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Primeira sentença na Espanha que condena insultos racistas nos estádios como crime de ódio

Foto: Santos Moura / Reuters

A Audiência Provincial de Valladolid impõe penas de prisão, multa e inabilitação aos autores dos insultos racistas dirigidos a Vinicius Jr. durante a partida Real Valladolid x Real Madrid em 30 de dezembro de 2022

Em um passo firme rumo à erradicação do racismo no esporte, a Audiência Provincial de Valladolid proferiu, na manhã desta quarta-feira, dia 21, na Espanha, a primeira sentença que condena como crime de ódio, nos termos do artigo 510.2 a) do Código Penal, cinco acusados por proferir insultos racistas contra Vinicius Jr. em um estádio de futebol. Os fatos ocorreram em 30 de dezembro de 2022, durante o jogo entre Real Valladolid e Real Madrid.

Graças ao trabalho da LALIGA, que apresentou a denúncia e atuou inicialmente como a única parte acusadora, posteriormente acompanhada pelo jogador Vinicius Jr. e pelo Real Madrid C.F., além do Ministério Público, foi possível alcançar esta sentença exemplar. As penas impostas aos réus foram:
  • 1 ano de prisão;
  • Inabilitação especial para o exercício do direito de sufrágio passivo por 1 ano;
  • Multa entre 1.080 e 1.620 euros;
  • Inabilitação especial para o exercício de profissões ou atividades educativas nos âmbitos docente, esportivo e de lazer por 4 anos.

Para a suspensão da pena de prisão, os condenados aceitaram expressamente duas condições: não cometerem novos delitos pelo período de 3 anos e não comparecerem a estádios de futebol onde se realizem competições oficiais de âmbito nacional durante o mesmo período.


Esta decisão judicial representa um marco inédito na luta contra o racismo no esporte na Espanha, que até então contava com sentenças por condutas contra a integridade moral com agravante de racismo. O fato de a sentença mencionar expressamente o crime de ódio associado aos insultos racistas reforça a mensagem de que a intolerância não tem lugar no futebol.

Esse avanço é fruto do compromisso contínuo da LALIGA com a defesa dos valores do esporte e da tolerância. Por meio de seu projeto LALIGA VS, a instituição desenvolve ações legais, campanhas de conscientização e ferramentas tecnológicas para identificar e denunciar condutas discriminatórias.

Jogadoras de Red Bull Bragantino e São Paulo denunciam machismo da arbitragem em jogo do Paulistão Feminino

Foto: reprodução / TNT Sports

Momento em que Stella faz o sinal denunciando preconceito

Um fato grave foi relatado durante o jogo entre Red Bull Bragantino e São Paulo, pelo Paulista Feminino, nesta quinta-feira, dia 15, no Estádio Francisco Marques da Silva, em Santana de Parnaíba. Jogadoras das duas equipes relataram atitude machista da arbitragem do jogo.

Em entrevista ao TNT Sports, Stella, do Massa Bruta, disse que o árbitro Juliano José Alves Rodrigues teria falado "na hora certa vou te pegar". Na mesma entrevista, Milene, do São Paulo, confirmou a versão da jogadora do Red Bull Bragantino e disse que situações similares aconteceram com o São Paulo.

Na hora do fato, em uma falta para o Red Bull Bragantino perto da área, Stella fez o sinal de braço cruzado, que é para denunciar atitudes preconceituosas dentro de campo e o jogo deveria ser paralisado. Porém, o árbitro mandou seguir o jogo.

Na transmissão da partida, dá para ver calaramente o sinal de braço cruzado feito pela jogadora. Ainda na reportagem, as duas jogadoras criticaram a Federação Paulista de Futebol, dizendo que a entidade fala em respeito às atletas, mas que na hora que acontece algo, nada é feito.

Na súmula da partida, já publicada no site da Federação Paulista de Futebol, nada foi relatado sobre o fato. O jogo terminou com o placar de 3 a 0 para o São Paulo.


Nota - Cerca de uma hora após o fim do jogo, a FPF divulgou nota nas redes sociais:
A Federação Paulista de Futebol informa que recebeu com atenção e seriedade os relatos das atletas Stella, do Red Bull Bragantino, e Aline Milene, do São Paulo, após a partida entre as duas equipes realizada nesta quinta-feira (15), pelo Paulistão Feminino Sicredi.

A FPF não tolera, sob nenhuma circunstância, atitudes preconceituosas, discriminatórias ou desrespeitosas dentro ou fora de campo. Toda manifestação contrária aos valores de igualdade, respeito e integridade será apurada com rigor.

Acolhemos as manifestações das atletas com o devido respeito e já iniciamos uma apuração detalhada dos fatos. O futebol paulista é e deve ser um espaço seguro, inclusivo e respeitoso para todas as pessoas envolvidas.

Veja abaixo o momento do fato:

Imagens: TNT Sports

'Me arrependo de não bater mais': zagueiro do Londrina denuncia racismo e agride acusado

Com informações do UOL Esporte e ge.com
Foto: reprodução / TV Federação Paranaense

Jogo foi pelo Paranaense Sub-20

A vitória do Paraná sobre o Londrina por 3 a 1, pelo Campeonato Paranaense Sub-20, ficou marcada por um suposto caso de racismo no último sábado, dia 26, na Vila Olímpíca, em Curitiba.

O fato teria acontecido logo após o terceiro gol dos paranistas. Eduardo Ribas, do Paraná, supostamente chamou Matheus Costa, do Londrina, de "preto". As câmeras mostram o jogador falando algo em direção ao adversário. O fato aconteceu após o terceiro gol do Tricolor, já na parte final da partida.

Carlos Eduardo, do Londrina, agrediu Eduardo Ribas. O defensor foi quem denunciou o caso ao árbitro da partida. Depois, deu um soco na nuca do adversário que teria cometido racismo. Ele ainda invadiu o vestiário da equipe rival após a partida e também agrediu o nutricionista Rafael Gonçalves, do Paraná. O duelo foi encerrado após confusão generalizada e o atleta foi expulso.

"É isso mesmo. Todo quebrado, mas foda-se. Se tiver racismo na minha frente, eu pulo na bala mesmo, que se foda. Não me arrependo de nada. Me arrependo de não ter batido mais naquele filho da puta daquele racista. É isso mesmo, não estou nem aí. Eu acho que estou certo e é isso que importa", disse Carlos Eduardo, nas redes sociais.

O caso foi relatado pelo árbitro Cleberton Ponce da Silva em súmula. Ele seguiu o "protocolo antirracismo da Fifa" e fez um gesto com os braços cruzados em frente ao corpo em formato de "X".


"Aos 43 minutos do 2º tempo, durante o reinício de jogo, após o terceiro gol do time mandante, fui comunicado pelo atleta Carlos Eduardo de Melo, nº 03, da equipe Londrina, que o seu companheiro de equipe, nº 04, Matheus da Costa, supostamente, havia sofrido um ato de racismo, ao ser chamado de "preto" pelo adversário Eduardo Orlov Ribas, nº 22, da equipe Paraná Clube. Não presenciei o ato, mas respeitando a problemática do caso, cumpri o "protocolo antirracista" delimitado pela FIFA e reiterado pelas "Orientações administrativas" da Federação Paranaense de Futebol, realizando o sinal antirracista (braços cruzados em X) em frente aos bancos de reservas e frontal ao público presente no estádio para comunicar simbolicamente o ocorrido. Pouco depois do sinal, o atleta Eduardo de Melo correu até o suposto infrator e desferiu um soco em sua nuca".

