A torcida do Liverpool só tem a agradecer a Firmino, um dos maiores da história dos Reds

Por Lucas Paes
Foto: Getty Images

Firmino fez gol em sua despedida de Anfield Road

Todo ciclo se encerra e na vida até que é bom um dia tem um fim. As duras verdades do tempo são dolorosas e na manhã deste sábado, pelo menos no horário brasileiro, um dos maiores nomes da história do Liverpool e principalmente da era atual do clube se despediu da sagrada casa vermelha. Apesar do gol de Firmino, a despedida foi melancólica, já que o empate com o Aston Villa, com uma grandiosa contribuição de uma arbitragem que no mínimo foi ruim, praticamente tirou os Reds da Liga dos Campeões do ano que vem. Nada que apague o tamanho de Bobby Firmino.

Firmino foi a engrenagem mais importante do time de Jurgen Klopp, ainda que não tenha chego na época do alemão, já que o brasuca chega ainda com Brendan Rodgers no comando. Foi sob a batuta do alemão, porém, que "Bobby" virou o jogador chave de um dos times mais celebrados da história do Liverpool em todos os seus mais de 130 anos. Firmino foi o coração e a engrenagem de um time que encantou o mundo e ganhou absolutamente tudo que disputou. 

A despedida já havia sido anunciada há algum tempo. Firmino ainda era interessante quando entrava (e diante do Aston Villa não foi diferente), mas sente que o ciclo se fechou e prefere não continuar e manchar seu legado (o que não ocorreria, pois ele era o jogador mais adorado pela torcida junto a Salah). A tristeza entre os torcedores do Liverpool no mundo todo foi imensa com o anúncio de que ele não ficaria e as cenas testemunhadas em Anfield neste sábado foram digníssimas da despedida de um ídolo. 

Firmino não deixa de ser um produto do legado que Lucas Leiva criou, abrindo as portas do Brasil para os Reds, mas será também um marco de uma aceitação cultural cada vez maior dentro dos arredores de Anfield. Com ele, as portas para a América do Sul se abrem cada vez mais e certamente graças a ele o time de olheiros do Liverpool observará a América em busca de talentos como Bobby. Este é apenas um dos aspectos onde ele mudou o clube, mas o mais importante é sua idolatria, de um tamanho digno a quem defendeu como poucos essa camisa (e de quem preferiu não cuspir em sua história no clube). 

Bobby não é celebrado em Anfield a toa. Desde os idos de 2018 é uma das camisas mais vendidas dos Reds, seja na terra dos Beatles ou no resto do mundo, sua música, criada as vésperas da final da Liga dos Campeões de 2019, era e provavelmente seguirá sendo uma das mais cantadas pela torcida, como são as de Rush, Gerrard e Dalglish. O "Si Señor" era entoado pela KOP até em jogos onde o brasileiro sequer estava relacionado, numa relação de carinho que pouquíssimos puderam experimentar com a camisa vermelha e que pouquíssimos também fizeram tanto por merecer.


Firmino está no panteão. Hoje senta na mesa de nomes como Souness, Allan Kennedy, Steven Gerrard, Ian Rush e outros gigantes como uma das maiores referências da história do Liverpool. Seu mural eternizado nas ruas de Anfield Road ficará marcado como tantos outros pelos arredores do templo sagrado vermelho. Em resumo, Firmino chegou como uma promessa brasileira e saiu de Anfield como um dos maiores, celebrados por um dos maiores clubes do universo.

Este que vos escreve, também um que foi tomado pelo sentimento de amor que o Liverpool inspira, tem apenas uma palavra por tudo que este compatriota que vestia a camisa 9 fez viver nestes oito anos com a camisa do Liverpool: Obrigado! ou melhor, OBobbygado. 
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