Mostrando postagens com marcador Giovanni. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Giovanni. Mostrar todas as postagens

Ex-meia Giovanni receberá o título de Cidadão Santista

Foto: arquivo

Giovanni durante o Paulistão de 1995

O ex-meia Giovanni, ídolo do Santos FC, apelidado pela torcida de "Messias", receberá o título de Cidadão Santista, da Câmara Municipal de Santos, no dia 16 de junho. O vereador Ademir Quintino, jornalista, fará o discurso de saudação.

O Decreto Legislativo de nº 04, de 03 de março de 2023, de autoria do próprio Ademir Quintino, para conceder o título de cidadão santista para "G10vanni", foi aprovado pela Câmara de Santos no dia 28 de fevereiro deste ano.

A Sessão Solene de outorga do título de Cidadão Santista para Giovanni será realizada no dia 16 de junho, às 19 horas, no plenário da Câmara Municipal de Santos Dr. Oswaldo Carvalho De Rosis, localizado na Praça Tenente Mauro Batista de Miranda, nº 01, no bairro Vila Nova (Castelinho).

História - Giovanni da Silva Oliveira nasceu em Belém, no dia 4 de fevereiro de 1972. Começou na Tuna Luso e também atuou por Remo e Paysandu. Em 1994, chegou no Sãocarlense, onde disputou o Paulistão A2, chamando a atenção do Santos, que o contratou.

No Peixe, que o trouxe sem qualquer alarde, estrou ainda em 1994, já fazendo bons jogos, mas foi em 1995 onde 'estourou'. Giovanni já teve grandes atuações no Paulistão, recebeu suas primeiras convocações para a Seleção e no Brasileirão foi o melhor jogador da competição, fazendo uma partida épica contra o Fluminense, na semifinal. O Santos só não foi campeão por conta da péssima arbitragem de Márcio Rezende de Freitas na decisão contra o Botafogo.


Em 1996, foi artilheiro do Campeonato Paulista e em seguida vendido para o Barcelona, onde ficou até 1999. Em seguida, defendeu o Olympiakos, da Grécia, até 2005, ano onde teve o primeiro retorno ao Santos, ficando até o início de 2006, quando foi dispensado pelo treinador Vanderlei Luxemburgo, mas atuou em uma partida do Paulistão, onde o Peixe foi campeão.

Ainda atuou por Al-Hilal (Arábia Saudita), Ethnikos (Grécia), ensaiou uma ida ao Sport Recife, onde chegou a até ser apresentado, mas não jogou, e Mogi Mirim, onde em um jogo contra o Santos, no Pacaembu, foi ovacionado pela torcida. Isto fez com que ele voltasse ao Peixe em 2010, sendo campeão Paulista e da Copa do Brasil, encerrando a carreira.

Há 26 anos, Giovanni escrevia um recital de nota 10 na Placar diante do Fluminense

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Giovanni acabou com o jogo diante do Fluminense

O dia 10 de dezembro de 1995 é um dos mais marcantes da história do Santos Futebol Clube. Naquele dia, diante de um Pacaembu abarrotado, um paraense que vestia a 10 que um dia foi de Pelé fez a partida de sua vida e ajudou o Alvinegro Praiano a reverter um 4 a 1 do Fluminense, transformando em um 5 a 2 para o Santos. Numa época onde as notas da Revista Placar eram rigorosas, o Messias alvinegro tirou uma nota 10, num perfeito recital.

O Peixe chegava ao Pacaembu precisando vencer por três gols de diferença para obter a classificação a decisão do Campeonato Brasileiro de 1995. Havia sofrido uma sonora derrota por 4 a 1 no primeiro jogo no Maracanã. A torcida santista não perdeu a esperança e lotou o próprio da municipalidade paulistana e Giovanni presenteou a massa santista como poucas vezes se viu na história do futebol.

Naquele dia, o camisa 10 santista fez a partida de um perfeito falso 9. O Peixe entrou em campo no 4-4-2 que na verdade era um 4-3-3, onde Giovanni fazia a função de centroavante, com Marcelo Passos e Macedo "revezando" numa das pontas e Camanducaia fazendo o outro lado. Foi assim que Cabralzinho quebrou completamente a defesa do Tricolor Carioca.


