Manoel Tobias trocando o tênis pela chuteira no Grêmio

O craque do Futsal em ação no campo

O pernambucano Manoel Tobias foi um dos melhores jogadores de Futsal de todos os tempos e, com certeza, o melhor de sua era, entre a década de 90 e o início dos anos 2000. Com habilidade fora do comum, passes certeiros e um poder de finalização alto, Manoel Tobias enchia os olhos de quem o assistia.

Como jogava no Futsal na Enxuta, do Rio Grande do Sul, estado que até hoje tem um campeonato fortíssimo da modalidade e equipes tradicionais no esporte, como a Associação Carlos Barbosa de Futebol, Manoel Tobias recebeu um convite para jogar pelo Grêmio no final de 1995. Porém, era chamamento inusitado: o atleta teria que trocar o tênis para as quadras pela chuteira para os gramados.

O time do Grêmio campeão da Libertadores 

Sim, Manoel Tobias estava sendo incorporado ao elenco do Grêmio do técnico Luís Felipe Scolari, que era o atual campeão da Libertadores, e estaria jogando ao lado de Danrlei, Arce, Adílson, Rivarola, Roger, Luis Carlos Goiano, Dinho, Carlos Miguel, Arilson, Paulo Nunes e Jardel. Será que o jogador daria certo no campo?

Manoel Tobias ficou 'apenas' quatro meses no futebol de campo. Disputou partidas pelo Grêmio na Copa Renner, na cidade de Cidreira. Chegou até a fazer um gol, contra o Caxias, na vitória de 3 a 1 de sua equipe. Porém, o desempenho ficou aquém do que ele fazia no futsal, onde já era considerado o melhor do mundo no momento.

No Futsal, um dos maiores de todos os tempos

"Eu tive essa experiência seis anos após eu ter me profissionalizado no futsal. Eu já jogava no futebol gaúcho e recebi um convite. Infelizmente a adaptação não foi a esperada. Pra mim a experiência foi marcante. A minha praia realmente era o futsal. À nível de conhecimento foi bacana, até tenho alguma relação com os jogadores daquela época. Foi muito prazeroso a experiência no campo, mas outras formas de treinamento, outras formas de jogar. O espaço foi muito complicado. Foram quatro meses, mas logo acabei retornando", disse Manoel Tobias em entrevista para o site Ludopédio. 

Após a experiência, Manoel Tobias voltou ao Futsal e foi jogar logo no Internacional. No mesmo ano, Manoel Tobias conquistou seu segundo título mundial pela Seleção Brasileira na Espanha. Ainda teve uma carreira longa nas quadras, disputando mais dois mundiais, mas nunca mais se arriscou no campo.

Taboão e Assisense ficam no empate em Santos

Um tempo de cada equipe e 1 a 1 no placar

Uma bela tarde de sábado com céu de brigadeiro em Santos. Um belo cenário para uma partida no Estádio Ulrico Mursa. Porém, se você acha que é um jogo da Portuguesa Santista, está enganado. Taboão da Serra e Assisense ficaram no empate em 1 a 1 pela segunda rodada da segunda fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão (cabalístico, não é?), a popular Bezinha.

O Taboão da Serra, que estreou na segunda fase empatando em 0 a 0 com o Jabaquara, em embate realizado também em Santos, só que no Estádio Espanha, teve que mandar o jogo fora de seus domínios devido à uma confusão entre dirigentes do clube e do próprio Jabuca, em partida realizada em 20 de março, na grande São Paulo, válida pela primeira etapa da competição. O Cão Pastor acabou escolhendo o estádio da mais Briosa para cumprir a punição, que terá ainda mais uma partida.

Já o Assisense, que estreou nesta etapa da competição perdendo em casa para o São Carlos por 2 a 0, enfrentou uma maratona. Para economizar com hotel, o elenco saiu de Assis no final da madrugada e enfrentou uma viagem de seis horas até Santos, parando apenas para almoçar. O ônibus da delegação chegou ao Estádio Ulrico Mursa.

No início, o Taboão dominou o jogo

A torcida Super Raça Taboão se fez presente em Santos. Já dois diretores do Assisense penduraram o backdrop de entrevistas na grade da arquibancada, como uma tradicional faixa, dando uma sensação de que havia no estádio torcedores da equipe.

Algumas características de jogos da Briosa estiveram presentes: se o carrinho de pipoca não apareceu, o Bar, com seus pastéis e bebidas, mataram a fome e sede dos 66 torcedores pagantes. O sistema de som, que rolou o 'clássico' Dança do ET, de ET e Rodolfo, com as informações na voz forte e marcante do grande Walter Dias estava lá! Além disso, os amigos Vlademir Von Zuben, Manoel Ruas, Nelson Dias Junior e Fabrício Lopes (este último jabaquarense) também marcaram presença.

A partida começou eletrizante e o Taboão, para se sentir como se estivesse jogando na grande São Paulo, foi para cima. Ainda no primeiro minuto, Rodrigo entrou na área pela direita e arriscou o chute. No rebote, Juninho chutou na trave, mesmo com o goleiro do Assisense, Augusto, vendido no lance.

Apesar de estar melhor, o Taboão tomou um susto aos 8 minutos. O centroavante Everton caiu pelo lado direito do ataque do Assisense, invadiu a área fuzilou rente à trave do goleiro Walter, que teria dificuldades se a bola tivesse a direção certa.

Torcida do Taboão presente em Santos

O Taboão da Serra tinha mais posse de bola, mas pouco definia. Já o Assisense esperava a chance de um contra-ataque. Com este cenário, o Cão Pastor saiu na frente. Em falta cobrada pela lateral direita, Fernando Gaúcho entrou sozinho na pequena área e, de cabeça, abriu o marcador aos 32: 1 a 0 para o Taboão e primeiro gol do centroavante em seu segundo jogo pelo clube. 

O clima entre os jogadores de Taboão e Assisense esquentou no final do primeiro tempo, quando Léo Cruz entrou forte em dividida com um adversário. O juiz nada marcou. Para revolta da comissão do time de Assis. Minutos depois, ainda com os ânimos mais exaltados, o árbitro simplesmente optou por encerrar a partida e o duelo seguiu para o intervalo com vitória dos mandantes.

