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O Olimpia campeão da Supercopa e Recopa no mesmo dia

Foto: arquivo Olimpia

Jogadores do Olimpia carregam a Supercopa. Título também garantiu a conquista da Recopa

Neste final de semana, o Flamengo conseguiu um grande feito ao conquistar a Copa Libertadores, no sábado, dia 23, ao derrotar o River Plate, de virada, por 2 a 1, em Lima, no Peru, e no domingo, dia 24, sem precisar entrar em campo, sagrar-se campeão brasileiro, se beneficiando da derrota do Palmeiras para o Grêmio, em casa, também por 2 a 1. Porém, o paraguaio Olimpia tem um feito ainda mais impressionante, tendo ganho dois torneios sul-americanos no mesmo dia: a Supercopa e a Recopa Sul-Americanas em 11 de janeiro de 1991.

Para entender como isto foi possível, vamos voltar para 1990, quando o Olimpia conquistou a Libertadores da América. Por causa da Copa do Mundo, a final daquela competição foi realizada apenas em outubro e, depois de vencer o Barcelona de Guaiaquil, por 2 a 0, em Assunção, um empate em 1 a 1, no dia 10, no Equador, deu o título da maior competição sul-americana ao time paraguaio, o segundo da sua história. Esta vitória garantiu ao Olimpia o direito de decidir a Recopa Sul-Americana de 1991, que seria contra o campeão da Supercopa da Libertadores.


Após o fim da Libertadores, teve início a Supercopa, competição realizada entre as décadas de 80 e 90 (que estão estudando a volta) reunindo todos os campeões da Libertadores até então. O Olimpia, campeão de 1979 e 1990, estreou contra o River Plate, perdendo o primeiro jogo por 3 a 0 e vencendo o segundo pelo mesmo placar, passando pelas penalidades.

Depois, o Olimpia encarou outro argentino, o Racing, e mesmo empatando em casa em 1 a 1, conseguiu avançar ao fazer 3 a 0 em Avellaneda. Na semifinal, o adversário foi o Peñarol. No primeiro jogo, no Centenário, derrota por 2 a 1. Porém, na segunda partida, em Assunção, o Olimpia atropelou o adversário e goleou por 6 a 0, se garantindo na final.

Na final, o Olimpia voltaria ao Centenário, em Montevidéu, para encarar o Nacional. Porém, por causa do atraso no calendário, por causa da Copa do Mundo, no meio do ano, e a Copa Intercontinental (o antigo Mundial de Clubes), no Japão, onde os paraguaios perderam o título para o Milan, por 3 a 0, a final da Supercopa da Libertadores de 1990 foi realizada apenas em janeiro de 1991.

Em 5 de janeiro, o Olimpia, mesmo atuando no Centenário, fez uma atuação de gala. O Nacional não "viu a cor da bola" e foi derrotado por 3 a 0. González, Amarilla e Samaniego fizeram os gols do time paraguaio, abrindo uma grande vantagem para o jogo de volta.


Em 11 de janeiro, as duas equipes voltaram a campo, mas desta vez no Defensores Del Chaco. Cardaccio fez 1 a 0 para o Nacional, logo aos 4 minutos. Samaniego empatou aos 26', mas Morán, aos 31', deu esperança aos uruguaios.

Porém, na segunda etapa, Amarilla, logo aos 4', e Monzón, aos 24', viraram o jogo para o Olimpia. Wilson Núñez, aos 34', até deixou novamente tudo igual, mas os paraguaios controlaram o jogo e seguraram o resultado. No apito final, muita festa, já que o Olimpia conquistava, pela primeira vez, a Supercopa, o segundo título continental da temporada de 1990 (mesmo com a final sendo já em 1991).

Porém, não ficaria por aí: como a Recopa Sul-Americana, na época, era definida entre os vencedores da Libertadores e da Supercopa e como o Olímpia, na temporada de 1990, havia conquistado as duas taças, também ficou com o título da terceira competição do continente. Portanto, o empate contra o Nacional, em 11 de janeiro de 1991, garantiu ao Olimpia dois títulos de torneios sul-americanos.

