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A passagem de Nunes no Monterrey do México

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Nunes atuou no Monterrey por um ano

Nesta segunda-feira, dia 20 de maio de 2024, o ex-atacante João Batista Nunes de Oliveira, conhecido apenas como Nunes, celebra 70 anos de vida. No decorrer de sua carreira o avançado sergipano teve uma rápida passagem pelo futebol mexicano, onde atuou pelo Monterrey entre o fim da década de 70 e início dos Anos 80.

Revelado pelo Confiança, o artilheiro atuou pelo time dos Rayados na temporada 1979/80. Ele foi contratado pela equipe Albiazul quando defendia as cores do Fluminense.

No clube de Nuevo León teve dificuldades para conquistar o seu espaço no time titular. De acordo com o site ogol.com, o brasileiro disputou apenas seis partidas pela equipe, mas pôde retribuir marcando seis gols.


Deixou o Monterrey em 80 para conseguir finalmente realizar o sonho de vestir a camisa do Flamengo como jogador profissional. Inclusive, foi no Mengão que Nunes conquistou os títulos mais importantes da sua carreira, e com isso, é considerado como um dos grande ídolos da torcida rubro-negra até os dias de hoje.

O atacante anunciou a sua aposentadoria em 91, quando jogava no Flamengo-MG. Após pendurar as chuteiras, se tornou treinador.

O Inter campeão brasileiro invicto em 1979

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

O Colorado foi campeão brasileiro invicto em 1979

A finalíssima do Campeonato Brasileiro de 79 entre Internacional e Vasco teve todas as atrações necessárias para uma grande decisão. Afinal, o confronto entre gaúchos e cariocas colocou duas torcidas fanáticas frente a frente, fechando a década de 70 no futebol de nosso país em grande estilo. Naquela ocasião, quem levou a melhor foram os colorados, que, há exatos 44 anos, puderam aproveitar todo o tipo de comemoração que um conjunto vencedor merece.

O time porto alegrense foi para a partida decisiva disputada no dia 23 de dezembro de daquele ano em vantagem. No jogo de ida, a equipe comandada por Ênio Andrade conseguiram superar um Maracanã lotado com 60 mil pessoas nas arquibancadas, a chuva, e as importantes ausências de Falcão e Valdomiro. Para 'homenagear' dois dos grandes craques daquele elenco, o Inter marcou um gol para cada, sendo os dois, feitos por Chico Spina, que atuou na ponta-direita. Inclusive, um dos tentos foram originados de assistência de Valdir Lima, que jogou como alternativa para o meio campo vermelho e branco.

Confiante pela vantagem construída no Rio de Janeiro e eufórica pela excelente caminhada que o Clube do Povo construiu no decorrer da competição, a torcida gaúcha fez a sua parte e abarrotou o Beira-Rio, que completava 10 anos de existência. Até chegar na decisão, o Internacional já havia disputado 22 partidas, somando 15 vitórias e sete empates. Teve um dos melhores ataques, com 38 gols e uma das defesas menos vazadas com apenas 12 tentos sofridos. Além do título, a nação vermelha e branca queria a conquista de maneira invicta.

Do lado oposto, havia um time com um estilo de futebol bastante ofensivo e afim de estragar a euforia, que exigia muito respeito. Oto Glória, treinador do Gigante da Colina, afirmou às vésperas da grande final que o Vasco teria uma missão difícil, mas nada impossível. Para manter as esperanças em relação ao título, o treinador Cruzmaltino montou um esquema extremamente ofensivo, pensando especialmente no atacante Roberto Dinamite. Entretanto, o clube carioca sequer imaginou que esta atitude poderia ceder tantos espaços para o memorável meio campo colorado.

Aquele Inter teve uma grande contribuição no processo de revolução do futebol brasileiro. Enquanto o elenco bicampeão jogava no 4-3-3, desenho tático feito para priorizar Valdomiro e Lula, que jogavam abertos pelas pontas direita e esquerda, a equipe de 79 tinha a capacidade de variar do esquema composto duas linhas de três para atuar com um meio de campo com quatro atletas. O coringa era Mário Sérgio, que veio a suceder Lula no mesmo lugar do campo, mas teve de fazer um função completamente distinta.

Apelidado de Vesgo, por conta da sua rara habilidade soltar a bola de um lado ao mesmo tempo que olhava para a direção oposta, tinha como característica a recomposição, saindo do trio de ataque e recuando para meio campo. Com isso, ficava mais perto de Falcão e formava uma dupla habilidosa, que tinha uma capacidade enorme de furar qualquer bloqueio do adversário. A movimentação de Mário obrigava as defesas adversárias a abrir espaços para o ataque colorado, que contava com algumas surpresas para vencer os jogos, como o memorável Jair.

Porto Alegre estava com uma temperatura elevada e estava prestes a receber um jogo de alta tensão. Ênio, técnico do Internacional, aproveitou que tinha todos os seus jogadores à disposição e escalou os seus 11 titulares. Sendo assim, foi a campo com Benítez; João Carlos, Mauro Galvão, Mauro Pastor e Cláudio Mineiro; Falcão, Batista e Jair; Valdomiro, Bira e Mário Sérgio.

Foi este time, que empurrado pelo pulsante Beira-Rio, criou diversas chances no decorrer do primeiro tempo. Uma delas, aconteceu logo no início, quando Jair recebeu lançamento primoroso de Bira, superou a zaga na base da velocidade, e na meia-lua, viu que o arqueiro vascaíno estava adiantado. Com isso, o artilheiro vermelho e branco tentou encobrir, mas o goleiro conseguiu se recuperar e evitar o primeiro gol da partida. 

Na sequência, o Inter continuou em cima e ainda mais perigoso. Antes de chegar a metade do primeiro tempo, foi a vez de Batista, que fez um campeonato maravilhoso, levar perigo à meta Cruzmaltina. O camisa 10 acertou um balaço da intermediária ofensiva aproveitando corte parcial da defesa e obrigou outra belíssima intervenção de Leão.

Os companheiros do setor ofensivo do goleiro do Vascão não acompanharam seu rendimento e apenas assustaram Benítez num chute de Wilsinho, que foi lançado por Dinamite, tentando aproveitar o montinho artilheiro para surpreender o goleiro do clube gaúcho. Porém, o arqueiro paraguaio conseguiu espalmar sem grandes dificuldades.

O tão procurado primeiro gol do Inter foi marcado aos 41', com as características do time de Ênio. O paredão colorado percebeu a movimentação de Mário Sérgio, que recuou para o meio campo defensivo e jogou no craque com as mãos. Com marcação a partir de trás do meio campo, o Vasco não apertou a saída. O camisa 11 foi inteligente: percebeu que Jair entrava no vazio que o "Vesgo" enquanto Bira puxava a marcação da dupla de zaga, e fez o lançamento para o camisa 9.

Quando a bola chegou, ele só deu leve desvio para trás. Livre de marcação, Jair disparou em velocidade, e em apenas dois toques, para inaugurar o placar: o primeiro, foi para fintar Leão, e o segundo para colocar a bola no fundo das redes.

O gol colorado acabou com o psicológico dos jogadores vascaínos. Antes do intervalo, Falcão e Bira fizeram uma belíssima tabela numa jogada que terminou com finalização de letra do Rei dentro da pequena área. Entretanto, Leão brilhou e fez a defesa com o tornozelo. Antes do encerramento do primeiro tempo, Valdomiro acertou a trave numa de suas cobranças de falta magistrais. No fim das contas, quem se sagrou herói foi o eterno ídolo: Paulo Roberto Falcão.

Na marca dos 13', Paulo Sérgio voltou a compor o setor defensivo. Na oportunidade seguinte, quem deixou preencheu o espaço deixado por vesgo foi Cláudio Mineiro, que recebeu um belo lançamento. O lateral-esquerdo emendou um cruzamento rasteiro da quina da grande área, tentando encontrar Bira, que chegava com rapidez a pequena área.


Ainda antes que o centroavante, Leão tentou afastar a bola para a marca penal. No fim, quem levou a pior foi o goleiro, que estava numa situação de desvantagem numérica na área: um quatro contra três. Por fim, a bola acabou sobrando ao cinco, que acertou um lindo chute rasteiro e muito forte no canto direito, levando cerca dos 70 mil torcedores ao delírio com o segundo gol.

