Último time da carreira de Pelé e que também contou com craques do nível de Beckenbauer, o New York Cosmos anunciou o retorno as atividades de futebol profissional após quase 10 anos de incertezas envolvendo o clube alviverde de Nova Iorque. A nova encarnação do antigo time norte-americano existe desde 2010 e passará em 2026 a integrar a USL League One, uma das ligas do escopo da United Soccer League (USL), que inclusive tem a segunda principal liga dos Estados Unidos (a USL Champioship). O anúncio veio tanto nas redes sociais quanto num evento promovido pelo clube em Nova Iorque.
O primeiro New York Cosmos surgiu em 1968, sendo um dos integrantes da antiga NASL (não confundir com a atual NASL, que também é uma liga fênix) e naquele antigo campeonato foi sete vezes campeão da temporada regular e ainda venceu por cinco vezes o US Soccer Bowl. Depois do fim da antiga encarnação da USL, o time também encerrou suas atividades em 1984, retornando 26 anos depois, em 2010, com um clube fênix na nova encarnação da NASL.
Desde então a equipe seguia competindo até meados de 2020, quando a pandemia da COVID-19 complicou a situação dos Mo's, que haviam recém entrado na National Independent Soccer Association, a NISA. Desde então, o Cosmos encontrava-se paralisado, aguardando uma reestruturação para o retorno as atividades profissionais.
Um dos novos proprietários é o ex-diretor Erik Stover, que esteve na direção do clube no período da NASL no início da década de 2010. Naquela competição, a equipe conquistou três títulos, nos anos de 2013, 2015 e 2016. Também adquiriu uma torcida relativamente fanática que seguia o clube, que atuava no Michael Athletic Complex, em Nova Iorque. Depois de 2016, a equipe teve apenas quatro jogos, no ano de 2020.
Agora, o Cosmos retorna na USL League One, uma das divisões da USL e fará seus jogos na vizinha New Jersey, no Hinchcliffe Stadium. Será parte da expansão da USL, que afetará principalmente as divisões League One e League Two. Existe inclusive um projeto para que haja rebaixamento dentro do sistema dela. A história do Cosmos recomeçará a partir de 2026.
Pelé, em sua despedida, sendo carregado pelos jogadores
Neste dia 1º de outubro de 2021, se completam 44 anos que o Rei Pelé pendurou as chuteiras. O último jogo do craque da camisa 10 e tri campeão do mundo com a seleção brasileira aconteceu no Giants Stadium em Nova Iorque no ano de 1977. Curiosamente, perto de completar mais um aniversário de sua despedida do desporto, o eterno ídolo do futebol brasileiro recebeu alta do Hospital Albert Einstein neste dia 30 de setembro após ficar um mês internado.
A partida amistosa entre New York Cosmos e Santos, conhecidas como as únicas equipes que o craque defendeu ao longo de sua carreira, foi uma verdadeira festa. No Alvinegro Praiano, Pelé jogou maior parte de sua carreira. Já na equipe norte-americana, o Rei passou seus últimos anos como jogador de futebol profissional. Por isso, o camisa 10 jogou a primeira metade do jogo amigável com a camisa do time nova iorquino e na segunda parte, ele trocaria de lado para defender as cores do clube que o consagrou para o mundo do futebol.
No Brasil, a TV Tupi, em conjunto com a TVS (atual SBT), retransmitiram a partida com o sinal da ABC. A narração da partida ficou por conta de Walter Abrahão, que sempre que estava no comando das transmissões de jogos do Peixe com presença de Pelé, apenas se dirigia ao Rei como "Ele".
Debaixo de uma chuva fina em Nova York, duas equipes muito boas estariam frente a frente para proporcionarem um grande espetáculo, uma vez que o mundo inteira parou para acompanhar aquela que seria a última partida do maior jogador de futebol de todos os tempos como profissional. De um lado, o Cosmos vinha com uma seleção mundial, já que além de Pelé, contava também com outro grandes atletas como Rildo, Chinaglia, Carlos Alberto Torres e Beckenbauer. Do outro, o Santos já tinha alguns jogadores que seriam a espinha dorsal do time que conquistou o título do Campeonato Paulista de 1978. Eram eles: Ailton Lira, Joãozinho e Nilton Batata.