Quase tudo que o Santos produziu naquele dia passou nos pés de seu camisa 10. Seja em lances que ele criava ou quando ele, como já dito, fazendo a função do falso nove, se movimentava e deixava o espaço do meio aberto para alguém entrar. Quase sempre sendo parado com faltas, Giovanni acabou não sendo tão crucial no lance que gerou o pênalti para o Peixe. Gallo deu um lançamento perfeito para Camanducaia, que entrou nas costas da defesa do Fluminense e foi derrubado. Giovanni bateu com perfeição para fazer 1 a 0. O segundo gol vem diretamente da genialidade do camisa 10, que se movimenta em meio a um espaço na defesa tricolor, domina a redonda já adiantando ela para a conclusão para as redes. Santos 2 x 0 Fluminense e o Peixe ficaria em campo no intervalo.

O recital de G10 continua no segundo tempo. O terceiro gol santista parte diretamente de uma ação perfeita de Giovanni, que recebe de Marcelo Passos, domina e já lança Macedo, que corta para o meio e marca o terceiro. Mesmo quando as genialidades do 10 santista não geravam gol, geravam lances perigosos, como quando ele lança Macedo e ele obriga Wellerson a fazer uma defesaça. O quarto gol acontece quando o Messias abre na ponta direita, recebe lançamento e causa um caos na lateral da defesa tricolor antes de tocar para Camanducaia, sem goleiro, para marcar o quarto gol.


O quinto gol do Santos merece um parágrafo a parte pela genialidade da dupla Giovanni-Marcelo Passos. Já com um a menos no jogo, o Alvinegro Praiano mais se defendia e procurava manter a posse quando podia. Até que G10 recebe uma bola cercado por três marcadores e observa Marcelo passando em velocidade, de calcanhar, ele mata completamente a marcação do Flu e deixa um latifúndio para Marcelo Passos, que avança um pouco e acerta um lindo chute para marcar o quinto gol santista. Dois gols e três assistências na conta do camisa 10 do Alvinegro Praiano. O Fluminense até faria o segundo, mas nada adiantaria.

Não foi a toa que ele recebeu nota 10 da revista Placar. Todas as ações ofensivas de perigo do Santos passavam por Giovanni, que aproveitou-se do posicionamento diferente para destruir completamente o sistema defensivo do Fluminense. Naquele dia, o Messias deu uma aula de futebol que justificava porque ele era o melhor jogador do campeonato. O Peixe estava na final depois de doze anos. Passariam anos até algum santista ter atuações de nível semelhante em jogos de tamanha importância, até Robinho e Fábio Costa garantirem o título de 2002 ao Alvinegro Praiano. 

Giovanni - O "Messias" que virou quase um deus na Grécia

Por Lucas Paes
Foto: Getty Images

Giovanni é uma lenda no Olympiakos

O futebol é em muitos momentos quase uma religião para seus seguidores mais fiéis, já que há torcidas que cultuam santos, milagreiros, bruxos e até um Messias. Foi com esse status que Giovanni, que completa 49 anos neste dia 4, deixou o Santos em 1996. Alguns anos depois, parecia que havia falhado na carreira européia ao chegar ao Olympiakos. Ledo engano dos leigos, pois foi vestindo vermelho e branco que Giovanni, quase que literalmente, entrou no panteão, virou mágico, quase um deus e mudou para sempre a forma de um país todo ver o futebol.

Não dá para dizer que o paraense, super identificado com a torcida do Santos, falhou em Barcelona. Teve duas temporadas ótimas na Catalunha, sendo considerando um dos melhores e mais promissores jogadores do mundo, mas acabou perdendo espaço em rusgas com Van Gaal e foi negociado com o Olympiakos. Uma liga teoricamente fraca, mas onde o paraense encontraria a devoção de uma torcida que pode ser comparada com poucas no planeta.

Ele contou em entrevista que "não queria inicialmente jogar" pelos gregos, tendo na mesa propostas do Celta e do Benfica, por exemplo. Mas, como evangélico, "pediu um sinal divino" e acabou ouvindo de duas pessoas que "deveria conhecer as Ilhas Gregas". Acabou aceitando a proposta do time do Pireu, assustado por ser um pioneiro. Porém, acabou virando muito rapidamente um rei jogando no Campeonato Grego.