A festa nas arquibancadas do Gigante da Beira-Rio era tanta que o gol perdido por Chico Spina após passe de Paulo Sérgio sequer foi lamentado. O gol de Wilsinho, que diminuiu aos 39', não causou preocupação. O Inter já estava praticamente com as mãos na taça e foi confirmado logo depois do apito de José Favile Neto. 

Naquele momento, o Internacional conquistava o seu terceiro título brasileiro. Desta vez, coroado com campanha especial: de maneira inédita e nunca mais repetida.

Juary e seu grande início de carreira no Santos

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

Juary surgiu no Santos com menos de 20 anos

Juary Jorge dos Santos Filho nasceu em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, no dia 16 de junho de 1959, e foi um grande atacante. O jogador teve passagens por clubes gigantes nacionais e internacionais, tendo um início de carreira empolgante no Santos, fazendo parte da primeira geração dos Meninos da Vila.

A sua trajetória no futebol começou no Pavunense FC, mas aos 14 anos chegou no Santos, onde tinha o sonho de atuar no “time de Pelé”. Quando subiu para o profissional, a equipe santista não estava muito bem, e passando por algumas dificuldades dentro de campo.

Ele fez a sua estreia no dia 27 de maio, em uma derrota para o Volta Redonda, por 3 a 0. Em seu primeiro ano, o atacante acabou não tendo muitas oportunidades, mas a equipe melhorou no segundo semestre, mas mesmo assim não foi o suficiente para brigar por títulos.

A equipe acabou passando por algumas reformulações, com chegadas de novos jogadores e a saída de alguns. No Campeonato Paulista de 1977, o time apresentou uma melhora, mas isso não foi suficiente para ganhar a competição, o que deixou os dirigentes irritados.

Mas Juary estava se destacando, mesmo com a equipe não conseguindo jogar como a diretoria e os torcedores queriam. Ainda em 1977, o Santos foi convidado para disputar a Copa Cidade de São Paulo, junto com Palmeiras, Corinthians e Atlético de Madrid.

O Santos foi para a final e enfrentou o Atlético de Madrid. Na final, um lance marcou a carreira de Juary. O zagueiro Luís Pereira, considerado um dos maiores jogadores da sua posição no Brasil, era titular da equipe espanhola, e acabou fazendo graça na frente do atacante, mas perdeu a bola e Juary marcou o gol que abriu o placar. Porém, o Atlético conseguiu virar e ficar com o título. Mas as capas dos jornais espanhóis só falavam do lance do primeiro gol, falando sobre o erro bisonho do grande zagueiro e da coragem do “menino”.

Em 1978, a equipe novamente voltou a ter irregularidades, não conseguindo brigar pelo título do Campeonato Brasileiro, e isso pressionou os jogadores. Mas no meio do ano, teve a parada para a Copa do Mundo, onde a equipe ficou concentrada para voltar melhor no segundo semestre.

A estratégia deu certo, pois a equipe conseguiu fazer um grande Campeonato Paulista, sendo campeão contra o São Paulo, com Juary sendo protagonista e terminando como o artilheiro da competição com 29 gols.

Mesmo com todos os grandes desempenhos, o jogador era criticado por um motivo: não fazer gol no Corinthians. O atacante tinha azar quando enfrentava o rival, e não conseguia marcar. Mas seu desempenho era muito bom, então acaba que a pressão amenizava para o seu lado. Em 1979 foi convocado para a Copa América, o que premiou seu início de carreira muito bom.


Juary continuou fazendo grandes jogos, mas o Santos manteve sua irregularidade e isso também o prejudicou. Por isso, em 1980, a diretoria resolveu vendo-lo para o futebol mexicano, pelo motivo de não fazer gols no Corinthians.

Mas sua história no clube não terminou aí, ele ainda voltou em 1992, depois de ter rodado pelo futebol europeu. Porém, teve uma passagem apagada e sem grandes destaques, deixando o clube no ano seguinte.

Paulistão 1979 - O primeiro título de Sócrates e Biro-Biro pelo Timão

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

O Timão venceu o Paulistão de 1979

Nesta sexta-feira, dia 10 de fevereiro de 2023, se completam 43 anos que o Corinthians conquistou o Campeonato Paulista de 1979. Na ocasião, o time Alvinegro do Parque São Jorge tinha uma equipe repleta de craques, como Sócrates e Biro-Biro, que inclusive, ganharam o seu primeiro título com a camisa corintiana naquela temporada.

Dois anos depois a quebra de dar fim ao longo jejum de quase 23 anos sem vencer um campeonato sequer, o Timão montou um time muito forte para disputar o Campeonato Paulista de 1979. Apesar do elenco contar com jogadores como Amaral, Palhinha, Wladimir, Sócrates e Zé Maria, a caminhada até o 17º troféu foi marcado por muita dificuldade. 

Naquela época, o campeonato estadual era mais longo e regulamento era muito confuso, mas acabou sendo simplificado. Todas as 20 agremiações foram colocadas em quatro chaves de maneira igual para que as equipes pudessem se enfrentar em partidas de ida e volta em 38 rodadas. 

Após esse período, os três melhores de cada grupo estariam classificados para a segunda fase, onde as 12 equipes seriam divididas em dois grupos de seis, com turno único disputado. Por fim, os dois melhores dessas últimas chaves se classificariam para as semifinais.

Até então, o Palmeiras, que na época era comandado por Telê Santana, era o favorito ao título, uma vez que o Verdão havia tido a melhor campanha nos dois turnos. Entretanto, Vicente Matheus, o então Presidente do Timão, conseguiu fazer uma manobra para frear o clube alviverde e dar mais mais chances para o Coringão. 

Isso aconteceu, porque o mandatário não aceitou o fato da Federação Paulista de Futebol ter marcado uma rodada dupla já perto do fim do campeonato a ser realizada no dia 11 de novembro de 1979, na qual Corinthians e Ponte Preta se enfrentariam, e depois Palmeiras e Guarani estariam frente a frente. Na ocasião, ele alegou que a Fiel torcida do Corinthians era maior e dava mais receita do que as outras três agremiações juntas. 

Assim, time alvinegro da capital provocou a paralisação do campeonato ao entrar na Justiça. A Macaca, que duelaria com o Timão na segunda fase, entrou com recursos e medidas cautelares na Justiça querendo os dois pontos por W.O. No final, os mesmo acabaram sendo cedidos e a Ponte Preta ficou com a vitória pelo placar magro de 1 a 0.


Em janeiro de 1980, o Paulistão foi retomado. Neste período, o Palmeiras, que jogaria com o Corinthians nas semifinais, já havia perdido aquela sequência e o embalo de outrora. Na ida, houve empate em 1 a 1, e na volta, o Timão venceu por 1 a 0, com gol de Biro Biro, que levou o clube alvinegro a grande decisão.

Reeditando a mesma final de dois anos atrás, Coringão e Ponte estiveram frente a frente em três oportunidades. No dia 3 de fevereiro daquele anos, Palhinha foi as redes e os corintianos levaram a melhor: 1 a 0. No segundo encontro, ninguém conseguiu tirar o 0  do marcador. Já na terceira e decisiva partida, realizada no dia 10 de fevereiro, Sócrates e Palhinha decidiram, o Corinthians venceu por 2 a 0, venceu o seu 17º título estadual naquela oportunidade.

O Internacional de 1979 campeão brasileiro de maneira invicta

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

O Inter venceu o Brasileirão com uma campanha espetacular

Nesta sexta-feira, dia 23 de dezembro de 2022, se completam 43 anos que o Internacional conseguiu o sensacional feito de ser campeão brasileiro de maneira invicta. Esse fato aconteceu em 1979, quando o Colorado venceu o Vasco da Gama pelo placar de 2 a 1, em casa, e conquistou o seu terceiro troféu da mais relevante competição do futebol nacional.

Naquele ano, a equipe gaúcha tinha um plantel muito bem servido de craques. Um deles, era o meio campista Paulo Roberto Falcão, que é considerado, até hoje, o maior jogador da história do Inter. O próprio jogou tão bem, que foi eleito o vencedor da Bola de Ouro da Revista Placar por ser o melhor jogador de toda a temporada.

Disputando um campeonato que tinha um formato totalmente diferente do qual conhecemos hoje, o time de Ases Celeiro se encontrava em uma chave ao lado do seu maior rival Grêmio, Athletico Paranaense, Sport e Coritiba. Com três triunfos e três empates em seis jogos, o clube vermelho e branco fechou a sua participação na primeira fase na primeira colocação. Foram 18 tentos anotados e foi vazado em apenas cinco oportunidades.

