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Albania marca gol mais rápido da história da Euro, mas perde para a Itália - O segundo dia de Eurocopa

Por Lucas Paes
Foto: Divulgação/Eurocopa

Bajrami marcou o gol mais rápido da história da Euro

Com dois dias, a Eurocopa da a impressão de que será um torneio recheado de gols. Por falar em gol, o sábado deste dia 15 ficou marcado por um momento histórico: a Albânia marcou, com Bajrami, o gol mais rápido da história da Eurocopa, mas acabou perdendo por 2 a 1 para a Itália. Também teve a vitória da Suíça sobre a Hungria por 3 a 1 e a Espanha, que venceu a Croácia por 3 a 0 e também marcou seu recorde, colocando o jogador mais jovem da história da Eurocopa: o atacante Lamine Yamal, que inclusive deu uma assistência no jogo. 

SUÍÇA 3 X 1 HUNGRIA: no primeiro jogo do dia, no RheinEnergie Stadium, em Colônia, a Suíça começou com tudo em cima dos magiares e abriu o placar cedo, logo aos 11 minutos, numa ótima jogada que terminou na finalização de Duah. Sem diminuir o ritmo, o time suíço controlou as ações e ampliou aos 44', numa jogada individual que terminou com um chute de Aebischer no cantinho. Na etapa final, a Hungria veio mais para cima, principalmente depois de marcar com Varga, que aproveitou cruzamento de Szoboszlai e fez de cabeça. Já nos acréscimos, porém, Nbolo aproveitou erro da defesa húngara e, sem chuteira, curiosamente, tocou por cobertura para marcar o terceiro da Suíça, dando números finais ao jogo. 

ESPANHA 3 X 0 CROÁCIA: pressionando desde o início no Olímpico de Berlim, a Espanha saiu na frente no primeiro tempo, aos 28 minutos, com Morata, num rápido contra-ataque, justamente no momento em que o ritmo espanhol caia um pouco. A Croácia só criou logo na sequência do gol num chute de Kovacic que Simón defendeu, mas na sequência, um gol maravilhoso de Fabián Ruiz atordoou de vez o time xadrez. A equipe croata até criou ótimas chances depois, mas levou o golpe de misericórdia aos 47', quando Carvajal marcou o terceiro após lindo cruzamento de Lamine Yamal, de apenas 16 anos. No segundo tempo, Petkovic perdeu um pênalti, defendido por Simón e até chegou a marcar na sequência numa jogada no rebote, mas estava impedido. Mesmo com a pressão croata, o jogo terminou mesmo em 3 a 0. 


ITÁLIA 2 X 1 ALBÂNIA: o jogo já começou com gol histórico em Dortmund, já que com 24 segundos, Dimarco errou feio o lateral e deixou limpa a bola para Bajrami marcar para a Albânia. O gol abalou a Azzurra por cinco minutos, mas aos poucos a atual campeã igualou as ações e empatou o jogo com Bastoni, de cabeça, aos 11 minutos. Cinco minutos depois, Barella acertou um chutaço e virou para a Itália. A partir daí, até o fim do primeiro tempo, a Azurra exerceu uma imensa pressão, criou chances, meteu uma bola na trave com Frattesi, mas ficou só no 2 a 1. Na etapa final, a Itália praticamente administrou o resultado, sem sofrer muito, mas também pouco oferecendo de perigo ao gol albanês. 

Terceiro dia - A bola volta a rolar neste domingo, dia 16 de junho. Às 10 horas, no Volkspark, a Holanda estreia diante da Polônia, do atacante Lewandowski, com transmissão da Cazé TV. Às 13 horas, na MHPArena, em Stuttgart, jogam Eslovênia e Dinamarca, também na CazéTV e ás 16 horas, na Veltins Arena, em Gelserkichnen, estreia a Inglaterra, que terá pela frente a Sérvia, em jogo transmitido pelo Sportv.  

O milagre de Berna na Copa do Mundo de 1954

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

Seleção Alemã comemorando

Há 69 anos, o futebol alemão marcava um dos maiores momentos de sua história, que ficou conhecido como ‘O milagre de Berna’. No dia 4 de julho de 1954, teve a final da Copa do Mundo, que foi entre Alemanha Ocidental e Hungria, em um momento de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial.

Era a primeira Copa com cobertura da televisão, o que dava uma expectativa maior para todos. Era tudo muito novo, ainda mais com a reconstrução após a Segunda Guerra Mundial. A Alemanha estava pegando os cacos, e vencer a competição daria uma grande felicidade ao seu povo.

A final ocorreu no dia 4 de junho, e tinha uma grande expectativa, principalmente por parte dos húngaros, que vinham de 32 jogos sem perder e sendo o grande favorito para a decisão.

Com mais de 60 mil pessoas no Estádio Wankdorf, em Berna, e todos com uma grande expectativa. Com um amplo favoritismo da Hungria, que já havia vencido os alemães na primeira fase, por 8 a 3, entraria muito confiante, e tudo parecia estar a favor dos húngaros.

A partida começou com muita pressão da Hungria, que não demorou muito para abrir o placar. Aos 6 minutos, Puskás abriu o placar, mas não parou por aí, pois logo na sequência ampliou. Aos 8 minutos, Czibor fez o segundo, o que para todos parecia estar com o título mais que garantido.

O placar era muito bom, ainda mais com um grande ínicio de jogo, mas isso não desanimou o time Alemão. A equipe não demorou muito para reagir, pois logo aos 10 minutos, diminuiu o resultado com Marlock. A partida estava muito agitada, e tudo poderia acontecer.

Houveram diversas oportunidades para ambos os lados no começo. Mas, aos 18 minutos, Rahn empatou a partida. Depois de quatro gols em menos de 20 minutos, o jogo acabou dando uma acalmada e o nervosismo tomou conta para os dois lados.

Nenhuma das equipes queriam ficar sem o título, então acabou ficando um jogo mais brigado, sem grandes oportunidades. Os torcedores, times, jornalistas e todos que acompanhavam o jogo estavam tensos, pois foi uma grande final.

Aos 40 minutos, novamente Rahn, marcou o gol que deu o título para a Alemanha. Um relato emocionante, foi a narração de Herbert Zimmermann, que marcou a história: "Acabou! Acabou! Acabou! O jogo acabou! A Alemanha bate a Hungria por 3 a 2 na final em Berna!".

A conquista foi muito comemorada, ainda mais por como aconteceu, e de todos os fatos que aconteceram foram da esfera do futebol. O povo alemão comemorou muito o título.


Campanha da equipe - A Alemanha caiu no Grupo 2, que tinha a Hungria, Turquia e Coreia do Sul. Na época era feito em outro formato, havia apenas dois jogos, que era sorteado, e as equipes não se enfrentavam entre si. Os dois com melhores campanhas passaram para o mata-mata.

A Alemanha venceu a Turquia por 4 a 1, mas acabou sendo derrotado por 8 a 3 para a Hungria. Com isso,os alemães empataram na pontuação com a Turquia, e acabou tendo uma partida de desempate, que acabou com a vitória por 7 a 2.

Nas quartas de final, a Alemanha enfrentou a Iugoslávia, e venceu com tranquilidade por 2 a 0. Na semifinal, jogou contra a Áustria, e venceu por 6 a 1, passando para a grande final.

A Batalha de Berna na Copa do Mundo de 1954

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Confusão após o fim do jogo

Neste dia 27 de junho de 2023, se completam 69 anos da histórica "Batalha de Berna", que aconteceu na Copa do Mundo de 1954. O episódio aconteceu após a eliminação da Seleção Brasileira nas quartas de final do Mundial com uma derrota para a Hungria pelo placar de 4 a 2.

Antes de tudo isso, a Amarelinha já havia disputado dois jogos. Na estreia, goleou o México por 5 a 0, enquanto na segunda partida, ficou no empate em 1 a 1 com a antiga Iugoslávia.

Alguns dias depois, foi realizado o sorteio na cidade de Berna, para que os confrontos da fase seguinte fossem definidos. Quem acabou caindo no caminho do Brasil foi a Hungria, que contava com Grocsis, Boszik, Kocsis e Czibor, mas sem o craque Puskas, que não jogou porque estava se recuperando de uma contusão.