Desde o início se mostrou um grande artilheiro e um craque vestindo vermelho e branco. Chegou em meio à era de ouro do Olympiakos, num período onde os Thrylos simplesmente dinamitaram qualquer equilíbrio que existia no futebol contra o arquirrival Panathinaikos. Giovanni foi responsável direto por muitas vitórias em clássicos e principalmente por cinco títulos gregos seguidos. Foi artilheiro do campeonato na temporada 2003/2004.


Deixou o Olympiakos em 2005, quando acertou seu retorno ao Santos, sob a adoração de uma torcida que até hoje entoa seu nome entre os vários cantos na arquibancada e que até hoje faz sua camisa 10 ser a mais vendida na loja do clube. Foram 98 gols em 207 jogos vestindo a camisa vermelha e branca, marca que o coloca como o quarto maior artilheiro da história do clube, ainda que seja, provavelmente sem sombra o dúvidas, o maior jogador.

Giovanni atuando nos clubes paraenses

Foto: arquivo pessoal

Giovanni com as camisas de Tuna Luso, Remo e Paysandu

Um dos maiores ídolos, se não o maior, do Santos FC na década de 90 e com passagens por Barcelona, Olympiakos e Seleção Brasileira, Giovanni Silva de Oliveira, ou simplesmente Giovanni, o Messias, está completando 48 anos neste 4 de fevereiro de 2020. Nascido no Pará, o meia teve passagens pelos três grandes times do futebol local antes de vir para São Paulo.

Giovanni iniciou a carreira na Tuna Luso, onde marcou 50 gols nos dois anos em que atuou na equipe de juniores. O feito lhe rendeu um prêmio de chuteira de ouro por parte da Federação Paraense de Futebol.

Após o sucesso na base, o jogador veio a estrear no time profissional em 1992 e logo em sua primeira partida, marcou dois gols na vitória sobre o CSA por 2 a 1. Apesar de seu ótimo debute, a equipe acabou perdendo por 4 a 0 na partida de volta e foi eliminada da Copa do Brasil.

Seu sucesso como profissional já se tornava evidente no Campeonato Paraense daquele ano, onde marcou 17 vezes. Chegou a balançar as redes cinco vezes em uma mesma partida, contra o Tiradentes-PA, chegando a receber 200 mil cruzeiros de um torcedor mais fanático.

Atuando pelo Remo, em um RePa no Brasileirão de 1993

Em 1993, foi emprestado ao Remo, que disputaria a elite do Brasileirão. Por lá, não conseguiu repetir as atuações que teve na Tuna Luso e oscilou muito, chegando a ser chamado de preguiçoso e lento por parte dos torcedores.

Sem sucesso no Remo, Giovanni foi emprestado novamente, desta vez ao Paysandu, onde acumulou más atuações e chegou até a pensar em abandonar o futebol. Com destaque apenas para atuações em dois RePas de amistosos de pré-temporada.

Com o fim de seu contrato com a Tuna Luso, se transferiu então para o futebol paulista. Mas não era nos grandes holofotes. O time era a Sãocarlense, que disputava a Série A2 estadual. Mas Giovanni agarrou a chance com unhas e dentes. Foi nesta oportunidade que ele chamou a atenção dos grandes de São Paulo e foi parar no Santos.


“Meu contrato com a Tuna tinha terminado. Tive um problema com o presidente (da Tuna) e ele me disse que tinha um clube de São Paulo para eu jogar emprestado, mas que só faria isso se eu renovasse. Topei. Fui para o Sãocarlense e fiquei dois meses lá, mas a campanha não foi muito boa na Série A2. Até que meu último jogo foi transmitido pela TV. Foi quando o presidente do Santos me viu jogando, e essa partida selou a minha contratação”, contou o jogador.

Daí para frente, a história já é conhecida e Giovanni tornou-se um dos maiores jogadores brasileiros daquela geração. Virou ídolo do Santos, defendeu a Seleção Brasileira na Copa de 1998 e envergou as camisas de Barcelona e Olympiakos. O Messias venceu no futebol!