O Londrina condenou o caso de racismo. O clube afirmou que está prestando todo apoio ao zagueiro Matheus Costa, que abriu Boletim de Ocorrência, e que o ato racista foi presenciado por outros jogadores, que servirão de testemunhas no caso. O Londrina encaminhará o caso à Justiça Desportiva. O Tubarão ainda criticou a nota oficial emitida pelo Paraná.

O Paraná disse que repudia o racismo, mas afirmou que não há provas e evidências de que Eduardo tenha cometido ato racista. O clube paranista condenou as agressões sofridas por Eduardo e pelo nutricionista por parte de Carlos Eduardo, do Londrina. Os dois abriram Boletim de Ocorrência.

A Federação Paranaense de Futebol também se posicionou contra o racismo. A entidade citou o protocolo aplicado pelo árbitro da partida e reforçou sua campanha contra atos racistas. Confira abaixo vídeo com o zagueiro Carlos Eduardo falando e toda a confusão na partida:

Imagens: Arquivo Pessoal e TV Federação Paranaense

Caso Luighi: Cerro Porteño é multado pela Conmebol e jogará com portões fechados

Com informações do UOL
Foto: reprodução

Luighi chorou durante entrevista

A Conmebol anunciou neste domingo as punições ao Cerro Porteño pelo caso de racismo contra Luighi, atacante do Palmeiras, em jogo pela Libertadores Sub-20. Os paraguaios terão que pagar multa e jogar com portões fechados. A decisão cabe recurso.

O Cerro Porteño terá que pagar uma multa de 50 mil dólares (aproximadamente R$ 288,4 mil) à Conmebol. O clube terá 30 dias corridos para efetuar o pagamento. Os paraguaios também jogarão o restante da Libertadores sub-20 sem a presença de torcedores. O time entra em campo neste domingo, às 19h (de Brasília), contra o Blooming.

Além disso, o clube terá que publicar em suas redes sociais uma campanha de combate ao racismo. Todos os jogadores do elenco devem participar da ação, que será previamente aprovada pela Conmebol. O Cerro Porteño tem sete dias corridos para recorrer da decisão. A contagem inicia a partir do dia seguinte à notificação.


Palmeiras e CBF queriam exclusão - "Vamos solicitar exclusão do Cerro [Porteño] da competição [Libertadores sub-20], porque não é a primeira vez que esse clube ataca os nossos atletas e torcedores. [...] Lutaremos para punições extremamente sérias e aos clubes que são coniventes. Nós vamos tomar providência com os nossos advogados, estamos em contato com o advogado da CBF e estamos em contato com a Conmebol para eles tomarem providências sérias", dosse Leila Pereira, presidente do Palmeiras, na última sexta-feira.

A CBF também pediu a punição dos torcedores e a exclusão do Cerro Porteño da Libertadores sub-20. A entidade enviou a denúncia à Conmebol. O documento de 29 páginas cobra tolerância zero contra atos discriminatórios e exige severa punição esportiva aos torcedores e ao clube paraguaio.

"Até quando?": combate ao racismo exige a união de todas as esferas da sociedade

Com informações da Wyden Educacional
Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Um dos jovens jogadores do Palmeiras foram vítimas de atos criminosos durante uma partida no Paraguai

Mais uma vez o placar e os gols foram deixados de lado em uma partida de futebol por conta de atos racistas. Desta vez, as vítimas foram Figueiredo e Luighi do elenco sub-20 do Palmeiras. Os jogadores estavam em solo paraguaio e queriam sair de campo apenas para comemorar a vitória por 3 a 0 sobre o Cerro Porteño, porém, o choro e a indignação tomaram conta… “Até quando a gente vai passar isso? O que fizeram comigo foi um crime”, disse Luighi em entrevista no gramado.

A entidade responsável pela organização do campeonato, a Conmebol, soltou uma nota e garantiu que “medidas disciplinares apropriadas serão implementadas, e outras ações estão sendo avaliadas em consulta com especialistas da área.” O Palmeiras deixou claro que “irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos.” É suficiente?

Claro, em um primeiro instante, não há tantas mais opções, além de cumprir com as falas, mas, a longo prazo é necessário uma união e participação de muitas outras pessoas, como destaca o Professor do curso de Psicologia do Centro Universitário Unimetrocamp Wyden, Eduardo Tedeschi: “o combate efetivo ao racismo requer esforços coletivos para promover a igualdade, a justiça e a inclusão em todas as esferas da sociedade.”

Cenas vistas no Paraguai em que um pai, carregando uma criança no colo, imita um macaco ou de torcedores cuspindo em direção aos jogadores causam desdobramentos prejudiciais ao desenvolvimento das vítimas, entre os quais podemos destacar: altos níveis de estresse, ansiedade, depressão e traumas psicológicos; raiva, tristeza, ressentimento e desesperança; e dificuldades para desenvolver uma imagem positiva de si mesmas, bem como para se conectar e valorizar sua cultura e identidade racial.

Por isso, Eduardo defende que é fundamental o apoio psicológico, o acesso a serviços de saúde mental e conscientização social para enfrentar os desafios e promover o fortalecimento em casos de racismo estrutural e recreativo. Na esfera jurídica, o Estado deve ser responsável por ações como:

Legislação antidiscriminação: Muitos países têm leis antidiscriminação que proíbem a discriminação racial em várias áreas, como emprego, educação, habitação e acesso a serviços. Essas leis buscam proteger os indivíduos contra a discriminação e promover a igualdade racial. Em casos de racismo estrutural, essas leis podem ser invocadas para combater políticas e práticas discriminatórias.

Ações afirmativas: As ações afirmativas são políticas e medidas adotadas pelo Estado com o objetivo de corrigir desigualdades históricas e promover a inclusão de grupos marginalizados, como pessoas negras, em áreas em que enfrentam discriminação. Essas medidas podem incluir cotas em instituições de ensino superior, programas de incentivo à contratação de minorias e outras iniciativas que visam reduzir as disparidades causadas pelo racismo estrutural.

Monitoramento e responsabilização: O racismo estrutural requer monitoramento contínuo para identificar e enfrentar práticas discriminatórias. Órgãos governamentais, organizações não governamentais e movimentos sociais podem desempenhar um papel importante na denúncia e responsabilização de instituições que perpetuam o racismo estrutural. A pressão pública e o escrutínio jurídico podem levar à adoção de políticas mais inclusivas e à responsabilização das partes envolvidas.

Educação e conscientização: A conscientização sobre o racismo estrutural e seus impactos é fundamental para impulsionar mudanças significativas. Programas educacionais que abordam o racismo e promovem a diversidade e inclusão podem ajudar a combater os preconceitos arraigados. Além disso, é importante promover a formação jurídica inclusiva, capacitando profissionais do direito a lidar de maneira adequada com casos de discriminação racial.

