Gol anulado na final Flamengo x PSG evidencia como a tecnologia já redefine o futebol rumo à Copa de 2026

Foto: reprodução / GE TV

Segundo engenheiro de televisão com experiência em grandes eventos globais, decisões como essa revelam o peso crescente da engenharia por trás do jogo

O gol anulado do Paris Saint-Germain na final do Mundial de Clubes contra o Flamengo, após revisão do VAR, foi mais do que um lance decisivo da partida. O episódio evidenciou como a tecnologia deixou de ser coadjuvante e passou a ocupar um papel central na definição de resultados, na condução do jogo e na narrativa do futebol contemporâneo, um cenário que tende a se intensificar na Copa do Mundo de 2026.

Em partidas de alcance global, cada frame analisado, cada segundo de revisão e cada ângulo de câmera fazem diferença. “Hoje, uma decisão de VAR não depende apenas da arbitragem, mas de toda uma estrutura de engenharia por trás da transmissão. Qualidade de imagem, sincronização de sinais e velocidade de processamento são determinantes”, explica o engenheiro de televisão Jeferson Elias, especialista em grandes eventos esportivos.

A final entre Flamengo e PSG expôs essa engrenagem operando sob pressão máxima. Sensores, múltiplas câmeras em ultra-alta definição, operadores de replay e equipes técnicas trabalham de forma integrada para garantir precisão nas decisões. “Não se trata apenas de corrigir um lance, mas de assegurar que o espetáculo seja justo, transparente e confiável para bilhões de pessoas assistindo ao mesmo tempo”, destaca.

Esse mesmo nível de complexidade estará elevado ao extremo na Copa do Mundo de 2026, que será a maior da história. Disputado em três países, Estados Unidos, Canadá e México, o torneio contará com 48 seleções, novo formato de grupos e logística ampliada, exigindo operações técnicas simultâneas em diferentes fusos, estádios e centros de transmissão.

Entre as inovações previstas estão evoluções no VAR, com decisões mais rápidas e maior integração a imagens em altíssima resolução, uso ampliado do impedimento semiautomatizado, inteligência artificial para análise de dados em tempo real e sensores ainda mais precisos na bola. “A tecnologia passou a interferir diretamente na dinâmica do jogo. Um atraso de sinal, uma câmera mal posicionada ou uma leitura imprecisa podem alterar completamente a interpretação de um lance”, afirma Jeferson.

Segundo o especialista, fatores técnicos fora do campo também impactam o desempenho esportivo. “Iluminação, climatização, posicionamento das câmeras e até a forma como o estádio foi projetado influenciam a leitura da arbitragem e o ritmo do jogo. Tudo precisa estar calibrado”, explica.


Com experiência em Olimpíadas e Paralimpíadas, eventos que demandam produções altamente complexas e operações sob pressão constante, Jeferson ressalta que o futebol caminha para um modelo cada vez mais dependente da engenharia. “A Copa do Mundo é o auge da transmissão esportiva. O que vimos na final Flamengo x PSG é apenas uma amostra do que será o padrão em 2026: decisões técnicas precisas, rápidas e com impacto direto no resultado e na história do jogo.”

Sobre Jeferson Elias - Jeferson Elias é engenheiro de televisão com mais de 15 anos de experiência em emissoras e eventos de grande porte. Atuou como Supervisor de Engenharia da TV Globo, gerenciando equipes e demandas técnicas de programas como Vídeo Show, Mais Você e Estrelas. Entre 2008 e 2013, foi Operador de Câmera no Projac e em coberturas externas da Globo Rio, além de trabalhos para SBT e Multishow. Especializou-se como operador de robôs de câmera e integrou transmissões do SporTV nas Olimpíadas e Paralimpíadas de 2021, Copa América, Campeonatos Brasileiros (2021–2024) e Rock in Rio 2022.
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