é mais possível que Leo tenha de ser responsável por carregar uma equipe inteira nas costas. Parece claro que ele está sobrecarregado e de qualquer forma, com uma carreira já na sua apoteose, é preciso que se pense em como não ter um futuro parecido com as tribulações vividas pelo Milan atualmente, após a saída do astro.

De qualquer form, com ou sem Messi, com ou sem a volta de Neymar, se o Barcelona pensa em retornar ao patamar de um dos melhores times da Europa e do Mundo, terá de revolucionar totalmente o "organismo" do clube, de cima para baixo e de baixo para cima. Mas, dessa vez, parece muito claro que a "Era Messi", de jogos bonitos, gols espetaculares, do show, do encanto e, claro, acima de tudo, de tantos títulos, chegou finalmente ao seu fim. Estamos, provavelmente, testemunhando o canto do cisne daquele que foi um dos maiores esquadrões do futebol. Haverá futuro após Lionel Messi?

"Final Eight" com sede fixa - UEFA define como terminará suas competições

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação

A Uefa definiu como será a fase final de suas duas principais competições

Esqueçam Istambul e a final no estádio onde ocorreu há 15 anos a virada do Liverpool sobre o Milan e esqueçam Budapeste. A Liga dos Campeões da Europa e a Liga Europa da temporada 2019/2020 terão sua fase decisiva, contando os jogos que restam das oitavas de final e o resto da competição em sede única. A primeira será disputada em Lisboa e a segunda em quatro cidades da Alemanha, a partir do mês de agosto. Assim decidiu a União das Associações Europeias de Futebol (UEFA).

A reorganização da competição se dá no cenário pós pandemia que o futebol se encontra. Foi a maneira que a entidade máxima do futebol europeu encontrou para conseguir completar suas competições. Nos dois torneios, os jogos que restaram das oitavas de final, no caso da Liga dos Campeões ou dos dezesseis avos de final da Liga Europa serão jogados e a partir deles teremos jogo único nas quartas e oitavas, respectivamente. 

As partidas passarão a ocorrer a partir do dia 5 de agosto, quando estão marcado os duelos faltantes da fase atual da Liga Europa. No caso dos jogos entre Inter e Getafe e Sevilla e Roma, que não tiveram nem a primeira partida, a decisão será com jogo único. Na Liga dos Campeões, a volta ocorre nos dias 7 e 8, também com os jogos restantes das oitavas de final. A partir daí, os duelos das duas copas estarão inseridos num intervalo de tempo de 16 dias, entre os dias 10 e 26 do oitavo mês do ano.

No caso da "Orelhuda", teremos como sede o Estádio da Luz e o José Alvalade, ambos em Lisboa. Se necessário, estão de prontidão o Dragão, em Porto e o Dom Afonso Rodrigues em Alvalade, já que ainda se tem uma indefinição no local dos jogos decisivos das oitavas de final que precisam ser disputados. Já na substituta da antiga Copa da UEFA, as cidades de Colônia, Duisburg, Dusseldorf e Gelsenkirchnen serão usadas e partir das oitavas de final, com a mesma situação de indefinição valendo para os jogos restantes da fase anterior. A decisão sobre estes confrontos ainda será tomada.

Obviamente, assim como em todos os campeonatos que já voltaram, a UEFA seguirá rígidos protocolos médicos e sanitários para a volta das suas competições. O temor sobre uma segunda onda da covid-19 ainda paira sob ares do Velho Continente e neste momento todo o cuidado é pouco para evitar uma nova catástrofe de saúde pública. 

O formato com jogo único será uma mudança interessante no contexto da pandemia. O que assusta um pouco, considerando o histórico da mandatária do futebol europeu (e demais confederações e federações do esporte bretão) é a possibilidade de que se goste da ideia e ela passe a ser adotada em situações corriqueiras, como por exemplo quando voltarmos ao calendário normal. A Euroliga de Basquete, quase um equivalente a Liga dos Campeões, já tem um "final four" com sede definida. Porém, tal mudança só aconteceria, é claro, se fosse lucrativo para os envolvidos.


Potencialmente, a alteração deixa a competição mais aberta do que normalmente é. Com jogos únicos, nada impede por exemplo de, num dia de rara felicidade, a Atalanta, sensação do futebol mundial, eliminar um gigante e chegar a semifinal na briga pela Orelhuda. Porém, a tendência ainda é que isso favoreça times mais prontos, como o fortíssimo Bayern, que já desponta com certo favoritismo para conquistar seu sexto título europeu.  