No primeiro tempo, o Alvinegro Praiano começou melhor e conseguiu abrir o placar na marca dos 14'. O Peixe aproveitou erro grave do goleiro Messing na saída de bola com um linha de passe avançada. Reinaldo, que se encontrava sozinho, apenas arrematou para o fundo das redes do Cosmos. Já nos 42' de bola rolando na primeira etapa, a equipe da casa teve uma falta de longa distância a ser batida. Pelé pegou a bola, ajeitou-a com carinho, tomou distância e na cobrança, acertou uma finalização forte no canto esquerdo do gol defendido por Ernani para igualar o marcador. Esse ficou conhecido como o único gol do craque da camisa 10 em seu ex-time. Desta maneira, a primeira etapa foi encerrada com o empate em 1 a 1.
Já nos últimos 45 minutos minutos de carreira, o Rei trocou a camisa verde pela branca e aquela seria a última vez que o craque jogaria com o manto do time brasileiro. No final da história, o tri campeão mundial pela Amarelinha acabou não tendo sua última 'passagem' muito feliz, já que nos primeiros movimentos da etapa final, Ramon Miflin marcou o gol da virada do time norte-americano e o placar persistiu na vitória do Cosmos por 2 a 1 sobre o clube santista.
Após o apito final, a festa continuou. Pelé pegou o microfone e falou três vezes a palavra "Love", que significa 'amor' em inglês. Este ato se tornou uma música de Caetano Veloso. Era uma homenagem ao craque que se despedia do futebol aos 36 anos de idade. Após esta partida, o tri campeão mundial ainda disputou alguns jogos festivos, mas especificamente neste dia 1º de outubro de 1977, foi sua última partida como atleta profissional.
ALTA DO HOSPITAL - Internado desde o dia 30 de agosto, Pelé recebeu alta do Hospital Albert Einstein em São Paulo. Fazendo exames de rotina de 2020 que haviam sido adiados por conta da Pandemia de Covid-19, os resultados apontaram que o ex-jogador estava com tumor no cólon direito. O ex-jogador precisou passar por um procedimento cirúrgico para a retirada do tal. A alta aconteceu exatamente um dia antes de completar 44 anos de seu último jogo de futebol como jogador de futebol profissional.
Pelé, coroado em sua despedida da Seleção no Morumbi
Não há no Brasil quem não saiba quem é Pelé. Não é preciso contar sobre a Copa de 70, os mil gols. Ou ainda sobre o gol mais bonito de todos os tempos, aquele que foi de uma ponta a outra do gramado sem perder a bola, driblando quem aparecesse até atingir a meta.
De fato, não é preciso contar a trajetória de Pelé em campo, porque todo brasileiro já a conhece e se orgulha dela. Uma trajetória inquestionável, gloriosa e com lugar cativo nos mais belos registros da história.
Mas pouco se fala do que Pelé fez fora das quatro linhas. O Rei do Futebol teve a gestão de sua carreira marcada por adversidades econômicas, uma ditadura que se apropriou dela, e uma série de decisões erradas que o fizeram, à duras penas, aprender que o dono de tamanho talento, deveria também ser dono de si.
A carreira de Pelé e a economia e politica do Brasil, andaram lado a lado desde muito cedo. Em 1958, um jovem Pelé de apenas 17 anos conquistava sua primeira Copa do Mundo, e também a primeira que o Brasil vencia. Concomitantemente, ia de vento em popa o governo de Juscelino Kubitscheck, que tinha como plano central levantar a economia do país em seu próprio modelo, sem influência dos modelos econômicos estrangeiros. Em 1961, o PIB brasileiro crescia enormes 11% ao ano.