Na fase seguinte, o plantel comandado pelo treinador Ênio Andrade ficou ao lado de clubes como Atlético Paranaense, Inter de Limeira e Caldense em seu grupo, e mais uma vez, foi o primeiro colocado da chave. Em sete partidas, o Inter venceu quatro e empatou três, além de ter feito 10 gols e sofrendo somente dois gols.

Pela terceira e última fase antes do mata-mata, o Inter teve de duelar com Goiás, Cruzeiro e Atlético Mineiro, e saiu deste grupo com 100% de aproveitamento. Já nas semifinais, o clube gaúcho enfrentou o Palmeiras em dois jogos. Venceu a partida de ida por 3 a 2, de virada, atuando na capital paulista, e empatou em 1 a 1, em casa, garantindo a vaga na finalíssima com o Vasco da Gama.

No primeiro confronto com o Gigante da Colina, o Colorado não tomou conhecimento do clube carioca e venceu pelo placar de 2 a 0, em pleno Maracanã, com dois gols de Chico Espina. Na última parte da decisão, o Clube do Povo conquistou um nova vitória, mas por 2 a 1. Desta vez, os tentos sulistas foram anotados por Jair e Falcão, que coroaram a grande caminhada no Brasileirão de maneira invicta.


No decorrer de toda a campanha, o time base do Inter foi composto por: Benitez; João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro; Batista, Paulo Roberto Falcão e Jair; Valdomiro, Bira Burro e Mário Sérgio. Além deles, o elenco ainda contava com Chico Espina, que tinha um poder decisivo muito grande e era considerado um camisa 12 da equipe.

Ao longo de toda a campanha, o Internacional disputou um total de 23 partidas. O Colorado venceu 16 vezes e empatou sete. Além de ter vencido o campeonato sem perder um jogo sequer, a equipe de Porto Alegre marcou 41 gols e sofreu apenas 13.

A passagem de Pedro Rocha pelo Bangu

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Pedro Rocha teve uma passagem pelo Bangu no fim da carreira

Nascido no Uruguai, mas naturalizado brasileiro, o ex-meio campista Pedro Virgilio Rocha Franchetti, popularmente conhecido apenas como Pedro Rocha, estaria completando 80 anos de idade neste sábado caso estivesse vivo. Já no final de sua carreira, ele chegou a ter uma rápida passagem pelo Bangu em 1980, época em que o clube de Moça Bonita tinha o bicheiro Castor de Andrade como seu patrono.

Antes de chegar ao Alvirrubro, o atleta já havia sido ídolo no São Paulo nos anos 70, após ser revelado pelo Peñarol. Veio para o Banguzão já com 37 anos e já na reta final de sua carreira. Porém, Castor de Andrade resolveu investir alto ao pagar um quarto de hotel em Copacabana. Além disso, pagou um salário de cerca de um milhão de cruzeiros para o craque.

Pedro Rocha correspondeu as expectativas em campo ao ajudar o Bangu a ganhar o Torneio Comitê de Imprensa, participando apenas do 1º Turno do Campeonato Carioca. Neste curto período em que jogou pela equipe alvirrubra carioca, disputou um total de 13 partidas e balançou as redes adversárias em cinco oportunidades.

A passagem de Pedro Rocha pelo Bangu não foi mais extensa porque o jogador uruguaio entrou em atrito com o patrono do clube. Ele reclamou que Castor de Andrade não sabia comandar o time, algo que foi rebatido logo pelo cartola//bicheiro. A solução acabou sendo a saída do atleta do time Alvirrubro.


Depois disso, ainda rumou para o futebol da Arábia Saudita para aproveitar o restante de sua trajetória como jogador de futebol profissional. No oriente médio, recebeu em petrodólares. Pedro Rocha veio a falecer em 2 de dezembro de 2013, aos 70 anos, um dia antes de fazer o seu 73º aniversário. Neste período, residia na capital paulista

Clodoaldo, um dos maiores da história do Santos

Com informações do Centro de Memória e Estatístia do Santos FC
Foto: arquivo

Clodoaldo em ação pelo Peixe

Itabaiana, cidade situada na Mesorregião do Agreste Sergipano, é o quarto município mais populoso do estado do Sergipe, com uma população estimada de 96 142 habitantes, localizado a 54 km da capital Aracaju. Foi nela que veio ao mundo, no dia 25 de setembro de 1949, um domingo ensolarado, o menino Clodoaldo Tavares Santana.

Filho de Vicente Santana e Petrina Tavares de Almeida esse menino que nos minutos finais da partida decisiva diante da Itália, na Copa do Mundo, no México, fez parte de uma das mais bonitas jogadas naquela Copa que daria ao Selecionado Brasileiro o tão almejado Tricampeonato Mundial.

O gol que teve o nascedouro com os quatro dribles seguidos dados pelo jovem médio-volante Clodoaldo foi de autoria de Carlos Alberto Torres e fechou a goleada pelo placar de 4 a 1, servindo também para consagrar o camisa cinco na galeria dos melhores jogadores que vestiram não só a camisa do Santos como também da Seleção Brasileira.

Por ter perdido seus pais muito cedo, sua infância foi muito difícil e aos seis anos mudou-se do Nordeste para a cidade de Praia Grande indo morar com uma irmã e com seu irmão de nome Antônio com quem conviveu por três anos.

Com a separação dos irmãos, Clodoaldo passou a residir em Santos, mais precisamente no Morro do São Bento. De 1959 a 1963 foi coroinha na Igreja do Valongo, ajudando o frei Cosme Damião nas missas.

Ainda bem menino encontrou na religião a proteção e a paz espiritual que tanto precisava. Aos 11 anos começou a trabalhar para se sustentar. A princípio na feira e em mercearias, carregando as compras para as pessoas. Na adolescência trabalhou na Companhia de Produtores de Armazéns Gerais, no bairro do Macuco.

A opção do futebol veio naturalmente, pela habilidade e desenvoltura que demonstrava na equipe amadora do Grêmio do Apito, administrado pelo árbitro Romualdo Arppi Filho, e depois na Sociedade Esportiva Barreiros.

No Barreiros, o time do bairro Chinês foi dirigido pelo técnico Miro Caiçara e jogou com a camisa sete, dividindo o meio de campo com seu futuro parceiro no Santos, Walter Negreiros.

Ao vê-lo jogando na várzea santista, o treinador dos amadores do Santos, Ernesto Marques, técnico que revelou vários jogadores no time santista, o convidou para treinar no Alvinegro Praiano.

Nicolau Moran, diretor de futebol do Peixe na época, também foi muito importante em sua formação como atleta e como homem, pois conseguiu que ele morasse em um alojamento no Estádio Urbano Caldeira, a Vila mais famosa do mundo.

Em entrevista ao Centro de Memória do Santos FC, Clodoaldo falou sobre essa etapa no clube: “Na época o alojamento era uma sauna. Insuportável dormir lá e muitas vezes a gente passava as noites na arquibancada. Trazia os colchões para cima, porque nem ventilador tinha naquela época. Mas já tinha uma alimentação boa, moradia, e isso me facilitou, porque acordava e já tinha treino. Eu treinava em todas as posições, menos de goleiro.

Veio o amador, me destaquei no campeonato juvenil e de aspirantes. Quando fui a revelação do aspirante, no final de 1966, o Santos já me levou para uma excursão”.

Clodoaldo era um médio-volante hábil, que marcava bem nos dois lados do campo, eficiente no apoio ao ataque e nos desarmes, e sem cometer faltas.

Mais do que profissional, um herdeiro de Zito - Clodoaldo, que tem desde a infância o apelido de Corró (pequeno peixe dos açudes), jogou a primeira partida como profissional do Alvinegro em um amistoso na cidade de Blumenau, Santa Catarina, em 5 de junho de 1966.

O Santos venceu por 2 a 0, com gols de Coutinho e Amauri. Naquele dia Corró tinha exatamente 16 anos, oito meses e 11 dias.

O time dirigido por Luiz Alonso Perez, o Lula, que estava em seu último ano no clube formou com Laércio, Oberdan (Zé Carlos), Mauro, Haroldo e Geraldino; Joel Camargo (Clodoaldo) e Salomão; Amauri, Coutinho (Wilson), Toninho Guerreiro (Del Vecchio) e Abel.