Restará observar também o impacto sofrido pelas equipes com os duelos ocorrendo sem a presença de torcida, ainda que eles aconteçam em campos neutros. Nas ligas que voltaram, houve um aumento razoável de vitórias dos times visitantes, mas fica a curiosidade em como isso afetará os duelos disputados em campo neutro. A partir de agosto, veremos o futebol europeu afunilar seus campeões em 15 dias de muitas emoções, com dois troféus que, mais do que nunca, podem parar em mãos inesperadas.

As consequências da Tragédia de Heysel para o futebol

Por Lucas Paes
Foto: The Telegraph

Heysel foi uma tragédia histórica no futebol europeu

A tragédia de Heysel foi uma das piores catástrofes envolvendo o futebol na Europa. Numa época onde o hooliganismo ainda aflorava no Velho Continente e onde as torcidas eram muito mais violentas, o duelo entre Liverpool e Juventus causou preocupação pelos dois lados, mas naquele 29 de maio de 1985, tanto a desorganização quanto a selvageria dos torcedores dos Reds causaram 39 mortes e incontáveis vítimas de ferimentos no Estádio de Heysel, em Bruxelas. Obviamente, o ocorrido mudou o futebol europeu.

Tudo começou a dar errado quando o setor que estava planejado para ser destinado apenas a torcedores dos Reds, acabou tendo torcedores dos dois times. Os hooligans do Liverpool partiram pra cima da torcida bianconera com barras de ferro. Acuados, os torcedores se amontoaram causando a queda de um muro, que foi o principal causador das 39 mortes ocorridas na ocasião. Obviamente a situação gerou consequências enormes, principalmente no futebol inglês.

A primeira das consequências foi futebolística mesmo. Os times ingleses ficaram suspensos por cinco anos da Liga dos Campeões da UEFA e o Liverpool acabou punido por seis anos, numa época onde era o melhor time da Inglaterra e um dos melhores do continente. Inicialmente a punição era inclusive indefinida, mas foi retirada em 1990. Obviamente essa não foi a única consequência do ocorrido, que teve investigações criminais e prisões na terra da rainha, por exemplo. 

Um fator pouco levado em conta no inquérito e que não exime a culpa dos torcedores foi a estrutura precária do estádio de Heysel, atestada por oficiais ingleses que foram ao local. Porém, a UEFA levou isso em conta e passou a exigir maior estrutura dos estádios que recebiam finais da Liga dos Campeões, ainda que não fosse algo sequer comparável aos padrões atuais. Apenas nos anos 2000 foi criada a classificação que é usada hoje para os locais que recebem os jogos da competição, dividindo os estádios por estrelas.


Na verdade a consequência maior para os estádios foi mesmo na Inglaterra, O país começou a ter padrões mais rigorosos de segurança com relação a quem frequentava os jogos, mas muito ainda deixava a desejar. Foi só depois da tragédia de Hillsbrough, onde morreram 96 torcedores, que regulamentações mais sérias foram impostas. Nesse caso, porém, a torcida do Liverpool levou a culpa por mais de 20 anos sem ter na verdade culpa nenhuma pelo acidente, causado por negligência da segurança. Hoje já se discute o safe-standing nos estádios ingleses, que passaram naquele momento a exigir torcedores sentados, mas a maior parte das mudanças foram muito bem vindas.

A nível europeu, ainda demorou muito para haverem regras mais severas tanto de segurança nos estádios quanto para punições a torcedores brigões. Em 1995, neonazistas ingleses causaram problemas na Irlanda em um duelo entre as seleções dos países e em 1998 ocorreram muitos problemas de violência em plena Copa do Mundo. A Europa, como um continente, só passou a adotar medidas mais rígidas para estádios e brigões a partir da Eurocopa de 2000.

Por fim, o Estádio de Heysel ficou uma década sem receber jogos de futebol antes de ser reformado e praticamente reconstruído do zero. Hoje o local se chama Rei Baudouin e tem qualificação quatro estrelas pela UEFA, o que acaba não permitindo finais de Liga dos Campeões no local, mas permite finais da Copa da UEFA, por exemplo. Em 2000, chegaram a ser disputados duelos da Eurocopa no local, com destaque para a semifinal entre França e Portugal.

Aos poucos, o Corona faz a bola parar junto com o planeta

Por Lucas Paes
Foto: Getty/UEFA/AFP


Paris Saint Germain e Borussia Dortmund duelaram sem torcida no Parc des Princes

O futebol, apesar de todo o aspecto espetacular que tem de quase sobrenatural, ainda é um aspecto social ligado as transformações que o mundo passa. Se o esporte bretão é capaz de explicar muita coisa no mundo, ele também não passa em branco pelas crises do planeta e a situação do Corona Vírus obviamente não ia passar em branco pelo esporte bretão, que começa, aos poucos, como todo o planeta, a parar por causa da que já é a maior pandemia registrada pela mídia.