O bi da Supercopa Libertadores do Independiente

Por Lucas Paes

Após o fim do jogo, Independiente levantou a taça em pleno Maracanã (foto: divulgação)

Entre 1988 e 1997, a América do Sul teve uma de suas mais interessantes competições, a Supercopa Libertadores da América. O torneio envolvia todos os times campeões da Libertadores e era disputado em mata-mata. Tradicionalíssimo clube Argentino, o Independiente de Avellaneda conquistou dois títulos na competição: em 1994 e 1995. O segundo é destaque pela campanha. 

Na primeira conquista, em 1994, o Rojo, comandado por Miguel Brindisi, praticava um futebol bonito e envolvente, que culminou na conquista da taça diante do Boca Juniors. Em 1995, comandado por Miguel Angel Lopez, era um conjunto mais raçudo, mais voluntarioso e dedicado, apesar de não jogar tão bonito. Os times eram bastante diferentes, sendo que em 1994 o Rey de Copas acabava de ser campeão argentino, mas em 1995 já havia a vontade de outra taça. Naquela equipe, além de nomes como Cagna, Serrizuela e Lopes, campeões no ano anterior, havia o goleiro Mondragón, um dos destaques e talvez o maior responsável pela conquista da equipe. 

A campanha começa com um insosso empate com o Santos, no dia 13 de setembro, em Avellaneda. O Peixe, que marcou época naquele ano no Brasileirão e acabou perdendo o título naquela polêmica final diante do Botafogo, veio completo e pulou na frente com Jamelli, um dos destaques do time. Alvez empatou já nos acréscimos do segundo tempo. Na volta, já em outubro, na Vila Belmiro bem cheia, Camanducaia botou o Alvinegro Praiano na frente. Mazzoni empatou. Domizzi botou os argentinos na frente, mas o abençoado Giovanni voltou a igualdade ao marcador. A equipe argentina venceu nos pênaltis, por 3 a 2. 

Na fase seguinte, no dia 25 de outubro, o Rojo enfrentou o Atlético Nacional na Colombia e acabou derrotado por 1 a 0, gol de Mosquera. Só que na volta, um dia iluminado de Gustavo Lopez culminou com uma vitória por 2 a 0 e a classificação as semifinais. Lá, o Independiente teria como adversário o River Plate, de Francescoli, Gallardo e cia. Seria uma epopeia. Do outro lado, degladiavam-se Cruzeiro e Flamengo. 

Em Avellaneda, no primeiro jogo, um duelo espetacular. Dois de Francescoli de um lado. Dois de Mazzoni do outro, empate por 2 a 2. No segundo jogo, o 0 a 0 em Nuñez levou o duelo para as penalidades. Nelas, um chute na trave de Ortega e a defesa espetacular de Mondragón no chute de Amato deram a classificação ao Rojo, que ia a final contra o Flamengo, num jogo que prometia ser uma epopeia. Aos reis da Libertadores, faltava uma taça no Maracanã e a chance viria naquela decisão.

O 'Rey de Copas' bateu o Flamengo na decisão

No primeiro jogo, em 29 de novembro, atuação péssima do Mengão, em Avellaneda. Mesmo com Sávio e Romário no ataque, o rubro-negro produziu pouco e viu Mazzoni marcar o primeiro gol do duelo e dar um passe espetacular para Domizzi marcar o segundo gol do duelo. Uma semana depois, as catracas do Maracanã foram quebradas e 105 mil pessoas foram acompanhar a finalíssima. Só que o gigante, gelado e copeiro Independiente não ia se assustar com o Maraca, por mais lotado que ele estivesse. 

Na semana em que Edmundo, fora das finais da competição por lesão, se envolveu em um acidente onde três pessoas morreram, o Flamengo até pressionou, buscou alguma reação e conseguiu ter vantagem com um gol de Romário no segundo tempo, com o Baixinho aproveitando dois rebotes da defesa Roja. Só que foi só. Frio e calculista, o Independiente de Avellaneda segurou o Mengão e Miguel Angel Lopez continuava sua história de idolatria no clube com mais uma taça como comandante, depois de jogar na era dourada do clube. Aquele time tinha nomes como Cagna, que seria campeão da Libertadores alguns anos depois pelo Boca Juniors, Burruchaga, presença constante na seleção e Gustavo Lopez, grande destaque da equipe do meio para a frente. O grande nome da Supercopa, como já citado, foi o goleiro Mondragón. 