Já em 1967, o jovem médio-volante tornou-se titular ao substituir o grande capitão José Ely Miranda, o Zito, de quem herdou a camisa cinco do Peixe. No Campeonato Paulista de 1967, Corró, com a camisa oito, jogou várias partidas ao lado de seu ídolo, Zito, que usava a cinco.

Nos vestiários do Pacaembu, antes de uma partida contra a Portuguesa de Desportos, na hora de distribuir as camisas, o grande capitão santista chamou o técnico Antônio Fernandes, o Antoninho, e falou: “A camisa cinco, a partir de hoje, é do moleque”.

Emocionado, sempre que se lembra desse episódio que marcou para sempre sua amizade com Zito, Corró se recorda de ter dito que procuraria honrar essa responsabilidade, pois “substituir Zito uma responsabilidade enorme”.

“Nunca me esqueci desse gesto do Zito, sempre tive um respeito e um carinho muito grande por ele como pessoa. Fomos campeões em 1967 logo de cara, depois veio 1968 e 1969, e fui me acostumando com a camisa do capitão.”

A convocação para a Seleção Brasileira, em 1968, e a participação na conquista do Mundial no México coroou sua trajetória com a camisa canarinho. Em 1972, outra marcante conquista na Seleção foi a Taça Independência.

Antes da Copa do Mundo da Alemanha em 1974, o valente médio santista foi cortado do grupo às vésperas do Mundial. Em 1978, quando ganhou seu último título no Santos, liderou um grupo de garotos conhecido como “Meninos da Vila”.

Problemas no joelho anteciparam sua despedida do futebol, e ele vestiu pela última vez a camisa do time que tanto ama no dia 26 de janeiro de 1980, na Vila Belmiro, na derrota para a Seleção da Romênia por 1 a 0.

Nesse amistoso, que teve um público de 24 204 espectadores, escalado por seu amigo José Macia, o Pepe, o Santos formou com Marolla, Nelsinho Baptista, Joãozinho, Neto e Paulinho (Washington); Clodoaldo (Cláudio Gaúcho), Carlos Silva e Pita; Nilton Batata (Serginho), Aluísio (Rubens Feijão) e João Paulo.

Ao todo, entre os anos de 1966 e 1980, Corró vestiu a camisa do onze praiano em 508 partidas e marcou 14 gols. É o sétimo jogador que mais vezes defendeu o Peixe.

Pela Seleção Brasileira, o craque, dono da camisa cinco, jogou 51 partidas e marcou apenas três gols, um deles foi o inesquecível gol de empate na semifinal contra o Uruguai, na vitória brasileira por 3 a 1.

Títulos no Santos

1967 – Campeonato Paulista e Torneio Triangular de Florença.

1968 – Campeonato Paulista, Campeonato Brasileiro, Recopa Sul-Americana, Recopa Mundial, Torneio Octogonal do Chile e Torneio Amazônia.

1969 – Campeonato Paulista e Torneio de Cuiabá.

1970 – Torneio Hexagonal do Chile.

1973 – Campeonato Paulista.

1977 – Torneio Hexagonal do Chile.

1978 – Campeonato Paulista.


Técnico e dirigente - Em 1981 Corró jogou três partidas pela equipe do Nacional, de Manaus. No ano seguinte se despediu da carreira após atuar na segunda liga americana pela equipe do New York United. Ainda em 1982 aceitou o convite da diretoria presidida por Rubens Quintas e dirigiu o Santos em substituição ao técnico Daltro Menezes. Em partidas obteve 10 vitórias, seis empates e sete derrotas.

A partir de 1995, na gestão do presidente Samir Abdul Hack (*26/08/1941 +29/08/2016), Corró exerceu as funções de diretor de futebol e vice-presidente do clube. Também serviu ao Santos como gerente de futebol profissional em 2009. Hoje, Corró, um ser humano sem inimigos faz parte do grupo dos Ídolos Eternos do Santos.

O sergipano-santista que hoje completa 73 anos reside na Avenida da Praia, no bairro da Aparecida. É casado desde 1974 com Clery e pai de Claudine e da modelo internacional a jovem Simone Tavares. Clery lhe deu o neto Vitor Santana, que jogou nas categorias de base do Santos.

Leão e sua passagem pelo Vasco entre 1978 e 1980

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

Leão ficou dois anos no Vasco

Um dos maiores goleiros do futebol brasileiro completa 73 anos hoje. Emerson Leão, nasceu em Ribeirão Preto, no dia 11 de julho de 1949, e se tornou um grande jogador e também treinador. Como atleta, ele teve passagens por grandes clubes do futebol brasileiro e se tornou um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, mas na sequência teve uma passagem sem brilhantismo pelo Vasco.

O seu primeiro time foi o Comercial, de Ribeirão Preto, e depois foi para o Palmeiras, onde permaneceu por alguns anos, se tornando o segundo jogador com mais jogos pelo clube, atrás apenas de Ademir da Guia. Depois de dez anos, ele deixou o clube após disputar a Copa do Mundo de 1978, e foi para o Vasco da Gama.

Todos tinham uma grande expectativa, pois Leão era um dos principais goleiros do futebol brasileiro, se não o melhor, então todos tinham uma expectativas altíssima no novo jogador vascaíno. Logo quando chegou já se tornou titular, nem precisou brigar por posição, pior a sua já era garantida no momento de sua contratação.

A equipe do Vasco naquele momento não vivia em um bom momento, mas mesmo assim Leão preferiu ir para o clube. A equipe estava em um processo de melhora para poder brigar por títulos e Leão era uma peça fundamental na renovação do elenco para conseguir os objetivos.

O goleiro era um grande líder, um cara forte no vestiário e tinha uma forte liderança perante o grupo. O Leão fez boas partidas, mas não foi o suficiente para ajudar o clube a ganhar títulos, a equipe brigava com outros grandes times, e por isso acabou ficando sem levantar taças.


O Leão ficou no Vasco até 1980 e não conquistou nenhum título. Foi vendido para o Grêmio, que no mesmo ano conseguiu ser campeão Gaúcho e no ano seguinte campeão Brasileiro pelo clube. Ainda rodou pelo Corinthians, voltou para o Palmeiras e encerrou a carreira no Sport, onde estreou como treinador e levou o time à final do Módulo Amarelo da Copa União de 1987. Já na final do Brasileirão o técnico era Jair Picerni.

A estreia de Sócrates na Seleção Brasileira em 1979

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Sócrates atuando em seu primeiro jogo com a Amarelinha

Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Oliveira, mais conhecido pelo seu primeiro nome de Sócrates, foi um dos maiores jogadores que o Brasil já teve em sua história no futebol. O Doutor era dono de uma categoria impar com a bola nos pés e fez história jogando no Corinthians e também no futebol italiano. Já era um jogador com certa experiência no futebol, depois de um excelente começo de passagem no Corinthians, quando estreou na Seleção Brasileira, em 17 de maio de 1979, em uma goleada por 6 a 0 sobre o Paraguai no Maracanã. 

O jogo era um amistoso preparatório para as eliminatórias da Copa do Mundo de 1982 e o Brasil de Cláudio Coutinho trazia diversos novos jogadores no elenco, desde jovens como Falcão e Nilton Batata até jogadores de mais experiência que não haviam ainda atuado com a amarelinha, como era o caso de Sócrates. O Calcanhar de Ouro entrou como titular naquela partida, que tinha o Maraca com mais de 60 mil pessoas nas arquibancadas, o que na época era um público apenas "mediano".

Sócrates foi titular na partida. Com o time Canarinho melhor desde o começo, o primeiro veio logo aos quatro minutos, numa linda jogada de Zico completada por Éder para as redes. Pouco depois, o Calcanhar de Ouro quase marcou de cabeça, após boa combinação com Nílton Batata. O segundo gol, ainda no primeiro tempo, saiu após um pênalti, que Zico bateu com categoria e ampliou o placar. Ainda deu tempo de Sócrates quase marcar, mas o chute foi cortado por Cardona. O Brasil ainda meteu duas bolas na trave no primeiro tempo.

Na etapa final, o Doutor combinou em linda jogada com um passe para Nilton Batata para marcar o terceiro gol brasileiro, logo aos sete minutos. Aos 14', foi a vez de Zico marcar outro, aproveitando rebote de um chutaço de Edinho. O quinto gol veio aos 25', com Nilton Batata de novo, aproveitando jogada de Zezé, outro estreante. O sexto gol veio aos trinta minutos, num passe de Sócrates para Zico fintar meio time paraguaio e fechar o placar.