E como não poderia deixar de ser, o futebol era um dos maiores instrumentos de propagando desse milagre econômico. E Pelé, nossa maior joia, era o rosto do Brasil mundo afora. E o governo não queria perdê-la. Em 1960, Pelé foi declarado como patrimônio nacional não exportável. Ou seja, a carreira de Pelé estava destinada a nunca sair do solo nacional.
Alguns anos depois, em 1970, o quadro econômico era outro. Com a inflação nas alturas característica da ditadura, o povo já não estava tão satisfeito com o governo. Muita pobreza, desemprego e pouquíssimo poder de compra estremeciam a autoridade do governo, que apelava cada vez mais para a violência para conter seus opositores. O AI-5 estava no auge, mas o medo não era o bastante para conter a população. Era preciso uma festa que juntasse o país em um uníssono, e nada mais efetivo que uma Copa do Mundo. A relação do Brasil com a Copa de 70 acabou se tornando um dos maiores exemplos do mundo de como o futebol pode ser um poderoso instrumento de propaganda de um governo.
A canção da seleção brasileira “pra frente, Brasil” se tornou também um dos mais conhecidos slogans da ditadura.
Aquela Copa teve grandes nomes, um elenco de peso vindo especialmente de Botafogo e Santos. E um desses grandes nomes, era ele, Pelé. E obviamente, sua imagem foi usada como forma de promover o governo e a sensação de patriotismo.
E foi assim, entre manipulações e exploração da sua imagem que Pelé se viu em uma das situações mais sérias de sua carreira e que quase o levou a falência.
No Santos, Pelé era um dos jogadores mais bem pagos da época e acumulou uma pequena fortuna. Mas dela sobrou muito pouco; seu então empresário, Pepe Gordo, fez uso da confiança que Pelé lhe concedia e investiu o dinheiro do jogador em empresas, imóveis e outros investimentos furados que enquanto lhe enriqueciam, limavam as finanças de Pelé. E não seria o único susto financeiro que o jogador enfrentaria.
Em 1974, Pelé já estava aposentado. Seus conselheiros o convenceram a assinar um empréstimo milionário, que no fim das contas seria mais um rombo no que Pelé juntou ao longo de toda sua carreira.
Com pouco dinheiro sobrando, dois grandes golpes sofridos e tendo apenas seu nome e talento como bem, Pelé voltaria aos gramados no ano seguinte numa tentativa de recuperar o dinheiro perdido. Finalmente embarcando para fora do Brasil, sua nova casa seria o New York Cosmos, time que lhe contratou para jogar a recém criada Liga de Futebol da América do Norte, num acordo de três temporadas por 7 milhões de dólares. E foi a partir daí que Pelé amadureceu como gestor de si mesmo, de outros negócios e construiu um legado importantíssimo para o futebol, além de tudo que já tinha feito dentro de campo.
Pelé compreendeu o futebol como negócio, e como todo negócio, precisava ser gerido por quem entendesse do assunto e não por amigos e familiares. Assim, Pelé aprendeu que sua imagem valia muito, e virou garoto propaganda de diversas marcas globais que lhe renderam milhões de dólares.
E, ganhando milhões, Pelé decidiu empreender. Em 1993 tentou comprar da CBF os direitos de transmissão do campeonato brasileiro. Para garantir a compra, ofereceu um milhão de dólares a mais do que seu concorrente. Mas não foi suficiente: um dos grandes chefes da CBF lhe cobrou propina de mais um milhão de dólares para que sua oferta fosse aceita. Pelé não topou. Perdeu a venda, mas levou o caso a público. Em entrevista para a revista Playboy, contou o caso que acabou gerando uma das maiores operações policiais sobre a CBF, que mudou a visão do mundo sobre a instituição, derrubou figurões e mudou o cenário do futebol nacional. Ricardo Teixeira, então dono do maior posto da CBF, virou alvo de todo tipo de cruzada anti corrupção no futebol brasileiro, e a coisa tomou proporções mundiais. Seu sogro era João Havelange, presidente da FIFA na ocasião. A partir daí, foi um dominó. Graças a denúncia de Pelé, as maiores instituições do futebol foram escancaradas e tiveram seus segredos mais sujos expostos.