Giovanni no Barcelona

Por Lucas Paes

Giovanni fez três temporadas pelo Barcelona (foto: arquivo FC Barcelona)

Recentemente, o craque Leonel Messi tem ganhado em alguns lugares o apelido de Messias, sendo o argentino considerado talvez o maior jogador da história do Barcelona e até do futebol. Porém, quando Messi ainda era uma criança, os Blaugranas contrataram um meia brasileiros que ganhou esse apelido da torcida do Santos. Depois de vários heroísmos no clube da Vila Belmiro, Giovanni chamou a atenção do Barcelona, que o contratou por 10 milhões de dólares, preço alto para a época, no ano de 1996. 

Ídolo absoluto da torcida do Santos, Giovanni se despediu em amistoso diante do Real Madrid, da Espanha, numa Vila Belmiro absurdamente vazia, cena impensável nos dias de hoje em um jogo que envolvesse o badalado time madridista. Despedida do Santos feita, era hora do Messias se aventurar na capital catalã. O meia já chegou mostrando um belo cartão de visita na Supercopa da Espanha, marcando dois gols diante do Atlético de Madrid. Na temporada 1996/1997, fez com Ronaldo Fenômeno uma dupla mortal, fazendo com que o Barça fosse bem na Recopa Européia, onde ajudou o time na campanha do título e no Campeonato Espanhol. 

Foi protagonista também no título espanhol de 1997/1998. Mesmo tendo problemas com lesões, continuava se agigantando em jogos decisivos. Naquela temporada, além de gols em todos os clássicos com o Real Madrid, Giovanni marcou o gol do título espanhol, conquistado após vitória de 1 a 0 com o Zaragoza. Outra boa temporada garantiu sua passagem para a Copa do Mundo de 1998, onde foi discreto. Ai começaram os problemas com Louis Van Gaal, treinador que o meia futuramente descreveria como um “Hitler” para brasileiros. 

Em sua terceira temporada no Barça, pouco jogava e vivia problemas com o treinador holandês. Ele tentava escalá-lo de volante e acaba tirando-o no intervalo das partidas. Em solidariedade com seu compatriota, Rivaldo chegou a comemorar um gol mostrando a camisa de Giovanni por baixo da sua. Acabaria deixando o clube catalão no fim daquela temporada, por mais de 10 milhões de euros pagos pelo Olympiakos. Numa aventura que inicialmente parecia loucura, mas transformou o brasileiro em uma divindade para a torcida dos Gavros. 

Pelo Barcelona, jogou 107 vezes e marcou 35 gols. Apesar da conturbada saída, ganhou o respeito da torcida catalã pelas partidas expressivas em suas duas primeiras temporadas e pelos gols decisivos em clássicos. O Real Madrid, futura vítima das magias de Ronaldinho e principalmente da crueldade divina de Messi, foi vítima do Messias santista. Além dos gols, conquistou dois títulos espanhóis, uma Copa do Rei, uma Recopa Europeia, uma Supercopa Européia e uma Supercopa da Espanha pelo Barça.

10/12/1995 - Um dia inesquecível para o torcedor santista

Com informações do site oficial do Santos FC

O Santos precisava vencer por três gols de diferença naquele jogo e conseguiu!
(foto: acervo Gazeta Press)

Foi em um final de tarde e início da noite, que o próprio da municipalidade bandeirante, o famoso Pacaembu, vivenciou uma das mais emocionantes e inesquecíveis jornadas protagonizadas pelo time do Santos FC em suas dependências. E olha que não foram poucas no Paulo Machado de Carvalho.

Naquele memorável domingo 10 de dezembro de 1995, o time capitaneado por Alexandre Gallo, vencia o Fluminense pelo placar de 5 a 2, numa partida repleta de emoção do princípio ao fim do encontro, o time da Vila mesmo desfalcado dos dois titulares Jamelli e Vagner, superou o time carioca com uma diferença de 3 gols, classificando-se para a final do Campeonato Brasileiro daquele ano enfrentando o Botafogo carioca.

Na primeira partida da fase semifinal o Peixe foi derrotado no Maracanã pelo placar de 4 a 1 e precisava reverter esse resultado tendo que vencer com uma diferença de 3 gols. Mas o messias Giovanni jogou a sua melhor partida com a camisa do Santos FC nessa espetacular jornada marcando dois gols e dando assistência para os gols de Camanducaia e Marcelo Passos, o outro gol do Peixe foi marcado por Macedo.