O Doutor acabou não marcando, mas jogou muito bem em sua estreia com a Amarelinha. Aquele seria o primeiro de 60 jogos pela Seleção Brasileira, disputados entre 1979 e 1986, com 22 gols marcados. O primeiro, ou melhor, os dois primeiros, viriam poucos dias depois, em 30 de maio, em amistoso contra o Uruguai que terminou com placar de 5 a 1 para os Canarinhos com dois gols de Sócrates. 

Ênio Andrade e o grande feito de ganhar três brasileiros por clubes diferentes

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

Ênio Andrade conquistou o Brasileirão por Internacional, Grêmio e Coritiba

Um dos grandes técnicos brasileiro do século passado completaria 94 anos. Ênio Vargas de Andrade, mais conhecido como Ênio Andrade, nasceu no dia 31 de Janeiro de 1928, em Porto Alegre, e foi em um dos time do Sul que o treinador venceu seu primeiro campeonato Brasileiro, na sequência conquistou pelo rival e finalizou ganhando no estado do Paraná, totalizando três títulos Brasileiros.

O seu primeiro aconteceu no Internacional em 1979, havia chegado há pouco tempo no clube e já conseguiu conquistar um título importante, com uma campanha brilhante. Ênio armou uma equipe difícil de ser batida e com muita qualidade, com isso o treinador conseguiu o último feito de ganhar o Brasileirão invicto, já tinha ocorrido 6 vezes, mas após o time gaúcho ninguém repetiu a grande campanha.

O time que venceu a final em cima do Vasco da Gama, em pleno Maracanã, com um público de mais de 58 mil pessoas, era: Benítez; João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro; Valdir Lima, Jair e Batista; Chico Spina, Bira e Mário Sérgio; com o grande comando de Ênio Andrade. Essa equipe bateu o Gigante da Colina, ganhando por 2 a 0 e no jogo de volta ganhou por 2 a 1, no Beira-Rio.

Após dois anos no Inter, o treinador foi comandar o rival Grêmio em 1981. E por lá não foi diferente, Ênio logo em seu primeiro ano venceu novamente o campeonato brasileiro, não teve a mesma campanha fantástica, mas no fim levantou a taça da mesma maneira.

O Grêmio enfrentou na final o São Paulo, outro clube fortíssimo, e a primeira partida foi em casa, pois o tricolor Paulista tinha melhor campanha. No jogo de ida, o tricolor gaúcho venceu por virada por 2 a 1 em um jogão. A partida final o Grêmio também venceu, mas dessa vez por 1 a 0, concretizando o segundo título Brasileiro de Ênio Andrade. O time comandado pelo grande técnico era: Leão; Uchoa, Newmar, De León e Casemiro; China, Paulo Isidoro e Vilson Taddei; Tarciso, Baltazar e Odair.

O técnico ficou pouco tempo no Grêmio e logo depois se transferiu para o Náutico. Após o clube Pernambuco, Ênio foi para o Coritiba, clube que o treinador já conhecia, pois já havia trabalhado. Em 1985, o Coxa foi campeão Brasileiro, sendo o terceiro e último título Brasileiro do grande técnico.

Com uma campanha muito boa, Ênio se tornou o segundo técnico a ser campeão brasileiro por três times diferentes, o primeiro foi Rubens Minelli. O técnico conseguiu novamente montar um time competitivo, pronto para vencer e conseguiu pela primeira vez fazer uma final sem nenhum clube do famoso "G-12", que são chamados de clubes grandes.


A final ocorreu entre Bangu e Coritiba, no estádio do Maracanã, novamente Ênio voltaria ao grande templo do futebol brasileiro para levantar novamente o título Brasileiro. Essa foi a decisão mais difícil que o técnico passou, o jogo acabou empatado em 1 a 1 e foi decidido nos pênaltis, com vitória por 6 a 5.

Após os três títulos, o treinador continuou conquistando títulos por outros clubes, até troféus internacionais, mas não voltou a ganhar o Brasileirão. Em 1997, Ênio acabou falecendo, aos 68 anos de idade, por conta de complicações pulmonares.

Os 42 anos do Brasileirão invicto do Internacional

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Jogadores do Inter comemoram o título de 1979

Há exatos 42 anos neste dia 23 de dezembro, completam-se 42 anos de um dos maiores feitos de toda a história do futebol brasileiro. Em 1979, o Internacional conquistou o único título do Brasileirão conquistado de forma invicta a partir do momento em que os campeonatos tiveram forma mista e não mais só mata-mata. Aquele título fechava o ciclo de uma geração de ouro do Colorado.

Títulos invictos são coisas raras em qualquer campeonato do mundo. Na Inglaterra, por exemplo, a Premier League teve só um campeão invicto, com o Arsenal, em 2004, feito que lhes valeu um troféu dourado. No Brasil, até houveram outros além do Inter, mas esses títulos ocorreram na Taça Brasil, onde era muito mais simples conquistar o título de maneira invicta já que o campeonato era de mata-mata e alguns campeões entraram nas semifinais. 

Comandado por Ênio Andrade, o Inter ainda tinha em suas linhas parte do elenco campeão em 1975, com Falcão sendo o destaque, mas contava com outros nomes, como Mário Sérgio, que permitia ao time variar entre um 4-3-3 e um 4-4-2, já que hora o calvo ficava no meio-campo e hora ocupava uma das posições no ataque, com essa variação, o Inter conseguia enganar vários adversários. Naquele Brasileirão, facilitava a missão do Inter o fato de só o Palmeiras, dos quatro grande de São Paulo, jogar a competição. 

Na primeira fase da competição, o Inter liderou um grupo com America, do Rio, Operário, do Mato Grosso do Sul, Grêmio, Santa Cruz, Atlético Paranaense, Figueirense, Coritiba, Rio Branco e Sport e se classificou na liderança com seis vitórias e um empate em nove jogos disputados, o que permitiu aos gaúchos fazerem 15 pontos, numa época onde a vitória valia dois pontos.

Na segunda fase, o Colorado caiu num grupo relativamente fácil, com Desportiva Ferroviária, Inter de Limeira, Caldense, São Paulo do Rio Grande do Sul, Anapolina, Goytacaz e outro classificado, o Atlético Paranaense, na época ainda Atlético. Passou com quatro vitórias e três empates sem muitas dificuldades. 

Na terceira etapa do campeonato, quando curiosamente teve adversários muito mais complicados, o Inter atropelou Goiás, Cruzeiro e Galo e passou com três vitórias, se classificando as semifinais, onde eliminaram o Verdão com uma vitória por 3 a 2 em São Paulo e um empate por 1 a 1 em Porto Alegre, a decisão seria contra o Vasco da Gama.

Na final, o Inter foi ao Maracanã no primeiro jogo e não tomou conhecimento do time vascaíno, vencendo por 2 a 0 e sequer dando chance a Dinamite e Cia. Na volta, no dia 23 de dezembro, no Beira- Rio lotado, o Vasco veio desesperado para cima mas cedeu espaços ao Inter, que marcou com Jair e com Falcão e abriu boa vantagem. Wilsinho até diminuiu, mas o histórico título invicto já estava na mão dos colorados.


Foram 16 vitórias e sete empates em 23 jogos, com 40 gols feitos e apenas 13 sofridos. Aquele é até hoje o último título do Brasileirão do Inter, que amargou diversos quases, o mais recente obviamente em 2020, sendo também um dos mais tristes. Desde então, só o Corinthians chegou perto do feito, com o terceiro lugar com uma derrota em 1993. Antes, o Galo havia conseguido a proeza de um vice-campeonato invicto em 1977.

Há 46 anos, Inter conquistava seu primeiro título brasileiro

Por Lucas Paes
Foto: Agência RBS

Literalmente iluminado, Figueroa marca o gol do título brasileiro

No dia 14 de dezembro de 1975, o Internacional viveu um dos episódios mais marcantes e felizes de sua grande história. Naquele dia, diante do Cruzeiro, no Beira Rio, o Colorado conquistou seu primeiro título do Brasileirão. Aquele timaço do Colorado é até hoje considerado um dos maiores da história do clube, se não o maior e, por que não, um dos melhores times que o Brasil já teve em seu território. Hoje, o clube gaúcho segue sofrendo com um incômodo jejum que quase acabou em 2020.