Dados sobre o racismo no Brasil - De acordo com o IBGE, 56% da população brasileira é negra. Uma pesquisa publicada no 16º Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que pessoas negras ainda são a maioria das vítimas de crimes violentos. Dados sobre mortes violentas intencionais (homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, por exemplo) evidenciam percentuais alarmantes: 78% dos crimes foram sofridos por negros e 21% por brancos. E dados sobre a população carcerária brasileira também reforçam que a violência está diretamente ligada a questões raciais: 67,5% dos presos no país são negros, ao passo que 29% são brancos.

Mesmo com esses dados evidentes sobre o racismo no país, parte da população ainda afirma que o racismo não existe. Uma pesquisa realizada em 2020 pelo PoderData mostrou que 81% dos brasileiros dizem haver preconceito contra negros no Brasil por causa da cor da pele, enquanto 13% da população afirma que o racismo não existe no país. Outros 6% não souberam responder.


Como denunciar casos de racismo? - Casos de racismo e de injúria racial podem ser denunciados em delegacias por meio de abertura de um boletim de ocorrência, pela internet no através do site da Secretaria da Justiça e Cidadania (https://www.ouvidoria.sp.gov.br/Portal/) e pelo telefone (Disque 100 ou Disque 190, se for um flagrante).

Sobre a Wyden - A Wyden Educacional é uma rede nacional de ensino superior com presença nas Regiões Norte, Nordeste e Sudeste do País. São mais de 40 mil alunos em cursos disponibilizados em diferentes formatos, do presencial ao EAD. Entre as áreas estão as de gestão e negócios, engenharias e ciências da informação, artes, ciências, saúde, mídia e tecnologia. Qualidade de ensino e boa infraestrutura são dois pilares importantes para todas as instituições da marca. A Wyden acompanha também as melhores práticas da academia e do mercado para sustentar sua posição de referência de ensino nas regiões onde atua.

Sobre o Centro Universitário UniMetrocamp Wyden - O Centro Universitário UniMetrocamp Wyden é referência em educação com qualidade e inovação desde 2002, oferecendo aos alunos educação de padrão internacional, por meio de um corpo docente especializado, infraestrutura de nível mundial – com 29 laboratórios para os cursos específicos, de última geração, 15 laboratórios de informática, 05 clínicas de saúde, bibliotecas com acervo atualizado e salas de aula modernas – além de programas de suporte ao aluno (Care) e programas internacionais, como curso de inglês, intercâmbio e palestras com professores estrangeiros. Com 18 anos de experiência em Campinas/SP, a instituição investe constantemente para formar cidadãos profissionais com experiência de aprendizado internacional, capazes de suprir as demandas do mercado de trabalho, bem como atingir seus objetivos educacionais e de carreira.

CBF pede exclusão do Cerro Porteño da Libertadores Sub-20

Com informações da CBF
Foto: Fabio Menotti / Agência Palmeiras

Luighi foi alvo de ofensas racistas durante a partida entre Palmeiras e Cerro Porteño, pela Libertadores Sub-20

A CBF enviou nesta sexta-feira (7) denúncia à Conmebol pedindo a punição dos torcedores e a exclusão do Cerro Porteño, do Paraguai, da Libertadores Sub-20.

O documento de 29 páginas elaborado pelas Diretorias Jurídica e de Governança e Conformidade da CBF cobra tolerância zero contra atos discriminatórios e exige severa punição esportiva aos torcedores e ao clube paraguaio. A entidade ainda alega que o protocolo global da FIFA contra racismo não foi cumprido pela arbitragem. Para a CBF, o racismo é um crime que fere a dignidade, a integridade e os princípios fundamentais do esporte e deve ser punido com penas que impactem fortemente os responsáveis.

“O que a gente espera da Conmebol é rigor. Basta de racismo e de multas que não levam a nada. Queremos punições esportivas”, declarou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Na noite de quinta-feira (6), Luighi e Figueiredo foram alvos de ofensas racistas por parte de torcedores do clube paraguaio durante jogo válido pela Conmebol Libertadores sub-20. O time brasileiro venceu o confronto por 3 a 0. Torcedores do Cerro Porteño imitaram um macaco e cuspiram na direção dos atletas brasileiros, que protestaram. Luighi deixou o campo chorando e desabafou em entrevista depois da partida."

O futebol deve ser espaço de igualdade e respeito. Por isso, a punição do Cerro Porteño e dos envolvidos não é apenas uma necessidade jurídica, mas uma obrigação moral e institucional, para que o combate ao racismo deixe de ser um discurso vazio e passe a ser uma realidade concreta", escreveram os diretores da CBF no documento.

Na denúncia, a CBF argumenta, ainda, que o futebol sul-americano carrega um histórico de impunidade em relação a atos racistas e que as sanções aplicadas são, na maioria das vezes, insignificantes para coibir novas ocorrências. "Frise-se que a esmagadora maioria das vítimas advém do solo brasileiro", reforça a denúncia.

Cópias dos documentos foram enviadas para os presidentes da FIFA, Gianni Infantino, e da Conmebol, Alejandro Domínguez.


O combate ao racismo é uma das prioridades da CBF, a primeira confederação a implementar punição desportiva em seu Regulamento Geral de Competições para casos de racismo.

Na quinta-feira (6), o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, já havia manifestado sua solidariedade com os jogadores e reforçado que cobraria punições aos racistas pelos inaceitáveis atos cometidos contra os atletas do Palmeiras.

"É chocante assistir cenas como essas. Racismo é crime e deve ser combatido por todos. Sei do tamanho da dor sofrida pelo Luighi. Basta de racistas no futebol. A CBF vai representar na Conmebol pedindo punições enérgicas", afirmou Rodrigues, após a partida entre Palmeiras e Cerro Porteño. Ele é o primeiro presidente negro e nordestino a comandar a entidade.

Jogadores do Palmeiras são alvo de racismo em jogo da Libertadores Sub-20 no Paraguai

Com informações da CNN
Foto: reprodução

Momento do ato racista

A vitória do Palmeiras contra o Cerro Porteño, pela segunda rodada da Copa Libertadores da América Sub-20, foi marcada por mais um caso de racismo contra brasileiros. O duelo aconteceu no Estádio Gunther Vogel, no Paraguai.

O caso aconteceu aos 36 minutos da segunda etapa. Na saída de campo após ser substituido, Figueiredo foi alvo de um torcedor que imitou um macaco para o jogador brasileiro. Luighi, que também saiu, foi chamado de macaco pelos torcedores presentes.

O camisa 9 do Verdão ainda alertou a arbitragem sobre as ofensas, mas o árbitro Augusto Menendez ignorou e deixou o jogo seguir normalmente. Logo após isso, Luighi chorou copiosamente no banco de reservas.

Após o fim da partida, Luighi concedeu entrevista. Ao ser perguntado somente sobre a partida, o camisa 9 se revoltou e, chorando, falou sobre o caso de racismo que passou.

“É sério isso? Não vai perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? Até quando a gente vai passar isso? O que fizeram comigo foi um crime, você não vai me perguntar sobre isso? Vai perguntar sobre o jogo mesmo? A Conmebol vai fazer o que sobre isso? A CBF? Sei lá… Você não ia perguntar sobre isso. O que fizeram comigo é um crime, a gente é formação, a gente está aprendendo com isso”, disse aos prantos.

Em campo, o Palmeiras não tomou conhecimento e venceu facilmente a equipe paraguaia por 3 a 0. Os gols foram marcados por Erick Belé e Riquelme (duas vezes).