O time de Avellaneda dava últimos respiros de grandeza naquele momento. A última taça nacional da equipe viria anos depois, em 2002. Apesar das conquistas de duas Copas Sul-americanas, em 2010 e 2017, esta segunda de novo em cima do Flamengo, os torcedores do maior campeão da Libertadores esperam uma volta aos tempos gloriosos de um time que parece esquecer o que é ganhar, apesar de alguns poucos respiros. Porém, as histórias do passado não se apagam e são elas que tornam os Diablos Rojos tão temidos no mundo inteiro, já que por uma época, jogar contra este clube era literalmente como enfrentar o inferno.

São Paulo campeão da Supercopa da Libertadores de 1993

Com informações do site oficial do São Paulo FC

Em pé: Zetti, Ronaldão, Cafu, Dinho e Toninho Cerezo.
Agachados: Müller, Doriva, Palhinha, Válber, André Luiz e Leonardo (foto: Revista Placar)

1993 foi um ano verdadeiramente especial para a torcida são-paulina. O time já havia conquistado o mundo em 1992, derrotando o Barcelona em um jogo inesquecível, e não somente repetiria o feito no ano seguinte, como ainda ampliaria o número de conquistas.

Se em 1992, o Tricolor foi campeão paulista, da Libertadores e do Mundo, em 1993 o São Paulo novamente venceu o torneio mundial e o sul-americano, além da Recopa e da Supercopa. Ou seja, conquistou a Tríplice Coroa da América do Sul - Além disso, esses quatro títulos internacionais em uma única temporada são um recorde jamais alcançado por outro clube brasileiro. A Supercopa, torneio que reunia apenas os campeões da Libertadores, foi conquistada em 24 de novembro daquele ano, em uma final épica contra o Flamengo.

A jornada para o triunfo da Supercopa João Havelange (nome oficial da chamada Supercopa Sul-Americana ou Supercopa da Libertadores da América) começou com dois jogos contra o Independiente, da Argentina - tradicional rival sul-americano, que bateu o Tricolor na final da Libertadores de 1974 -, e os são-paulinos se saíram melhor com uma vitória por 2 a 0 no Morumbi (gol de Valdeir e contra de Éber Moas) e um empate em 1 a 1 fora de casa (novamente Valdeir marcou).

Cafu, pela direita, passando por dois jogadores do Flamengo

Nas oitavas de final, um adversário nacional, mas igualmente "copeiro": o Grêmio, que foi eliminado após empate no Pacaembu (2 a 2, gols de Cafu e Dinho) e vitória do Tricolor no Beira-Rio - sim, isso mesmo -, por 1 a 0 (gol de Cerezo). A fase semifinal foi disputada contra o Atlético Nacional, da Colômbia, e acabou nos pênaltis (5 a 4, Dinho, Leonardo, Cafu, Müller e Gilmar acertaram, Válber errou), depois de vitória no Pacaembu, por 1 a 0 (Müller), e derrota no Atanásio Girardot por 2 a 1 (Palhinha). 

A decisão do torneio se deu contra outro velho conhecido: o Flamengo, equipe que o Tricolor eliminou nas quartas de final da Copa Libertadores da América do mesmo ano. Foram dois jogos memoráveis que acabaram em 2 a 2, lá e cá. Na primeira partida, no Maracanã, o São Paulo saiu na frente com Leonardo, após boa jogada de André Luiz, e o time local virou o jogo com dois belos gols de Marquinhos. Perto do fim, Juninho, triangulando com Cafu, empatou para os são-paulinos.

A final da Supercopa, pela Rede Bandeirantes

No dia 24 de novembro de 1993, no jogo da volta, foi a vez do Flamengo sair na frente do marcador, com Renato Gaúcho (de cabeça), e o do São Paulo virar o placar, novamente com Leonardo e Juninho, endiabrados. Porém, Marquinhos, mais uma vez deixou o dele e empatou o jogo.