A Seleção Brasileira começou o embate um tanto quanto desligada e saiu perdendo de 2 a 0 em apenas 10 minutos de bola rolando, com gols de Hidegkuti, aos 4', e Kocsis, na marca dos 7'. Mesmo em desvantagem, os brasileiros conseguiram enfim se acalmar em certo momento, passaram a jogar de modo mais organizado, e nos 18' jogados, Djalma Santos diminuiu com um gol de pênalti. A partir daí, a equipe Canarinho equilibrou as ações e tentou pressionar, mas o 2 a 1 prevaleceu no marcador até o intervalo.

No segundo tempo, as duas seleções conseguiram chegar ao ataque com frequência, mas sem assustar as metas. Até que aos 15', foi os húngaros ampliaram para 3 a 1, com Lantos cobrando pênalti. Nos 20' Julinho recolou o Brasil no jogo marcando o segundo e pouco depois, Didi mandou uma bola na trave. Alguns minutos depois, Nílton Santos e Boszik trocaram socos e acabaram sendo expulsos. Logo em seguida, a Amarelinha desperdiçou duas excelentes chances de empatar o jogo, e recebeu o castigo aos 42', Kocsis sacramentou a vitória europeia por 4 a 2. Não muito tempo depois, Humberto Tozzi se descontrolou: deu uma voadora em Buzánszky e foi sendo expulso.

A "Batalha de Berna" começou logo após o árbitro Arthur Ellis apitar o fim da partida. Até Puskas, que apenas assistiu ao jogo das arquibancadas, foi para o gramado e participou da confusão, provocando Pinheiro na entrada do vestiário. O zagueiro brasileiro revidou, e consequentemente, acabou envolvendo todos os outros jogadores na confusão.


Maurinho cuspiu em Lantos. Um policial que entrou no campo com o intuito de apartar a briga, levou uma rasteira de Paulo Planet Buarque, radialista brasileiro, e caiu estatelado no chão. A confusão acabou se tornando algo generalizado, já que jornalistas e dirigentes entraram na briga. O técnico brasileiro, Zezé Moreira, viu um gringo vestindo um terno correndo para o vestiário e arremessou as chuteiras que Didi havia trocado durante e estavam em suas mãos no rosto daquele que era Gustavo Sebes, que ocupava o cargo de Ministro do Esporte da Hungria.

Nos pênaltis, Sevilla bate Roma e é campeão da Liga Europa pela 7ª vez

Com informações da Gazeta Esportiva
Foto: Attila Kisbenedek / AFP

Sevilla levou a melhor sobre a Roma

O Sevilla conquistou sua sétima Liga Europa e se isola mais ainda como o maior vencedor do torneio. Na Puskás Arena, em Budapeste, na Hungria, nesta quarta-feira, dia 31, os espanhóis venceram a Roma nos pênaltis, por 4 a 1, após empate por 1 a 1. Com a conquista, o time espanhol acabou com a invencibilidade de Mourinho, que tinha ganhado todas as competições europeias que chegou à final até então.

O Sevilla expandiu sua liderança no ranking de maiores vencedores da Liga Europa. O clube já havia vencido a competição nas temporadas 2005/2006, 2006/2007, 2013/2014, 2014/2015, 2015/2016 e 2019/2020. Além disso, a derrota da Roma impediu o hexacampeonato continental de José Mourinho, técnico da Roma. Seria a terceira vez que o português venceria a Liga Europa, as outras duas foram com o Porto e o Manchester United.

A primeira grande oportunidade da partida saiu aos 11 minutos do primeiro tempo, com a Roma no ataque. Dybala fez bela jogada individual pela direita e, da linha de fundo, cruzou rasteiro para trás. Spinazzola apareceu livre para finalizar, porém bateu em cima do goleiro Bono, que espalmou com tranquilidade. O Sevilla não teve um bom início de jogo e apresentou dificuldades para chegar com perigo à meta italiana.

Aos 34, a Roma conseguiu abrir o placar. Mancini tocou para Dybala na entrada da área. O meia disparou até a cara do gol, de onde finalizou na saída de Bono. O goleiro passou perto de impedir o tento com os pés, mas não foi rápido o suficiente. Nos acréscimos, aos 50, o Sevilla teve sua melhor chance da primeira etapa. Rakitic soltou uma bomba de fora da área, que parou na trave direita.

A segunda etapa começou melhor para o Sevilla, que conseguiu o empate aos 9 minutos. Jesús Navas tentou o cruzamento pela direita buscando En-Nesyri dentro da área. Antes do atacante, o zagueiro Mancini, da Roma, apareceu para tentar tirar, mas pegou mal e desviou contra a própria meta.

A Roma respondeu aos 21. Após cobrança de falta, a bola ficou viva na pequena área. Desequilibrado, Abraham tentou empurrar para o gol, mas parou em uma defesa milagrosa de Bono. A defesa afastou mal e Ibañez mandou a oportunidade para a linha de fundo. Aos 29, um pênalti foi assinalado para o Sevilla, porém o árbitro foi ao VAR e voltou atrás na decisão. Com o placar empatado ao final dos 90 minutos, a partida foi para a prorrogação.


Na prorrogação, nenhuma das equipes conseguiu oferecer perigo e, com isso, o duelo foi para os pênaltis. na disputa, a Roma errou sua segunda cobrança. Mancini parou em Bono, que defendeu com os pés no lado direito. O Sevilla converteu com Rakitic e os italianos voltaram a errar, dessa vez com Ibañez. O brasileiro mandou no pé da trave esquerda. Na cobrança final, Montiel mandou pela primeira vez na trave, porém o árbitro mandou voltar, já que Rui Patrício estava adiantado. Na segunda oportunidade, o argentino mudou o canto e converteu.

A Roma volta a campo no domingo para seu último jogo oficial da temporada, contra o Spezia, pelo Campeonato Italiano. O Sevilla fará sua última partida pela La Liga também no domingo, contra o Real Sociedad.

Seleção Brasileira Feminina joga bem e vence a Hungria em amistoso internacional

Por Ricardo Pilotto
Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Brasil bateu a Hungria por 3 a 1

Nesta tarde de segunda-feira, dia 11, Brasil bateu a Hungria pelo placar de 3 a 1 em um amistoso internacional realizado na Pinatar Arena Football Center, em San Pedro del Pinatar, na Espanha. Esta partida serviu de preparação para a Copa América Feminina que acontecerá no mês de julho deste ano.

Na quinta-feira da última semana, dia 7, a Seleção Brasileira jogou diante da Espanha e empatou em 1 a 1 com as europeias. Já a Seleção Húngara, que havia entrado em campo pela última vez no dia 19 de fevereiro, venceu a Polônia, em amistoso, pelo placar de 2 a 1 jogando fora de casa.

Quem teve o domínio das ações por grande parte do tempo na etapa inicial foi a Amarelinha, que depois de tanto pressionar as húngaras, abriu o placar aos 12' de bola rolando com Gabi Nunes de cabeça, aproveitando cobrança de escanteio vindo da direita feito na medida. Mesmo com a vantagem no marcador, as Guerreiras continuaram pressionando e não deixaram as europeias crescerem no jogo. 

Apenas a partir dos 34', que a equipe grená começou a se soltar mais na partida e finalizaram com algum perigo pela primeira vez no jogo apenas aos 34' jogados, com chute de Vágó que passou por cima do gol defendido pela arqueira Lorena. Depois deste momento, o Brasil voltou a tomar conta das ações e continuou criando chances, mas o primeiro tempo terminou 1 a 0 para a seleção sul-americana.

Já com bola rolando na etapa complementar, a Seleção Brasileira manteve a postura ofensiva e marcou o segundo tento na partida com Bia Zaneratto, que arriscou um belíssimo chute de fora da área e marcou um golaço aos 7'. Sem tirar o pé do acelerador, o terceiro gol veio na marca dos 15', mais uma vez com Gabi Nunes aproveitando cruzamento de Adriana e mergulhando de peixinho para colocar a bola no fundo das redes.

Quando a equipe húngara conseguiu sair mais para o jogo, Csiszár acabou sendo empurrada por Ingrid na grande área e a árbitra apontou para a marca da cal. Csiki foi quem bateu a penalidade e diminuiu a vantagem brasileira na marca dos 29'. Com 31' Debinha respondeu com excelente cobrança de falta que levou muito perigo ao gol de Bíró.