Se na primeira etapa o Taboão dominou, nos 45 minutos finais a situação se inverteu. Logo aos 2 minutos, em escanteio pela direita, Pedrão cabeceou forte e a bola ainda desvio no meia Rodrigo, do Taboão. O Assisense empatava em 1 a 1.

Banner do Assisense usado como faixa de torcida

Quatro minutos depois, o Assisense chegou novamente com perigo. Depois de boa jogada na linha de fundo, o lateral Mateus Frazão, que foi escalado para a partida junto com o seu irmão, o meia Lucas Frazão, alçou a bola na área e o camisa 10 Diego deu um belo sem pulo, que passou perto do gol de Walter.

O Assisense dominava todas as ações, comandada em campo pelo bom meia Diego. O Taboão sentiu o cansaço, mas ainda teve uma boa chance de marcar: aos 23 minutos, meia Rodrigo, que não conseguiu evitar o gol do adversário, saiu na cara do goleiro Augusto, mas furou na gora de definir.

Com o calor, as duas equipes diminuíram o ritmo e as poucas vezes em que chegaram ao ataque, foram parados por marcações de falta do árbitro José Roberto Marques. Depois de 90 minutos, um resultado que acabou não sendo bom para nenhum dos dois times: 1 a 1.

Disputa de bola perto da linha de fundo 

O Taboão da Serra volta a campo no próximo domingo para enfrentar o São Carlos, às 10 horas, no Estádio Luisão, em São Carlos. No mesmo dia e horário, o Assisense recebe o Olímpia, no Estádio Tonicão, em Assis.

Ficha Técnica

Taboão da Serra 1 x 1 Assisense 

Local: Estádio Ulrico Mursa - Santos
Público: 66 pagantes 
Renda: R$ 402,00 

Taboão da Serra - Walter; Bruninho, Kaique, Danilo e Boré; Léo Cruz (Chavão), Vitor Hugo (Felipe), Francisco Alex e Rodrigo; Juninho e Fernando Gaúcho - Técnico: Thiago Oliveira.

Assisense - Augusto; Matheus Frazão, Manfio, Pedrão e Guto; Pedro, Gabriel Virgulino (Gabriel Modesto), Frazão e Diego; Giovani (Hygor) e Everton (Juninho) - Técnico: Carlos Alberto Seixas.

Gols
Taboão da Serra: Fernando Gaúcho 32' 1T 
Assisense: Pedrão 2' 2T 

Cartões Amarelos
Taboão da Serra: Kaique, Vitor Hugo, Léo Cruz
Assisense: Matheus Frazão, Everton

Árbitro
Jose Roberto Marques 

Assistentes 
Luis Alexandre Nilsen e Márcia Bezerra Lopes Caetano

Horacio Peralta campeão uruguaio do interior pelo Wanderers de Artigas

Peralta com a medalha no peito

O atacante Horacio 'El Chino' Peralta, conhecido no Brasil por sua passagem pelo Flamengo em 2006, ainda está na ativa por gramados charruas. No último domingo, ele sagrou-se campeão uruguaio do interior pelo Wanderers de Artigas, equipe do norte do país, que venceu o San Carlos, de Maldonado, por 3 a 1. A competição, que é sancionada pela Organización de Fútbol del Interior (OFI), é amadora.

O Campeonato Uruguaio do Interior, apesar de ser uma competição amadora, é muito importante no país. Como a grande maioria dos times profissionais do Uruguai são de Montevidéu, a competição acaba sendo um grande parâmetro nas outras províncias.

Comemoração da equipe com a taça

E apesar da má forma física, que era uma crítica dos torcedores do Flamengo em sua passagem por terras tupiniquins, Peralta foi importante na conquista dos 'Bohemios do Norte'. No primeiro jogo da final, realizado em Artigas, ele marcou o único gol da equipe no empate de 1 a 1.

Na segunda partida, realizada no Campus Maldonado, que contou com um público de 10 mil pessoas, Mario Amorín abriu o placar para o San Carlos, aos 34 minutos. Em menos de três minutos, o Wanderers de Artigas empatou com Germán Diaz.

Com o empate persistindo, a partida foi para a prorrogação. E aí apareceu a estrela do ex-jogador do Flamengo. Aos 5 minutos do segundo tempo, ele colocou sua equipe em vantagem. Mais quatro minutos e o Wanderers ampliou com Luis Martínez, dando o título aos Bohemios do Norte. Como o jogador mais conhecido de todo o elenco, Peralta foi o mais festejado.

Carreata em Artigas

A equipe ainda foi recebida com uma grande festa em Artigas, com direito a uma carreata com muito buzinaço na entrada da cidade junto com o ônibus do time. Isso prova a importância da competição no Uruguai.

Horacio Peralta, hoje com 33 anos, começou sua carreira no Danubio e ainda passou pelo Cerro antes de chegar ao Nacional, onde se destacou entre os anos de 2002 e 2004. No Bolso, ganhou o apelido de Chino, por se parecer com Álvaro Recoba, que tem a mesma alcunha. Foi no Nacional onde Peralta recebeu suas chances na Celeste Olímpica, por onde fez 13 jogos e marcou dois gols.

Após o Nacional, Peralta passou pela Europa, onde jogou no Cagliari, Albacete e Grasshopers. Em 2006, aportou no Flamengo, onde veio para fazer dupla com outro estrangeiro, o paraguaio César Ramirez.

Passagem pelo Flamengo

No Flamengo, Peralta mostrou, ao mesmo tempo, muita habilidade e uma péssima forma física. A segunda característica ganhou da primeira e 'El Chino' não teve muito sucesso na Gávea, fazendo 20 jogos e marcando míseros quatro gols.

Depois do Fla, passou por diversos times uruguaios, inclusive uma volta ao Nacional entre 2010 e 2011. Neste ano, o jogador disputou a Segunda Divisão Uruguaia pelo Cerrito, pequeno clube de Montevidéu e depois foi para o Wanderers de Artigas.

7 a 2! Uma goleada histórica do Ferroviário em cima do Bahia!