Emoção pouca é bobagem (essas linhas não resumem a enormidade de chances perdidas por ambas as equipes no decorrer do confronto). O título, assim, foi decidido nos pênaltis: os tricolores começaram chutando e Dinho marcou o primeiro. Rogério, do Flamengo, empatou. Leonardo pôs o São Paulo à frente, pois Marcelinho Carioca desperdiçou a cobrança dele, na trave. Cafu marcou o terceiro e Marquinhos descontou: 3 a 2. André Luiz e Gelson anotaram os deles, ficando 4 a 3. A cobrança decisiva coube a Müller, que bateu rasteiro, com categoria e sem chances para o goleiro Gilmar: 5 a 3 para o Tricolor!

Festa para os mais de 65 mil são-paulinos presentes no Morumbi! E a alegria não acabaria ali. Duas semanas depois, o São Paulo já se encontrava no Japão para o, então, novo "jogo mais importante da história", contra o Milan, pelo Mundial de Clubes.

América Azul - O Cruzeiro bi da Supercopa Libertadores em 91 e 92

Por Lucas Paes

A equipe cruzeirense do bi-campeonato da Supercopa da Libertadores, com Renato Gaúcho

A Supercopa Libertadores foi um torneio disputado entre 1988 e 1997, que envolvia todos os campeões da Libertadores da América até aquele ano*. Entre os times brasileiros, Cruzeiro e São Paulo conquistaram a competição, sendo que os mineiros são, junto ao Independiente, os maiores campeões da torneio, com dois títulos cada. São sobre essas duas conquistas que este texto vai falar. 

Na primeira conquista, o título foi vencido com uma dose cavalar de sofrimento. Mas o time do bi, em 1992, ficou conhecido como “Dream Team”, pelo futebol vistoso e ofensivo que jogava, se destacando a dupla Renato e Roberto Gaúcho, sendo o primeiro o grande craque daquela equipe. Ele foi o destaque tanto na conquista estadual quanto na continental naquela temporada.

Em 1991, o Cruzeiro, dirigido pelo grande Ênio Andrade, eliminou primeiro os chilenos do Colo-Colo, vencendo nos pênaltis por 4 a 3, após dois empates por 0 a 0, em Minas e em Santiago. Nas quartas, vitória contra o Nacional, do Uruguai, por 4 a 0 (Boiadeiro e Charles, três vezes), no Mineirão, e derrota por 3 a 0 em Montevidéu. Nas semifinais, veio o Olimpia, do Paraguai. As duas equipes empataram duas vezes, por 1 a 1, em Belo Horizonte (Marquinhos para os brasileiros e Guirland para os paraguaios), e 0 a 0, em Assunção. A Raposa contou com erro de Guirland para vencer nos pênaltis por 4 a 3.

A equipe campeã em 1991

Na decisão, o adversário foi o River Plate, da Argentina, que aproveitou a pressão do Monumental de Nuñez para complicar o time mineiro: Rivarola, de pênalti, e Higuain (pai do atual centroavante da Seleção Argentina) marcaram, colocando uma boa vantagem para o time argentino. Mas, quem achou que o time brasileiro estava morto se enganou, pois Ênio Andrade motivou seus jogadores à buscarem a virada.

No segundo jogo, no Mineirão lotado, a Raposa partiu pra cima, criou chances, mas demorou 34 minutos para abrir o placar, com Ademir de cabeça. No sexto giro do cronômetro na etapa complementar, Mário Tilico apenas tocou a bola para ampliar, após cruzamento de Marquinhos. Com uma pressão alucinante e um ritmo que atordoava os Millonarios, com quase 30', o Raio Azul Tilico fez de novo, garantindo a taça e a festa em BH.

Os 3 a 0 no River Plate, em 1991

Em 1992, com parte da base de 1991, mas reforçada e dirigida por Jair Pereira, com destaque parao craque Renato Gaúcho, o Cruzeiro começou a luta pelo bi enfrentando o Atlético Nacional, da Colômbia, na época base da fortíssima seleção nacional local. No primeiro jogo, no Atanásio Girardot, empate por 1 a 1, com Renato Gaúcho e Restrepo, de pênalti. 

