Bellini e seu final de carreira no Athletico Paranaense

Por Fabio Rocha
Foto: arquivo

Bellini em seu jogo de despedida

Hilderaldo Luís Bellini, ou simplesmente Bellini, nasceu em Itapira, no dia 7 de junho de 1930, e acabou falecendo em São Paulo, 20 de março de 2014. O zagueiro foi um ícone para o futebol mundial, pois a marca de levantar o troféu após um título começou com o jogador, que fez isso ao conquistar a Copa do Mundo de 1958.

Além da sua marca que deixou no futebol mundial, o jogador também construiu uma linda história dentro de campo. Com passagens por grandes times e com muitas conquistas, colocou seu nome na história do futebol brasileiro.

Sua carreira começou em 1946, quando chegou à categoria de base do Itapirense, clube de sua cidade natal. Após dois anos foi para o Sanjoanense, também para atuar na equipe de base, mas as suas boas atuações chamaram a atenção de alguns dirigentes do Vasco da Gama.

Em 1952, foi para a equipe carioca, para atuar na equipe profissional. Rapidamente se tornou titular do time, mostrando toda sua postura e sua solidez defensiva, virou um líder dentro e fora de campo. Não era um jogador de muita classe e habilidoso, mas dentro da área intimidava todos seus adversários. Era um zagueiro muito respeitado pela sua lealdade, e todos sabiam que era muito complicado ganhar do defensor.

Bellini se tornou um dos principais jogadores da história do Vasco, conquistando diversos títulos e sempre com grandes atuações. A sua liderança era muito importante para o clube, pois todos sabiam do seu caráter e lealdade, mostrando também a grande pessoa que era.

Conquistou muitos títulos no Vasco e foi quando chegou a Seleção Brasileira, sendo campeão da Copa do Mundo de 1958. Depois de praticamente nove anos no clube carioca, o zagueiro voltou para o futebol paulista, quando foi atuar no São Paulo.

Em 1962, chegou ao clube paulista, já com um grande respeito de todos e como titular da equipe. Trouxe um solidez para o time, trazendo mais segurança defensiva. No tricolor ficou alguns anos, e também construiu uma linda história. Após alguns anos, e já em fase final de carreira, o jogador decidiu atuar no Athletico Paranaense, que na época ainda era Atlético.

Chegou com muita festa e comemoração dos torcedores, pois teriam um grande nome do futebol nacional e mundial em seu clube. Porém, como já estava em fase final de carreira, não teve o mesmo desempenho, mas mesmo assim foi titular da equipe.

Depois de quase dois anos no clube, o jogador decidiu encerrar sua carreira no clube. A sua despedida foi no mesmo dia de um marco para a história, quando o homem chegou à Lua pela primeira vez. Bellini deixou um belo legado no futebol brasileiro, com um dos principais zagueiros desse país.

Leia mais »

Estátua do Bellini no Maracanã completa 66 anos da inauguração

Por Fábio Rocha

Foto: divulgação

A estátua fica em frente à uma das entradas do Maracanã

Neste 13 de novembro de 2021, um dos monumentos mais importantes do Rio de Janeiro completa 66 anos de inauguração. A estátua do capitão da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958, Bellini, levantando a Taça Jules Rimet, em frente ao Maracanã, em homenagem à primeira conquista mundial da Canarinho é ponto de encontro e turístico, marco de localização e ainda causa dúvidas e perguntas para quem a visita.

De acordo com fontes da época, o monumento é uma homenagem ao time campeão de 1958. Segundo uma matéria do "Jornal dos Sports" do dia 11 de novembro de 1960, o nome da estátua seria "Monumento dos Campeões Mundiais de Football". Entretanto, o jornalista Luiz Mendes trouxe uma versão diferente em seu livro "7 mil horas de futebol". O escritor conta que teve a ideia quando era locutor do programa "Noite de Gala", da TV Rio, que era patrocinado pela loja do empresário Abraham Medina.

"Medina, com aquele grande dinamismo que lhe era característico, por ter gostado da ideia, mandou logo esculpir a estátua. E o Rei da voz (loja do Abraham) comandou a iniciativa de "Noite de Gala", homenageando os campeões do mundo com a estátua de Bellini", escreveu o jornalista Luiz Mendes em seu livro.

Outra dúvida que o monumento traz é sobre o rosto do personagem da estátua, pois não tem tanta semelhança com o zagueiro Bellini. Matheus Fernandes, professor de cultura do Museu Nacional de Belas-Artes, ficou destinado a fazer. Em 2010, em entrevista ao SportTV, a esposa do ex-jogador, Giselda, informou que o marido chegou a posar duas vezes para o professor.

Luiz Mendes diz em seu livro que a cabeça da estátua é de Francisco Alves, o "Rei da Voz", homem que inspirou o nome da loja de Abraham. Contudo, essa história já foi desmentido por Roberto Medina, filho de Abraham. Existe também outra opção, o disposto modelo teria sido o jornalista Hamilton Sbarra. A irmã dele, Dilma Sbarra, mostrou em uma reportagem da revista "Itália Nossa" que o jornalista foi escolhido como modelo. "Certa vez, ele, Matheus Fernandes, pediu uma foto minha, dizendo que precisava de um rosto com perfil greco-romano, como julgava ser o meu", afirmou Sbarra.