A medida que esse texto é escrito, a medida que os minutos passam, ocorrem mais casos do Covid-19. A Itália, epicentro atual da pandemia, está praticamente parada sob todos os aspectos possíveis, vivendo um verdadeiro caos devido a doença de origem chinesa. A doença já começa a se espalhar pelo resto da Europa e várias ligas vão sendo paralisadas a cada minuto. Desde a Itália, até Espanha. Onde não há paralisação, os jogos são realizados com portões fechados. A gravidade do vírus não está em sí na taxa de mortalidade, mas sim na transmissão.

Já há casos de jogadores que contraíram o vírus. Rugani, da Juventus e Hubbers, do Hannover 96, foram os primeiros jogadores de futebol diagnosticados. A Juve entrou em quarentena, o que obviamente torna impossível que a Liga dos Campeões continue no seu calendário normal, já que a equipe bianconera jogaria com o Lyon na próxima semana. Enquanto as ligas anunciam jogos com portões fechados e campeonatos são paralisados, a UEFA já programa uma reunião para definir o que fará em relação a temporada e a Eurocopa, que tende a ser adiada.

Na América do Sul, já se começam a sentir os impactos do Covid. A Argentina já decidiu por jogos de portões fechados e a Libertadores foi oficialmente paralisada nesta quinta-feira, dia 12, com os jogos do dia sendo os últimos antes da competição parar. O impacto esportivo e financeiro não pode estar acima do impacto humano e nesse momento esse é o maior interesse relacionado com o Corona. O futebol, infelizmente e felizmente não está separado do mundo em que vivemos. A tendência é que vivamos um momento histórico onde não haverá jogos em nenhum lugar do mundo.

Por mais revoltante e triste que seja para quem gosta de futebol, o esporte infelizmente não está imune a crises mundiais. É fato que o corona mudará calendários por todo o Mundo. A Eurocopa certamente será adiada, a temporada européia provavelmente terminará junto ao começo da temporada 2020/2021, com prováveis férias forçadas em diversas ligas. A boa notícia é que na China, o surto já começa a dar sinais de melhora. A má é que a tendência ainda não é a mesma no resto do planeta.


O Brasil, de um calendário sufocado, terá uma situação inédita em suas mãos em breve, pois é inocência pensar que vamos passar incólumes pelo Corona. Já atrofiados, estaduais terão que ser paralisados em algum momento, assim como muitas atividades no país, principalmente devido ao temor de viver uma situação parecida com a italiana. A paralisação dos campeonatos é praticamente invevitável e adiar ações só pode tornar a situação pior quando esta explodir de vez. Acima de não criar pânico, é preciso também não criar uma situação de falsa segurança e mais uma vez, o "Ópio do povo" não pode ser isolado do resto da sociedade.

Aos poucos, o planeta bola, que sempre roda independente de qualquer circustância, vive a inédita situação da bola parar de rolar em todos os campos. A prudência e a solideriedade tem de estar neste momento acima de tudo. Para que os esforços de contenção do Corona sejam eficientes será necessário que o futebol, como todo o mundo, pare. Só o tempo dirá o quanto a pandemia surgida em Yuhan afetará o mundo, mas o futebol não está acima da saúde e, nesse caso, ele não pode ser a válvula de escape do planeta, como tantas vezes é.

A tragédia de Heysel e os anos perdidos pelo Liverpool e pelos ingleses

Por Lucas Paes
Foto: Getty Images


A tragédia de Heysel é uma mancha irreparável nas histórias de Liverpool e Juve

O futebol inglês hoje é um dos mais badalados do mundo. A Premier League é celeiro de times com muito dinheiro, com ideias modernas e em sua maiora clubes que contam hoje com fãs em todo o mundo. Nem sempre, porém, o futebol inglês foi essa maravilha que é. Até poucas décadas atrás, a Inglaterra vivia a sombra do hooliganismo e seus fãs causavam terror no continente inteiro. A maior demonstração desse terror ocorreu em 1985, em Bruxelas, quando torcedores do Liverpool causaram, devido a sua violência, 39 mortes. Aquele episódio, que ficou conhecido como a "Tragédia de Heysel", causaria, para o futebol inglês, anos perdidos e uma imagem destroçada. Para os italianos, uma ferida que nunca cicatrizou. 

