As finais de Liga dos Campeões do Liverpool

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo/Liverpool FC

O time do Liverpool campeão europeu em 1977

Maior força da Inglaterra dentro das competições europeias, o Liverpool se classificou para mais uma final da Liga dos Campeões na temporada 2021/2022, que quase se tornou a possibilidade de uma quadra de títulos dos Reds. Será a décima decisão do gigante da Terra da Rainha, que pela terceira vez enfrentará o Real Madrid, adversário que mais se repetiu nessas ocasiões. Será a chance do clube empatar com o Milan no posto de segundo maior vencedor da competição.

A história dos Reds nas finais de Liga dos Campeões já começa vitoriosa desde seu princípio. Depois do período Bill Shankly, que construiu o Liverpool que conhecemos, Bob Paisley assumiu e demorou três anos para levar o clube para a decisão da maior competições de clubes do continente. Na primeira tentativa, em Roma, em 25 de maio, mesmo diante do forte time do Borussia Monchengladgach, os Reds venceram por 3 a 1, conquistando a primeira taça. No ano seguinte, os garotos de Paisley repetiram a dose, batendo o Brugge em Wembley, com uma dificuldade muito maior, por 1 a 0.

A dinastia de Paisley na Europa seguiu nos anos 1980. Na temporada 1980/1981, já contando com um time ainda melhor que o de 1977, o Liverbird voou de novo para a decisão, desta vez, veja só, em Paris, contra o Real Madrid. Um jogo apertado, porém com amplo domínio dos Reds terminaria 1 a 0 com um belo gol de Alan Kennedy. Três anos depois, já sob o comando de Joe Fagan, que ficou pouco tempo, o dono do futebol inglês e, a bem da verdade, europeu, chegou novamente e venceu a Roma de Falcão, em Roma, nos pênaltis, por 4 a 2, depois de um empate por 1 a 1 no tempo normal.

A final seguinte merece de fato um parágrafo a parte pois de certa forma mudou a história do Liverpool e do futebol europeu. Disputada em Bruxelas, contra a Juventus, em 1985, foi onde ocorreu a Tragédia de Heysel, onde a fúria dos hooligans ingleses acabou matando 39 torcedores da Juventus, adversária naquela decisão, que acabaram esmagados contra a parede. A decisão terminou com vitória da Juve e os clubes ingleses acabaram suspensos das competições europeias, o que provavelmente custou ao próprio Liverpool algumas taças europeias a mais.

Depois de Heysel veio Hillsborough, onde desta vez os torcedores dos Reds foram vítimas. Veio um período adormecido, um time que se perdeu no tempo e que perdeu sua identidade, perdeu sua essência. Exatamente duas décadas depois de Heysel, um time aguerrido comandado por Rafa Benitez surpreendeu o mundo, chegou a decisão diante do Milan e, azarão como era, saiu perdendo por 3 a 0 no primeiro tempo. O resto é história. Em oito minutos, os ingleses empataram. Nos pênaltis, venceram com uma certa "tranquilidade", estavam de volta ao lugar que pertenciam. Curiosamente, dois anos depois, em 2007, na histórica Atenas, os dois rivais se encontraram de novo na final. Mas, dessa vez, deu Milan, vencendo por 2 a 1 de forma merecida.


O despertar do Liverpool foi breve. Na década de 2010, erros administrativos de Hicks e Gillet quase levaram o time a falência. A FSG assumiu e foi reconstruindo aos poucos as abaladas estruturas de Anfield e Melwood. Klopp chegou para ser um novo Bill Shankly e em 2018, logo no retorno a competição depois de oito anos, seu time encantou o mundo, atropelou todo mundo que veio pela frente e chegou a final contra o Real Madrid em Kiev. Não deu. O ótimo e experiente time Merengue conquistou a taça vencendo por 3 a 1 no pior dia da vida de Karius. Sem se abalar, os comandados do alemão repetiram a dose em 2019, sem o encanto, mas com uma grande virada sobre o Barça na semi. Na decisão, de maneira quase fria e anticlimática, 2 a 0 no Tottenham e título conquistado. 

Agora, a missão do Liverpool é tentar fechar a temporada com chave de ouro, certamente mais uma vez ofuscando a perda do campeonato inglês com uma tripleta de copas que repetiria o feito de Gerard Houlier em 2001, porém desta vez com a orelhuda ao invés da Copa da UEFA. Dia 28 de maio, em Paris, ou os Reds continuarão fazendo com que a última final perdida pelo Madrid seja em Paris para o Liverpool, ou o maior clube do mundo exorcizará um trauma e uma ferida. 
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