Giovanni fez uma apresentação inesquecível: nota 10 na Bola de Prata da Placar
(foto: arquivo Santos FC)

O time do técnico Cabralzinho que num momento de muita lucidez, ordenou que o time ficasse durante o intervalo da partida descansando em pleno gramado para absorver a incrível energia positiva vinda dos torcedores nas arquibancadas do estádio mandou a campo a seguinte equipe: Edinho; Marquinhos Capixaba, Ronaldo Marconato, Narciso e Marcos Adriano; Gallo e Carlinhos; Macedo (Marcos Paulo), Marcelo Passos (Pintado), Giovanni e Camanducaia (Batista).

Nessa jornada épica que até hoje com certeza os torcedores presentes no Pacaembu tem as cenas gravadas na memória e muitos apontam essa partida como sendo aquela de maior emoção em suas vidas dentro da secular história do Alvinegro Praiano.

A passagem relâmpago de Giovanni pelo Sport

Por Lucas Paes

Giovanni não ficou nem um mês completo no Sport Recife

O meia Giovanni, que neste 4 de fevereiro completa 42 anos, ganhou destaque na carreira pela idolatria que carrega nas torcidas de Santos e Olympiakos, dois clubes onde o paraense fez história, além de uma importante passagem pelo Barcelona. Em 2007, porém, ele viveu um dos episódios mais bizarros e curiosos de sua carreira. Depois de deixar o Santos no ano anterior e passar por Al Hilal e Ethinikos, o jogador chegou ao Sport.

A contratação de Giovanni pelo Rubro Negro aconteceu por indicação do treinador Alexandre Gallo, que tinha amizade com o meio campista devido a época que jogaram juntos no Santos, mais precisamente em 1995. Além disso, Gallo chegou a ser treinador do atleta no próprio Peixe, dez anos depois. A aquisição foi oficializada pelo Leão no dia 13 de Abril e 48 horas depois ele foi apresentado. Porém, um fato ocorrido do outro lado do Brasil acabaria afetando a estadia de G10 em Recife.

Enquanto isso, Abel Braga, treinador que fez história no Inter com o título da Libertadores e do Mundial, estava acertando com o Mônaco. No dia 24 daquele mês, Abelão pediu demissão do Colorado para assumir o comando da equipe francesa. Em poucos dias, o Internacional agiu rápido e acabou por tirar Alexandre Gallo do Sport. 

Gallo em sua época de treinador do Sport

Em pouquíssimo tempo já surgiram boatos da possível saída de Giovanni. O fato se concretizou no dia 26: após pouco mais de uma semana na Ilha do Retiro, ele telefonou para a diretoria do Sport e pediu para ser feita a rescisão, que o próprio jogador pagaria. Ele acabou deixando o clube sem sequer estrear com a camisa rubro-negra. O fato, porém não foi grande surpresa para os dirigentes, que sabiam que G10 só havia ido ao clube devido a grande amizade com Gallo.

Depois de deixar o Leão, o paraense foi ao Mogi Mirim, atendendo a pedido do amigo Rivaldo, de onde sairia depois para voltar ao Santos, último clube onde jogou antes de se aposentar, terminando a carreira de maneira polêmica devido a um problema com Dorival Júnior. Já o Sport ficou em 14º naquele Brasileirão, fazendo história no primeiro semestre do ano seguinte, quando conquistou a Copa do Brasil.

Os golaços de Amoroso e Giovanni no Brinco de Ouro

Amoroso, em 1994, e Giovanni, em 1995. Dois golaços em confrontos entre as duas equipes

Entre 1994 e 1995, logo após o tetracampeonato do Brasil na Copa do Mundo dos Estados Unidos, surgiram dois grandes camisas 10 no cenário nacional, sendo um pelo Guarani, Amoroso, e outro pelo Santos, Giovanni. A grande coincidência é que ambos fizeram golaços fazendo 'fila' justamente em confrontos entre os dois times e, apesar de em partidas diferentes, o palco das pinturas foi o mesmo: o Estádio Brinco de Ouro da Princesa.

Em 27 de agosto de 1994, o Guarani recebia o Santos em Campinas, pela quinta rodada da primeira fase do Campeonato Brasileiro daquele ano. Com um time que tinha Djalminha (que logo foi para o futebol japonês), Luisão e Amoroso, o Bugre era a sensação do torneio. Já o Santos vinha em um ano de remontagem de elenco, mas ainda brigava com o adversário pela ponta do Grupo C da competição.