A figura de Pelé como um bastião da moral passou a ser incutida no imaginário popular, e além das portas que seu talento em campo lhe abriu, outras começaram a surgir fora dos gramados. Em 1994, o recém eleito presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, nomeava o jogador como ministro extraordinário dos esportes, primeiro negro a assumir o cargo.
Confira o vídeo do Brisa Esportiva
No poder, Pelé criou a lei que leva seu nome, sendo hoje uma das principais garantias dos direitos trabalhistas de jogadores. A medida tornou obrigação legal aquilo que 20 anos antes, Afonsinho lutou tanto para conseguir, e sem apoio: o direito ao passe livre.
Com a Lei Pelé, os jogadores passaram a ter o direito legal de serem donos de suas carreiras, de escolherem para onde ir e de decidir sobre si mesmos.
Pelé tinha outros planos para o futebol, que à época não se concretizaram, mas que agora temos um pequeno vislumbre com a possibilidade das gestões S/A: a transformação dos times em clube-empresa, com gestão profissional e empresarial. Pelé não conseguiu, mas deixou um legado imenso. O futebol foi a força motriz de sua vida, e deixadas de lado todas as opiniões sobre sua vida pessoal, Pelé também fez muito por ele. Dentro de campo, fora de campo, na política.
O futebol é quase que uma mitologia em forma de esporte. Existem lendas, existem deuses, existem templos de adoração sagrados e a imensa maioria dos times tem em sua torcida uma fidelidade quase que religiosa. Se o futebol é um credo, a divindade superior do Mundo Bola, quase como uma força primordial do esporte bretão atende também pelo apelido de Rei. Pelé, nascido Edson e imortalizado com seu apelido é eterno. Em 1977, já terminado sua trajetória dentro das sagradas quatro linhas, Pelé ganhou seu último troféu. A National Soccer League, ou o Campeonato Norte-Americano, com o New York Cosmos.
Naquele ano, a equipe treinada inicialmente por Gordon Bradley (depois Eddie Firmani assumiria e venceria o título) tinha em seu elenco diversos nomes grandes do futebol. Além do Rei, tinhamos Carlos Alberto Torres, Franz Beckenbauer, Giorgio Chinaglia e Rildo. Neeskens já não era mais parte do time. As estrelas se somavam a bons valores locais, como o goleiro Seph Messing e o canadense Robert Iarusci. A equipe era uma das favoritas na complicada NASL.
Depois de diversos amistosos de pré-temporada, a estreia do Cosmos foi no dia 13 de Abril de 1977. Jogando fora de casa, a equipe acabou derrotada pelo Las Vegas Quicksilver por 1 a 0. A primeira vitória veio no segundo jogo, contra o Hawaii Team, por 2 a 1, jogando fora de casa, no Aloha Stadium, em Honolulu. No jogo seguinte, na vitória diante do Rockester Lancers por 2 a 0, Pelé fez seu primeiro gol na competição. O Rei do Futebol ainda seria responsável por três "hat-tricks" na primeira fase, diante do Fort Lauderdale Strikers (3x0), diante do Tampa Bay Rowdies (3x1) e na goleada por 5 a 2 em cima do Los Angeles Aztecs. Os três jogos foram jogados em Nova Iorque.
Fechando a primeira fase no segundo lugar da divisão (e terceiro da classificação geral), o Cosmos chegou a fase final. Foram 15 vitórias e 11 derrotas. Os jogos terminados em empate eram decididos nos pênaltis. Na frente dos nova-iorquinos, ficaram apenas o Fort Lauderdale Strikers e o Dallas Tornado. O primeiro confronto no mata-mata seria diante do Tampa Bay Rowdies, em jogo único.