Aquele time do Inter foi em boa parte construído em suas categorias de base, que foram valorizadas na década anterior. O clube começava a consolidar o crescimento após deixar o Estádio de Eucaliptos e se mudar para o Beira Rio. Com jogadores como Claudiomiro, Carpegiani, Escurinho e, é claro, um tal de Falcão, o time chegou como um dos candidatos ao título em 1972, após se consolidar entre os times fortes do país nos anos anteriores. Em 1972, outro nome importante chegou: Figueroa.

Naquele Brasileirão, o time de Rubens Minelli chegou consolidado após uma excursão europeia e estava azeitado taticamente como poucas vezes um time esteve. O meio do time parecia coisa de outro planeta, com Falcão, Carpegiani e Escurinho. O grande time Colorado, que fora comparado ao Ajax quando jogou no Velho Continente, fez uma primeira fase primorosa e passou na primeira colocação de seu grupo. Fez também uma segunda fase espetacular e na terceira fase, curiosamente, ficou atrás de um surpreendente e ótimo Santa Cruz, numa classificação que tomou contornos de drama no final.

Nas semifinais, passou pelo Fluminense em pleno Maracanã para chegar a final. Mas, aquele não era qualquer time do Flu, era a Máquina Tricolor de Félix, Carlos Alberto Torres e Rivellino. Diante de um Maraca lotado, o time do Inter anulou o jogo da equipe carioca, Caçapava simplesmente não deixou Riva jogar e um golaço de Lula somou-se a um gol de Carpegiani para dar a vitória por 2 a 0.

A decisão, ocorrida em jogo único, foi na casa do Inter, o Beira-Rio, já que o time gaúcho tinha a melhor campanha. A partida, apesar de ser entre dois times marcantes por um futebol bem ofensivo, foi muito estudada, com nenhum dos times pensando em ceder espaços ao outro. Curiosamente, apesar de duas boas defesas de Raul Plasmann, a melhor oportunidade do jogo foi desperdiçada por Roberto Batata, que perdeu o domínio da redonda num lance na pequena área e deu tempo de um certo Figueroa chegar.


Quando parecia que terminaria no zero, o jogo foi definido pelo zagueiraço chileno. Valdomiro sofreu falta que foi cobrada na cabeça de Figueroa, que iluminado por um raro raio de sol na nublada tarde porto-alegrense, cabeceou com perfeição e colocou o Colorado em vantagem aos 11 minutos do segundo tempo. O Cruzeiro até tentou pressionar e criou chances, mas parou em atuação iluminada de Manga, que garantiu o título ao Inter.

Aquele foi o primeiro título nacional do time alvirrubro, que se seguiria a um bicampeonato em 1976, com basicamente o mesmo time do ano anterior e um terceiro título, conquistado de maneira invicta em 1979. Desde então, o time do Beira-Rio segue sofrendo com um incômodo jejum de títulos nacionais.   

Pedro Rocha e sua passagem frustrante pelo Palmeiras

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

No Palmeiras, o uruguaio não teve o mesmo sucesso da época de São Paulo

Um dos melhores jogadores uruguaios completaria hoje 79 anos, o ex-meio campista Pedro Rocha, que nasceu em Salto, Uruguai em 1942. O grande jogador teve passagens brilhantes no futebol brasileiro, e no seu próprio país, ganhando muitos títulos e muita relevância no cenário nacional e internacional, mas não foi em todos clubes que Pedro teve sucesso. No Palmeiras, o meia não teve boa temporada em 1979.

Depois de uma passagem de sete anos pelo São Paulo, o jogador se transferiu para o Coritiba e logo após chegou ao Palmeiras. Com um status de craque por suas temporadas passadas, Pedro foi contratado especificamente para defender o clube na Taça Libertadores de 1979.

Com um elenco fortíssimo e de grandes jogadores, o Palmeiras não teve muito sucesso nas competições, e Rocha atuou pouquíssimas vezes e não ajudando o verdão a ir longe na competição internacional. Seu jogo de estreia ocorreu em em um amistoso contra o Taubaté, mas a sua primeira partida oficial foi na Libertadores contra o Alianza Lima fora de casa, e saiu com a vitória por 4 a 2.

Mas já na primeira fase o clube não se deu muito bem, ficando em segundo do grupo atrás do Guarani, que no ano anterior havia se sagrado campeão brasileiro em cima do próprio Palmeiras na decisão. E no Paulista o clube também não teve sucesso, e seu maior rival Corinthians levantou o título.

Já em final de carreira, Pedro atuou pelo Palmeiras apenas 10 vezes naquela temporada, marcando apenas 1 gol. Após a passagem de menos de um no alviverde, o meia foi jogar pelo Bambu e depois se transferiu para jogar no México. O ex-jogador encerrou sua carreira em 1980 e voltou ao Brasil para se arriscar na vida de treinador, e começou na Inter de Limeira e depois passou por alguns clubes.


O jogador teve um currículo vasto de título pelo Penarol e pelo São Paulo, e chegou até a ganhar uma Copa América pela seleção do Uruguai em 1967. Pedro Rocha acabou morrendo no dia 2 de dezembro de 2013, um dia antes do seu aniversário, após sofrer uma doença degenerativa.

O surpreendente Malmö finalista da Liga dos Campeões de 1979

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo


O Malmo foi até a final da Liga dos Campeões de 1979

A Liga dos Campeões da Europa já teve equipes de diversos países em suas decisões. Ingleses, espanhóis e italianos se juntam à alternativos como sérvios, gregos e romenos. Em 1979, a maior competição de clubes do continente europeu teve uma decisão no mínimo inusitada e um dos lados é até hoje o único time sueco à alcançar a decisão: o bom time do Malmö, tradicional clube sueco. 

O Malmö vinha para competição como campeão sueco do ano de 1977. A liga local tem um calendário mais semelhante ao brasileiro. Sob o comando do inglês Bob Houghton, os azuis vivam parte dos melhores anos de sua história. Porém, aquele time era formado amplamente por jogadores suecos que pouco jogaram fora de seu país de origem e portanto eram ilustres desconhecidos. Aquela edição da Copa Europeia tinha como grande favorito o Liverpool, atual campeão na época.

O primeiro adversário do Malmö foi outra surpresa na competição, o campeão francês Mônaco, ainda um time pequeno e desconhecido na época. Um empate sem gols na Suécia dava a impressão de que os monegascos conseguiriam passar na volta, mas um gol de Kinnvall deu a vaga aos suecos. Em outro confronto, entre o Liverpool e o campeão inglês Nottingham Forrest, os Reds ficaram pelo caminho. Nas oitavas, então, veio o duríssimo Dinamo de Kiev, forte e favorito time soviético, que acabou derrotado por 2 a 0 no segundo jogo na Suécia, depois de um empate em zero em Moscou e também voltou para a casa.

Nas quartas, com todos os favoritos eliminados, ficava claro que teríamos uma zebra. Diante do Wisla, então, o Malmö acabou derrotado por 2 a 1 na Polônia, mas na volta, os azuis-celestes golearam os poloneses por 4 a 1 e passaram as semifinais. Por lá, uma vitória simples em casa contra o Austria Viena bastou, com a frieza sueca segurando o 0 a 0 na capital austríaca. Do outro lado surgia o Nottigham Forrest.


E a final, como não podia ser diferente, disputada no Olímpico de Munique, foi um jogo, com o perdão da palavra, chato. O Forrest era um time extremamente pragmático e o Malmo também. O gol de Trevor Francis, então, bastou para garantir aos ingleses a conquista de seu primeiro título. A bonita campanha do Malmö ficou apenas como uma lembrança então. Sem muitas surpresas, até hoje o clube é o único da Suécia à chegar a uma decisão da Liga dos Campeões. 

1979 - Uma grande temporada do SC São Paulo de Rio Grande

Com informações de Rafael Diverio / Gaúcha Zero Hora
Foto: Telmo Cúrcio da Silva / Agencia RBS

SC São Paulo derrotou o Internacional no aniversário de 10 anos do Beira-Rio

Quando se fala no Inter de 1979, logo se pensa no time de Ênio Andrade que conquistou o único título invicto do Brasileirão. Pois é preciso contar o início desta saga, e ela não é nada gloriosa. Em compensação, consagrou o SC São Paulo de Rio Grande, que completa 112 anos de fundação neste 4 de outubro de 2020.