Sergio Alves foi o grande algoz do Bahia no dia

O Campeonato Brasileiro da Série C de 2006 foi, talvez, o que contou com mais características positivas, que tornou a competição bem interessante. Foi naquele ano em que os dois maiores clubes do futebol baiano, Bahia e Vitória, tiveram que jogar a Terceira Divisão Nacional. Também foi em 2006 que teve o primeiro octogonal da divisão, que definia o campeão e os quatro acessos. Além dos dois grandes baianos, Treze, Criciúma, Ferroviário, Barueri, Ipatinga e Brasil de Pelotas disputavam as vagas para a Série B de 2007.

O octogonal decisivo também contou com jogos históricos, como o deste artigo. No feriado de 15 de novembro de 2006, o Ferroviário recebeu o Bahia no Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, capital cearense. Ambas as equipes vinham na briga pelo acesso. O Ferrão tinha, até aquele momento, 13 pontos. Já o Tricolor de Aço vinha 'apenas' com 10 e alguns resultados que vinham irritando ainda mais a sua torcida, que já estava insatisfeita com os rebaixamentos dos anos anteriores.

O que ninguém esperava é que o Ferrão estivesse em uma tarde inspiradíssima e o artilheiro Sergio Alves com sua pontaria calibradíssima. Com isso, a equipe cearense devolvia com 'juros e correção monetária' os 4 a 1 que levou no primeiro turno do octogonal.

Equipe que venceu o Bahia

O primeiro gol veio aos 14 minutos. Everton cobrou falta da esquerda, Darci não segurou e a bola entrou no canto. A falta havia sido originada de uma jogada de Fernando, que sofrera a infração. O segundo gol não demorou. Everton lançou Sérgio Alves, que teve a frieza para esperar o goleiro dá um leve toque: 2 a 0, aos 18 minutos. A perícia do goleiro Jéfferson evitou um gol do Bahia, aos 23 min. Luciano Baiano cruzou, a bola passou pela defesa e André Pastor, sozinho, chutou e Jéfferson defendeu, em cima da linha.

No segundo tempo, o Ferroviário fez o terceiro logo aos 2 minutos. Glaydstone avançou, lançou Fernando, que soltou a bomba, a bola bateu na trave antes de entrar no arco baiano.

Numa tabela entre Júnior Cearense e Everton, este entrou na área e tocou voltando. Sérgio Alves dominou e, com tranquilidade, ampliou para 4 a 0, aos 6 minutos. Dois minutos depois, Marcos Pimentel cruzou da direita, Fernando cabeceou, a bola bateu na trave e sobrou para Sérgio Alves que chutou no alto, marcando o quinto. O Ferrim fazia 5 a 0!

Os corais se acomodaram um pouco e o Bahia cresceu. Aos 9 minutos, Luciano Baiano chutou de longe e diminuiu. Aos 25, Sorato, de cabeça, marcou o segundo do tricolor baiano. O Bahia se animou e tentou diminuir ainda mais a diferença.

Melhores lances da partida

Mas os gols acordaram a equipe do Ferrão, que voltou a ficar impossível. Aos 32, Júnior Cearense cobrou falta no ângulo e marcou o sexto gol. E aos 35 minutos, Marcos Pimentel fez um golaço. Driblou um zagueiro e o goleiro, antes de fechar a goleada em 7 a 2.

O Ferroviário ficou a um passo de conseguir o acesso para a Série B de 2007. Na última rodada, a equipe cearense precisava de uma vitória simples contra o Barueri, em São Paulo, para o êxito. Porém, os paulistas venceram por 3 a 0 e roubaram o sonho do acesso do Ferrão. Esta foi a última boa participação do clube em uma competição nacional.

Já o Bahia teve que se contentar a ficar mais um ano na Série C e ainda vendo o rival Vitória conquistando o acesso (o Criciúma foi o campeão. Ipatinga e Barueri também subiram). No ano seguinte, o Bahia conseguiu o acesso para a Série B.

Ficha Técnica

Ferroviário 7 x 2 Bahia

Local:  Presidente Vargas - Fortaleza.
Data: 15 de novembro de 2006.
Árbitro: Wallace Nascimento Valente (ES).
Assistentes: Antônio Carlos de Oliveira (ES) e José Ricardo Maciel Linhares (ES).
Renda: R$ 39.160,00.
Público: 4.434 pagantes.
Gols: Everton, Sérgio Alves (3), Fernando, Júnior Cearense, Marcos Pimentel, Luciano Baiano e Sorato.
Cartões amarelos: Fernando, Pereira, Laerte, Rodrigão e Rodriguinho.

Ferroviário: Jéfferson; Marcos Pimentel, Carlinhos, Marcelo Mendes e Júnior Cearense; Glaydstone (Robinho), Dedé, Stênio e Everton (Diego); Fernando e Sérgio Alves (Claudeci) - Técnico: Arnaldo Lira.

Bahia: Darci; Luciano Baiano, Pereira, Laerte (Rodrigão) e Peris; Salvino (Charles), Leandro Leite, Rodriguinho e Edinei (Isac); Sorato e André Pastor - Técnico: Lula Pereira.

Cafezinho - o lateral que não teve medo de Romário

Briga foi apartada pelos policiais

Cafezinho, nascido em Maceió, no dia 17 de julho de 1965, foi um lateral-direito que rodou o Brasil jogando futebol. Porém, ele ficou conhecido mais por um lance inusitado: saiu, literalmente, na porrada com o atacante e atual senador Romário em 1997.

Cafezinho iniciou sua carreira tardiamente, aos 23 anos, no Capelense, em 1989. Neste ano, mudou-se para o Novorizontino, permanecendo durante alguns meses e depois foi contratado pelo Náutico, onde ficou até 1994, sendo apenas emprestado ao Santa Cruz em 1993.

No Náutico: dono da lateral-direita
no início dos anos 90

O lateral ainda jogaria o Campeonato Paulista de 1995 pelo Mogi Mirim e o Carioca de 1996 pelo Bangu. Considerado um lateral-direito que não complicava as jogadas, o Madureira resolveu contratá-lo para a disputa do Cariocão de 1997. E foi jogando pelo Tricolor Suburbano onde ocorreu a briga.