Levando vantagem por jogar em casa, o Guarani abriu o placar ainda no primeiro tempo, com Luisão. No início da segunda etapa, o centroavante do Bugre fez o segundo. Aí, em seguida, veio o terceiro gol, que foi belíssimo.

Os quatro gols do Guarani em 1994, entre eles o citado

Amoroso recebeu a bola ainda no campo de defesa e armou a arrancada, passou por três marcadores santistas, como se não tivesse ninguém no caminho, e na entrada da área tocou no canto direito do goleiro Edinho, que nem esboçou reação. O gol do craque, que ainda faria o quarto, fechando o placar em 4 a 0, foi o escolhido como o mais bonito da rodada.

E não é que o gol teve troco e ainda no mesmo local? Pois é! No dia 11 de março de 1995, pelo Campeonato Paulista, Guarani e Santos se enfrentavam novamente, mas o final foi totalmente diferente. Giovanni já mostrava que era um jogador capaz de decidir partidas com lances de genialidade e foi assim que ele fez naquele dia.

Amoroso, machucado, não jogou aquela partida, mas o Bugre contava com a volta de Djalminha. Aliás, foi o meia que fez o gol do Guarani, mas o Santos estava impossível. Marcelo Passos e Giovanni fizeram dois gols para o Peixe, mas o camisa 10 do Alvinegro Praiano deixaria outra marca com uma obra prima.

O golaço de Giovanni em 1995

Giovanni pegou a bola no meio de campo, deu um belo drible no primeiro marcador e passou por mais quatro com fintas desconcertantes, até chegar na entrada da área e finalizar com o biquinho da chuteira: um golaço! Santos 3 a 1 no Brugre e a torcida, naquele dia, gritou: "olha que gostoso, quem tem Giovanni não precisa de Amoroso".

Santos 5 x 2 Fluminense - o grande dia de Giovanni

Giovanni busca a bola depois do primeiro gol santista. Foi o grande maestro

O Santos era a grande sensação do Campeonato Brasileiro de 1995. Com um time que não tinha, originalmente, atacantes de ofício no time titular, surpreendeu à todos com a velocidade, bom toque de bola e ataque avassalador, tanto que foi o time que fez mais gols na competição.

Vágner, Robert, Jamelli e, principalmente, Giovanni, todos meio-campistas de origem, eram os responsáveis pelas jogadas no ataque montado pelo técnico Cabralzinho. Com todos esses predicados, o Santos chegou às semifinais do Brasileirão, onde enfrentaria o Fluminense. No primeiro jogo realizado no Maracanã, o Peixe saiu na frente com Giovanni, mas depois de um péssimo segundo tempo dos santistas, o Fluminense, liderado pelo experiente Renato Gaúcho, virou para 4 a 1.

O jogo de volta seria no dia 10 de dezembro daquele ano, no Pacaembu. O Santos jogaria sem Robert e Jamelli, expulsos no primeiro jogo da semifinal. O Peixe precisava ganhar de, no mínimo, três gols de diferença, pois tinha melhor campanha que o Fluminense. E o que parecia perdido tornou-se em uma das maiores batalhas vencidas pela equipe da Baixada Santista.

A equipe que não foi campeã, mas marcou uma geração de torcedores

Antes da partida, Giovanni disse que o Santos tinha tudo para reverter o resultado. "Eu vou fazer dois gols", sentenciou o melhor jogador da competição. Mais de 28 mil santistas foram ao Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, que naquele dia estava com o Tobogã interditado. E quem esteve lá foi testemunha ocular de uma das mais incríveis reversões de resultado em mata-mata na história do futebol brasileiro.

O árbitro Sidrack Marinho apitou o início da partida e o Santos já foi para cima do Fluminense, em chute de Carlinhos, onde o goleiro Wellerson fez uma grande defesa. Em seguida, o Tricolor quase marcou. Renato Gaúcho saiu sozinho na frente de Edinho, o goleiro santista filho de Pelé, mas o lateral-esquerdo Marcos Adriano se atirou na bola e salvou o alvinegro. Este seria o único ataque dos cariocas no primeiro tempo.