Após tanto tempo o mistério continua, e ninguém ainda descobriu se a homenagem foi feita para Bellini ou não. Mesmo sem a certeza, o zagueiro ficou eternizado na entrada principal do Maracanã, com o gesto de levantar a taça que se tornou tradição após o zagueiro fazer em 1958.

Leia mais »

Bellini - O primeiro a levantar a taça do Mundo, em mais de um sentido

Por Lucas Paes
Foto: Reprodução

O gesto de levantar a taça aconteceu por acaso

Há seis anos, num dia 20 de março com hoje, perdiamos o primeiro capitão a levantar uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira de Futebol. Nascido em 7 de Junho de 1930, Bellini foi um dos melhores zagueiros que o Brasil já produziu. Dono de boa técnica e ótimo tempo de defesa, foi escolhido por Vicente Feola como o capitão daquela Seleção Brasileira. Era ele que fez história como o primeiro de outros cinco que levantaram a taça pela amarelinha.

Bellini começou a carreira nos juvenis da Itapirense, time de sua cidade. Despontou pra valer no Vasco da Gama e jogou também por São Paulo e Athletico Paranaense. Quando convocado para defender o Brasil na Suécia, era jogador do Cruzmaltino. Naquele ano, por pedido de fotógrafos, criaria um gesto que seria copiado por capitães de seleções de todo o mundo depois, não só do Brasil.

O Brasil acabara de vencer a Suécia na final da Copa do Mundo, na casa dos suecos, por 5 a 2, com um verdadeiro show de bola e uma atuação de gala de um garoto de 17 anos, um tal de Pelé. Em meio a festa, obviamente diversos fotógrafos queriam pegar imagens para eternizar o momento. Haviam obviamente muitas pessoas na frente e segundo o próprio Bellini já contou, ele mesmo não sabia o que fazer quando recebeu a taça das mãos do Rei Gustavo da Suécia. Foi ai que os fotógrafos indiretamente mudaram a história.

De alguns na frente, Bellini ouviu os pedidos para levantar a taça. Não vendo uma alternativa melhor, Bellini o fez, sem saber que seu gesto ficaria marcado para sempre e mudaria a forma de se celebrar títulos pelo mundo inteiro. A foto, eternizada, virou capa de jornais, rodou o mundo. Aos poucos o gesto foi se espalhando pelo futebol. Em 1962, com outro título de Copa do Mundo para o Brasil, o capitão Mauro Ramos de Oliveira repetiu o gesto. A partir daí, virou praticamente um padrão nas Copas do Mundo.

Da Copa do Mundo, o gesto se transferiu para o futebol como um todo. Hoje em dia, ninguém sequer estranha quando o capitão de uma equipe leva a taça ao ar, o gesto vai desde a várzea até a Liga dos Campeões da Europa. Tudo isso começou com Bellini, que criou uma tendência e mudou a história do futebol, ou pelo menos de como se comemora um título no futebol.

Leia mais »

Bellini - O capitão de 1958

Fotos: arquivo CBF

A cena que ficou imortalizada no futebol mundial

Um dos maiores zagueiros da história do futebol brasileiro, Hilderaldo Luís Bellini, ou simplesmente conhecido pelo sobrenome Bellini, completaria 89 anos se estivesse vivo. Ídolo do Vasco e respeitado no São Paulo, o grande jogador foi o capitão da Seleção Brasileira no título mundial de 1958, levantando a taça. Foi imortalizado com uma estátua no Maracanã.

Nascido em Itapira, interior de São Paulo, Bellini começou na Itapirense, de sua cidade natal em 1946, e teve uma passagem pelo Sanjoanense antes de chegar ao Vasco, onde se profissionalizou em 1952, época de renovação do Expresso da Vitória. Seu estilo de jogo aguerrido garantiu a ele um lugar de destaque no plantel cruz-maltino.

Em 9 anos atuando na Colina, foram mais de 400 jogos e diversos títulos: tricampeonato carioca, Torneio de Paris, Teresa Herrera, Rio São-Paulo, dentre outros. Em 1962 foi para o São Paulo, onde ficou até 1967, e ainda jogou no Atlético Paranaense, onde encerrou a carreira em 1969.

Bellini recebendo a taça de campeão do mundo

Pela Seleção Brasileira, Bellini foi o capitão na conquista da Copa do Mundo de 1958, imortalizando o gesto de erguer a taça sobre a cabeça após o recebimento do título. Em 1960, uma estátua de 9 metros de altura foi inaugurada na entrada principal do Maracanã. Embora muito se fale sobre quem seria o homenageado da obra, fato é que ela se tornou conhecida como “Estátua do Bellini”, e é referencial para todos os frequentadores do estádio desde então.

Bellini, que sofria do Mal de Alzheimer nos últimos dezoito anos de sua vida, morreu no dia 20 de março de 2014 na cidade de São Paulo, em decorrência de complicações causadas por parada cardíaca. Seu corpo foi velado no salão nobre do São Paulo Futebol Clube e sepultado em Itapira, sua cidade natal.

Leia mais »