Em 6 de março de 1997, Flamengo e Madureira se enfrentaram pelo Campeonato Carioca, em partida realizada no Estádio da Gávea. O rubro-negro superou o Tricolor Suburbano por 7 a 0, com Romário, Lúcio, Sávio, Moacir e Júnior Baiano marcando os gols.

Início da briga com Romário

Porém, a goleada ficou em segundo plano graças a uma rusga entre Romário e Cafezinho, que desferiam chutes um ao outro, numa briga que envolveu também o técnico flamenguista, Júnior. Uma semana depois, Romário e Júnior selaram a paz com o lateral-direito, que virou manchete até no exterior.

Parece que a briga acabou ajudando Cafezinho. O Vasco acabou contratando o lateral para o Campeonato Brasileiro. O jogador fez apenas quatro jogos pelo clube na competição, mas ficou marcado por fazer parte do elenco campeão nacional daquele ano.

Ainda em 1997, campeão brasileiro pelo Vasco

Após a passagem pelo clube da Colina, Cafezinho ainda jogaria pelo CRB, Rio Preto, Jaboticabal, Mirassol, ASA, Murici, CSA e Bom Jesus, onde encerrou a carreira em 2005, aos 40 anos, e teve um problema.

Cafezinho sofreu uma entrada violenta de um atleta do Coruripe, ao receber um cruzamento. A pancada causou efeitos devastadores para o lateral, que rompeu os ligamentos do joelho, sendo forçado a abandonar os gramados. Passou dois anos com ferros e placas de platina, e chegou a refazer os ligamentos. Porém, o ex-jogador ficou impossibilitado de correr.

Hoje, Cafezinho sustenta os familiares com o dinheiro de sua aposentadoria e com o que recebe durante o período em que trabalha como "faz-tudo" de um vereador de Maceió.

Vídeo do jogo e a briga

O famoso gol do Cocada

Cocada sai com tudo para comemorar o gol

Hoje tem clássico no Rio de Janeiro. Vasco e Flamengo decidem vaga na próxima fase da Copa do Brasil. Mas vou falar do clássico entre as duas equipes que aconteceu no dia 22 de junho de 1988, quando se decidia quem seria o campeão estadual daquele ano.


Naquela competição, o Flamengo conquistou o primeiro turno. Já o Vasco, os dois turnos seguintes. Então, o time da Cruz de Malta jogava pelo empate no Maracanã naquele 22 de junho. Com isso, o Flamengo precisava da vitória a qualquer custo.



Apesar de ser uma final movimentada, o placar não foi alterado no primeiro tempo e o 0 a 0 persistia. Aos 41 da segunda etapa, o treinador do Vasco, Sebastião Lazaroni, sacou o atacante Vivinho para colocar o lateral Cocada, irmão do atacante Müller. A intenção do treinador era segurar o empate, que já dava o título para o Clube da Colina.

A comemoração de outro ângulo



Porém, até parecia que estava escrito que Cocada iria marcar sua história no Campeonato Carioca. Em disparada pela ponta-direita, o lateral, então com 28 anos, chegou na entrada da área, viu Romário sozinho mas resolveu chutar colocado, de canhota, sem chance para Zé Carlos, o goleiro flamenguista. O placar marcava 44 minutos do segundo tempo. Era gol do Vasco da Gama e o bi-campeonato estava mais próximo do que nunca.



Cocada não se aguentou de emoção. Tirou a camisa e correu pelo gramado do Maraca. Os primeiros companheiros que se juntaram à comemoração foram o meia Bismarck e o zagueiro Fernando. Ele ainda jogou a camisa para o alto e acabou ganhando um presente da arbitragem. Um cartão vermelho! Sim, Cocada entrou aos 41, fez gol aos 44 e foi expulso aos 45.

Reportagem do Globo Esporte no dia seguinte



Após a partida, Cocada disse: "nos anais do Vasco da Gama vai estar escrito, daqui a 20 anos, que o Vasco da Gama conquistou o bicampeonato com um gol do Cocada aos 44 minutos, que entrou em campo aos 41 e que foi expulso aos 45. Quer dizer: é um marco histórico para qualquer jogador."

Muitos jogadores se deram bem com a conquista deste título. Romário foi vendido ao PSV Eindhoven, da Holanda. Outros jogadores passariam a ser presença constante na Seleção Brasileira, que passou a ser comandada pelo técnico do Vasco, Lazaroni. Porém, já se passaram 27 anos e foi Cocada que entrou nos anais vascaínos com este gol histórico.

Corinthians proíbe entrada de torcedores nos jogos da base

Torcedores não puderam assistir a partida sem aviso no site da FPF

Na manhã do último sábado, dia 22, o Corinthians tinha dois jogos marcados para o Estádio Alfredo Schürig, no Parque São Jorge, em São Paulo: contra o Penapolense, pelo Campeonato Paulista Sub-15, e contra o Oswaldo Cruz, válido pelo certame estadual Sub-17. Dois torcedores, Bruno Filandra Lopes e Luiz Gustavo Folego foram à Fazendinha e tiveram uma surpresa desagradável.

Ao chegarem no portão do estádio, o mesmo estava fechado. Os seguranças não permitiram a entrada de ambos e mais algumas pessoas que chegaram no local. O problema é que no site da Federação Paulista de Futebol (FPF) não havia qualquer aviso de portões fechados e restrição ao acesso do público, o que é previsto no Estatuto do Torcedor. Bruno Filandra Lopes é, inclusive, membro do programa Sócio-Torcedor do clube. Luiz Gustavo já fez parte do mesmo programa.

Após a insistência de todos que estavam na frente do local, os seguranças entraram em contato com os responsáveis pelo clube, que liberaram apenas os parentes de jogadores. Tanto Bruno quanto Luiz mandaram e-mail para a Ouvidoria da FPF.

E-mail de Bruno Filandra Lopes:

Ouvidoria da Federação Paulista de Futebol

No último sábado dia 22/08/2015,eu meu amigo Luiz Gustavo Folego fomos até o Estádio Alfredo Schurig, afim de assistir as partidas Corinthians x Penapolense (partida válida pelo Campeonato Paulista sub 15) e Corinthians x Osvaldo Cruz (partida válida pelo Campeonato Paulista sub 17).