Na reta final da partida, as Guerreiras persistiram em em busca do quarto gol, e quase que aos 40', Adriana deixa o seu em um chute cruzado após belíssimo contra ataque armado. Nos acréscimos, a Amarelinha ainda pressionou, mas o jogo terminou 3 a 1 a favor da Seleção Brasileira.


O próximo jogo da Seleção Brasileira Feminina está marcado para o dia 28 de junho, quando jogará ainda mais um amistoso com a Suécia, em Estolcomo. Depois deste embate com a equipe nórdica, o Brasil estreará na Copa América Feminina contra a Argentina, no dia 9 de julho. Esta partida que abrirá a participação da Amarelinha na competição será realizada no Estádio Centenário, em Montevidéu. 

Os magiares húngaros e as três finais olímpicas em sequência

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

O time húngaro da Olímpiada de 1964

Recentemente, após vencer o México nos pênaltis, o Brasil atingiu sua terceira final seguida no Futebol Masculino nas Olímpiadas. Com essa marca, os Canarinhos repetem um feito que não acontecia desde a década de 1960, quando a Hungria chegou por três vezes seguidas as finais da modalidade. Obtendo dois ouros e uma medalha de prata. A marca demorou quase 50 anos para ser igualada.

O feito dos Magiares não é exatamente inédito. Anteriormente, a Iugoslávia havia chegado a quatro finais olímpicas seguidas, ganhando uma delas. No Feminino, os Estados Unidos têm cinco finais consecutivas. Porém, as finais em sequência grande são raridades em quase todos os torneios de futebol de alto nível, onde a concorrência costuma ser grande e em casos como os Jogos Olímpicos, em quatro anos muitas coisas podem mudar. O Brasil iguala o feito húngaro com 2012, quando perdeu para o México e com 2016, quando venceu o Ouro no Rio de Janeiro sobre a Alemanha, além de, é claro, Tóquio.

Existe um contesto que permitia aos times de países socialistas chegarem tanto as decisões. Nesses países, os jogadores de futebol das seleções principais eram "amadores" e portanto podiam jogar o torneio de Futebol das Olímpiadas, enquanto as outras grandes equipes via de regra enviavam times amadores ou mesmo atletas de base ao torneio. Com isso, a situação ficava muito mais fácil para essas seleções.

Foi assim que a Hungria chegou a sua primeira final em 1964, curiosamente também em Tóquio. Contando com todos os principais jogadores, apesar da ausência de grandes nomes profissionalizados, a equipe húngara ainda distava na parte técnica de grande parte de seus adversários. Na fase de grupos, os magiares atropelaram Marrocos por 6 a 0 e fizeram uma partida espetacular contra a Iugoslávia (6 x 5) para chegarem ao mata-mata, onde bateram a Romênia por 2 a 0 e a antiga República Árabe Unida por 6 a 0 para chegar a final, onde Farkas e Bene marcaram os gols que deram o ouro a Hungria, numa vitória por 2 a 1 sobre a Tchecoslováquia.

Quatro anos depois, na Cidade do México, os Magiares bateram até com certa facilidade as equipes de El Salvador (4 x 0) e de Israel (2 x 0) na fase de grupos, onde curiosamente acabaram sofrendo contra Gana e empatando por 2 a 2 contra os africanos. No mata-mata, uma vitória sem muito brilho sobre a Guatemala por 1 a 0 sucedeu uma goleada em cima do Japão por 5 a 0 e uma goleada por 4 a 1 sobre a Iugoslávia na decisão, garantindo mais um ouro olímpico para o país no futebol.


A última decisão da sequência dos húngaros veio em Munique. Naquele ano, na fase de grupos, os Magiares estrearam goleando o Irã por 5 a 0, depois empataram com o Brasil em 2 a 2 e por último venceram os dinamarqueses por 2 a 0. Depois, a segunda fase outra vez reuniu grupos, onde vieram vitórias contra a Alemanha Oriental por 2 a 0, contra a Alemanha Ocidental por 4 a 1 e por fim um 2 a 0 no México. Na decisão, porém, o ouro ficou com a Polônia, que tinha um tal de Lato, mas que acabou decidindo o jogo com Deyna e vencendo por 2 a 1, com Varadi marcando para os húngaros.

Depois daquela derrota em 1972, a Hungria nunca mais atingiu sequer uma semifinal olímpica. Anteriormente, a geração dourada e maravilhosa de Puskas já havia conquistado a primeira medalha de ouro para o país em 1952, nos jogos de Helsinki. Agora, o Brasil tenta além de igualar o feito das finais igualar também o de medalhas, buscando seu segundo ouro em três finais.

Matheus Leoni comemora golaço na abertura do Campeonato Húngaro

Foto: divulgação Kisvarda

Matheus Leoni em ação pelo Kisvarda

No último final de semana começou o Campeonato Húngaro e o Kisvarda abriu a primeira rodada contra o atual campeão, o Ferencvaros. A equipe surpreendeu e venceu por 2 a 1, com direito a um golaço do lateral brasileiro Matheus Leoni.

“Feliz pelo gol, por ser um dos jogos mais importantes da história do clube, pois foi a primeira vez que o Kisvarda venceu o Ferencvaros em toda sua história e também foi o jogo número 100 do clube na primeira divisão. Colocar nosso nome na história do clube é muito legal,”, disse o jogador.

Após fazer história, a equipe volta as suas atenções para se preparar para a próxima rodada, onde enfrentará em casa o Gyirmot, que estava na segunda divisão e conseguiu o acesso. A meta do Kisvarda nesta temporada é conseguir uma vaga na Champions ou na Europa League.

“Temos que pensar jogo a jogo, pois no final o que vai importar são os três pontos em cada partida. O pensamento é de tentar chegar entre os quatros primeiros no final da temporada, para conseguir a vaga em um dos maiores campeonatos europeus”, afirmou.


Leoni tem 29 anos e está na sua segunda temporada no futebol húngaro. Antes passou por Arda Kardzhali e Beroe, da Bulgária, Xamax da Suíça e no Brasil foi formado nas categorias de base de Figueirense e Athletico. O jogador é titular absoluto do Kisvarda.

Com o Flamengo, goleiro Lucão estreia nesta segunda na Copa Puskas Sub-17, na Hungria

Foto: divulgação CR Flamengo

Lucão ressaltou o fato de o Flamengo ser o único representante das Américas no torneio

O Flamengo estreia nesta segunda-feira na edição 2021 da Copa Internacional Puskas Sub-17. O torneio com a participação de oito clubes de sete países será realizado até a próxima sexta-feira na cidade de Felcsut, na Hungria, e seu nome é uma homenagem a Ferenc Puskas, maior nome da história do futebol do país do leste europeu.

Destaque das categorias de base do Rubro-Negro carioca, o goleiro Lucão não esconde a motivação por participar da competição e vê a equipe preparada para enfrentar o Budapeste Honved, adversário na primeira rodada do torneio.

“A Copa Puskas é um torneio de altíssimo nível e estou muito feliz por ter a oportunidade de vestir a camisa do Flamengo, único representante das Américas, aqui na Hungria. Trabalhamos forte durante a semana e estamos prontos para estrear com um resultado positivo”, declarou o atleta capixaba de 1,93 de altura, cuja carreira é agenciada pela empresa D.Aquino Sports.


Grupo B - O Flamengo integra o Grupo B da primeira fase da Copa Puskas. Após o Honved, o clube brasileiro irá enfrentar o Genk, da Bélgica (na terça-feira) e o Sporting Lisboa, de Portugal (quarta-feira). O grupo A conta também  com o alemão Bayern Munique, o romeno Csikszereda, o croata Osijek, além do anfitrião Puskas Akademia.

Os primeiros de cada chave disputam a final, marcada para sexta-feira, dia 29. No mesmo dia, quem ficar em segundo lugar no grupo joga pela terceira posição, assim como haverá confrontos pelas quinta e sétima colocações do torneio.