No dia 10 de Agosto de 1977, no Giants Stadium, o Cosmos venceu o Rowdies de Tampa Bay por 3 a 0, com dois gols de Pelé e um de Chinaglia. Ai veio a semifinal, diante do Fort Lauderdale Strikers em dois jogos. No primeiro, quatro dias depois, goleada do Cosmos por 8 a 3, no Giants Stadum. No segundo, empate por 2 a 2 e vitória nos pênaltis que garantiu a vaga na final, mesmo jogando fora de casa. A final da conferência foi contra o Rockester Lancers. O Cosmos acabou vencendo as duas partidas. Na primeira, fora de casa, placar de 2 a 1 para o time de Nova Iorque. Na segunda, no Giants Stadium, goleada de 4 a 1 e vaga na final garantida.
Os melhores momentos da decisão do Soccer Bowl de 1977
A decisão da NASL de 1977 foi diante do Seattle Sounders, no Civic Stadium, em Portland. O Soccer Bowl, que era como era chamado a final, começou com o Seattle oferecendo perigo, mas desperdiçando uma chance clara numa cabeçada. O primeiro ataque perigoso do Cosmos foi em jogada de Pelé, que terminou com finalização de Hunt para boa defesa de Chursky. Apesar desse lance, as principais chances no começo de jogo eram do time do Sounders, que desperdiçava. O primeiro gol do jogo então veio em bobeada absurda do goleiro Chursky, que tentou sair jogando e acabou perdendo a redonda para Hunt, que correu até o gol vazio para abrir o placar. O empate porém, não demorou muito a sair, com Ord marcando. A partir daí, ambas as equipes desperdiçaram boas chances de marcar. O primeiro tempo terminou em 1 a 1.
Na etapa final, o jogo seguiu equilibrado, com as duas equipes pecando nas finalizações. Pelé, por exemplo, perdeu boa chance após cortar dois marcadores. Do outro lado, MCAlister obrigou o goleiro Messing a fazer boa defesa em finalização de fora da área. O gol que definiu o titulo veio após lindo cruzamento de Hunt para Chinaglia definir o resultado. Não que o Sounders não tenha tentando empatar, já que o time de Seattle meteu até bola na trave. Porém, o título ficou mesmo com o Cosmos.
O Rei Pelé não teve um grande desempenho na final, não conseguindo marcar. Ao longo da temporada, o camisa 10 do Cosmos marcou 17 gols. Foram nove gols a menos que o artilheiro da competição, Steve Davids. O artilheiro do Cosmos na NASL foi Chinaglia, que marcou 24 gols. O Rei entrou no time de All Stars da competição. A temporada de 1977 foi a última de Pelé, que depois se aposentou do esporte bretão, deixando os olhos humanos orfãos de suas grandes atuações.
Pelé no Cosmos: dois anos de genialidade nos Estados Unidos
Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, considerado o Rei do Futebol, completa neste dia 23 de outubro, 77 anos. Além do inesquecível período no Santos FC e na Seleção Brasileira, onde ele conquistou todos os títulos possíveis, o Rei também jogou dois anos no New York Cosmos.
Após um bom tempo de especulações, o Cosmos anunciou a aquisição do Atleta do Século no dia 10 de junho de 1975, após oito meses de inatividade do jogador. Cinco dias depois, o Estádio Downing, em Nova Iorque foi o local da estreia do Rei, contra o Dallas Tornados. Com as arquibancadas lotadas e uma audiência histórica na TV, Pelé deu uma assistência e marcou um gol no empate por 2 a 2.
Deixando o adversário no chão
A partir dali, seriam dois anos no time novaiorquino. Um total de 106 partidas e 64 gols. A contratação dele era parte de um projeto de popularização do futebol nos EUA através da NASL, que além de Pelé, tinha nomes como Neeskens, Gerd Muller, Advocar, entre outros.
Além do Rei, o Cosmos trouxe outros grandes nomes, como Carlos Alberto Torres e Beckenbauer. Porém, foi só em 1977 que o Cosmos do Rei Pelé levou o troféu. Antes, a equipe havia morrido nos play-ofs. A conquista serviu para fechar com chave de ouro a carreira do Rei.