O que aconteceu foi que nós fomos impedidos de entrar no estádio,pois a ordem vinda dos responsáveis do clube para a segurança era de que não estava permitida a entrada dos torcedores.Após insistência nossa e de outras pessoas presentes,os seguranças entraram em contato com os responsáveis.E veio uma nova ordem:apenas os familiares dos atletas poderiam entrar para assistir a partida.

Gostaria de saber se é permitido vetar torcedores em um evento da Federação Paulista de Futebol ou se é permitido o clube mandante fazer seleção de torcedores,pois estou indignado com tal atitude.

Meu amigo mandou um e-mail para vocês também com a mesma reclamação.

Por favor,gostaria de uma resposta se for possível.

Muito obrigado

Bruno Filandra Lopes

E-mail de Luiz Gustavo Folego:

Prezado ouvidor, 

Informo que estive no último sábado, dia 22 de agosto , nas dependências do Parque São Jorge para acompanhar as partidas Campeonato Paulista Sub-15 e Sub-17. O Corinthians, mandante dos jogos, receberia as equipes do Penapolense e Osvaldo Cruz, respectivamente.

Como o primeiro jogo estava marcado para às 09hs, cheguei com antecedência de aproximadamente 20 minutos. Ao tentar me dirigir ao estádio, fui informado pela segurança do clube que não havia nenhuma orientação de que os jogos seriam liberados para a presença de torcedores.

Questionei, pois não vi alguma menção no site da federação paulista sobre tal restrição e que somente a federação poderia determinar esta situação, pois ela é que organiza a competição. Os seguranças consultaram mais uma vez os responsáveis por esta área no clube, que mantiveram a proibição.

O pior foi que pessoas identificadas como parente dos atletas, conseguiram acesso ao estádio, isso aconteceu na minha presença e de um outro amigo, que também queria ver as partidas.

Depois de tudo isso, desistimos de acompanhar os jogos, infelizmente não é a primeira vez que acontece isso quando vou a jogos no Parque São Jorge. Lembrando que a partidas seriam originalmente em Guarulhos, e que a pedido do clube, foi alterado o local de realização. 

Acredito que o clube não tem esse poder de restringir o acesso, sem que a federação paulista determine. Nos sentimos desrespeitados, diante do ocorrido. 

Atenciosamente,

Luiz Gustavo Folego

Com a palavra, a Ouvidoria da FPF e a diretoria do Sport Club Corinthians Paulista.

Jabuca e Taboão empatam sem gols em jogo na Caneleira

Partida na Caneleira não saiu do 0 a 0 (foto: Pepe Varela)

Teve início neste fim de semana a segunda fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão, a Bezinha. Esta etapa da competição é muito importante, pois definirá quais são os quatro clube que terão o acesso para a Série A-3 do Estado. O Jabaquara, que foi o segundo colocado do Grupo 3 da fase anterior, fez sua estreia na nova etapa justamente contra o rival que ficou uma colocação atrás: o Taboão da Serra. Apesar da expectativa, o placar ficou no 0 a 0.

Em uma manhã de forte calor no Estádio Espanha, na Caneleira, em Santos, 330 pagantes compareceram à partida. Aliás, aqui vai um adendo: todos que dizem gostar do Jabaquara deveriam comparecer aos jogos do clube, pois, mais do que nunca, o time precisa do apoio do torcedor nesta fase. É o acesso que está em jogo!

Público da partida foi de 330 pagantes

O Jabuca foi a campo com praticamente todo o time da fase anterior, sem apresentar novidade. Já o Cão Pastor contava com as estreias do centroavante Fernando Gaúcho e do meia Francisco Alex, que estava disputando o Brasileiro da Série C pela Lusa. Ambos os jogadores foram destaques do vice-campeão da Bezinha no ano passado: o Atibaia.

A partida começou com o Jabaquara tentando ficar com a posse de bola e explorando os espaços deixados pela defesa do Taboão da Serra para criar suas chances de gol. Apostando no contra-ataque, o Cão Pastor também pressionava e tentava abrir espaços para buscar a posse de bola durante a primeira etapa, equilibrando as ações do jogo.

Durante a partida, Jabuca teve mais posse de bola (foto: Santa Portal)

O Jabaquara teve problemas ainda no primeiro tempo e gastou todas as substituições até o intervalo: Guilherminho, Caíque Melo e Deivid saíram por problemas e deram lugar a Marcio Silva, Alex Aguiar e Ricardo.

No segundo tempo, a partida continuou equilibrada, com o Jabuca procurando mais as ações, e os dois times buscaram o ataque. No último lance da partida, o Taboão quase marcou, mandando uma bola na trave, mas o empate acabou prevalecendo como o resultado final da partida.

Apesar de ser ainda a primeira rodada da segunda fase, o empate acabou não sendo um bom resultado. O Olímpia, que venceu o Grêmio Prudente por 2 a 0 fora de casa, e o São Carlos, que foi a Assis e ganhou do Assisense pelo mesmo placar, saíram na frente e lideram o Grupo 5 da competição.

Partida terminou como começou: 0 a 0 (foto: Beto Rayner)

O próximo jogo do Jabaquara será contra o Olímpia no domingo (30), às 10 horas, no estádio Tereza Breda. Já o Taboão joga em casa contra o Assisense, no sábado (29), às 15 horas, no estádio Vereador José Feres.

Fica Técnica

Jabaquara 0 x 0 Taboão da Serra

Data: 23/08/2015
Local: Estádio Espanha, em Santos
Público: 330 pagantes
Renda: R$ 4.280,00

Jabaquara: Thyago; Guilherminho (Marcio Silva), Jefferson, Souza e Gilmar; Caíque Melo (Alex Aguiar), Deivid (Ricardo), Gualberto e Eric; Pedro e Esquerdinha - Técnico: Axel.

Taboão da Serra: Valter; Rodrigo (Felipe), Danilo, Rômulo e Bolé; Léo Cruz, Vítor Hugo, Gabriel (Bruno Rafael) e Francisco Alex; Fernando Gaúcho e Juninho - Técnico: Oliveira.

Arbitragem
Árbitro: Marcelo Rogério
Assistente 1: Gustavo Rodrigues de Oliveira
Assistente 2: Herman Brumel Vani
Quarto Árbitro: Eleandro Pedro da Silva

* Com informações de Pepe Varela e do Santa Portal. 