Matheus Leoni fala sobre sua quinta temporada no futebol europeu

Foto: divulgação Kisvarda

Matheus Leoni em ação pelo Kisvarda

No último domingo, o lateral esquerdo Matheus Leoni encerrou sua quinta temporada seguida no futebol europeu. O jogador marcou um gol, na vitória do Kisvarda por 5 a 1 sobre o Paks, na Liga da Hungria e a equipe terminou o campeonato nacional na quinta posição.

“Creio que a cada ano que passa sinto que tenho tido uma evolução significativa. Foi o meu melhor ano individualmente por aqui, além de ter feito 36 jogos, sem nenhum tipo de lesão e também sem ter ficado suspenso de nenhum jogo, mostra que a minha temporada foi muito regular.”

Além de atuar pelo time húngaro, Leoni jogou a primeira parte da temporada no Arda Kardzhali, da Bulgária e com seu destaque, acabou sendo contratado pelo Kisvarda. Juntando os dois clubes, Leoni atuou por 36 jogos, marcou dois gols e deu quatro assistências.

“Espero que a próxima temporada seja ainda melhor. Sonho com uma vaga na Europa League e vamos tentar buscar a melhor performance em todos os jogos pra conseguir esse objetivo. Pretendo manter a regularidade e me preparar ainda mais pros desafios que virão.”


Leoni tem 29 anos e no Brasil passou pelas categorias de base de Athletico e Figueirense. Fora do país, além do Kisvárda e do Arda, passou pelo Neuchâtel Xamax, da Suíça e Beroe, da Bulgária. O lateral também atua nas posições de meia e zagueiro.

Maradona e a sua estreia pela Seleção Argentina

Por Pablo Lisotto / La Nación / Tradução: O Curioso do Futebol
Foto: arquivo La Nación

Maradona, novo, estreando pela Seleção Argentina

Faltavam poucos minutos para as 19h30 do domingo, 27 de fevereiro de 1977. Foi então que, apenas 13 dias após o Dia dos Namorados argentino, uma história de amor começou: a de Diego Maradona e a camisa da Albiceleste.

"Maradona! Maradona! Vamos!" César Luis Menotti deveria ter chamado Diego duas vezes, que fazia o aquecimento com os companheiros de um lado da linha de limão da Bombonera. A seleção argentina já goleou a Hungria por 5 a 1 e o treinador decidiu que era o momento certo para fazer sua estreia para o garoto de 16 anos e 4 meses, que apenas 130 dias antes fizera sua estreia no primeiro Juniors argentinos. Sem saber, ele estava escrevendo um capítulo fundamental na história do futebol.

"Prepare-se para entrar". Com aquela frase curta, El Flaco conseguiu sacudir o menino. Ele se sentia confiante, mas quando ouviu o primeiro "Maradoooooo" das arquibancadas, suas pernas tremeram e a emoção o dominou. Sentira algo semelhante dias antes, quando o DT o convocou ao hotel "Los Dos Chinos", onde se concentrava a seleção principal, e lhe disse que se o jogo contra os húngaros o permitisse, ele iria colocar por alguns minutos.

“Você vai entrar pelo Luque. Faça o que sabe, tenha calma e ande pelo campo”, foi a última indicação que recebeu antes de entrar no segundo tempo de 20 minutos.

"O que ele sabe" foi exatamente o que Pelusa fez, mesmo a anos-luz de ser rebatizado de El Diego ou D10S. Naqueles poucos minutos frente aos húngaros e em tudo o que se seguiu depois, nos 91 jogos teve que defender essas cores, com as quais comemorou 34 golos. Ele sempre fez "o que sabe".

Seu primeiro contato com a bola foi quase instantâneo: Hugo Gatti arrancou do gol, Américo Gallego recebeu e passou para ele. O garoto, com um cabelo preto encaracolado que cobria a testa, capacitou René Houseman. Não era um gol, mas ajudou Diego a se livrar da ansiedade. Com o nº 19 nas costas, recebeu a primeira grande ovação de pé.

"Em cada intervenção ele justificou sua inclusão no elenco da seleção argentina. Apesar da juventude, ele tocou na bola com sabedoria e com bom senso deu passes profundos e precisos", destacou o lornal La Nación, no dia seguinte.

Os times europeus costumavam jogar esporadicamente na Argentina. A série internacional de 1977, realizada inteiramente na Bombonera (enquanto o Monumental e o Amalfitani foram remodelados para a Copa do Mundo de 1978), começou com o amistoso contra os húngaros e depois contou com a presença da Polônia (3-1), Alemanha Ocidental (1-3), Inglaterra (1-1), Escócia (1-1), França (0-0), Iugoslávia (1-0) e Alemanha Oriental (2-0).


Algum tempo depois, com as mesmas cores no peito, Diego se frustrou por ter sido excluído do time que conquistou a Copa do Mundo de 78; foi expulso por um golpe tremendo ao brasileiro Batista na Espanha 82; Ele voou para o infinito e além para vencer o salto de Peter Shilton com a Mão de Deus por 1 a 0 e se disfarçou como Mozart, Beethoven, Picasso, Dalí ou todos eles juntos para construir o gol mais bonito da história contra os ingleses do mundo Copos; levantou a Taça no México 86; chorou de impotência depois de perder a final da Itália 90; gritou para a câmera e para todo o planeta que estava mais vivo do que nunca depois do gol contra a Grécia, nos Estados Unidos 94 e, em sua última partida oficial com a camisa argentina, sorriu para a mão de uma enfermeira loira pouco antes deles cortou as pernas dele em Boston.

Como em qualquer outro romance, o caminho das rosas também teve seus espinhos. Mas nada e ninguém será capaz de romper esse relacionamento. Porque grandes amores duram uma vida inteira .

Entre Bulgária e Hungria, Matheus Leoni completa 20 jogos sem derrota

Foto: divulgação Kisvarda

Matheus Leoni com a camisa do Kisvarda

O lateral-esquerdo Matheus Leoni conseguiu uma marca expressiva nestatemporada atuando pelo Arda Khardzhali, da Bulgária. O jogador alcançou uma marca de 17 jogos seguidos sem perder e nas duas temporadas pela equipe, nos 28 jogos que atuou, teve apenas quatro derrotas.

“Conseguir esses números foi muito especial, pois você alcançar uma marca dessa hoje em dia é muito difícil, ainda mais em um campeonato competitivo e muito nivelado como o Campeonato Búlgaro.”

Após ter um bom desempenho na equipe, o jogador se transferiu para o Kisvarda, da Hungria, que está brigando por uma vaga na Liga Europa. Em seus três primeiros jogos, o time não perdeu e Leoni alcançou a marca de 20 jogos seguidos sem perder.

“No início sempre existem coisas diferentes de um país para outro, mas creio que a adaptação está sendo boa, o clube fornece uma estrutura muito boa para que a gente possa fazer nosso trabalho da melhor maneira, os meus companheiros também receberam muito bem e além disso tudo, tem mais três brasileiros no elenco, o que facilita um pouco mais a adaptação.”


Antes de jogar pelo Arda Khardzhali, o lateral jogou pelo Beroe, do mesmo país e pelo Xamax, da Suíça. Na Europa, o atleta além de atuar na sua posição de origem, se mostrou polivalente, pois atuou de zagueiro e meio-campo, sempre como titular.

“Jogar na Europa me ajudou a evoluir nessas funções. No meu antigo clube joguei como zagueiro em alguns jogos, lateral esquerdo e também na linha da frente pela esquerda. Creio que essa facilidade de fazer várias funções tem me ajudado e com certeza ajuda a dar mais opção para o treinador trabalhar com diferentes formações”, finalizou

Miklos Feher e a fatalidade que derrubou o ascender de uma promessa húngara

Por Lucas Paes
Foto: Sapo.Pt

Feher com a camisa do Benfica

A Hungria já foi um dos maiores expoentes do futebol bonito na história. O país foi casa do espetacular time de Puskas e os Magiares na Copa do Mundo de 1954 e encantou o mundo por algumas vezes. Ainda hoje, consegue emplacar algumas revelações no futebol. Há alguns anos, foi o caso de Miklos Feher, que completaria 41 anos neste dia 20, despontou em seu país de origem e foi observado pelo Porto, mas quando começava a viver sua ascensão no Benfica acabou sendo vítima do próprio coração, que parou e deixou os encarnados viúvos de uma esperança e os húngaros viúvos de uma promessa.

