Cha Bum-kun – Uma lenda sul-coreana na Alemanha

Por Lucas Paes 

Muito antes de Park Ji Sung e de Son, existiu Cha Bum-Kum 

Neste dia primeiro de junho, Liverpool e Tottenham decidirão a Liga dos Campeões e pelo lado londrino joga o habilidoso Son. Entre os anos 1990 e 2000, passou pelo Manchester United Park Ji Sung, peça chave na histórica campanha da Coréia do Sul na Copa do Mundo de 2002. Mas, muito antes destes, muito antes do glamour da Premier League, existiu Cha Bum Kun, que virou uma lenda jogando na Bundesliga, impressionando a Alemanha. A lenda que completa 64 anos neste 22 de maio. 

A Coréia do Sul tem um serviço militar obrigatório de um ano e meio até os 25 anos, por isso, Cha Bum Kun já era um jogador consagrado de certa forma em seu país quando chegou a Alemanha. Devido a já ser tarimbado, acabou rapidamente se adaptando ao estilo de jogo da Bundesliga, que era muito menos “jogado” do que é hoje. Ainda assim, era um aprendizado para o sul-coreano, que queria evoluir e levar o que aprendesse para seu país. Se existiu Park Ji Sung e existe um Son, Kum é diretamente responsável. 

O atacante, rápido como uma flecha, não foi bem no Darmstad. Pouco conseguiu jogar devido a problemas com o serviço militar. Quis o destino que fosse parar no Eintracht Frankfurt, onde aí sim, viraria uma verdadeira lenda. Na sua primeira temporada em Frankfurt, ganhou a Copa da UEFA. Em pouco virou um dos jogadores mais bem pagos do país, caiu nas graças a torcida e começou a trilhar o caminho para se tornar uma lenda. Em um momento sério, sofreu uma gravíssima lesão no joelho, se recuperando a tempo de jogar a final da DFB Pokal de 1980/1981 e marcar um dos gols da vitória do Frankfurt por 3 a 1 diante do Kaiserslautern. Passaria mais uma temporada nas águias, antes de se transferir ao Bayer Leverkusen, em 1983. Foram 156 jogos e 58 gols pelo Eintracht.

 Final da Copa da Uefa de 1988, vencida pelo Bayer, onde Cha marcou um gol essencial

Em Leverkusen, continuou sendo o jogador rápido e encantador que era em Frankfurt. Lá fez uma a sua temporada mais sensacional em números, marcando 19 gols no biênio de 1985/1986, prévio a Copa do Mundo do México, que a Coreia do Sul se classificou muito graças a Cha. Talvez o espetacular desempenho foi o motivo para que o sul-coreano tivesse marcação dobrada em todos os jogos da campanha no México. Não marcou nenhum gol na Copa. 

No Leverkusen, curiosamente, mesmo decaindo em números nos seus últimos anos no clube, marcou um gol importantíssimo na final da Copa da Uefa de 1987/1988, quando deu o 3 a 0 ao Leverkusen no segundo jogo, zerando a vantagem conquistada pelo Espanyol na Catalunha. Nos pênaltis, o Bayer venceria seu primeiro grande título em sua história, explodindo o antigo Ulrich Haberland Stadion. 

Ao final da temporada 1988/1989 decidiu encerrar a carreira. Pelo Bayer, foram 63 gols em 215 jogos. Cha cumpriu a promessa que havia feito, de que ajudaria a evoluir o futebol sul-coreano. Abriu diversas escolinhas no seu país natal que acabaram sendo cruciais para que os sul-coreanos evoluíssem no esporte. Uma evolução que aliás, a própria Alemanha acabou sentindo na pele recentemente, já que a eliminação precoce (e justa) na primeira fase da Copa de 2018 veio justamente pelos pés sul-coreanos. Além disso, Cha foi durante algum tempo o maior artilheiro estrangeiro da Bundesliga, ainda que ultrapassado por diversos nomes hoje, é considerado um dos maiores jogadores da história da liga.
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