O dia em que o Juventud calou Potosí

Momento em que o jogo estava 1 a 0

* por Fabián Infante

Todos que me conhecem sabem que sou torcedor do Nacional, o Bolso, Padre y Decano del Futbol Uruguayo. Mas, como sou de Las Piedras, cidade do departamento de Canelones, simpatizo com o time local, o Juventud.

Por causa da boa campanha do Juventud no Campeonato Uruguaio, o clube conseguiu uma vaga na Copa Sul-Americana deste ano. Pela primeira vez, a equipe estaria em uma competição continental profissional. em 2005, o Juventud conquistou um torneio internacional sub-23 na Itália, quando o time contava com o atual jogador do River Plate, Rodrigo Mora, com apenas 18 anos.

Pois bem, eu moro em Vitória, no estado do Espírito Santo, no Brasil, e resolvi viajar até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Queria muito conhecer o local e aproveitaria para assistir o jogo do Nacional contra o Oriente Petrolero, equipe local. A partida foi realizada no dia 11 de agosto e o Bolso venceu por 3 a 0.

Os torcedores do Juventud a caminho do estádio

Como eu já iria ficar mais uns dias pela Bolívia, aproveitei e organizei minha ida para Potosí no dia 20 de agosto, quinta-feira, para assistir mais um jogo por lá. A partida a volta do embate entre o Juventud e a equipe local, o Real Potosí.

Na primeira partida, realizada no Estádio Luiz Franzini, campo do Defensor localizado no Parque Rodó, em Montevidéu, o Juventud venceu os bolivianos por 4 a 1. Esse resultado deu um fôlego para a equipe azul e branca, já que em Potosí, os Pedrenses enfrentariam um adversário muito temido: a altitude de 4 mil metros.

Em frente ao local da partida

Fiz a viagem de mais de 600 km entre Santa Cruz de la Sierra e Potosí de ônibus e logo encontrei meus amigos que vieram do Uruguai para assistir à partida. Éramos nove pessoas que estariam apoiando o Juventud no Estádio Victor Agustin Ugarte. No caminho ao estádio, percebi que estava sentindo falta de ar. Se para nós já é complicado, como seria para os jogadores, que estariam correndo 90 minutos naquelas condições? Deve ser complicado!

A partida começou e a equipe da casa, acostumada com as características locais, foi para cima, tentando reverter o resultado adverso do primeiro jogo. O Juventud se trancava, tentando segurar ao máximo o ímpeto do Real Potosí, que abriu o placar aos 27 minutos, com Jorge Toco.

Faixas e bandeiras prontas para o jogo

Na segunda etapa, a equipe da casa foi para o tudo ou nada e conseguiu ampliar aos 15 minutos, com Gilbert Alvarez. Porém, o Juventud conseguiu se segurar e os 2 a 0 não foram suficientes para eliminar os uruguaios da competição. Um silêncio no estádio. Apenas nove pessoas comemoravam. Sim, os uruguaios que estavam ali.

Em sua primeira competição internacional, o Juventud conseguiu passar para a segunda etapa. Emocionados, os torcedores começaram a chorar dentro do estádio. Todos estavam felizes com o feito dos Pedrenses. Para mim, foi uma experiência espetacular, pois ver uma equipe chica conseguir sucesso em um torneio como a Copa Sul-Americana não é algo comum.

Com o resultado, o Juventud vai enfrentar o Emelec, do Equador, pela segunda fase da competição. Porém, aconteça o que acontecer, os Pedrenses já estão fazendo história. É, realmente alegria de time pequeno sempre emociona!


* Jorge Fabián Infante Rosso, El Fabito, tem 25 anos, trabalhava no Uruguai em uma adega de vinhos e, atualmente é artesão aqui no Brasil. Fabito é de Canelon Chico, Las Piedras, mas atualmente mora em Vitória-ES e torce para o Club Nacional de Futbol, o Bolso, clube que tem um site interessante de torcedores, o www.decano.com.

Fla-Araçatuba

Sávio era uma das grandes estrelas do Fla na época

Uma divergência entre o presidente do Flamengo em 1997, Kleber Leite, e o mandatário da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) na época, Eduardo Vianna, o Caixa D'água, criou uma possibilidade de o clube da Gávea mudar campeonato estadual no ano seguinte: sim, os dirigentes rubro-negros negociaram com a Federação Paulista de Futebol (FPF) a possibilidade de jogar o Paulistão de 1998.

O Flamengo alegava que o Estadual do Rio era deficitário e queria mudanças drásticas, como formato de disputa e pagamento maior para as equipes. Leite se reuniu com o então presidente da FPF, Eduardo José Farah, além de dirigentes da Associação Esportiva Araçatuba, clube do interior que disputava a elite do Paulistão na época, e com membros da prefeitura da cidade. Essas reuniões ocorreram no segundo semestre de 1997.

Farah prometera, na época, uma cota de R$ 500 mil por partida a cada mando de jogo, desde que o Flamengo utilizasse no Paulista suas principais estrelas, como Junior Baiano, Juan, Athirson e Sávio, entre outros. A equipe jogaria em Araçatuba, na vaga do AEA. Inclusive, os fãs de futebol já tinham apelidado a equipe de Fla-Araçatuba,

E aqui vai um adendo. A cidade de Araçatuba já teve um rubro negro filiado à FPF. O Clube Atlético Flamengo, fundado em 1956, jogou a Terceira Divisão Paulista em 1957 e a Segunda no ano seguinte, quando se despediu do futebol profissional. O clube foi extinto anos depois. Atualmente, há um Flamengo, de Guarulhos, disputando as competições da FPF.

Voltando ao assunto da década de 90, na verdade, Kleber Leite queria apenas pressionar Caixa D'água a melhorar o regulamento e os repasses aos clubes no Campeonato do Rio de Janeiro. Porém, nem ele esperava uma proposta tão boa da FPF. "Tenho uma folha de pagamento de cerca de R$ 650 mil mensais e não posso continuar disputando o Campeonato Carioca, que não tem data, adversário e contrato marcados”, falou Leite em novembro de 1997.