Comemorando gol no Cosmos
A despedida final de Pelé foi em um amistoso entre Santos e Cosmos, em Nova Iorque. Com presenças como a de Muhammad Ali no Estádio, o Atleta do Século jogou um tempo em cada lado, marcando um dos gols dos americanos, que venceram por 2 a 1.
Pelé e Beckenbauer: uma grande despedida para o Rei do Futebol, que completa 40 anos
Sábado, 1º de outubro de 1977, Giants Stadium, Nova Iorque, Estados Unidos. Neste dia e local citados, o New York Cosmos recebia o Santos FC para uma partida amistosa. Porém, não era um jogo comum, era a despedida de Edson Arantes do Nascimento do futebol. Sim, foi a última vez em que o Rei Pelé entrou em campo profissionalmente, 22 dias antes de ele completar 37 anos de idade.
Para a partida de despedida do atleta que encantou multidões, que ganhou vários títulos, nada melhor do que colocar frente a frente os dois únicos na qual ele defendeu profissionalmente: o Santos FC, time em que se transforou em Rei, e o New York Cosmos, por onde jogou nos últimos anos de carreira.
Pelé atuou pelo Cosmos no primeiro tempo
É claro que o mundo parou para ver esta partida. No Brasil, retransmitindo o sinal da ABC, o jogo foi passado pela TV Tupi, em conjunto com a TVS (atual SBT), com narração de Walter Abrahão, que quando narrava os jogos do Santos, com Pelé, apenas falava "Ele" quando o camisa 10 tocava na bola. No amistoso, ficou acertado que Pelé começaria o jogo no Cosmos e iria para o Santos no segundo tempo e, assim, ficaria seus últimos minutos no gramado sagrado com a camisa do time que o consagrou. E o jogo foi uma festa.
Caía uma chuva fina (que depois até ficou mais forte) no Giants Stadium, em Nova Iorque. E o Santos, que contava com alguns jogadores que formariam o time campeão paulista de 1978, como Joãozinho, Ailton Lira e Nilton Batat, começou melhor e abriu o marcador aos 14 minutos. Em saída errada de bola do goleiro Messing, o Peixe fez uma boa linha de passe e Reinaldo, sozinho, só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das redes.
Pelé jogando pelo Santos, no segundo tempo, marcado por Beckenbauer
Mas o New York Cosmos era uma verdadeira seleção do mundo. Além de Pelé, o time contava com como Carlos Alberto Torres, Rildo, Beckenbauer e Chinaglia, e chegou ao empate aos 42 minutos. Em falta de longe, Pelé ajeitou a bola, tomou distância e chutou forte, acertando o canto esquerdo do goleiro Ernani. Sim, o camisa 10 fazia um gol no Santos, o único que ele marcou no time onde se consagrou. Assim, o jogo foi para o intervalo com o placar de 1 a 1.
No segundo tempo, o camisa 10 trocou de lado. Ao invés de vestir a o uniforme verde do Cosmos, Pelé usava a vestimenta toda branca que o consagrou. Pela última vez, o Rei do Futebol jogava pelo Santos FC. Porém, não teve muita sorte em sua última 'passagem' pelo Peixe. Aos 4 minutos, Ramon Miflin virou o jogo para o time norte-americano e o jogo foi até o fim com a vitória do Cosmos.
"Love, love, love"
A festa depois do jogo foi grande. Aos microfones, ouvidos por todo o mundo, Pelé falou três vezes "love" (amor, em inglês). O ato virou até música de Caetano Veloso. Não era para menos, o grande nome do futebol mundial pendurava as chuteira. Tá certo que depois ele fez alguns jogos festivos mundo afora, mas aquele 1º de outubro de 1977 ficou marcado como o último jogo de Pelé!