Feher começou a jogar futebol no time de sua cidade, o Gyori ETO, em 1995, com apenas 16 anos, e já na época era observado por olheiros do Porto que se interessavam em adquirir o talento do garoto húngaro. Depois de três anos, 62 jogos e 23 gols pelo clube de sua cidade natal, os Dragões o levaram em 1998, quando o húngaro ainda tinha apenas 18 anos de idade.

Porém, chegando jovem ao Dragão, nunca conseguiu se firmar com a camisa azul e branca. Jogou efetivamente apenas 10 vezes com a camisa portista e passou a maior parte do tempo em que estava no clube em empréstimos, por Salgueiro e principalmente pelo Braga, onde finalmente se firmou e acabou chamando atenção de outro grande português: o Benfica, que adquiriu interesse em tirar o húngaro dos rivais. A negociação acabou ocorrendo depois que o presidente portista brigou com o empresário de Feher.

No Benfica, foi onde o meio-campista húngaro começou a ensaiar uma boa ascensão, fazendo uma boa temorada 2002/2003 e sendo um dos destaques do time no ano de 2003, em 25 de janeiro de 2004, estava em Guimarães para uma partida contra o Vitória quando entrou em campo e inclusive deu assistência para o gol de Fernando Aguiar. Porém, já nos acréscimos, após receber um cartão amarelo, caiu no gramado para nunca mais se levantar. Ali se apagava a possível futura estrela húngara, num dos momentos mais tristes e assustadores do futebol mundial.


Aos 24 anos, Miklos foi vítima de uma parada cardíaca. Seu velório foi no Estádio da Luz, onde diversas personalidades do futebol português foram prestar homenagens, incluindo dirigentes e o treinador José Mourinho, do Porto. O Benfica aposentou a camisa 29 de Feher e ainda deu a sua família a medalha do título português da temporada 2004/2005. Seu clube de origem, o Gyori Eto, tem o nome de Miklos Feher Academy em suas categorias de base.

O futebol de alto nível, por sua vez vê como cada vez menos comuns as mortes dentro de campo. Diversos protocolos foram criados desde o ano de 2004, que também teve a chocante tragédia de Serginho no Brasil. Desde então, se reduziram, pelo menos nos torneios maiores. A ocasião mais chocante após 2004 se deu com Antônio Puerta, do Sevilla, que chegou inclusive a sair andando de campo. Um caso evitado foi o do jovem De La Red, do Real Madrid, que teve problemas cardíacos detectados em exames e hoje trabalha na parte diretiva do clube.

Josef Bican - O primeiro "Super Herói" do Planeta Bola

Por Lucas Paes
Foto: arquivo histórico


Bican foi um dos maiores artilheiros que o mundo já testemunhou


"Mil gols, mil gols, mil gols, mil gols, mil gols, só Pelé". É o que diz uma das mais famosas músicas da torcida brasileira, criada as vésperas da Copa do Mundo de 2014, posteriormente adaptada pela torcida do Santos. Mas, pelo menos pelas contas austriacas e tchecas, Pelé não foi o único (pelas contas de Romário também não) à chegar a marca de mil gols, aliás, pelas contas de torcedores dos dois países ele não foi o primeiro. Muito antes de Pelé existir para o futebol, existiu um certo Josef Bican, voraz artilheiro austro-húngaro. O primeiro "Super Herói" do futebol.

Nascido em um 25 de setembro como hoje, no distante 1913, ás vésperas da Primeira Guerra Mundial, era filho de jogador e acabou se desenvolvendo como um atacante que era rápido e chutava bem com as duas pernas. Jogando por Rapid Viena e Admira Viena, marcou 120 gols em 92 jogos, números que o credenciaram à fazer parte do histórico time austriaco da Copa do Mundo de 1934, o Wunderteam (Time Maravilha), semifinalista, derrotado pela Itália, numa copa onde Bican só fez um gol. Ainda assim, liderou por muitos anos o Rapid Viena, deixando o clube com 68 gols em 61 jogos, antes de passar pelo Admira.

De origens Tchecoslovacas, em 1937 se transferiu ao Slavia Praga, time que caiu recentemente no grupo da morte da Liga dos Campeões ao lado de Inter, Borussia Dortmund e Barcelona. O Slavia tem em Bican seu maior nome. Segundo consta a lenda, já que os registros da época são raros e acabaram ficando mais difíceis ainda de encontrar devido aos horrores da Segunda Guerra, Bincan marcou 1054 em 540 jogos pelo Slavia. Números absolutamente assustadores. Mesmo os números divulgados oficialmente, de 534 gols em 274 jogos são igualmente assustadores. Muito antes de Cristiano Ronaldo assombrar o planeta e virar o maior artilheiro da história do Real Madrid com mais gols que jogos, o nome de Bican causava pesadelos em defensores tchecoslovacos.

Passou ainda por Sokol Vitkovice e Skoda Hradec antes de retornar ao Slavia, aliás, ao na época nomeado Dinamo Praga, onde encerrou a carreira. Jogando pelas seleções da Austria e da Tchecoslováquia, marcou respectivamente 12 e 14 gols por cada uma, além de outros três com a Seleção da Boêmia e Morávia, selecionado do protetorado de mesmo nome criado pela Alemanha Nazista. Segundo a lenda, terminou a carreira com 1754 gols marcados. 

Oficialmente, a conta coloca Bican com 805 gols, o que de qualquer maneira o tornaria o maior artilheiro da história em números oficiais. Porém, o futebol é feito também de lendas, de mitos, de historias passadas de pai para filho, de geração para geração. De olhos brilhantes, marejados, vozes enbargadas ao lembrar de alguem que parecia um super-herói. Pouco importa para os brasileiros se Pelé não fez mil gols pelos números da FIFA, quem é a FIFA? O que a FIFA tem de importância perto das emoções e dos abraços e das histórias que se contam de pai para filho? A pergunta se repete com Josef Bican.

Pois quem é a FIFA? O que importa o que um monte de engravatados, frios e poucos conectados as emoções que esse jogo traz perto da lenda? Da imagem histórica. Do que representa a lenda. Bincan é uma lenda, a lenda goleadora da República Tcheca e da Áustria, países que tão pouco podem comemorar no futebol. A lenda de tempos distantes do "Planeta Bola", de um futebol diferente em quase tudo. Mas independente de tecnologia, de mudanças, de tudo o que jogo virou, tudo ainda se resume no momento de exaltação do grito de gol, naqueles segundos em que o sujeito se vê livre de tudo o que o incomoda, em que nada mais no mundo importa. E se o que importa é um grito de gol, Bican foi um dos que mais fez pessoas soltarem esse grito nesse mundo, talvez o que mais tenha feito. O que é a estatística perto disso?

Super Herois são sobre humanos, são lendas, são aqueles que estão acima da nossa compreensão. Pelè, o Rei, é um Super Heroi do futebol. Messi, Cristiano Ronaldo, Cruyff. Super Heroi, Deuses... O futebol é como uma mitologia, como uma religião, como histórias. Talvez o primeiro grande super heroi do mundo bola seja Josef Bican. Independente de qualquer coisa, o que é possível afirmar é que ele foi uma das maiores lendas da história do futebol e esse status não tem número que apague.

A Hungria campeã olímpica de 1952

Por Victor de Andrade

Os húngaros já eram considerados o melhor time da Europa e conquistaram a medalha de ouro

Não é novidade para ninguém que o grande time da primeira metade da década de 1950 foi a Hungria. Com uma incrível invencibilidade de 32 jogos, que começou ainda em 1950 e só foi terminar na final da Copa do Mundo de 1954, quando foram derrotados pelos alemães, os húngaros dominaram o futebol naquela época e o título mais importante foi a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos em Helsinque, em 1952.

O torneio de futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1952 foi realizado entre 15 de julho e 2 de agosto em Helsinque e em outras quatro cidades finlandesas. A grande surpresa do torneio foi a eliminação da equipe britânica logo na fase preliminar. Ainda mais surpreendente foi o rival que a derrotou, a fraca equipe de Luxemburgo. Porém, vamos falar da campanha húngara.