Aquele ano também começou mal para o São Paulo. Logo nos primeiros meses, o técnico Aparício Vianna e Silva foi substituído por Ernesto Guedes, em uma tentativa da direção de recuperar alguns maus resultados. Já nos dias iniciais do trabalho, o novo técnico tinha um desafio pela frente: enfrentar o Inter no aniversário de 10 anos do Beira-Rio. Pois em 1º de abril, o time da Capital até abriu o placar, mas um gol olímpico de Toquinho e um contra-ataque concluído por Valdir Lima deram a virada para o clube de Rio Grande.

É curioso que depois daquela partida, a equipe de Guedes ficou seis jogos sem vencer, e acabou o primeiro turno em 10º lugar. Em compensação, no segundo, barbarizou: em 19 jogos, ganhou 10 e só perdeu dois. Mais uma vez, detonou o Inter. Na penúltima rodada, o Colorado ainda sonhava com o título do returno e mandou Falcão e Mário a Rio Grande de avião. Os dois se recuperavam de lesão e fizeram tratamento até o dia do jogo. Ao ficar sabendo da notícia, o técnico do São Paulo não perdoou:

"Acho um desprestígio aos companheiros deles, que vieram até aqui de ônibus. Ainda mais que perderão", disse. E, de fato, perderam. Com sete reservas, o São Paulo chega à vitória com um gol de titular, Valdir Lima novamente.

No octogonal final, mais uma vitória sobre o Inter: no Aldo Dapuzzo, Toquinho marca aos 40 minutos do primeiro tempo e garante o 1 a 0. A campanha segue acima da expectativa. Ao final do campeonato, o São Paulo-RG termina em quarto lugar, atrás do campeão Grêmio, do vice (e surpreendente) Esportivo e do próprio Inter, terceiro colocado.

Como o Esportivo não tem um estádio apto a receber a Taça de Ouro do Brasileirão, o São Paulo herda a vaga. Mas perde sua estrela: Valdir Lima vai para o Inter (e seria decisivo na final do campeonato, substituindo Falcão contra o Vasco, no Maracanã).

No ano seguinte, Guedes sai e volta ao São Paulo para mais um Brasileirão. Seu jogo mais famoso é o empate em 0 a 0 contra o Flamengo, que seria campeão nacional e que levou a Rio Grande Zico, Adílio, Andrade, Rondinelli, Raul e outras forças de prestígio internacional.


Pouco para enfrentar o São Paulo, cuja base é lembrada até hoje: Sérgio; Paulo Barroco, Luiz Carlos (Carlão), Tadeu e Antonio Carlos (Cláudio Roberto); Motor, Valdir Lima, Astronauta; Toquinho, Letiere e Djair.

Campeonato Nacional - Na presidência de Edemir Ribeiro, devido à excelente campanha do clube no gauchão, realizado no primeiro semestre, O SC São Paulo foi galgado à Copa de Prata, equivalente à atual Série B, mas que classificava para a fase seguinte, chamada de Copa de Ouro. Grêmio foi o campeão, Esportivo vice-campeão, Inter terceiro colocado e o São Paulo o quarto. Portanto, em 1979, o Rubro-Verde foi campeão do Interior do RS.

Com esta classificação, foi adquirido o direito de participar da Copa de Prata, de 1979, organizada pela Confederação Brasileira de Desportos. Integrando a Chave B, com 10 clubes, a classificação veio com a 5ª colocação. Nesta fase, formou-se o Grupo C, com 8 clubes, onde o São Paulo avançou em 6º, tendo como técnico Ernesto Guedes, e Pedro Pepe como preparador físico. O Inter foi o Campeão Brasileiro deste que foi o último campeonato organizado pelo Confederação Brasileira de Desportos, tendo em vista a criação da Confederação Brasileira de Futebol.

1979 - O segundo tetracampeonato alagoano do CRB

Foto: arquivo

O time do CRB que conquistou o título alagoano de 1979, o segundo tetra do clube

Neste 20 de setembro de 2020, o Clube de Regatas Brasil, o famoso CRB, está completando 108 anos de fundação. O Galo da Pajuçara tem, em sua história, 31 títulos alagoanos, entre eles dois tetracampeonatos, um entre 1937 e 1940 e o outro que foi finalizado em 1979, que vamos contar neste artigo. O título veio um dia depois do aniversário de 67 anos do clube, com uma vitória por 2 a 0 sobre o rival CSA.

A vitória valia para o CRB o titulo de tetra campeão alagoano, o segundo da sua história. O Centro Sportivo Alagoano queria de qualquer maneira impedir a conquista regateana. O time da pajuçara dirigido por Jorge Vasconcelos tinha um excelente conjunto e muitos bons valores. Sua base era a prata da casa. Todos tinham lutado para chegar a grande decisão que valia um tetra campeonato, e não seria naquela partida que deixariam a peteca cair.

No começo do jogo, o CRB parecia nervoso, inibido, se deixando envolver pelo CSA. Depois dos dez minutos, o jogo ficou igual e com o decorrer do tempo, os alvi rubros passaram a comandar as ações. Mesmo assim, os azulinos perderam uma grande chance através do perigoso Almir. O clube da praia também teve suas oportunidades com Jorge da Sorte e Alberto.

Com mais vontade de vencer o jogo, o CRB abriu a contagem através de um lance infeliz. Um desencontro entre o goleiro Samuel, que saiu mal de sua meta, e o zagueiro Zé Luiz, que atrasou a bola no meio do gol. Samuel havia saído para o lado e a bola entrou mansamente nas redes azulinas. A torcida comemorou como se já tivesse conquistado o titulo. A confiança era tanta que já se ouvia o grito de :”é campeão”. Um era pouco. A torcida queria mais.

No segundo tempo, houve mudanças apenas no CSA. Saiu Ezio e entrou Peu, o garoto revelação. O CRB jogava bem e o treinador Jorge Vasconcelos manteve os mesmos jogadores. Precavido na defesa, o CRB esperou o desespero do CSA para em contra ataque rápido com o trio Jorge da Sorte. Alberto e Silva, selar o destino do campeonato. E foi o ponteiro Silva quem marcou o segundo gol depois de boa trama do ataque alvirrubro. O titulo era mais que um prêmio para seu treinador Jorge Vasconcelos que acreditou nos valores da casa e usou nada mais nada menos do que nove jogadores da terrinha.


O CRB tetracampeão jogou com Cesar no gol, Cícero Besouro, Flavio, Marcus e Carlinhos do Pontal na defesa, Eneas e Patinha no meio de campo, e Jorge da Sorte, Alberto e Silva no ataque. Time dirigido por Jorge Vasconcelos.

Mais recentemente, o CRB quase conseguiu o seu terceiro tetracampeonato. O Galo foi campeão em 2015, 2016 e 2017, mas acabou perdendo o título para o CSA em 2018, mesmo tendo vencido o primeiro jogo da decisão, por 1 a 0, mas foi derrotado no segundo por 2 a 0.

A passagem de Nunes pelo Fluminense

Por Lucas Paes

Nunes atuando pelo Fluminense 

João Batista Nunes de Oliveira, conhecido apenas pelo sobrenome Nunes, é um dos maiores ídolos da história do Flamengo. Completando 66 anos neste dia 20 de maio, o ex-atacante fez história vestindo rubro-negro e passou por diversos clubes. Antes de chegar ao Mengão, porém, Nunes explodiu nacionalmente no Santa Cruz e acabou jogando num arquirrival do atual campeão da América, o Fluminense.

Tendo jogado na base do Flamengo durante cinco anos, Nunes acabou dispensado quando completou a maioridade e passou por diversos times amadores antes de desembarcar no Confiança. Pelo Dragão, estourou e chamou a atenção do Tricolor Pernambucano, onde foi bi-campeão estadual e acabou convocado para disputar a Copa do Mundo de 1978. Infelizmente se lesionou durante os treinos preparatórios para o mundial e acabou ficando de fora. Após o fim da copa, acabou contratado pelo Fluminense.

Rapidamente conquistou espaço no Tricolor Carioca. Marcou em seu primeiro Fla-Flu pelo clube, em jogo válido pela Taça Guanabara, apesar do gol não ter adiantado muito para evitar o título rubro-negro, já que o Flamengo tinha vantagem no saldo. Foi muito bem em seu primeiro ano vestindo a camisa tricolor, mas não conseguiu conquistar nenhum título. Tentaria no ano de 1979 conseguir alguma conquista pelo Fluzão.