Reportagem, em inglês, sobre a partida
Ficha Técnica
NEW YORK COSMOS 2 X 1 SANTOS FC
Data: 1º de outubro de 1977
Local: Giants Stadium - Nova Iorque - Estados Unidos
Árbitro: Gino Hipólito
Auxiliares: Tonny Nobile e Tim Rossi
Gols
New York Cosmos: Pelé, aos 42' do primeiro tempo, e Ramon Miflin, aos 4' da segunda etapa
Santos FC: Reinaldo, aos 14' do primeiro tempo
New York Cosmos: Messing (Yasin); Nelsi (Hunter), Roth, Carlos Alberto (B.Smith); Rildo (Formoso), Garbett (Vitor), Beckenbauer, Tony Field (Ord), Chinaglia; Pelé (Ramon Miflin) e Hunt (Oliveira) - Técnico: Júlio Mazzei
Santos FC: Ernani; Fernando, Joãozinho, Alfredo e Neto; Zé Mário, Aílton Lira (Pelé) e Carlos Roberto; Nilton Batata, Reinaldo (Juary) e Rubens Feijão (Bianchi) - Técnico: Oto Glória
O capitão do tricampeonato mundial da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Torres, faleceu na última terça-feira, dia 26, vítima de um infarto fulminante. Considerado um dos melhores laterais direitos de todos os tempos, o "Capita" tem uma histórica rica no futebol.
Como jogador, Carlos Alberto Torres atuou profissionalmente de 1963, quando estreou pelo Fluminense, com apenas 17 anos, até 1982, encerrando a carreira nos Estados Unidos. Com esta bela história do esporte bretão, O Curioso do Futebol fez um levantamento das camisas que ele vestiu durante a sua carreira
FLUMINENSE
Foi no Fluminense que o lateral direito foi alçado ao time profissional. No segundo ano atuando, em 1964 foi campeão estadual. No fim do mesmo ano, Carlos Alberto Torres foi negociado com o Santos FC. Ele voltaria ao clube em 1974 e fez parte do time conhecido como "A Máquina Tricolor". Seria ainda bicampeão carioca em 1975 e 1976. No total, com a camisa do Fluminense, Carlos Alberto Torres fez 151 jogos e 13 gols.
SANTOS
Carlos Alberto Torres chegou no Santos FC em 1965 para jogar no grande time da década. No Santos, ele virou capitão da equipe, após a aposentadoria de Zito, e virou um dos líderes do elenco que tinha feras como Pelé, Edu, Clodoaldo, Djalma Dias e outros. No Peixe, ele conquistou os Paulistas de 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973, a Taça Brasil de 1965, o Robertão de 1968 e a Recopa Sul-Americana no mesmo ano. Entre idas e vindas, ele ficou no clube até 1974, fazendo 445 jogos e 40 gols.
BOTAFOGO
Em 1971, o Santos emprestou Carlos Alberto Torres para o Botafogo. Foram apenas três meses e 22 jogos com a camisa da estrela solitária, mas que fizeram o torcedor botafoguense ter saudade do craque.
FLAMENGO
Depois da segunda passagem pelo Fluminense e antes de ir para os Estados Unidos, Carlos Alberto Torres teve uma breve passagem pelo Flamengo. Foram apenas 20 jogos em 1977, mas assim como no Botafogo, ele jogou muito com a camisa rubro negra.
NEW YORK COSMOS
Em 1977, Carlos Alberto Torres seguiu os passos de vários craques e foi jogar nos Estados Unidos. O time escolhido foi o mesmo de Pelé, o New York Cosmos. Na constelação de craques, ele foi um dos jogadores mais importantes. Em duas passagens pelo time (entre 1977 e 1980 e em 1982), o Capita fez 100 jogos e seis gols. Foi no Cosmos onde o jogador encerrou a carreira.
CALIFORNIA SURF
Em 1981, Carlos Alberto Torres teve uma passagem pelo California Surf. Fez 19 jogos e dois gols pela equipe, onde jogou o campeonato da NASL daquela temporada.
SELEÇÃO BRASILEIRA
Carlos Alberto Torres tem uma grande história na Seleção Brasileira. Ele vestiu a camisa amarela desde novo, defendendo os times nacionais de base. Pela equipe principal, ele foi o grande capitão no título na Copa do Mundo de 1970, no México. Pela Seleção, ele fez 53 jogos e oito gols, sendo o mais importante o da final do Mundial, o último na goleada de 4 a 1 sobre a Itália.
