PF investiga bancários em nova fase da operação sobre desvios de FGTS de jogadores e treinadores de futebol

Com informações do G1.com
Foto: PF

Ação da PF foi nesta terça-feira

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (13), no Rio de Janeiro, a terceira fase da Operação Fake Agents, que apura fraudes envolvendo o saque irregular do FGTS de atletas e treinadores de futebol. A nova etapa mira funcionários e ex-funcionários da Caixa Econômica Federal, suspeitos de participação no esquema.

As investigações apontam que o grupo teria facilitado o acesso a contas vinculadas de nomes conhecidos do futebol brasileiro e internacional, como Cueva, João Rojas, Ramires, Raniel e Titi, além de possíveis tentativas de fraude envolvendo Paulo Roberto Falcão, Felipão, Gabriel Jesus, Donatti e Obina.

A operação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da PF no Rio, com apoio da área de inteligência da Caixa. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências de três bancários, nos bairros da Tijuca, Ramos e Deodoro, e em uma agência da Caixa no Centro da capital.

Advogada é apontada como mentora do esquema - A investigação teve início em maio de 2024, após um banco privado comunicar à PF uma suspeita de fraude envolvendo documentos falsificados para abrir uma conta em nome do atacante Paolo Guerrero — que teria sido usada para receber indevidamente R$ 2,2 milhões do FGTS. A partir desse caso, os agentes chegaram à advogada Joana Costa Prado de Oliveira, ex-diretora jurídica do Botafogo e integrante do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio.

Segundo a PF, Joana agia em duas frentes: em alguns casos, representava atletas e técnicos em ações trabalhistas, mas não repassava os valores recebidos alegando demora na liberação judicial; em outros, usava dados e documentos de jogadores com quem não tinha vínculo profissional para realizar saques indevidos, com o auxílio de bancários que permitiam o acesso aos sistemas da Caixa.

Entre as vítimas que denunciaram a advogada estão o técnico Oswaldo de Oliveira, que afirma ter perdido cerca de R$ 3 milhões em ações contra Corinthians e Fluminense, e o zagueiro Titi, atualmente no Goiás. Há ainda relatos de prejuízos sofridos por outros atletas, como Ramires, Cueva, João Rojas, Juninho (ex-Botafogo) e o próprio Guerrero.

A PF estima que o esquema tenha movimentado pelo menos R$ 7,7 milhões entre 2022 e 2024, com indícios de falsificação de documentos, estelionato e associação criminosa.

Relação com o futebol e perda de credibilidade - Joana Prado construiu carreira no meio esportivo. Além do período de 12 anos no Botafogo, ela fazia parte da Comissão de Direito Desportivo da OAB-RJ, até ser suspensa preventivamente em setembro pelo Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem.

A PF acredita que sua proximidade com atletas e dirigentes facilitou a obtenção de procurações e informações sigilosas, muitas vezes utilizadas para acessar valores do FGTS sem autorização das vítimas.


Defesa nega irregularidades - Em nota divulgada à imprensa, a defesa de Joana Prado negou as acusações e afirmou que a advogada é vítima de um golpe. O comunicado também contesta a suspensão imposta pela OAB-RJ e destaca “plena confiança na reversão da decisão e na restauração da justiça”, reforçando o compromisso da profissional “com a ética e o exercício responsável da advocacia”. Confira abaixo a nota completa:
“A defesa da advogada Joana Prado recebeu com surpresa as informações veiculadas recentemente.

Sem prejuízo de dedicar o maior respeito ao direito à informação e à liberdade de imprensa, ressalta que os processos disciplinares instaurados no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil tramitam sob sigilo, justamente para resguardar a dignidade e a imagem dos profissionais envolvidos.

Cumpre informar que já foram adotadas todas as medidas jurídicas cabíveis, inclusive com a interposição de recurso contra a decisão que determinou a suspensão preventiva de sua inscrição na Ordem.

Ainda de acordo com a defesa, o ato é objeto de contestação por sua natureza arbitrária e por afronta ao devido processo legal e ao direito de ampla defesa e contraditório.

A defesa reitera sua plena confiança na reversão da decisão e na pronta restauração da justiça, reafirmando o compromisso da advogada Joana Prado com a ética, a legalidade e o exercício responsável da advocacia”.
Com esta nova fase da Operação Fake Agents, a PF busca comprovar o envolvimento de servidores da Caixa no esquema e identificar a rota do dinheiro desviado de contas vinculadas ao FGTS de atletas e técnicos. O caso segue em investigação.
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