O ano seguinte viu Nunes seguir bem, mas o Fluminense seguindo com dificuldades para conquistar títulos. Aquele seria o último de Nunes pelo time das Laranjeiras. Ainda em 1979, ele deixa o Fluminense rumo ao futebol mexicano, sendo negociado com o Monterrey, seria após essa curta passagem que ele realizaria o sonho de jogar no Flamengo, onde viraria ídolo histórico.

Vestindo verde, branco e grená, Nunes atuou 58 vezes e marcou um total de 40 gols. Sua carreira como atleta durou até o ano de 1991, quando voltando de El Salvador, jogou amistosos de despedida pelo Flamengo (um deles junto a Zico) e ainda chegou a atuar pelo Flamengo de Minas Gerais e pelo Santa Cruz antes de pendurar as chuteiras. Teve recentemente um busto inaugurado na Gávea em sua homenagem.

A Seleção da Divisão Intermediária Paulista de 1979

Foto: reprodução Revista Placar

Em pé: Darcy, Tonho, Otávio, Ademir Gonçalves, Fernandinho, Fidélis e o técnico Henrique Passos. Agachados: Amauri, Bona, Tião Marino, Ademir Melo e Betinho.

O acesso do futebol de São Paulo sempre foi uma competição bastante disputada e com muita importância até no cenário nacional do futebol. Em 1979, a Revista Placar, pelo segundo ano consecutivo, publicava nas páginas da edição 503, de 14 de dezembro daquele ano, a Seleção da Divisão Intermediária Paulista (equivalente à Série A2), com um evento na Chácara da GE (atualmente o Parque Celso Daniel), em Santo André, e com a presença dos grandes cronistas esportivos da época Walter Abrahão e Antônio Eurico, ambos da TV Tupi.

Aliás, a já extinta rede de televisão que pertencia a Assis Chateubriand foi quem colaborou com a revista sobre futebol mais conhecida do Brasil na época. Além disso, participaram da votação 36 jornalistas do interior de São Paulo.

Na página 27 da já referida edição da Placar, um fundo preto e letras garrafais em amarelo diziam: "INTERIOR FAZ A FESTA", assim mesmo, em caixa alta. Entre o título, a foto dos selecionáveis. Esta seleção teve cinco jogadores do São José (Darci, Fernandinho, Fidélis, Tião Marino e Ademir Melo), dois do Santo André (Fernandinho e Bona), dois do Taubaté (Amauri e Betinho), um da Esportiva de Guaratinguetá (o goleiro Tonho) e um da Portuguesa Santista (Ademir). O treinador escolhido foi Henrique Passos, da Esportiva.


Já na página 28, vinha o texto da reportagem, que explicava que alguns jogadores já estavam negociando com diretores dos clubes que disputariam o Brasileirão de 1980. Alguns desses 'cartolas' estiveram presentes ao evento e tentaram negociar as contratações ali mesmo.

Todos os atletas escolhidos pela votação, além do treinador, receberam das mãos de Walter Abrahão e Antônio Eurico as medalhas por fazerem parte da Seleção da Intermediária. Tudo isto mostra que, além de forte, a divisão de acesso paulista, na época, tinha cobertura da grande mídia.

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A competição - A Divisão Intermediária Paulista de 1979 teve início em 1º de julho, e contou com a presença de 20 clubes. Na primeira fase, foram formados dois grupos de 10 equipes cada, com os seis primeiros avançando para a segunda etapa.

Depois, os 12 classificados se enfrentaram, levando os quatro primeiros colocados para um quadrangular decisivo. Avançaram Taubaté, São José, Esportiva e Santo André, quatro equipes com jogadores na seleção da competição. A Portuguesa Santista, que também teve jogador escolhido, acabou no quinto lugar.

No quadrangular final, quem se deu bem foi o Taubaté, ficando com o título e o acesso, seguido por Santo André, São José e Esportiva. O Ramalhão ainda teve a chance de buscar a vaga na elite contra o Marília, penúltimo na Divisão Especial, mas foi derrotado numa melhor de três.

Corinthians conquistava 17º título paulista da história há 40 anos

Com informações do Corinthians
Foto: Arquivo Corinthians

O time do Corinthians campeão paulista de 1979

Há 40 anos, o Corinthians conquistava o 17º título paulista da história do clube. No dia 10 de fevereiro de 1980, o Timão superou a Ponte Preta por 2 a 0 no terceiro jogo da decisão no Morumbi, com gols de Sócrates e Palhinha, e levou mais uma taça estadual.

Dois anos após encerrar um jejum de quase 23 anos sem títulos, o Corinthians via pela frente novamente a Ponte Preta, adversário no duelo decisivo de 1977. E mais uma coincidência: três jogos foram necessários para decidir o estadual, como havia sido na quebra do tabu. Apesar de valer pelo Paulista de 1979, as partidas aconteceram em fevereiro de 1980.

No primeiro jogo, no dia 03 de fevereiro de 1980, o Corinthians venceu a Ponte Preta por 1 a 0. No Morumbi, o duelo foi decidido com gol de Palhinha, já no segundo tempo.

Três dias depois, no dia 06 de fevereiro de 1980, o segundo jogo decisivo foi disputado. Novamente no Morumbi, Corinthians e Ponte Preta ficaram no empate em 0 a 0, que levou o duelo para o terceiro e último confronto da final.

Com mais de 99 mil pessoas no Morumbi, o treinador Zé Duarte escalou o Timão no jogo que valeu a taça com Jairo; Luís Cláudio, Mauro, Amaral, Wladimir; Caçapava, Biro-Biro, Palhinha, Sócrates; Píter e Romeu.


Em busca da vitória, ainda no primeiro tempo, Sócrates cruzou para Palhinha, que livre e de peixinho marcou. Porém, o bandeirinha assinalou que o jogador do Corinthians estava em posição irregular. Com isso, o Corinthians só abriu o placar no segundo tempo do jogo. Após bola cruzada na área, Sócrates chutou com força no gol e fez 1 a 0 para o Timão aos 11 minutos da etapa final.

Aos 24 minutos, veio o gol do título do Timão no Morumbi. Depois de cruzamento da direita, Palhinha infiltrou a grande área sem marcação e com chute certeiro colocou números finais na decisão. Após o apito final, a Fiel pôde gritar e comemorar o 17º título paulista da história do Corinthians.

Ailton Lira - A precisão nas cobranças de falta

Com informações do site oficial do Santos FC
Foto: arquivo Santos FC

Ailton Lira é até hoje considerado um dos melhores cobradores de falta da história no Brasil

Em 19 de fevereiro de 1951, uma segunda-feira, nascia na interiorana Araras, em São Paulo, Aílton Lira da Silva, um meia armador que vestiu e honrou a camisa 10 do Santos Futebol Clube, principalmente quando fez parte do time que ficou conhecido como “Meninos da Vila”, campeão paulista de 1978.

Contratado em 1976, quando atuava pela Caldense, de Poços de Caldas, Lira veio para o Santos de contrapeso, pois o jogador que o Alvinegro Praiano queria contratar era o zagueiro Neto, da mesma Caldense. No final das contas, Neto e Ailton Lira vieram e se tornaram titulares, mas a categoria de Lira sobressaiu.

Sua estreia no Santos ocorreu em 15 de agosto de 1976, na vitória por 2 a 1 sobre XV de Novembro de Jaú, no estádio Zezinho Magalhães, em partida amistosa comemorativa do aniversário da cidade de Jaú.

Naquele domingo Toinzinho e Tuca marcaram para o Santos, que foi escalado pelo técnico Zé Duarte com Wilson Quiqueto, Tuca, Vicente, Bianchi e Fernando; Carlos Roberto e Ailton Lira; Manuel Maria (Claudinho), Tata (Babá), Toinzinho e Edu.

Exímio cobrador de faltas e pênaltis, além de lançador admirável, Ailton Lira faz parte de uma classe de meias que não se vê mais no futebol. No Santos de 1976 a 1979, aqui jogou 149 partidas e marcou 39 gols. Foi negociado com o São Paulo logo depois.

Ailton Lira acabou atuando apenas por uma temporada no clube da capital paulista, onde foi importante na conquista do estadual daquele ano. Atuou ainda pelo Al Nasser/ARS, Guarani, União São João, Comercial, Portuguesa Santista, Itumbiara-GO e Guará-DF. Hoje vive em Araras e trabalha com jovens em escolinhas de futebol da cidade.
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