Os magiares, com suas grandes estrelas, como Puskas e Kócsis, já que oficialmente não eram profissionais, estrearam no dia 15 de junho, contra a Romênia, em Turku, vencendo por 2 a 1. Seis dias depois, em Lahti, os húngaros encararam a Itália, em Lahti, e venceram com certa tranquilidade: 3 a 0.

Nas quartas-de-final, todo mundo esperava que a Hungria mostrasse de vez o seu futebol poderoso, de grandes goleadas. E aconteceu! A vítima foi a Turquia, no dia 24 de julho, em Kotka. Palotas, Kócsis (duas vezes), Lantos, Puskas (também dois gols) e Bozsik marcaram sete para os magiares, sendo que Guder fez o único dos turcos: 7 a 1 e os húngaros estavam na semifinal.

Na final, contra a Iugoslávia

No jogo que definiria um dos finalistas, a Hungria foi novamente poderosa. Mesmo jogando contra a Suécia, campeã quatro anos antes e terceira colocada na Copa do Mundo de 1950, os magiares atropelaram: 6 a 0, sendo Kócsis (duas vezes), Hidegkuti, Puskás, Palotas e Lindh (contra) marcando os gols da partida.

Na decisão, a vítima húngara foi a Iugoslávia. A partida foi mais equilibrada do que nas três fazes anteriores, mas os magiares eram melhores e fizeram 2 a 0, com Puskás e Czibor marcando os gols da medalha de ouro.

A Hungria, depois da conquista olímpica, se consagraria ainda mais, ao derrotar, em 25 de novembro de 1953, a Inglaterra, em pleno Wembley, por 6 a 3. Em seguida, ainda os venceriam em Budapest por 7 a 1. Mesmo depois de perder a final da Copa do Mundo para a Alemanha Ocidental, a Hungria ficou mais dois anos invicto, sendo derrotado apenas pela Turquia, em 1956, exatamente no ano da Revolução Húngara, que acabou com o time do Hónved, que era a base da seleção e os jogadores foram atuar por vários times europeus.

A Seleções finalistas que nunca foram campeãs mundiais

Por Victor de Andrade

A Holanda é a recordista: foram três finais, 1974, 1978 (foto) e 2010, mas nunca foi campeã

A Croácia, na quarta-feira, dia 11, deu um passo importantíssimo na história do futebol ao conseguir chegar pela primeira vez a uma final de Copa do Mundo, ao vencer a Inglaterra pelo placar de 2 a 1, com o gol da vitória saindo na prorrogação. A seleção croata tornou-se a 13ª do mundo a conseguir se classificar para a decisão.

Agora, no domingo, dia 15, a partir das 12 horas, no horário de Brasília, no Luzhniki Stadium, em Moscou, iremos ver se a Croácia conquistará o seu primeiro título mundial, se juntando a Brasil, Alemanha, Itália, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha e França (adversária na final), ou será apenas a quinta seleção na história a chegar ao menos em uma final e nunca ter levantado a taça de campeã. Confira as outras quatro seleções que já chegaram à decisão e nunca conquistaram um título:

TCHECOSLOVÁQUIA
1934 - 1962

O time da Tchecoslováquia em 1962, que perdeu a decisão para o Brasil

A primeira seleção a figurar nesta lista não existe mais. A antiga Tchecoslováquia, hoje dividida entre Chéquia e Eslováquia, curiosamente, perdeu títulos para as únicas duas seleções que ganharam Copas seguidamente. Primeiro, os tchecos foram derrotados em 1934 pela Itália, que jogava em casa e depois ganharia o título em 1938, por 2 a 1, na prorrogação. 28 anos depois, no Chile, a Tchecoslováquia encararia o Brasil, campeão de 1958, na decisão. Apesar de terem saído na frente, os tchecos foram derrotados por 3 a 1 e nunca mais chegaram a uma final. A última participação da seleção em uma Copa do Mundo foi em 1990. Porém, tanto a Chéquia como a Eslováquia já jogaram mundiais.

HUNGRIA
1938 - 1954

Em 1954, a Hungria assombrou o mundo: só faltou o título

Após conquistar a Copa de 1934, jogando em casa, a Itália encarou outra seleção que nunca conquistou a taça em 1938, na França: a Hungria. Porém, os italianos, com um time ainda mais forte do que quatro anos antes, fez 4 a 2 nos húngaros e foi a campeã. Em 1954, na Suíça, a grande sensação do futebol mundial era a Hungria, que estava a quatro anos invicta, foi campeã olímpica em 1952, e contava com craques como Kócsis e Puskas. Porém, na decisão, a Alemanha Ocidental virou o jogo para 3 a 2, conquistou o seu primeiro título, fazendo uma das maiores surpresas da história das Copas. Depois, a Hungria nunca mais foi a mesma e seu último Mundial foi em 1986.

SUÉCIA
1958

Suécia parou no time brasileiro em 1958

A Copa do Mundo de 1958 foi realizada na Suécia e a dona da casa não fez feio. Pelo contrário! Semifinalista em 1938 e em 1950, os suecos fizeram um bom torneio e conseguiram chegar à final da Copa do Mundo. O adversário foi o Brasil, de Pelé, Garrincha e Didi, que com seu futebol envolvente, ganhou dos donos da casa por 5 a  2 e conquistaram o primeiro dos cinco títulos mundiais que detém, iniciando uma grande dinastia. Já a Suécia, entre fases e gerações, voltou à uma semifinal em 1994 e na Copa da Rússia, em 2018, caiu nas quartas de final.

HOLANDA
1974-1978-2010

Holanda em 1974 encantou o mundo, mas perdeu para a  Alemanha Ocidental

Aqui temos um caso de "tri-vice". A Holanda, devido às suas boas campanhas em Copas, é considerada por muitos uma grande seleção, mesmo sem ter um título. E tudo isto começou em 1974, sob o comando de Rinus Michels e com craques como Cruyff em campo. Porém, apesar de favorita, os holandeses perderam a final para os donos da casa, a Alemanha Ocidental, por 2 a 1, de virada. Quatro anos depois, mesmo sem Cruyff e sem dar show, a Holanda conseguiu chegar à decisão novamente, mas encarou outra dona da casa: a Argentina, que foi campeã vencendo por 3 a 1, sendo que os dois gols que deram a vitória saíram na prorrogação. Ainda tinha mais, em 2010, na África do Sul, com um time com Sneidjer e Robben, com o segundo perdendo uma grande chance ainda no tempo normal, os holandeses perderam o título para a Espanha, na prorrogação.

A Batalha de Berna - A primeira eliminação do Brasil em quartas de Copa

Com informações do site oficial da CBF

O Brasil acabou perdendo o jogo por 4 a 2 para a grande sensação do momento: a Hungria

Nesta sexta-feira, dia 6, o Brasil perdeu para a Bélgica, por 2 a 1, em Kazan, e foi eliminado nas quartas-de-final da Copa do Mundo Rússia 2018. Foi a sexta vez em que o time canarinho acabou saindo de um Mundial nesta etapa do torneio. A primeira vez que isto aconteceu foi em 1954, na Suíça, quando os brasileiros foram derrotados pela Hungria, a grande sensação do futebol naquele momento, por 4 a 2, e depois do apito final houve uma briga generalizada, fazendo com que a partida ficasse conhecida como "A Batalha de Berna".

No dia 25 de maio de 1954, a delegação partiu, em voo da PanAir, para a disputa da Copa do Mundo na Suíça. A estréia na primeira fase foi tranquila. Mais uma vez o Brasil enfrentava o México, ao qual derrotou com facilidade por 5 a 0. O segundo adversário foi a Iugoslávia, no final, empate por 1 a 1.

Para definir os adversários da segunda fase foi realizado um sorteio na cidade de Berna, aconteceu o que todos temiam. Nossa adversária, no dia 27 de junho, seria a poderosa seleção húngara de Grocsis, Boszik, Kocsis e Czibor, sem o astro Puskas, que, se recuperando de uma contusão, não disputou a partida.

A Hungria foi melhor na partida

O Brasil entrou em campo muito tenso e com 10 minutos de jogo a Hungria já vencia por 2 a 0, no primeiro gol Pinheiro perdeu o equilíbrio e escorregou, a bola sobrou para Hidegkuti, que livre marcou o primeiro gol aos 4 minutos. Passados três minutos e veio o segundo, o ataque húngaro trocou passes e Kocsis lançado em posição duvidosa cebeceou encobrindo Castilho e marcando o segundo gol.