A volta merece um parágrafo a parte, pois foi um dos maiores passeios que o Mineirão já testemunhou: em uma noite iluminada, Renato Gaúcho, marcou cinco vezes, sendo quatro delas no segundo tempo. Cleison, Luiz Fernando e Nonato fizeram os outros tentos da antológica vitória Celeste, até hoje a maior da história do clube em qualquer competição sul-americana: 8 a 0 sobre os Verdalogas.

Nas quartas, veio o River, de novo: na primeira partida, no Mineirao, 2 a 0 (Paulo Roberto e Diego Cocca, contra). Na volta, a derrota por 2 a 0, em Nuñez, ficaria marcada pela polêmica arbitragem do chileno Ivan Marin, que distribuiu cartões para o time brasileiro, expulsando inclusive dois jogadores. Os Millonarios marcaram através de dois pênaltis discutíveis, aos 42', com Ramon Diaz, e Silvani, no rebote, aos 44'. Ironicamente, a marca da cal foi responsável pela classificação cruzeirense, com Diaz jogando a última cobrança de seu time para fora e Douglas convertendo a última dos brasileiros.

Os 8 a 0 sobre o Atlético Nacional de Medellin

A semifinal, contra o Olimpia, mesmo com algum sofrimento, foi menos complicada: vitória por 1 a 0 (Luis Fernando), no Defensores del Chaco, e empate por 2 a 2 (Paulo Roberto, de pênalti, Roberto Gaúcho; Amarilla e Ramirez), em casa. O Cruzeiro estava mais uma vez na final da Supercopa, mas desta vezes enfrentando o Racing de Avellaneda. 

As finais começaram com o Mineirão testemunhando outro chocolate: jogando um segundo tempo de encher os olhos, o Cruzeiro fez 4 a 0 sobre o time argentino (Roberto Gaucho, duas vezes, Luiz Fernando e Boiadeiro). No Cilindro, os cruzeirenses aguentaram a pressão e, mesmo com dois expulsos, só sofreram um gol aos 41 minutos, com Claudio Garcia marcando de pênalti. O título celeste não pôde ser comemorado em campo, devido a confusões com os argentinos.

Em 1992, Renato Gaúcho, com 6 gols, foi artilheiro da competição, sendo um dos destaques daquele time, fazendo uma dupla matadora com Roberto Gaúcho. Porém, logo ao final da competição, ele deixou o clube e foi para o Flamengo. Mas a equipe bi-campeã da Supercopa nunca foi esquecida pelo cruzeirense.

Os 4 a 0 do primeiro jogo da final de 1992

* Em 1997, a Conmebol reconheceu o Campeonato Sul-Americano de Clubes de 1948, realizado no Chile, como o primeiro torneio da América do Sul (mas não como Libertadores, é bom deixar bem claro) e convidou o Vasco para participar da Supercopa daquele ano, a última que foi realizada.

A passagem de Neto pelo Santos FC

Pelo Santos FC, Neto fez apenas 18 jogos, balançando as redes em apenas três oportunidades

Um dos maiores ídolos do Corinthians, onde foi importantíssimo na conquista do Brasileirão de 1990, e Guarani, José Ferreira Neto, ou simplesmente Neto, teve uma passagem apagada pelo Santos FC no segundo semestre de 1994, quando jogou o Campeonato Brasileiro e a Supercopa da Libertadores.

Conhecido pelo seu chute venenoso e temperamento explosivo, Neto, que além do Corinthians, já tinha passado em sua carreira por São Paulo e Palmeiras, não vinha atuando bem desde o Campeonato Paulista de 1993, quando o Timão perdeu o título para o Palmeiras. Com a chegada de Mario Sergio, o meia foi negociado com o Millonarios de Bogotá. Após um semestre na Colômbia, o jogador foi contratado pelo Atlético Mineiro, no time cheio de medalhões, que ficou conhecido como 'Selegalo', mas que não deu certo.

Neto cobrando falta em sua estreia, contra o Remo

Então, precisando de um jogador de peso, já que o Santos não vinha em boa fase, o presidente Miguel Kodja Neto contratou o meia, que estava com 28 anos, para reforçar o então elenco Alvinegro, que era dirigido por Serginho Chulapa. E aqui cabe uma explicação: sob o comando de Pepe, o Santos chegou a ficar na lanterna do Paulistão de 1994 e depois que o ex-centroavante assumiu o time, a equipe teve uma grande arrancada, terminando a competição em quarto lugar.