Aos 25 minutos, Camanducaia foi derrubado na área. Pênalti que Giovanni bateu com categoria, no cantinho. Santos 1 a 0. Quatro minutos depois, Giovanni recebe bola de Carlinhos, dribla Alê e, de bico, toca no canto esquerdo alto de Wellerson. Peixe 2 a 0 e o craque já havia cumprido a sua promessa.

Giovanni indo para cima do marcador tricolor

O Santos pressionou até o último minuto do primeiro tempo, mas não conseguiu ampliar. No intervalo, uma das cenas mais inusitadas da história do Campeonato Brasileiro. Vendo a torcida empolgada, o técnico Cabralzinho quis aproveitar o clima positivo e decidiu não levar o time para o vestiário. Os jogadores ficaram ali, sentados no Gramado, escutando a torcida alvinegra cantando.

A decisão de Cabralzinho mostrou-se acertada. O Santos iniciou o segundo tempo ainda mais elétrico do que o primeiro. Com cinco minutos, Macedo recebeu uma bola na entrada da área, ajeitou para o pé direito e marcou: Santos 3 a 0. Era o placar que a equipe precisava para chegar à final e a torcida ficou ainda mais empolgada.

Porém, no futebol nada é fácil. No lance seguinte, em falta perto da área do Santos, a bola bate na trave e Rogerinho, no rebote, diminui para o Fluminense. Agora era o Tricolor que estava indo para a final. Porém, ainda tinha muito jogo pela frente.

No intervalo, o time não foi para o vestiário

O Santos foi para cima de vez, tentando achar o quarto gol. Já o Fluminense ficava na defesa, esperando a chance de um contra-ataque. Mas aos 16, o zagueiro Alê pois tudo a perder. Depois de um lançamento da defesa santista, o zagueiro do Flu se enrolou com a bola. Giovanni, mais esperto, tomou a frente, invadiu a área e finalizou em cima do goleiro Wellerson, que espalmou. No rebote, a bola bate em Alê e sobra para Camanducaia, sozinho, marcar o quarto gol santista.

O time do Fluminense entrou em desespero nesse momento e o Santos dominava todas as ações da partida, mesmo com a expulsão do zagueiro Ronaldo Marconato. Aos 37 minutos acontece o mais belo lance daquela partida. Giovanni recebe a bola e é cercado por três zagueiros do Fluminense. Ao ver Marcelo Passos, o craque não vacilou: deu um lindo passe de calcanhar para o companheiro de time. Marcelo Passos levou a bola até a entrada da área, ajeitou rápido com o pé direito e colocou a bola no cantinho, com uma categoria ímpar. Aquele chute era uma característica do meia e ele tinha feito um gol semelhante uma semana antes, contra o Guarani, na última rodada da fase de classificação. E o placar apontava: Santos 5 a 1.

Melhores momentos da partida eletrizante

Mas para dar um ar de drama, a partida não poderia terminar dessa forma. Dois minutos depois, Rogerinho, novamente, descontou para o Fluminense. Depois disso, o Santos se trancou e segurou o resultado com muito esforço e ao final dos 90 minutos, o placar apontava: Santos 5, Fluminense 2. E o alvinegro praiano voltava a uma decisão de Brasileirão depois de 12 anos.

Para o Fluminense, a derrota não ficou apenas naquele dia. A partir do ano seguinte, o Tricolor teve os piores anos da história do clube. Entre rebaixamentos e virada de mesa, o time das Laranjeiras chegou a jogar a Série C do Campeonato Brasileiro.

Na final daquele ano, o Santos perdeu o título para o Botafogo em uma partida com arbitragem muito polêmica de Márcio Rezende de Freitas. Mas aquele 10 de dezembro de 1995 marcou toda uma geração de santistas que estavam sedentos por um título. Por isso Giovanni é um grande ídolo para eles. E o desejo da conquista do Brasileirão só foi realizado sete anos depois.
Proxima  → Inicio

O Curioso do Futebol

O Curioso do Futebol
Site do jornalista Victor de Andrade e colaboradores com curiosidades, histórias e outras informações do mundo do futebol. Entre em contato conosco: victorcuriosofutebol@gmail.com

Twitter

YouTube

Aceisp

Total de visualizações