Não haverá aqui neste texto grande extensão sobre o que foi a Tragédia de Heysel. Em resumo, uma combinação de erros de planejamento, falta de estrutura e claro, acima de tudo, selvageria dos hooligans ingleses e italianos causou 39 mortes inocentes, quando diversas pessoas tentavam fugir da briga generalizada e acabaram encontrando um muro no caminho, um muro que desabou sobre 39 vidas e incontáveis feridos. O torcedor mais jovem a morrer tinha apenas 11 anos. A partida, realizada num estádio condenado e precário, com erros crassos de segurança e envolvendo duas das torcidas mais violentas do mundo na época era a crônica de uma tragédia anunciada. Pouco importa nisto tudo, mas a Juventus venceu o jogo por 1 a 0 e se sagrou campeã européia. Porém, entendemos o que, dentro de campo, a tragédia causou aos ingleses.

Obviamente, a situação causou uma sensação de raiva generalizada em diversos níveis de envolvimento no futebol. O Liverpool se viu em desgraça total. Os Reds, antes mesmo de qualquer ação de punição da UEFA, se auto-impuseram um banimento de competições européias, que acabou sendo de seis anos para o time de Merseyside e de cinco anos para demais clubes ingleses. Heysel foi o caso mais grave de uma série de problemas envolvendo torcedores do país pela Europa. Desde os anos 1970, com torcedores do Tottenham causando problemas na Holanda até brigas envolvendo torcedores da própria seleção inglesa. Heysel foi a gota d'água. 

Dentro de campo, é claro, poucos times poderiam ter tanto prejuizo quanto o próprio Liverpool. Os Reds viviam nos anos 1980 seu auge e eram o time mais temido da Europa (notadamente, dentro de campo e nas arquibancadas.). Deixando de participar da Liga dos Campeões até 1991, o Liverpool deixou de jogar três edições em que teria, teoricamente, time para buscar mais uma conquista européia. Não há ainda um entendimento preciso sobre o impacto que estes anos tiveram sobre o time vermelho da cidade dos Beatles, que ainda passariam por outra tragédia, desta vez como as vítimas, em Hillsbrough. 

No que se refere a questão da imagem do clube, esta foi irreversivelmente afetada por Heysel. E, verdade seja dita, o clube de Anfield pouco fez para limpar a imagem naquele periodo. Segundo o Anfield Wrap, um dos maiores fansites dos Reds, o anuário dado aos torcedores para a temporada 1985/1986 fazia pouquissimas menções a Heysel, citando que a torcida deveria deixar a situação para trás e trazer de volta a atmosfera do estádio, ressucitando uma imagem boa para o clube. Não haviam referências diretas ao que aconteceu. Demoraram muitos anos para que a própria cidade de Liverpool passasse a reconhecer a tragédia, algo que aconteceu só para meados de 2000. Hoje há um memorial sobre Heysel em Anfield, mas também foram muitos anos para que houvesse reconhecimento do ocorrido e até pedidos de desculpas do gigante inglês. 

É claro que a situação pioraria ainda mais para os Reds com Hillsbrough, onde os torcedores foram durante praticamente três décadas culpados injustamente pela tragédia, que levou 96 vidas e mudou para sempre a segurança nos estádios ingleses, de maneira até exagerada. Claro, muito disso incentivado pelo "Relatório Taylor", que culpou os torcedores vermelhos. Atualmente, a luz da verdade sobre Hillsbrough e a luz da verdade sobre Heysel, é de se questionar porque em três anos não se fez nada para mudar a segurança nos estádios e para os torcedores, principalmente sabendo-se que, em ambos os casos, num deles mais e num deles menos, a estrutura precária foi peça chave do desastre.

Dentro de campo, porém, o Liverpool não foi o único afetado. Aliás, o rival citadino dos Reds, o Everton, é um dos times onde a punição acabou significando mais perdas. Os Toffees foram campeões ingleses na temporada 1984/1985 com uma campanha espetacular, terminando 13 pontos na frente do próprio Liverpool. A equipe, comandada por Howard Kendall é talvez a melhor da história do clube de Goodison Park e poderia perfeitamente buscar um título da Liga dos Campeões, o que obviamente foi impedido pelo banimento dos clubes ingleses. O Everton tinha em seu elenco nomes como o bom goleiro Neville Southall, o habilidoso Peter Reid e, é claro, o matador Graeme Sharp, artilheiro do time na temporada. Até a Copa da UEFA poderia ter vindo, quando o Everton fora vice-campeão na temporada seguinte, com Gary Lineker no elenco.