A torcida olhava com desconfiança, e com razão! Fazia um ano que Neto não fazia boas partidas, vivia com problemas musculares e também em briga com a balança, o que já acontecia desde os tempos de Corinthians. No final das contas, os torcedores tinham razão.

Em sua passagem pelo Peixe, Neto, que estreou pelo Remo, fez apenas 18 jogos, marcando somente três gols. Porém, um deles foi marcante: na derrota para o Corinthians, por 2 a 1, no dia 16 de novembro, o meia fez um belíssimo gol contra o clube onde foi ídolo. Os outros dois tentos foram contra Bahia, de falta, e Vasco da Gama, também no Pacaembu.

Vídeo com cenas da passagem de Neto pelo Santos FC

Aquele segundo semestre de 1994 também não foi muito bom para o Santos. O Peixe até brigou para se classificar para o mata mata do Brasileirão, mas no confuso regulamento da competição, a equipe ficou apenas em nono no geral. Já na Supercopa da Libertadores, o Alvinegro Praiano caiu na primeira fase, para o Independiente da Argentina.

Ao fim do ano, com a mudança de presidente (Miguel Kodja foi destituído do cargo e Samir Abdul Hack assumiu o cargo), a nova diretoria resolveu diminuir a folha salarial do clube e como Neto estava entre os maiores ordenados e também não teve um grande desempenho em campo, foi dispensado. O jogador foi para o Lousano Paulista, de Jundiaí, para disputar a Série A-2 do Paulista de 1995.

Renato Gaúcho no Cruzeiro

Renato em ação pela Supercopa da Libertadores

Foram apenas quatro meses, mas quem viu a passagem de Renato Gaúcho pelo Cruzeiro, no segundo semestre de 1992, nunca vai esquecer. O craque jogou muita bola com a camisa azul e conquistou os títulos Mineiro e da Supercopa da Libertadores no período.

Renato foi parar no Cruzeiro depois de uma boa passagem no Botafogo, mas que terminou mal. Após o primeiro jogo da final do Brasileirão, vencido pelo Fla por 3 a 0, entre o clube da estrela solitária e o Flamengo, Renato foi a uma churrascada na casa do centroavante Gaúcho, artilheiro do rival. A diretoria do Fogão não gostou da atitude e dispensou o craque, mesmo tendo ainda tendo mais uma partida decisiva.

Assim, o atacante foi parar na Toca da Raposa. Para se ter uma ideia de como a passagem do ex-atacante pelo Cruzeiro foi rápida, mas marcante, Renato Gaúcho marcou 18 gols em 18 partidas. Média de um gol por jogo! Uma das atuações brilhantes, que fizeram com que Renato tivesse essa média excepcional foi em um Cruzeiro 8, Atlético Nacional da Colômbia 0, válido pela Supercopa da Libertadores. Nesta partida, o craque marcou cinco vezes, para a alegria dos cruzeirenses.

Cinco gols de Renato no mesmo jogo

A conquista do Campeonato Mineiro daquele ano foi inesquecível para os torcedores. Audacioso e polêmico, o ex-atacante prometeu marcar três gols na decisão contra o América, que já tinha um bom time e foi campeão estadual no ano seguinte. Renato cumpriu a promessa e, logo no primeiro jogo da decisão, anotou os três tentos da vitória celeste por 3 a 2. O craque comemorou todos os gols com o dedo indicador sobre a boca, exigindo silêncio da torcida americana presente no Mineirão.

“Fizemos a final do Campeonato Mineiro contra o América, me lembro bem. O América tinha um bom time e nós também, já tínhamos conquistado a Supercopa. Foi um p... jogo, na verdade dois jogos. No primeiro, eu fiz os três gols, o Mineirão estava lotado, a torcida do Cruzeiro já estava eufórica com o time e com o título da Supercopa e acabamos conseguindo ainda o título mineiro em dois grandes jogos”, recorda Renato.

“Foi um grande momento meu. Eu me lembro que quando terminou esse jogo que eu fiz os três gols, saí correndo para pegar o avião, que eu havia sido convocado para a Seleção Brasileira, tive que ir para o Rio de Janeiro”, completou o craque.