Oscar, do Cosmos, e Clodoaldo, que reforçou o Fast
O New York Cosmos, sem dúvida, foi uma sensação do futebol mundial entre a segunda metade da década de 70 e o início dos anos 80. Foi uma equipe que contou com diversas estrelas do esporte bretão, inclusive a maior delas: Pelé. Alguns, como o zagueiro Oscar e o meia Romerito, foram jogar no time da camisa verde no auge da carreira
Apesar de jogar em uma liga não tão forte quanto os campeonatos sul-americanos e europeus, o Cosmos chamava a atenção por onde jogava por causa da constelação de atletas que tinha em seu elenco. E isso não foi diferente em 1980, quando a equipe norte-americana veio para o Brasil.
Manaus foi uma das escalas do Cosmos no Brasil. Já sem Pelé, a equipe contava na época com Beckenbauer, Neeskens, Carlos Alberto Torres, Oscar, Romerito e Chinaglia enfrentaria o Fast Clube, uma das melhores do futebol amazônico e que teria o reforço do craque Clodoaldo.
Chinaglia sendo entrevistado
O responsável pelo amistoso foi o empresário e torcedor do Fast Joaquim Alencar. Amigo do treinador Júlio Mazzei e de Pelé, ele virou representante do Cosmos no Brasil quando a dupla deixou o Santos. Alencar convenceu os promotores a prestigiarem o Fast em detrimento das potências Flamengo e Corinthians. O governo amazonense patrocinou o evento e atrelou a imagem dos craques a ícones como o Teatro Amazonas.
Desde às primeiras horas da tarde de 9 de março de 1980 o movimento era grande nas imediações do Vivado Lima. Uma enorme fila de ônibus despejando torcedores que na correria procuravam as melhores acomodações. Tarde de muito calor e praticamente ninguém conseguiu ver o espetáculo sentado. Cada espaço era disputado com certo sacrifício. As notícias é que o Cosmos jogaria desfalcado do holandês Neeskens.
Carlos Alberto no aquecimento
Então, Fast e Cosmos entravam no gramado do Vivaldão para fazer o jogo com maior público do Amazonas, até então: 56.890 pagantes. Há até uma lenda que o estádio teria recebido mais de 80 mil pessoas naquele dia, e isto tem uma explicação: A marquise do estádio foi invadida por torcedores e, após corre-corre iniciado com boato de que a estrutura estava desabando, algumas pessoas tiveram escoriações e até fraturas.
A selva impressionou os visitantes, mas o calor ajudou os brasileiros, melhores em campo sobretudo após a expulsão de Carlos Alberto por agressão ao bandeirinha, na etapa inicial. Mesmo assim o placar permaneceu inalterado.
O Cosmos ainda faria mais duas partidas em território brasileiro: uma vitória por 2 a 1 sobre o Santos, na Vila Belmiro, e empate em 1 a 1 com o Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Mas foi a partida em Manaus que ficou para sempre na história.
Estádio estava lotado
Ficha Técnica
Fast Clube 0 x 0 NY Cosmos
Data: 9 de março de 1980
Local: Estádio Vivaldo Lima, o Vivaldão - Manaus-AM
Público: 56.890 pagantes
Árbitro: Odílio Mendonça da Silva (AM)
Cartão Vermelho: Carlos Alberto Silva
Fast Clube: Miguel Banana; Carlos Alberto, Joãozinho, Marcão e Judelci; Clodoaldo, Zé Luis e Tauirís (Fabinho); Rogério, Bené (Iranduba) e Orange (Pesado) - Técnico: Juarez Bandeira.
NY Cosmos: Birkenmayer; Eskandarian, Oscar, Carlos Alberto Torres e Wilson; Beckenbauer, Romerito e Rick Davis; Seninho, Chinaglia e Marck Liveric (Nelsi Moraes) - Técnico: Julio Mazzei.
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