Posicionamento do Palmeiras - Após o jogo, o Palmeiras se posicionou e comunicou que vai até “as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos”.
“É inadmissível que, mais uma vez, um clube brasileiro tenha de lamentar um ato criminoso de racismo ocorrido em jogos válidos por competições da CONMEBOL.

A Sociedade Esportiva Palmeiras presta toda solidariedade aos atletas do clube que estão disputando a Libertadores Sub-20 no Paraguai e comunica que irá até as últimas instâncias para que todos os envolvidos em mais esse episódio repugnante de discriminação sejam devidamente punidos.

Racismo é crime! E a impunidade é cúmplice dos covardes! As suas lágrimas, Luighi, são nossas! A Família Palmeiras tem orgulho de você!“

Vítima de ofensa racista, goleiro Tom Cristian se manifesta nas mídias sociais

Foto: Agência Briosa

Goleiro Tom Cristian

Vítima das ofensas racistas no jogo entre Portuguesa Santista e São José, na última quinta-feira, dia 20, no Estádio Ulrico Mursa, em Santos, o goleiro Tom Cristian se manifestou, já na madrugada de sexta, através de nota em suas mídias sociais.

Confira o comunicado:
Próximo dos 30 minutos do segundo tempo da partida desta quinta-feira, 20 de fevereiro, pela décima primeira rodada do Campeonato Paulista da Série A-2, fui vítima de insultos raciais, de um crime, proferidos por membros que se dizem torcedores da Portuguesa Santista.

Não cabe repetir aqui o que ouvi dentro de campo para me desmerecer. Entendo que nenhum torcedor é obrigado a gostar de algum atleta. A pressão, a cobrança, tudo isso faz parte do futebol.

Mas até quando iremos viver casos deste tipo? Até quando este tipo de crime será levado adiante? A poucos metros de Ulrico Mursa, o maior jogador de todos os tempos, o rei Pelé, um negro, fez a alegria de todos os brasileiros através deste esporte,

Temos de seguir na luta para que a cor da pele não seja motivo de inferiorização das pessoas, não só no esporte mas na sociedade em geral. As medidas cabíveis já estão sendo tomadas para que os culpados sejam punidos!

Deus me proteja das pessoas ruins!

O fato ocorreu logo após a Portuguesa Santista ter levado o terceiro gol no jogo (todos foram no segundo tempo). Após o ocorrido, os jogadores da Briosa recusaram o retorno da partida, ficando no campo até os 45 minutos do segundo tempo, quando deixaram o gramado. Na súmula, a arbitragem alegou abandono de campo e encerrou o jogo.


Briosa, FPF e torcida divulgam nota sobre a denúncia de ofensa racista sofrida pelo goleiro Tom Cristian

Foto: João Jardim / Agência Briosa

Tom Cristian é goleiro da Briosa

A Associação Atlética Portuguesa, a Federação Paulista de Futebol e a torcida Força Rubro Verde se manifestaram sobre denúncia de ofensas racistas contra o goleiro da Briosa, Winston Cristian dos Santos, o Tom, durante a partida contra o São José, nesta quinta-feira, no Estádio Ulrico Mursa, em Santos.

A Portuguesa Santista publicou o seguinte em suas mídias sociais:
"Os valores da Associação Atlética Portuguesa se traduzem em sua história. Uma história de luta contra todo tipo de preconceito, sobretudo o racial.

A Briosa é o clube que enfrentou o Apartheid e, por isso, repudia o episódio de racismo relatado pelo goleiro Tom, que teria ocorrido na noite desta quinta-feira (20), na partida diante do São José, válida pelo Paulistão A2.

Neste momento, a diretoria da Briosa está debruçada em identificar os envolvidos no episódio, para que sejam punidos em conformidade com a lei."
Já a FPF divulgou a seguinte nota:
"A Federação Paulista de Futebol vem a público manifestar seu repúdio às ofensas racistas contra o goleiro da Portuguesa Santista, Winston Cristian dos Santos, durante a partida contra o São José, nesta quinta-feira. Os atletas e comissão técnica da Portuguesa Santista se recusaram a continuar o jogo. Assim, a partida foi paralisada e encerrada aos 76 minutos. Profissionais da FPF no local estão prestando todo atendimento e acolhimento necessário ao atleta.

A FPF encaminhará o caso às autoridades competentes para que todas as providências sejam tomadas, e os indivíduos que cometeram o crime sejam identificados e punidos com o maior rigor da lei.

O caso também será encaminhado ao Tribunal de Justiça Desportiva, que avaliará todo o caso.

A FPF reitera sua posição antirracista, corroborada pelo inédito Tratado pela Diversidade e Contra a Intolerância no futebol paulista, que dita procedimentos contra todo tipo de preconceito e intolerância no esporte."

A torcida Força Rubro Verde, organizada da Briosa, também veio a público:

"A Força Rubro Verde vem a público comunicar sobre os fatos ocorridos na partida entre Portuguesa Santista e São José na noite dessa quarta feira.

Primeiramente, somos e sempre seremos contra qualquer tipo de preconceito. Não aceitamos ações como essas em nossa arquibancada.
A partir do momento que nossa diretoria soube das acusações feitas aos torcedores que estavam atrás do gol, prontamente se colocou à disposição para identificar quem poderia ter direcionado as palavras ao goleiro Tom.

Continuamos à disposição para identificar e se caso for algum integrante do nosso quadro de associados as medidas cabíveis serão tomadas.

Desejamos força ao goleiro Tom.

Att Diretoria FRV"

Súmula - Já o árbitro da partida, Henrique Otto Cruz Hengstmam, registrou na súmula o seguinte:

"Aos 76 minutos de jogo, logo após o terceiro gol da equipe visitante, São José E.C. SAF, e o reinício da partida, paralisei o jogo ao ser informado pelo goleiro da equipe mandante, Sr. Winiston Cristian Santos, atleta da A.A. Portuguesa, número 1, sobre insultos racistas vindos da torcida da própria equipe mandante.

Segundo o relato do goleiro, foram proferidas as seguintes palavras: “Macaco!”, “Filho da puta!” e “Preto!”. O goleiro me informou, naquele momento, que registraria um boletim de ocorrência pelo ocorrido. Posteriormente, durante a elaboração desta súmula, tive conhecimento de que o boletim foi registrado sob o número BO202502200819578. Ressalto que não foi possível identificar o autor dos insultos.

O ocorrido foi testemunhado pelos atletas da A.A. Portuguesa: Bruno de Azevedo, número 4; João Gabriel, número 15; Wellington Fraga Vieira, número 3; e Leonardo Silva, número 5.

Diante da gravidade da situação, mantive a paralisação para avaliação dos fatos e adoção das providências cabíveis. Desde o momento da paralisação, o goleiro Sr. Winiston Cristian Santos manifestou a mim a decisão de não prosseguir na partida, sendo apoiado por seus companheiros de equipe e comissão técnica.

Após 23 minutos de paralisação, todos os atletas e membros da comissão técnica da equipe mandante deixaram o campo de jogo, formalizando o abandono da partida.

Diante dessa decisão, encerrei a partida."