Kleber Leite era o presidente do Rubro Negro na época

Na verdade, a hipótese era muito difícil de se concretizar, vide que não tinha apoio dos torcedores e não deveria ser aprovada pelo conselho do clube. Mesmo que fosse, Vianna poderia recorrer à CBF, com quem sempre teve boa relação, para barrar a aventura. O próprio Kleber Leite admite isso, mesmo dizendo que a ideia era “espetacular”. 

“Falamos com o Farah, com o Araçatuba, e as pessoas estavam animadas com relação a isso. Nós teríamos apoio do clube e da Federação Paulista, seria um fato novo, espetacular, esse apoio nós teríamos. Mas era humanamente impossível, até porque o Flamengo era um clube do Rio. Mas foi um grande alerta, e o Campeonato [Carioca] de 1998 foi bem mais organizado", disse Kleber Leite em reportagem para o UOL Esporte em 2012.

Apesar de a chance ser quase remota, os dirigentes agiam como se tudo pudesse acontecer. E até o uniforme “novo” do time, que teria que incluir a cor do Araçatuba, amarelo, foi imaginado.

Eduardo Vianna, o Caixa D'água

“Lembro que na época se imaginou uma camisa ´meio de caminho´, com fundo amarelo e o vermelho e preto em cima. Foi um conjunto de hipóteses que não dá nem pra se ter ideia. Todo mundo pirou e começou a dar várias sugestões”, disse Leite na mesma entrevista.

Ao fim de tudo, Flamengo e FERJ entraram em acordo e o Rubro Negro disputou o Cariocão de 1998, ganho pelo Vasco. No Paulistão, o São Paulo foi o campeão. Em 2015, houve uma história muito parecida. O atual presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, convidou Flamengo e Fluminense para participarem do Paulistão, em maio. Mas poucos dias depois, disse que o convite, na verdade, foi apenas uma brincadeira.

Espantado com a derrota do São Paulo de ontem?

Time misto do Ceará venceu o Tricolor em pleno Morumbi

Uma boa análise especial para quem está surpreso com a vitória do Ceará sobre o São Paulo por 2 a 1 ontem, em pleno Morumbi, feito por Paulo de Tarso Urbas Cavalheiro*.


Em 2013, o São Paulo foi eliminado na Copa Sul-Americana pela Ponte Preta, que na mesma temporada foi rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro. Vale ressaltar que a diretoria se movimentou nos bastidores e conseguiu fazer com que a Ponte não jogasse no Moisés Lucarelli, tendo que mandar a partida em Mogi Mirim. Mesmo assim, o São Paulo não viu a cor da bola nas duas partidas, perdendo de 3 a 1 no Morumbi e empatando em 1 a 1 no interior.

Em 2013, a Ponte Preta eliminou o São Paulo na Sul-Americana



Em 2014, no Campeonato Paulista, o Tricolor foi eliminado pelo Penapolense, que sequer tinha uma das oito melhores campanhas na primeira fase. A equipe de Penápolis se classificou apenas por força do regulamento, já que foi o segundo no grupo do próprio São Paulo. A estrutura do Penapolense era tão boa, que com muitos do mesmo elenco de 2014, foi rebaixada este ano e integrará a Série A2 do estadual em 2016.



Ainda em 2014, foi eliminado pelo Bragantino, dentro do Morumbi, na Copa do Brasil. O clube de Bragança, naquele momento, estava na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro da Série B. O Bragantino não foi rebaixado para a Série C apenas por uma questão de tabela, já que pegou o ABC na ultima rodada. O Bragantino lutava escapar do descenso contra o América de Natal. E bem... o Grafite não era jogador do ABC. Além disso, em 2015, o Bragantino foi mal no Estadual e, no próximo ano, integrará a Série A2 Paulista.

Na Copa do Brasil do ano passado, o carrasco foi o Bragantino



Agora eu pergunto: Onde está o ponto fora da curva em perder dentro do Morumbi para um time capenga da Série B? Por que tanta revolta, se não houve nenhuma grande reformulação nas principais peças do time? Os jogadores do sistema defensivo, Ganso e Luís Fabiano ainda estão lá.



"Insanity is: doing the same thing over and over again and expecting different results." - Albert Einstein.


* Paulo de Tarso Urbas Cavalheiro tem 26 anos, é analista de TI, mora em Botucatu e torce para o São Paulo FC.

Internacional campeão brasileiro de 1979 invicto

Time do Inter campeão em 1979

Na década de 70, o Internacional foi uma das equipes que dominou o futebol brasileiro. Entre 1969 e 76, o clube foi octacampeão gaúcho. Além disso, conseguiu o feito de ser bicampeão brasileiro em 1975 e 76.

Em 1979 houve uma mobilização muito grande para recuperar a campanha ruim no Gauchão, quando o Internacional ficou em terceiro lugar. E foi difícil montar uma equipe porque qualquer jogador que o clube colorado estivesse interessado custava o dobro do que poderia pagar. A torcida, insatisfeita, dificilmente poderia imaginar o que viria a seguir. O Inter deu uma incrível volta por cima e trilhou um caminho que jamais foi repetido por qualquer time do Brasil – foi novamente campeão brasileiro, pela terceira vez e sem perder um jogo, invicto.

Muitos jogadores foram trazidos de outros estados e até mesmo do Exterior. Entre eles estão Benitez, Cláudio Mineiro, Bira e Mário Sérgio. Mas somente no Campeonato Brasileiro é que a torcida veria a verdadeira força da nova equipe, que não lembraria nem de perto o time que disputara o Gauchão do mesmo ano. O Inter do técnico Ênio Andrade disputou 23 partidas na competição e não foi derrotado em nenhuma. Os colorados puderam comemorar o título inédito para clubes do Brasil: Campeão Brasileiro Invicto, feito que jamais foi igualado até hoje no nosso futebol.

Beira Rio lotado na finalíssima

Era incrível. Os adversários entravam em campo sabendo que seriam derrotados pelo time vermelho. O rival Grêmio também se rendeu, e foi derrotado por 1 a 0, com um gol de falta cobrada por Jair. Mas muitos outros caíram diante do time do Beira-Rio. Entre eles, o temido Palmeiras do técnico Telê Santana, que foi batido em pleno Morumbi por 3 a 2, numa partida exuberante de Falcão. Em Porto Alegre, foi só garantir o 1 a 1 e esperar o Vasco da Gama na final.