O Brasil colocou os nervos no lugar começou a se arrumar em campo. Aos 18 minutos, Humberto Tozzi lançou Índio na área, o atacante foi derrubado po Lorant, Djalma Santos cobrou o pênalti diminuindo o placar para 2 a 1. O Brasil começou a pressionar equilibrando o jogo, mas o primeiro tempo terminou sem alterações no placar.

Veio a segunda etapa e ambas as seleções realizaram diversas jogadas de ataque sem, contudo, levar um perigo real para os goleiros. Até que, aos 15 minutos, numa disputa normal de jogo entre Pinheiro e Czibor o árbitro inglês, Arthur Ellis marcou pênalti. Lantos cobrou e aumentou para 3 a 1. Novamente o Brasil reagiu e Julinho diminuiu aos 20 minutos; logo em seguida, Didi acertou a trave do goleiro húngaro. Aos 26 minutos, Nílton Santos e Boszik trocaram socos e foram expulsos.

Em seguida o Brasil perdeu duas oportunidades de empatar a partida com Julinho e Humberto Tozzi que acertou a trave húngara. Aos 42 minutos, novamente lançado em posição duvidosa, Kocsis fechou o placar em 4 a 2. Logo depois, Humberto Tozzi perdeu a cabeça e deu uma voadora em Buzánszky, sendo expulso.

A confusão no final da partida

Mal Arthur Ellis apitou o fim do jogo, uma verdadeira batalha começou. Puskas, que assistira ao embate das arquibancadas, desceu ao gramado e provocou Pinheiro na entrada do vestiário. O zagueiro canarinho, chegado num "fuzuê", revidou e todos os jogadores se envolveram na confusão. Maurinho deu uma cusparada em Lantos. Um policial que foi correndo apartar a briga, tomou uma rasteira do radialista brasileiro Paulo Planet Buarque e caiu estatelado no gramado.

A polícia revidou e jornalistas e dirigentes acabaram se envolvendo numa confusão generalizada. O técnico Zezé Moreira viu um gringo de terno correndo em direção ao vestiário e não teve dúvidas; com as chuteiras que Didi trocara durante o jogo e estavam em suas mãos, atirou as mesmas no rosto do gringo. Posteriormente soube-se que o agredido era o ministro do Esporte da Hungria, Gustavo Sebes.

O árbitro brasileiro Mário Vianna, que já havia apitado uma partida na competição foi ao microfone de uma rádio para dizer que o árbitro inglês Arthur Ellis fazia parte de um complô comunista para classificar a Hungria. O "apitador" foi excluído da competição e a Hungria seguiu na Copa, perdendo a final para a Alemanha.

Hungria 1938: a esquecida Seleção vice-campeã

Por Alexia Faria 

Titkos abre o marcador para a Hungria na final da Copa de 1938. A Itália viraria
(foto: Popperfoto/Getty Images)

No mundo futebolístico, quando se trata de Hungria, a maioria das pessoas pensam na excelente Seleção da Copa do Mundo de 1954, que com Puskas e Kocsis, ficou invicta praticamente por quatro anos e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos dois anos antes do Mundial. Mas tempos antes, em 1938 um outro time fez história na Copa do Mundo da França, ficando também com a vice colocação. 

Com Sárosi e Zsengellér à frente do esquadrão húngaro, a equipe marcou 13 gols entre as primeiras fases e semifinal do mundial. O poder ofensivo do time conquistava quem os assistia. Logo no primeiro jogo, contra a seleção das Índias Orientais Neerlandesas (a atual Indonésia), os húngaros marcaram 6 a 0. Com gols de Kohut, Toldi, e dos futuros artilheiros Sárosi e Zsengellér, eles mostraram que iriam longe na competição.

 Os capitães Sarosi, da Hungria, e Meazza, da Itália
(foto: Popperfoto/Getty Images)

Os outros jogos não foram diferentes, e as vitórias foram garantidas. Contra a Suíça, um placar menos elástico, apenas 2 a 0 (gols dos artilheiros). Já contra a Suécia, o excesso de gols voltou à França. Com 5 a 1 no marcador a Hungria passava para a final da copa do mundo e enfrentaria ninguém menos que a atual campeã mundial, Itália. 

Os italianos buscavam o bicampeonato, enquanto os húngaros buscavam o primeiro título mundial. Na final, o poder ofensivo não foi páreo para a campeã azzurri, que marcou 4 a 2 em cima da Hungria e se consagrou mais uma vez campeã mundial.

Lance de ataque húngaro na final (foto: Keystone/Getty Images)

Naquele ano dois jogadores húngaros entraram para a Seleção da Copa. O meia Antal Szalay, e o atacante e artilheiro (com 5 gols) György Sárosi. – Outro artilheiro foi Gyula Zsengellér, também com 5 gols, mas este ficou fora do “Seleção”. 

Com a Itália na primeira colocação, com aproveitamento de 100%, a Hungria obteve 75% no campeonato. Foram 4 jogos, 3 vitórias e 1 derrota, 15 gols a favor, 5 contra, computando 10 em saldo de gols. Tempos depois, o mais próximo que a Hungria chegou do título mundial foi com o grande time de 1954.

Hungria 10 x 1 El Salvador - Em 1982, a maior goleada da história das Copas

Por Lucas Paes 

O placar apontando o placar final: 10 a 1 para os magiares

A Hungria é uma seleção de alguma tradição no cenário do futebol mundial, porém há alguns anos os Magiares vivem adormecidos em um sono que parece eterno. Em 1982, num dos últimos suspiros de sua história de certa forma brilhante, a Hungria aplicou a maior goleada da história das Copas do Mundo até os dias atuais.

A Hungria, que era considerada uma das seleções mais fortes da Europa, mesmo antes do time que encantou o mundo na primeira metade da década de 50, havia ficado de fora das Copas de 1970 e 1974, o que nunca havia acontecido via Eliminatórias (em 1930 e em 1950, os magiares não se inscreveram para a competição). Os húngaros voltaram ao Mundial em 1978, quando caíram na primeira fase, Então, em 1982, eles queriam mostrar ao mundo que estavam voltando aos seus melhores dias.

Na estreia, o time magiar encararia El Salvador, que estrearia na sua segunda Copa do Mundo na história. A primeira foi em 1970, aproveitando-se do fato do México ser o país-sede, abriu-se uma segunda vaga para a Concacaf, e a equipe se classificou. Já em 1982, com os mexicanos ficando de fora do Mundial, El Salvador e Honduras conseguiram suas vagas para a competição.

O primeiro tempo terminou "só" 3 a 0

O duelo foi no dia 15 de junho de 1982, no Nuevo Estadio, em Elche, pela primeira rodada do grupo três. No português mais claro do mundo, os húngaros já começaram o jogo praticamente colocando a bola nas redes. Aos 4 minutos, num escanteio vindo da direita do ataque magiar, Nyilasi subiu e começou o massacre. Sete minutos depois, Polaskei marcou o segundo em um contra ataque rápido. Ainda no primeiro tempo, Fazekas, de longe marcou o terceiro, um golaço por sinal.

Na etapa final, Toth precisou de cinco minutos para fazer mais um. Quatro minutos depois, Fazekas fez o quinto e o segundo dele na partida. Com quase 20 minutos jogados, Ramirez fez história em uma confusão na área marcou o único gol de El Salvador em Copas do Mundo. Porém, a alegria latina durou pouco e poucos minutos depois Kiss marcou o sexto da Hungria, mas os Magiares ainda queriam mais. 

Szentes pintou o sete aos 25’. Quatro minutos depois, Kiss fez o segundo dele no jogo e o oitavo dos Magiares Poderosos. O jogador com nome de banda ainda faria mais um pouco tempo depois. Aos 38 do segundo tempo, coube a Nyilasi, que abriu a goleada, fechá-la, também de cabeça. A história estava escrita.