Outro clube afetado foi o time que mais concorria com o Liverpool em sua era de ouro, o Arsenal. Os comandados de George Graham conquistaram o título inglês na temporada de 1988/1989, numa corrida sinistra com o Liverpool que só foi definida no último jogo, que era um confronto direto, graças a um gol nos acréscimos. Alan Smith era o grande destaque dos Gunners, que tinham bons nomes e poderiam levar o inédito título europeu. Aquela, porém, seria a única chance dos Gunners neste período, já que quando o clube voltou a ganhar o campeonato, já não valia mais o banimento de clubes ingleses e o Arsenal fez péssima campanha.

Além do que se refere a Liga dos Campeões, obviamente houveram os campeões da FA Cup que não puderam jogar a Recopa Européia. Neste caso, deixaram de participar da competição o Manchester United, o Everton, o Conventry City, o Wimbledon, estes dois últimos clubes que não voltariam a ter outra chance e o Liverpool. Curiosamente, no caso da Recopa Européia, no primeiro ano em que ingleses voltaram a jogar, o Manchester United garantiu o título da competição. A Inglaterra, aliás, é o país com mais títulos da antiga competição.

No caso da Copa da UEFA, na época as vagas iam para os times que ficavam entre a segunda e a quinta colocação, além do campeão da Copa da Liga Inglesa. O Norwich City acabou afetado nessa segunda categoria, junto a times como Oxford United, Luton Town e o Nottigham Forest. Entre os que acabaram por não jogar a Copa da UEFA, temos equipes como o Southampton, o West Ham, o Sheffield Wednesday, entre outros. Em alguns casos, seria a primeira disputa européia de algumas equipes.

Antes, porém, de lamentar pelos clubes que deixaram de ter suas chances no futebol europeu, é preciso lembrar que a violência entre torcidas não era um problema de exclusividade dos Reds. A violência no futebol inglês era um problema predominante no país todo e pode-se imaginar que mais problemas ocorreriam envolvendo torcidas inglesas no periodo em que os times ficaram banidos. Foi apenas depois de Hillsbrough que a Inglaterra revolucionou a segurança e a estrutura de seus estádios. De uma maneira geral, quando os clubes ingleses voltaram as competições européias, a violência já deixava de ser um problema. 

Hoje, se questiona, com certa razão, os exageros envolvidos nessas mudanças, mas a grande maioria delas foi bem vinda e virou exemplo para diversos lugares do mundo. Uma das discussões que ocorre hoje no país (e no Reino Unido como um todo) é o direito de se torcer de pé, a criação das "safe-stands", seguindo o exemplo de Dortmund, entre outras ações. A segurança não precisa significar que estádios virem teatros e hoje a Terra da Rainha percebe isso. Porém, quando vemos o que se tornou a Premier League é preciso lembrar que infelizmente, vidas foram perdidas e sangue foi derramado pela violência e também pela negligência. É preciso que se cobre sempre, para que as tragédias continuem sendo um passado distante.

Com o retorno de Stenio Júnior, Shkëndija mira classificação na Champions

Foto: divulgação KF Shkëndija

Stenio pede respeito pelo rival para que o Shkendija ratifique a vaga

Shkëndija e Nõmme Kalju fazem nesta terça-feira na cidade de Skopje, na Macedônia, a partida de volta da primeira fase preliminar da Liga dos Campeões da Europa. Como venceu na Estônia por 1 a 0, os donos da casa precisam apenas de um empate para seguir em frente na competição europeia.

Uma das novidades do Shkëndija é o retorno do atacante brasileiro Stenio Júnior, que desfalcou a equipe no primeiro confronto por estar entregue ao departamento médico. “Não pude viajar à Estônia devido a uma contusão, mas treinei forte nos últimos dias e estou totalmente recuperado. A motivação é grande e espero ajudar o time a carimbar a vaga para a segunda fase da Champions”, declarou o brasileiro.

Respeito - Um dos destaques do bicampeonato nacional em 2008 e 2009, Stenio reconhece que a vantagem do clube macedônio é expressiva, mas pede respeito pelo adversário. “Ganhar fora de casa foi um resultado excelente, mas de forma alguma podemos entrar em campo achando que já estamos classificados. O Kalju é um rival perigoso e temos que jogar com atenção durante os 90 miunutos”, prega o atacante natural de Fortaleza, no Ceará.

Shkendija - O clube macedônio chegou ao primeiro qualificatório da Liga dos Campeões da Europa por ter sido o campeão de seu país na última temporada. Caso confirme a passagem pelo Nõmme Kalju, o Shkëndija vai ter pela frente o vencedor do confronto entre Saravejo e Celtic Glasgow. No primeiro confronto, na Bósnia, os escoceses venceram por 3 a 1.
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