Briosa 0 x 3 São José - Jogo é marcado por denúncia de ofensa racial

Com informações da Agência Futebol Interior
Foto: Flavio Hopp / Agência Briosa

Com a bola rolando, foi 3 a 0 para o São José

Apenas uma partida fechou a disputa da 11ª rodada da primeira fase do Paulistão Série A2 na noite desta quinta-feira (20). Mesmo fora de casa, o São José embalou a segunda vitória seguida ao bater a Portuguesa Santista, por 3 a 0, no estádio Urlico Mursa. Cristiano, Thiago Rubim e Alexandre Aruá, todos no segundo tempo, marcaram os gols da vitória. O duelo ficou marcado por um suposto caso de racismo contra o goleiro Tom Cristian.

O primeiro tempo foi bastante disputado, com o São José em cima e a Portuguesa Santista se defendendo como podia, tanto que segurou o empate até o intervalo. Porém, no segundo tempo tudo mudou. Logo aos seis minutos, depois de um cruzamento na área, Cristiano testou firme para o fundo da rede.

Na sequência, o time visitante cresceu na partida e conseguiu ampliar aos 17 minutos. Rodrigo Varanda foi lançado perto da linha de fundo e só rolou para Thiago Rubim chegar chutando cruzado para estufar a rede. Já aos 31, Alexandre Aruá aproveitou um escanteio cobrado na área e fechou o placar em 3 a 0.

Após o gol, porém, o clima do estádio Urlico Mursa ficou tenso. A confusão começou após os torcores da própria Briosa arremessarem diversos objetos em direção as jogadores. Foi nessa hora que o goleiro Tom Cristian sofreu ofensa racista. Em seguida, alguns jogadores da Portuguesa Santista até foram ao alambrado tentar contornar a situação, mas sem sucesso.

Por isso, a arbitragem e as comissões técnicas resolveram reunir os atletas no centro do gramado. Enquanto isso, o trio de arbitragem conversava com o árbitro da partida. O goleiro Tom também se recusou de voltar a atuar e com isso, momentos depois, o árbitro deu a partida como encerrada, cerca de 12 minutos antes do previsto.


Com o resultado, o São José foi aos 15 pontos e entrou na zona de classificação para o mata-mata, assumindo a oitava colocação. Mas, muitos times estão empatados com essa mesma pontuação. Já a Portuguesa Santista chegou ao quarto jogo sem vitória e amarga a 15ª colocação com nove pontos, na zona de rebaixamento.

Os dois times voltam a campo no próximo domingo (23) para a disputa da 12ª rodada do Paulistão Série A2. Logo às 16h, o São José recebe o São Bento, no estádio Martins Pereira, em São José dos Campos. Mais tarde, às 17h, a Portuguesa Santista visita a Ferroviária, na Arena Fonte Luminosa, em Araraquara.

100 anos da resposta histórica do Vasco da Gama

Com informações de O Dia
Foto: arquivo

Time dos Camisas Negras, que foi campeão carioca em 1923

Neste domingo, dia 7 de abril, o Vasco celebra os 100 anos da Resposta Histórica, movimento marcante que fixou o nome do clube na luta contra a discriminação racial e social. O ato foi marcado por uma carta enviada pelo então presidente do clube, José Augusto Prestes, onde o clube se recusou a participar de uma nova liga formada no futebol carioca, que exigia a exclusão de jogadores pobres e negros do elenco. A atitude mudou todo o contexto da prática do futebol no Rio a partir de 7 de abril de 1924.

Início da luta contra o preconceito - Para explicar o contexto da Resposta Histórica, é preciso voltar ainda mais no tempo e entender como começou a luta do Vasco contra o preconceito. Fundado em 1898, inicialmente apenas para ser um clube de remo, o Cruz-Maltino passou a enfrentar, a partir de 1904, um aumento da perseguição aos seus atletas, que eram majoritariamente imigrantes portugueses e brasileiros de baixa condição social, empregados como atendentes de balcão no comércio do Rio de Janeiro.

Naquele ano, a Federação Brasileira das Sociedades do Remo aplicou regras mais rígidas para inscrição de atletas, proibindo a participação daqueles que "exercem qualquer profissão ou emprego que não esteja de acordo com nível moral e social em que deve ser mantido o esporte náutico". Em 1907, com a tentativa da federação de endurecer ainda mais o regulamento, o Vasco se posicionou contra a exclusão dos atletas.

"A Federação saltando por cima d’essas qualidades e direitos, decretou a exclusão d’esses amadores que são, entre outras, os que exercem profissões em casas de seccos e molhados, confeitarias etc. A opposição a essa lei por parte da nossa representação foi titanica e apezar de vencidos pelo voto fomos vencedores, pois os legisladores victoriosos não tiveram a força precisa para a tornar em facto”.

Início do futebol - Com sua inserção do futebol, no dia 26 de novembro de 1915, o Vasco seguiu na luta contra o preconceito. Após filiar-se à Liga Metropolitana para disputar a Terceira Divisão e ter um início ruim na modalidade, o clube encontrou no subúrbio carioca a oportunidade de se firmar no esporte, através de outras ligas e jogadores de origem mais humilde.

Nos anos seguintes, o Vasco conseguiu se consolidar no futebol e foi crescendo no esporte. Em 1922, conquistou a Série B da Primeira Divisão, que abriu caminho para o primeiro título carioca do clube, no ano seguinte.

Camisas Negras - Em 1923, o Vasco foi campeão carioca com o elenco que ficou conhecido como Camisas Negras, formado em sua maioria por jogadores oriundos de clubes menores e de áreas mais humildes da cidade, assim como negros e operários - o que, naquele tempo, seguia caminho oposto dos principais times.

O apelido surgiu após uma sequência de vitórias contra Fluminense, Flamengo, Botafogo e America, que na época eram considerados "clubes de elite". O time ficou marcado por sua imponente camisa preta, ainda sem a faixa diagonal, com a gola branca e a cruz vermelha no peito. Naquele Campeonato Carioca, na época organizado pela Liga Metropolitana de Desportos Terrestres (LMDT), o Vasco teve uma campanha histórica, com 11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota.

O que foi a Resposta Histórica - Em 1924, o Vasco vinha de uma campanha brilhante consagrando o título do Campeonato Carioca do ano anterior com os Camisas Negras. Na época, rivais do Gigante da Colina se desvincularam da Liga Metropolitana e fundaram a Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA), encabeçada por Botafogo, Flamengo, Fluminense, America e outros clubes da elite. O Vasco foi convidado, mas com uma condição que provocou toda a luta do clube - esta eternizada.

Os líderes aceitaram a inscrição do Club de Regatas Vasco da Gama, mas desde que 12 atletas fossem retirados da lista, sendo sete do elenco principal e cinco do segundo plano. Todos eles eram de classes sociais mais populares ou negros e trabalhadores de fábricas, balcões, ou informais.

A base do elenco campeão do ano anterior, portanto, não poderia ir a campo para defender o troféu diante dos rivais locais. Ainda com argumento do lado contrário de um estádio precário e que não honrava a AMEA, veio, então, um comunicado do presidente José Augusto Prestes retirando a intenção de participação do Estadual sob a gestão de uma nova Liga.

"Estamos certos que V. Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno da nossa parte, sacrificar ao desejo de fazer parte da A.M.E.A., alguns dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitórias, a do Campeonato de Futebol da Cidade do Rio de Janeiro de 1923."