No jogo de ida, no Rio de Janeiro, foi a vez do reserva Chico Spina brilhar: o atacante marcou dois gols que praticamente deram o título antecipado ao Inter: 2 a 0. Faltava apenas um jogo para a torcida comemorar o tricampeonato.

Finalmente, no dia 23 de dezembro, em um Beira-Rio pulsante, o Internacional se sagraria campeão. Mais uma vitória sobre os cariocas, desta vez por 2 a 1 com gols de Jair e Falcão. A terceira estrela estava posta, brilhante e orgulhosa, no peito de todos os colorados!

O feito foi tão grande que nenhuma outra equipe conseguiu repetir. Quem chegou mais próximo foi o Atlético Mineiro em 1977, que foi vice-campeão invicto, pois perdeu o título para o São Paulo na decisão por pênaltis.

A taça de campeão brasileiro

FICHA TÉCNICA DO JOGO DO TÍTULO

Inter 2 x 1 Vasco da Gama

23 dezembro de 1979, no Beira-Rio

Internacional: Benítez; João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão, Cláudio Mineiro; Batista, Falcão, Jair;Valdomiro (Chico Spina), Bira e Mário Sérgio. Técnico: Ênio Andrade.

Vasco: Leão; Orlando, Ivan, Gaúcho, Paulo César; Zé Mario, Paulo Roberto (Xaxá), Paulinho (Zandonaide); Catinha, Roberto e Wilsinho. Técnico: Oto Glória.

Gols: Jair, Falcão (I) e Wilsinho (V).

Árbitro: José Favilli Neto.

* Com informações do site oficial do Internacional.

Léa Campos - a primeira árbitra do futebol brasileiro

Léa Campos, a primeira árbitra brasileira

Em uma época onde, infelizmente, o futebol no Brasil era só para homem, inclusive determinado por Decreto Lei, Asaléa de Campos Micheli, a Léa Campos, quebrou barreiras tornando-se a primeira árbitra do esporte no País.

Léa nasceu em 1945, em Belo Horizonte, capital mineira, onde foi criada. Foi na escola secundária, que se apaixonou por futebol, atuando como centroavante de um time clandestino, pois no Brasil havia um Decreto Lei 3199, de 14 de abril de 1941, assinado pelo ex-Presidente Getúlio Vargas, onde no seu Artigo 54, proibia as mulheres de jogarem alguns esportes considerados apenas masculinos, entre eles o futebol.

Para realizar o sonho de trabalhar com futebol, Léa, que era formada em Educação Física na Universidade de Brasília, teve que enfrentar muitas leis e regras. A primeira era do então Presidente da CBD, e futuro Presidente da FIFA, João Havelange, que havia declarado que nenhuma mulher nunca se tornaria árbitra de futebol.

A árbitra junto com a equipe de São João da Boa Vista

Para fazer o curso de árbitro, contudo, Léa teve que ser esperta e driblar, além do Decreto Lei de 1945, outra regra, a Deliberação número 7, de 2 de agosto de 1965, assinada pelo General Eloy Massey Oliveira de Menezes, Presidente do Conselho Nacional de Desportos (CND), que nomeava as modalidades esportivas proibidas às mulheres, entre elas, o futebol. Essa deliberação, complementava o Artigo 54 do Decreto Lei 3199, de 14 de abril de 1941, que apontava incompatibilidade a “natureza feminina”.

O Decreto Lei e a Deliberação, porém, proibiam as mulheres apenas de jogarem, mas não faziam menção sobre arbitragem. Essa brecha foi o que garantiu a Léa o direito de participar do curso de árbitros em Minas Gerais, feito no Departamento de Futebol Amador da Federação Estadual, onde conseguiu se formar em 1967.

Mesmo dentro da lei, em entrevista para o quadro Baú do Esporte, do programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, em 2007, Léa disse que não pode participar se quer da formatura do curso de árbitros, por represálias machistas.

Léa Campos encontrou muitas dificuldades para apitar no Brasil, sendo proibida de atuar em alguns estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, mas, encontrou apoio em outros lugares, como Rio Grande do Sul, além de seu próprio estado de origem, Minas Gerais.

Formada em jornalismo, Léa trabalhou na Rádio Mulher

Mas, a redenção veio em 1971, quando foi convidada pela FIFA para apitar um torneio mundial de futebol feminino amistoso, realizado pela entidade no México. Daí em diante não pararam de surgir jogos e oportunidades, e Léa ganhou muito destaque nos continentes americano e europeu.

Fora do futebol, Léa Campos também teve sucesso. Ela chegou a ser eleita Miss Belo Horizonte e Miss dos Ex-Combatentes. Também formada em jornalismo, Léa trabalhou em rádios mineiras e no departamento de relações públicas do Cruzeiro.

Aliás, foi no rádio em que ela também marcou época. Mesmo trabalhando como árbitra, Léa atuava como comentarista esportiva voltada para o futebol em 1972, na Rádio Mulher, em São Paulo. A estação era estação voltada ao mundo feminino, e batia de frente com ditadura militar do país.

Léa Campos atualmente

A carreira de Léa Campos nos gramados durou pouco tempo, contudo. Em 1974, o brasileiro João Havelange, um dos primeiros a se opor as mulheres como árbitras de futebol, assumiu a presidência da FIFA. Curiosamente, no mesmo ano, Léa sofreu um acidente de ônibus numa companhia que muitos dizem pertencer à Havelange, a Viação Cometa. O acidente deixou Léa na cadeiras de rodas por dois anos. E a obrigou a abandonar o futebol. Léa chegou a levar o caso a justiça na época do acidente, mas perdeu nos tribunais quando as evidências sumiram misteriosamente.

Em 1976, Léa se mudou para os Estados Unidos para fazer tratamento com o médico brasileiro João Vicente Alves. Apesar das poucas chances, ela conseguiu se recuperar e continuou morando nos Estados Unidos. Chegou a fazer boxe e, até hoje, trabalha com esportes.
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