Comemorando um dos 18 gols que fez em 18 jogos pela Raposa

Não bastasse a audácia de Renato e as provocações aos americanos, o artilheiro ainda fez a diferença no segundo jogo da decisão e marcou um dos gols do triunfo por 2 a 0 (o outro foi marcado por Roberto Gaúcho), diante de 62.589 pagantes no Mineirão, e levantou a taça de campeão mineiro.

No período em que defendeu a Raposa, Renato Gaúcho foi convocado três vezes para a Seleção Brasileira, marcando três gols. Chegando a virada do ano e com saudade do Rio de Janeiro, o atacante acabou acertando com o Flamengo para jogar a temporada de 1993.

Pior ataque do mundo

Romário, Sávio e Edmundo: o que era para ser o melhor, tornou-se o pior

"Pior ataque do mundo, pior ataque do mundo, pare um pouquinho, descanse um pouquinho, Romário, Sávio e Edmundo". Quem acompanhou o futebol dos anos 90 com certeza lembra desta paródia de um jingle da finada companhia aérea Varig. A canção era cantada pelas torcidas dos adversários do Flamengo no Campeonato Brasileiro de 1995. O pior de tudo é que, no início desta história, todo mundo achava que era sucesso na certa.

O Flamengo estava comemorando o seu centenário. No início do ano, contratou o melhor jogador do mundo naquele momento: Romário, que estava com saudade das praias cariocas e forçou sua saída do Barcelona. Na Gávea, tinha um atacante franzino, mas muito habilidoso, que já havia chamado a atenção de todos no ano anterior. Esse cara era o Sávio.

Comercial da Varig com o jingle que originou a paródia

O Rubro Negro perdeu o título estadual para o Fluminense. Na pressão de ganhar um título no aniversário de 100 anos do clube, o presidente Kleber Leite resolve abrir ainda mais os cofres e contrata Edmundo, o Animal. O jogador estava brigado com a diretoria do Palmeiras e também queria voltar ao Rio de Janeiro.

Na apresentação do Animal, o Baixinho esteve presente. Na época, eles eram parceiros e até gravaram um funk, que foi apresentado durante a coletiva. "Com um Bad Boy no seu time já pode comemorar", dizia a canção. Com a dupla de craques consagrados e mais a jovem promessa, os flamenguistas diziam que tinham o melhor ataque do mundo.

No Maracanã, contra o Palmeiras

Porém, o que aconteceu dentro de campo foi um verdadeiro fiasco. Os resultados não vinham, os gols não saíam e a torcida cobrava. Os rivais, rindo da situação, criaram a paródia citada no início deste texto. A verdade é que o Flamengo não saiu da parte de baixo da tabela e, por muito pouco, não flertou com o rebaixamento. Algo inimaginável no dia da apresentação de Edmundo.

Na Supercopa da Libertadores, o time foi melhor, chegando à final da competição. Porém, a equipe sentiu a pressão de ter que conquistar um título no ano do centenário e deixou escapar a taça, que ficou com o Independiente da Argentina. Mas foi na competição sul-americana onde aconteceu um lance, no mínimo, curioso.

No Pacaembu, contra o Corinthians

No jogo contra o Velez Sarsfield, que o Flamengo mandou em Uberlândia, Edmundo acertou um leve tapa em um jogador argentino, que revidou com um soco certeiro, que levou o Animal à lona, ops, ao gramado (risos). Romário tomou as dores do até então amigo e iniciou um verdadeiro quebra pau digno das competições do nosso continente.

O Flamengo e Velez da briga

Além de não ter dado certo dentro de campo, o pior ataque do mundo deixou rastros fora dele. Foi nesta época em que os cantores do Rap dos Bad Boys começaram a se estranhar. A briga de egos foi muito grande. Também reclamavam muito da individualidade do garoto Sávio. No final das contas, o "pior ataque do mundo" jogou seis meses juntos, além do que Edmundo ficou lesionado um tempo razoável. E o que parecia uma grande sacada do Flamengo foi, na realidade, um pesadelo.

Rap dos Bad Boys
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