O ingresso do Vasco no torneio da AMEA foi aprovado para a edição de 1925, tendo o Cruz-Maltino os mesmos direitos das associações fundadoras e sem empecilhos quanto à formação de elenco. Neste momento, o clube foi dado como vitorioso em uma batalha contra o preconceito no esporte, que assombrava o Brasil no início do século XX, abrindo caminhos para que outros clubes e modalidades também contassem com pessoas de classes sociais mais baixas, negros e trabalhadores - que não da alta sociedade.

A Resposta Histórica do Vasco em 7/4/1924

"Rio de Janeiro, 7 de Abril de 1924.

Officio No 261

Exmo. Snr. Dr. Arnaldo Guinle,
D. Presidente da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos.

As resoluções divulgadas hoje pela Imprensa, tomadas em reunião de hontem pelos altos poderes da Associação a que V. Exa. tão dignamente preside, collocam o Club de Regatas Vasco da Gama numa tal situação de inferioridade, que absolutamente não pode ser justificada, nem pelas defficiencias do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa séde, nem pela condição modesta de grande numero dos nossos associados.

Os previlegios concedidos aos cinco clubs fundadores da A.M.E.A., e a forma porque será exercido o direito de discussão a voto, e feitas as futuras classificações, obrigam-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções.

Quanto á condição de eliminarmos doze dos nossos jogadores das nossas equipes, resolveu por unanimidade a Directoria do C.R. Vasco da Gama não a dever acceitar, por não se conformar com o processo porque foi feita a investigação das posições sociaes desses nossos consocios, investigação levada a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa.

Estamos certos que V. Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um acto pouco digno da nossa parte, sacrificar ao desejo de fazer parte da A.M.E.A., alguns dos que luctaram para que tivessemos entre outras victorias, a do Campeonato de Foot-Ball da Cidade do Rio de Janeiro de 1923.

São esses doze jogadores, jovens, quasi todos brasileiros, no começo de sua carreira, e o acto publico que os pode macular, nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que elles com tanta galhardia cobriram de glorias.

Nestes termos, sentimos ter que comunicar a V. Exa. que desistimos de fazer parte da A.M.E.A.

Queira V. Exa. acceitar os protestos da maior consideração estima de quem tem a honra de subscrever.

De V. Exa. Atto Vnr., Obrigado.

(a) José Augusto Prestes
Presidente"

O racismo não pode mais ter a complacência do futebol europeu

Por Lucas Paes
Foto: EFE/EPA/Gabriele Menis

Maignan foi vítima de mais um caso de racismo na Itália

Em pleno 2024, é um absurdo indescritível que ainda precisamos discutir racismo dentro da sociedade e do mundo e o futebol não consegue, infelizmente, escapar disso. Diversos lugares do mundo tem conseguido pelo menos combater esse crime nojento através de ações mais fortes contra quem comete esse ato, mas o futebol europeu e a sociedade europeia como um todo ainda tem um problema enorme com o racismo, incluindo lugares que nem consideram isso um crime (muito ainda dão espaço ao neonazismo e neofacismo.). Neste fim de semana, o excelente goleiro Maignan foi mais uma vítima desse absurdo em um jogo do Milan, mais uma vez na Itália.

A primeira coisa a se dizer é que a Itália é um dos países que trata esse assunto de maneira muito leve e isso, queira você ou não, seja você de esquerda ou direita, tem a ver com a política local, já que o partido que hoje governa o país tem em suas colunas descedentes diretos de Mussolini. A Bota, a despeito das várias qualidades que possuí, inclusive de seu povo, jamais levou o racismo como um problema sério como deveria. Há poucos anos, Lukaku sofreu represálias da própria Curva Nord da Inter após sofrer um ataque deste tipo e a Liga Italiana pouco faz de eficiente contra isso.

O goleiro francês fez um imenso desabafo nas redes sociais, acusando a todos que se omitem de ação nesse momento de cúmplices e está correto. A falta de ação da Itália, da Espanha e de vários outros países, principalmente mais ao Leste Europeu é cúmplice do racismo que ainda acontece naquele continente, de uma postura nojenta de um lugar onde vários países são culpados diretos pelo inferno que vive a população preta africana, sul-americana e de todo mundo até os dias atuais. 

Infantino, que é italiano e preside a FIFA declarou que é a favor de derrota automática em casos do tipo e talvez essa medida seja necessária para que pelo menos nos estádios o racismo pare de ser algo aceito, mas para mudar uma sociedade como um todo a FIFA não tem muito o que fazer. Dentro do futebol, porém, a derrota automática já seria uma ação imensamente grande diante desse tipo de ato. Quem reclamasse dessa direção de certa forma já se revelaria como um colaborador do racismo. 

No continente europeu como um todo os países que melhor combatem o racismo são, de longe inclusive, Inglaterra, de certa forma Reino Unido como um todo e Alemanha. No que se refere a terra do Rei Charles, a tolerância da Premier League com esse tipo de situação é zero e os casos não acontecem a anos. Vale o mesmo para divisões inferiores e para a Scottish Premier League e a Northern Ireland Football League. A Alemanha também trata casos desse tipo com tolerância zero na sociedade como um todo e isso acaba por se estender ao futebol. 

Fora do futebol, o problema do racismo provavelmente vai existir enquanto o mundo existir, restando lutar e combater essa ação inaceitável no dia a dia. No futebol, porém, passou da hora desse tipo de coisa acabar, não mais existir e não ser aceito. Se um país quer aceitar esse tipo de coisa, ele deveria tomar sanções, mas essa é outra discussão, mas dentro do futebol isso não pode mais ser aceito.

Após caso de racismo, presidente da Fifa lamenta e defende "derrota automática"

Com informações da Gazeta Esportiva
Foto: reprodução

Gianni Infantino é o presidente da FIFA

Neste sábado, o goleiro francês Mike Maignan, do Milan, sofreu com ofensas racistas durante a partida contra a Udinese, pelo Campeonato Italiano. Diante do ocorrido, Gianni Infantino, presidente da Fifa, emitiu uma nota defendendo a "derrota automática" nestes casos.

O episódio aconteceu aos 33 minutos do primeiro tempo, quando Maignan relatou ao árbitro que havia sido atacado. Seguindo o protocolo da Fifa, a partida foi paralisada, mas voltou a ocorrer aproximadamente cinco minutos depois. No restante do jogo, o goleiro foi vaiado sempre que participava.

Atualmente, o protocolo da Fifa instrui aos árbitros que a partida seja interrompida em casos de racismo. Se os atos continuarem, o jogo deve ser interrompido novamente e, se as ofensas persistirem, encerrado. Através de suas redes sociais, o presidente Gianni Infantino defendeu a implementação de uma derrota automática para os times cujos torcedores cometerem atos racistas.

"Além do processo de três etapas (partida interrompida, partida interrompida novamente e partida abandonada), temos que implementar uma derrota automática para o time que os torcedores cometeram racismo e causaram abandono da partida, bem como proibições mundiais de estádios, e acusações criminais para racistas", escreveu.

Na última quinta-feira, o brasileiro Vinicius Junior foi alvo de ataques racistas antes da partida entre Real Madrid e Atlético de Madrid. Torcedores do time rival o chamaram de "macaco" enquanto entravam no estádio. O atacante da Seleção Brasileira é alvo constante de ataques do tipo.


