A chegada de Zico no Japão pelo Sumitomo Metals em 1991

Foto: The Asahi Shimbun / Getty Images

Zico apertando a mão de Yasuo Shingu em sua apresentação no Sumitomo Metals

O maior ídolo da história do Flamengo e um dos grandes camisas 10 do futebol brasileiro está fazendo aniversário. Arthur Antunes Coimbra, o genial Zico, está completando 67 anos neste 3 de março de 2020. Uma divindade no Rubro Negro, o Galinho de Quintino também é venerado do outro lado do mundo. No Japão, ele é o grande nome do esporte e tudo isto começou em 1991, no Sumitomo Metals.

Zico fez o seu último jogo oficial pelo Flamengo em 2 de dezembro de 1989, contra o Fluminense, em Juiz de Fora, pelo Brasileirão daquele ano. Ainda teve um jogo de despedida em 6 de fevereiro de 1990, com o Mengo de 1981 jogando no primeiro tempo e o time da época na segunda etapa. Após isto foi curtir sua merecida aposentadoria. Em 1990, chegou a ser secretário de Esportes da Presidência da República, no governo Fernando Collor de Mello.

Porém, tudo mudaria em 1991. A Sumitomo Metal Industries, empresa japonesa do ramo de metalurgia, mantinha um time na época em que o futebol japonês ainda era amador. O Sumitomo Metals era uma equipe que vivia na "gangorra" entre a primeira e segunda divisões da antiga Japan Soccer League. Tinha sido campeão do segundo escalão nipônico duas vezes (em 1984 e na temporada 1986/1987) e da Shakaijin Cup e regional de Kansai 1973. Ou seja, estava longe de ser o Yomiuri ou o Nissan Motors, que dominavam o futebol local na época.


Porém, com as conversas de profissionalização do futebol japonês e o início da criação da J-League, o presidente da Sumitomo Metal Industries, Yasuo Shingu, resolveu começar a montar um grande time e elevar padrão de sua equipe. Para isto, foi tentar convencer Zico de abandonar a aposentadoria. E conseguiu!

No dia 21 de maio de 1991, Yasuo Shingu, na sede da empresa, apresentava o Galinho de Quintino como o mais novo contratado do Sumitomo Metals. Zico vestiu a camisa da equipe, apertou a mão do presidente e posou para fotos.

O Sumitomo Metals jogava, na época, estava no segundo escalão. De acordo com o próprio Zico, a estrutura era precária e os jogos era tecnicamente fracos. Por ser uma divisão de acesso amadora, muitos dos jogadores do time trabalhavam também na empresa e o ritmo de treinamento era bem menor do que estava acostumado o Galinho.


Porém, ele não decepcionou. Mostrando toda a sua categoria, Zico desfilava nos gramados ainda deficitários do Japão com muita maestria e fazendo jogadas geniais. Não atoa, foi artilheiro da segunda divisão da Japan Soccer League, com 22 gols. No total, o Galinho de Quintino marcou 27 com a camisa azul do time da empresa metalúrgica.

Fora de campo, Yasuo Shingu trabalhava para deixar a equipe mais forte. Foi em busca de outros brasileiros, mudou o nome da equipe para Kashima Antlers FC, pois a J-League não aceitava times com nome de empresa, e foi aceito no primeiro campeonato profissional do Japão. Até as cores foram trocadas: saiu o azul e entrou o vermelho.

Na primeira J-League profissional, em 1993, o Kashima Antlers, liderado por Zico e com nomes como Alcindo e Bismarck, foi vice-campeão, perdendo o título para o Verdy Kawasaki, antigo Yomiuri (que também mudou de nome pelo mesmo motivo).

Zico parou de jogar de vez em 1994, sem ser campeão pelo Sumitomo Metals / Kashima Antlers, mas foi o alicerce para que o clube virasse o maior time da era profissional japonesa. O clube foi o que mais conquistou títulos neste período, oito, e ganhou a Liga dos Campeões da AFC em 2018, além do vice mundial em 2016, onde perdeu o título para o poderoso Real Madrid apenas na prorrogação.
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