O único gol de El Salvador saiu quando a Hungria já tinha feito cinco

Na sequência daquela Copa do Mundo, que ficou marcada eternamente para os brasileiros pela Tragédia do Sarriá, a Hungria foi goleada pela Argentina por 4 a 1 e empatou com a Bélgica, acabando eliminada na primeira fase. Os salvadorenhos tiveram outras duas derrotas, de 2 a 0 para a Albiceleste e 1 a 0 para os belgas e também saíram na primeira fase. 

Aquela foi a única Copa jogada por El Salvador e a penúltima jogada pela Hungria, que não vai a um mundial há 32 anos e a contagem segue, já que eles não estarão na Rússia este ano. Mas a maior goleada da história da maior competição de futebol do mundo é dos Magiares. Uma página no meio de uma bonita história que cada vez parece mais distante.

Confira os gols da partida

Puskas 90 anos – A excursão do Honvéd pelo Brasil

Por Lucas Paes

O Flamengo recebe a taça pela vitória na primeira partida

No sábado, dia 1 de Abril, um dos maiores gênios do futebol de todos os tempos faria aniversário: Ferenc Puskas, lendário jogador húngaro, completaria 90 anos. Aqui no Curioso do Futebol, já tivemos um texto sobre o místico time do Honvéd que era base da seleção húngara e ganhou o apelido de Magiares Poderosos. Nesta matéria, o assunto será a passagem da equipe pelo Brasil, no ano de 1957.

No contexto de um país que enfrentava uma revolução, onde estudantes e jovens buscavam derrubar o governo comunista, apesar de ter o apelido de “Exército Vermelho”, os Magiares ficaram a favor da revolução. Com uma pressão do governo húngaro, a FIFA decidiu por colocar o time na ilegalidade, determinando que ele deveria acabar em 1956. Isso não evitou a continuidade da excursão europeia da equipe.

Os jogadores daquele esquadrão foram tratados como celebridades quando vieram ao Brasil, no ano de 1957, para realizar um total de cinco jogos. A excursão do clube por aqui, ainda que sem que ninguém soubesse na época, representou uma passagem de bastão e talvez um aprendizado para ambos os lados. Nas décadas seguintes, seria o Brasil, e não mais a Hungria, que ganharia do mundo a fama pelo jogo bonito, vistoso e ofensivo.

O Honved do primeiro jogo no Brasil

Apesar das negociações para a vinda do time húngaro, iniciadas e lideradas pelo Flamengo, terem evoluído e ambos os lados chegarem a um acordo, o governo do país tentou de todas as formas evitar as exibições do Honvéd. A FIFA acabou ajudando nisso, determinando punições a clubes que descumprissem a determinação da equipe não realizar jogos. Só que muita gente no Brasil era favorável aos jogos com a lendária equipe de Puskas. Mesmo assim, a Federação Paulista de Futebol, com uma ordem direta do seu presidente na época, proibiu a equipe de fazer qualquer jogo em solo paulista.

Não era só a equipe da Gávea que tencionava enfrentar os Magiares: times como Vasco e Santos também queriam enfrentar os húngaros, mas ordens de federações impediram. Numa situação que passou até pelo antigo Conselho Nacional de Desportes, a viagem e estadia da equipe foi autorizada e, numa última tentativa de evitar a excursão, a Federação Húngara de Futebol proibiu o uso do nome Honvéd. A decisão, porém foi rechaçada pelos jogadores dos Magiares, num desafio ao autoritarismo do governo.

Os atletas que formavam a delegação do “Exército Vermelho” não eram apenas pertencentes ao clube, outros jogadores de rivais, como o MTK (na época Voros Lobogó), do Ferencvaros (na época Kiniszi) e do Ujpest se juntaram a equipe. Os treinos, realizados na Gávea, atraiam as pessoas, encantadas com o modo de jogar dos húngaros.

Bela Guttman comandou o Honved 
na passagem pelo Brasil

Numa distante noite de um sábado, dia 19 de Janeiro de 1957, o Flamengo de Fleitas Solich era o adversário dos húngaros, comandados por Bela Guttman, na sua estreia na passagem pelo país. Mais de 100 mil pessoas foram ao Maracanã, esperando ver um show dos Magiares, só que o espetáculo foi do lado flamenguista: vitória do Mengão por 6 a 4, num show de Evaristo de Macedo. O eterno craque rubro-negro marcou duas vezes. Dida, Henrique, Moacir e Paulinho marcaram os outros gols cariocas. Puskas, duas vezes, Budai e Szusza marcaram para o Honvéd. A passagem de bastão do futebol arte começava ali.

A segunda partida aconteceu apenas quatro dias depois, no mesmo Maracanã, contra o Botafogo. E se o Flamengo havia jogado com um time cheio de garotos, sem contar com os jogadores da seleção do Rio de Janeiro, o Botafogo veio com força máxima, com nomes como Garrincha, Didi e Nilton Santos. 

Quem pensava que o fato da Estrela Solitária vir com força máxima atrapalharia a equipe de Puskas e cia, acabou se surpreendendo: Encontrando mais facilidades para praticar seu futebol, o time húngaro venceu por 4 a 2, três de Kocsis e um de Puskas. O Glorioso marcou com Garrincha e Paulinho Valentim. Era a primeira vitória dos Magiares em terras tupiniquins.

Gol dos Magiares no Pacaembu

O terceiro jogo foi um drible Flamenguista na FPF. Realizado no Pacaembu, a revanche entre os rubro-negros e o Honved teve portões abertos, para não envolver a Federação, numa manobra arquitetada diretamente com o prefeito de São Paulo. Seria a oportunidade para o povo paulista ver de perto as estrelas húngaras e, também, o bom time flamenguista.

Em uma atuação de gala, com quatro gols de Puskas, um de Budai e um de Sandor, o mágico time húngaro devolveu os 6 a 4 (marcaram, para o Flamengo, Moacir, Evaristo, duas vezes, e Dida.). O duelo seguinte foi, de novo, contra o Fla, e terminou com outra vitória dos comandados de Bela Guttman. Puskas e seus companheiros ficaram impressionados com o volume de jogo dos rubro-negros, mas conseguiram vencer de maneira apertada por 3 a 2 (Budai, Sador, Szusza para o Honved, Henrique e Evaristo para os brasileiros.).

A excursão chegaria ao fim no dia 7 de Fevereiro, em outra partida no Maracanã. Desta vez, um combinado de Botafogo e Flamengo foi a campo para ser o adversário dos Magiares, em seu último jogo no país. E a exibição do combinado foi de encher os olhos dos torcedores e, talvez, servir de alerta ao mundo para o que surgia das terras brasileiras, que encantariam o mundo em três das próximas quatro Copas do Mundo.

Puskas, o grande destaque
daquele time

Em noite inspirada, o combinado, que poderia facilmente ser uma seleção nacional, venceu por 6 a 2. Garrincha abriu o placar. Kocsis deixou tudo igual, em um belo gol. Dida marcou um golaço de fora da área para abrir vantagem. No segundo tempo, Evaristo e Didi marcam, mas Puskas diminui. O último gol da partida, numa bela troca de passes, é marcado por Evaristo, que passa por dois zagueiros e pelo goleiro antes de ir as redes.

Apesar do fim da “turnê” pelo país, aquele não foi o último jogo entre os rubro negros e os húngaros, as duas equipes ainda se encontrariam outras duas vezes, jogando na Venezuela. Uma vitória Flamenguista por 5 a 3 e um empate por 1 a 1. 

O período posterior à excursão sul-americana do Honvéd seguiu com o fim da equipe. Os jogadores daquela equipe saíram para diversas equipes europeias. Alguns, como Puskas, fariam história. O treinador Béla Guttman, que comandou a equipe durante a turnê, aceitou trabalhar no São Paulo. Uma protocolar suspensão ao Flamengo e ao Botafogo, que seriam impedidos de excursionar para fora do país, foi desfeita depois da Federação Húngara de Futebol dar o caso por encerrado.

Kocsis, outro grande jogador 
dos Magiares


Números do Honvéd na passagem pelo Brasil:

Jogos: 5
Vitórias: 3
Derrotas: 2
Gols feitos: 19
Gols sofridos: 20
Artilharia:

Puskas: 8 gols
Kocsis: 4 gols
Budai: 3 gols
Szusza: 2 gols
Sandor: 2 gols
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