Veja a nota de Gianni Infantino, presidente da Fifa, na íntegra:
"Os acontecimentos que ocorreram em Udine e Sheffield no sábado são totalmente abomináveis e completamente inaceitáveis. Não há lugar para racismo ou qualquer forma de discriminação - tanto no futebol quanto na sociedade. Os jogadores afetados pelos acontecimentos de sábado têm meu total apoio.

Precisamos que todas as partes relevantes tomem alguma atitude, começando pela educação nas escolas, para que as gerações futuras entendam que isso não faz parte do futebol ou da sociedade.

Além do processo de três etapas (partida interrompida, partida interrompida novamente e partida abandonada), temos que implementar uma derrota automática para o time que os torcedores cometeram racismo e causaram abandono da partida, bem como proibições mundiais de estádios, e acusações criminais para racistas.

A Fifa e o futebol mostram total solidariedade às vítimas do racismo e de qualquer forma de discriminação. De uma vez por todas: não ao racismo! Não a qualquer forma de discriminação!"

Goleiro do Milan deixa o campo após gritos racistas em jogo contra a Udinense

Com informações da Agência Estado
Foto: reprodução

Mike Maignan sofreu ataques racistas

O francês Mike Maignan, goleiro do Milan, saiu de campo neste sábado depois de ser alvo de gritos racistas de torcedores da Udinese, no estádio Friuli, em Údine, em jogo da 21ª rodada do Campeonato Italiano. A partida ficou paralisada por cinco minutos, foi retomada e terminou com a vitória milanista por 3 a 2, com o gol da vitória marcado nos acréscimos da segunda etapa.

No primeiro tempo, o Milan vencia a Udinese por 1 a 0 (gol de Loftus-Cheek) e tinha um tiro de meta a seu favor. Antes da cobrança, Maignan sinalizou para os companheiros, caminhou até o árbitro e depois para a linha lateral. Os jogadores do Milan conversaram com Maignan, que tirou as luvas e desceu o túnel para o vestiário. O goleiro também contou ao árbitro sobre torcedores imitando macacos no início da partida, o que gerou um anúncio no estádio pedindo que as ofensas parassem.

“Não há absolutamente nenhum lugar para o racismo em nosso jogo: estamos horrorizados”, publicou o Milan nas redes sociais com uma foto de Maignan conversando o árbitro. “Estamos com você, Mike.”

O time do Milan voltou ao campo, e Samardzic empatou antes do fim do primeiro tempo. A Udinese virou no início do segundo tempo com Thauvin. O Milan chegou ao novo empate aos 38 minutos, com Jovic, que tinha entrado sete minutos antes. O gol da vitória saiu aos 48 minutos com Okafor.


Com a vitória, o Milan chegou aos 45 pontos e está em terceiro lugar. O time volta jogar no sábado que vem, contra o Bologna, em Milão. Já a Udinese, que deve ser punida pelo episódio de racismo, enfrenta a Atalanta, também no sábado. A Udinese está na 16ª posição, com 18 pontos, e pode terminar a rodada na zona de rebaixamento.

Rodrygo condena mensagens racistas após discussão com Messi

Com informações da Agência Estado
Foto: reprodução

Rodrygo respondeu aos ataques

Muitos argentinos ficaram irritados com a discussão entre Rodrygo e Messi antes de a bola rolar no Maracanã, terça-feira, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, e invadiram as redes sociais do jogador da Seleção Brasileira para ofendê-lo. Muitas mensagens com cunho racista. O jogador escreveu uma mensagem dura de reprovação e garantindo que jamais deixará de lutar pelo fim da intolerância no futebol e na sociedade.

A bronca vem pelo fato de câmeras terem captado uma cobrança de Rodrygo ao capitão Messi para que a Argentina não deixasse o gramado mesmo com enorme confusão nas arquibancadas. O brasileiro teria questionado se a rival estava com medo e o camisa 10 argentino é flagrado retrucando: “Por que somos ‘cagões’ se somos campeões do mundo?”

Foi o suficiente para os argentinos mostrarem toda sua revolta com Rodrygo e começarem a atacá-lo com palavrões e termos impublicáveis, muitos com dose gigante de intolerância e racismo. Além disso, ainda colocaram figuras de macaco e bananas.

“Os racistas estão sempre de plantão. Minhas redes sociais foram invadidas com ofensas de todo tipo de absurdo. Está aí pra todo mundo ver!”, iniciou seu post o agora atacante do Real Madrid, deixando todos os comentários para quem quiser ver.


“Se não fazermos o que eles querem, se não nos comportarmos como eles acham que devemos, se não baixamos a cabeça quando somos atacados, se ocupamos espaços que eles acham que são só deles, os racistas entram em ação com o seu comportamento criminoso. Azar o deles. Nós não vamos parar!”, enfatizou, em mensagem firme.

Clube que revelou o atacante, o Santos Futebol Clube apoiou Rodrygo. “Estamos com você, meu Menino da Vila. Racistas não passarão.” Vini Júnior e o zagueiro Rudiger também responderam na publicação, com emoji do símbolo contra o racismo.

Vini Jr. é alvo novamente de racismo em jogo do Real Madrid

Com informações da Agência Estado
Foto: Cristina Quicler / AFP

Mais uma vez Vini Júnior foi vítima de ataque racista

O atacante Vinícius Júnior foi alvo de mais um caso de racismo na Espanha neste sábado. Um torcedor do Sevilla fez uma imitação de macaco em direção ao atleta do Real Madrid durante um jogo entre as duas equipes pelo Campeonato Espanhol. O time adversário dos Merengues localizou e expulsou o torcedor.

Assim que identificou o torcedor, o Sevilla o entregou às autoridades. “O Sevilla FC informa que após detectar comportamento xenófobo e racista de um torcedor em suas arquibancadas, identificou, expulsou do estádio e denunciou imediatamente esta pessoa às autoridades. Além disso, serão aplicados os regulamentos disciplinares internos. O Sevilla FC é contrário e condena qualquer comportamento racista e xenófobo, mesmo que isolado, como é o caso, e mostra a sua disponibilidade e colaboração com as autoridades para erradicar estas atitudes, que não representam um adepto como o do Sevilla”, escreveu o clube em nota oficial.

Vinícius Júnior também se manifestou nas redes sociais e elogiou a postura do Sevilla, que foi na contramão da maioria das equipes que espanholas. Na última temporada, casos reincidentes de racismo contra o brasileiro culminaram em ações inócuas, além do desdém de autoridades e veículos de imprensa.

“Parabéns ao Sevilla pelo rápido posicionamento e pela punição em mais um triste episódio para o futebol espanhol. O rosto do racista de hoje está estampado nos sites como em várias outras vezes. Espero que as autoridades espanholas façam sua parte e mudem a legislação de uma vez por todas”, escreveu Vini.

O brasileiro contabiliza ter sido alvo de 19 casos de racismo desde que chegou ao Real Madrid, em 2018. “Essas pessoas têm de ser punidas criminalmente também. Seria um ótimo primeiro passo para se preparar para a Copa do Mundo de 2030. Estou à disposição para ajudar. Desculpem parecer repetitivo, mas é o episódio isolado número 19. E contando...”, afirmou, mencionando o fato de a Espanha, em parceria com Marrocos e Portugal, ter sido escolhida como sede do Mundial de 2030.


Em uma publicação feita pelo jornal espanhol Marca nas redes sociais, é possível notar o torcedor fazendo o gesto de “macaco” em direção a Vini Jr., em um momento em que o brasileiro discutia com atletas do Sevilla. No final do jogo, o atacante se envolveu numa confusão com os adversários e foi substituído por Brahim Díaz.

Em campo, Real Madrid e Sevilla ficaram empatados por 1 a 1. Jogando no Ramón Sánchez Pizjuán, o time de Carlo Ancelotti jogou bem, controlou boa parte do jogo, mas saiu atrás no marcador, em gol contra de Alaba, e precisou de um cabeceio de Carvajal para somar um ponto nesta 10ª rodada do Campeonato Espanhol.

Polícia prende três torcedores do Valencia que cometeram ataques racistas contra Vini Jr.

Com informações da Agência Estado
Foto: Pablo Morano / Reuters

Vini Jr foi vítima de insultos racistas no jogo contra o Valencia

A polícia espanhola prendeu mais três torcedores que cometeram ataques racistas contra Vinicius Júnior. Horas depois de as autoridades de Madri deterem quatro apoiadores do Atlético de Madrid, policiais prenderam três torcedores do Valencia que teriam proferido palavras racistas contra o atacante brasileiro no jogo de domingo, entre o Real Madrid e o time da casa.

As autoridades não deram detalhes sobre as prisões. Apenas divulgaram imagens da detenção do trio, sem exibir seus rostos. De acordo com os jornais espanhóis, a polícia segue investigando o caso, com base em análise de vídeo de dentro e fora do estádio Mestalla, onde Vinicius Júnior sofreu os ataques racistas.

Em comunicado, a direção do Valencia reforçou o apoio à investigação. “O Valência gostaria de confirmar que a polícia identificou até o momento um total de três torcedores, que fizeram ataques racistas a Vinicius Júnior no jogo do fim de semana, contra o Real Madrid”, registrou o clube.

“O Valencia está colaborando com as autoridades em suas investigação para parar o racismo em Mestalla. O clube reitera sua mais forte condenação contra o racismo e a violência sob todas as formas e está atuando fortemente contra todas as pessoas identificadas com medidas severas, como o banimento do nosso estádio.”


Defesa - No mesmo comunicado, além de reiterar sua postura contra o racismo, a direção do Valencia reclamou da postura de alguns veículos de comunicação. E negou que os ataques racistas predominaram dentro do estádio Mestalla, no domingo. “A partida contra o Real Madrid foi transmitida ao vivo e é totalmente falso que o estádio inteiro estava gritando palavras racistas”, disse o clube.

“Houve muita confusão e desinformação no público. O Valencia quer pedir maior responsabilidade e rigor. Esta é uma questão muito delicada e todos devem prezar pelos fatos. Não podemos aceitar que rotulem o ‘Valencianismo’ (a torcida do time) como racistas. Não é verdade. Pedimos respeito.”

A La Liga precisa dar um basta no racismo sofrido por Vinicius Júnior

Por Lucas Paes
Foto: AFP 

Vinícius Júnior foi mais uma vez vitima de racismo na Espanha

Infelizmente, não é mais novidade, na verdade virou cena comum, quase rotina no Campeonato Espanhol: Vinícius Júnior, que a menos de três semanas foi abraçado pelo adversário Walker na semifinal da Liga dos Campeões, foi mais uma vez vítima de cantos e manifestações racistas em um jogo da La Liga, desta vez diante do Mestalla, em Valencia. O jogo foi paralisado, Vinícius, incomodado, depois foi expulso de maneira injusta após ser agredido no finzinho do jogo e mais uma vez o silêncio  da organização do campeonato espanhol grita. Desta vez, até o brasileiro parece deixar claro que basta.

Não é a primeira vez que Vinícius sofre este tipo de ataque nesta temporada. Símbolo da conquista mais recente da Liga dos Campeões pelo Real Madrid, o craque brasileiro foi por diversas vítimas de cantos e manifestações racistas nesta temporada da liga. Continuamente, a La Liga nada fez com relação aos casos, que foram se tornando maiores até o momento em que um estádio inteiro chamou o brasileiro de Macaco (Mono, em espanhol.), na tarde deste domingo, em Mestalla, na cidade de Valencia. 

A repercussão dessa vez pega mal no mundo inteiro. O assunto do que ocorreu na derrota madridista para o Valencia ainda está nos trending topics do Twitter, por exemplo, e segue inundando programas jornalísticos no Brasil. Vinícius, se manifestou nas redes num desabafo onde inclusive criticou diretamente a La Liga e a carta soou até como uma despedida de alguém que parece ter cansado de tanto sofrer. Na Espanha, o craque brasileiro, que talvez seja o melhor jogador do mundo hoje, não precisa driblar só adversários em campo, mas também um preconceito absurdo que parece não mudar numa sociedade inteira.

O racismo é um dos preconceitos mais vis de todos que existem no mundo. Não há nenhuma lógica por trás dessa postura nojenta e em 2023 já é mais do que tempo que isso não seja mais admitido em lugar nenhum, o que é chover no molhado. A falta da atitude da La Liga poderá cobrar um altíssimo preço dum campeonato que já representou o suprassumo do futebol e de um país que já foi um destino muito queridos por brasileiros, mas que começa a ter sua reputação aqui no Brasil manchada por insultos a um dos filhos mais queridos deste país, até por quem não gosta de futebol. 

Infelizmente, é difícil acreditar que o comando do Campeonato Espanhol faça algo sobre o que ocorreu. Javier Tebas, homem que hoje preside a liga do país, é um sujeito que tem histórico de simpatia e filiação a partidos de extrema-direita como o Vox e, a despeito do que qualquer um queira espernear sobre, a extrema-direita, pelo menos europeia, se alia sem nenhum tipo de vergonha com grupos racistas. Bom, na verdade até com coisa pior, mas a palavra que define isso eu prefiro nem escrever neste texto. Para bom entendedor, meia palavra basta. É difícil esperar que parta desse sujeito uma atitude quanto a algo que suas ideias se conectam.


Javier retweetou o tweet de protesto de Vinícius dizendo que ele era mal informado e no geral, mesas redondas espanholas criticaram a atitude do brasileiro, num ciclo vicioso que deixa claro que a sociedade espanhola parece aceitar isso. Passou da hora do Real Madrid tomar uma atitude mais ríspida quanto a isso, como Ancelotti e Dani Ceballos fizeram desta vez, sequer debatendo o futebol após o jogo. Se a cultura espanhola é isso, então talvez realmente seja a hora de Vinícius deixar o Real Madrid.

Não é uma questão de jeito de jogo já que, novamente, Walker, que teve de marcar o brasileiro, o abraçou ao fim do jogo em Madrid. Torcedores do Liverpool, tão castigada pelo garoto, teceu elogios imensos em um vídeo de entrevistas na Goal.com. Não se trata de jeito de jogar, não se trata de jeito de ser, se trata de puro e direto preconceito injustificável. Chega, já deu La Liga, já deu Real Madrid, já deu até para a FIFA e a UEFA. Em 2023, não dá mais para o racismo existir no futebol.   
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