Roberto Bettega, um ídolo sete vezes campeão italiano pela Juventus

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Roberto Bettega teve uma passagem de 13 anos pela Juventus de Turim

Nascido na cidade de Turim neste mesmo dia em 1950, Roberto Bettega, está completando 71 anos de idade nesta segunda-feira, 27. Por isso, vamos relembrar a passagem de 13 anos do atacante italiano pela Juventus, que aconteceu entre 1970 e 1983.

Herdando o amor de seu pai pela Vecchia Signora, Roberto começou a jogar futebol desde os 10 anos de idade. Naquele momento, o jovem se dividia entre a escola e o desporto, mas grande parte da sua juventude, se passou nos campos que o time treinava. Coincidentemente, ele morava muito perto do local.

Nos seus 18 anos de idade, Bettega já mostrava muita qualidade e com isso, os comandantes da Juventus decidiram que o garoto já tinha conseguido fazer o suficiente para dar início a sua carreira como jogador profissional. Para ganhar mais experiência, Roberto foi, por empréstimo, para o Varese, que se encontrava na segunda divisão do futebol italiano.

Comandado por Nils Liedholm, ele ajudou o time da Lombardia a conquistar o acesso para a elite do futebol da Itália marcando 13 gols na Serie B e sendo o artilheiro da competição. Por este motivo, voltou para a Juve, onde estreou com a camisa alvinegra ainda em 1970. Segundo o atacante, essa sua passagem pelo Varese foi muito importante e destaca o quão bom foi trabalhar com Liedholm, já que foi com este treinador, que ele conseguiu melhorar seus cabeceios.

No momento em que foi mandado de volta à Turim, o time bianconeri estava passando por um processo de renovação e com isso, chegaria para jogar junto de Claudio Gentile e Franco Causio. Na primeira temporada deste importante processo, a Juventus terminou na quarta colocação do campeonato italiano. Bettega foi uma peça importantíssima para o time ao marcar 13 gols pela equipe na competição.

Já antes da temporada 1971-1972, Giampiero Boniperti assumiu a presidência do clube e decidiu continuar apostando na juventude do elenco. Contratou o treinador tcheco Cestmir Vycpálek para comandar o time e teve resultado, uma vez que a Vecchia Signora conseguiu conquista o campeonato nacional. Apesar do excelente começo de campanha, fazendo 10 gols em14 partidas, Roberto acabou pegando uma tuberculose que o deixou afastado por oito meses dos gramados. Por este motivo, o atacante perdeu toda a segunda parte da Serie A e uma parte da temporada seguinte.

No mês de setembro de 72, ele voltou a atuar com a camisa bianconeri, mas sem aquele brilho de antes. Mesmo assim, conseguiu conquistar mais um campeonato italiano pelo clube de Turim e ajudou a levar o time para a sua primeira final de Liga dos Campeões da história, atuando junto com José Altafini, jogador ítalo-brasileiro. No dia 30 de maio de 1973, a equipe italiana acabou sendo derrotada pelo Ajax pelo placar magro de 1 a 0 em Belgrado.

Em 1976, o presidente bianconeri trouxe Giovanni Trapattoni, que vinha com a ideia de priorizar aquele futebol fisicamente forte. Comprando esta ideia, Fabio Capello foi moeda de troca para a vinda de Romeo Benetti, que jogava no Milan. Além disso, Anastasi foi outro atleta envolvido em uma negociação, dessa vez com a Internazionale. Para ocupar seu posto, Roberto Boninsegna foi o outro atleta adquirido pelo time de Turim. A partir daquele momento, começava um ciclo de muitas conquistas que quase durou uma década.

No auge da carreira, Bettega foi mais uma vez fundamental para a Juventus, que fez uma campanha histórica no campeonato nacional. O atacante italiano anotou 17 gols e contribuiu muito para que a Vecchia Signora fosse somasse 51 dos 60 pontos disputados na competição. De quebra, fez parte do elenco que trouxe o primeiro título internacional à galeria bianconera ao bater o Athletic Bilbao na grande decisão da Copa da UEFA da temporada 1976-1977. Inclusive, Roberto fez gol na final.

Por conta de sua grande coleção de grandes atuações e um grande número de gols marcados, Bettega se tornou um jogador de confiança de Enzo Bearzot, que comandava a seleção italiana. Antes mesmo da Copa do Mundo de 1978, o atacante conseguiu balançar as redes adversárias em 16 oportunidades nos 19 jogos que participou e ajudou a Juve a conseguir fazer mais uma campanha histórica no Campeonato Italiano, mas o grande nome da equipe foi Paolo Rossi, que era uma revelação no futebol da Itália na época e mais tarde faria dupla com Roberto no mundial em que a Nazionale perdeu a disputa do terceiro lugar para o Brasil. Ainda em 78, Bobby Gol ficou na quarta colocação da Bola de Ouro da France Football.

Nos dois anos seguintes, os 'scudetti' ficaram com Milan e Internazionale. Por conta disso, Bettega acabou tendo que se sentir satisfeito com o título da Copa Itália e a artilharia do Campeonato Italiano. O clube de Turim só voltou a conquistar a principal competição do país em 1981, quando Trapattoni apostou em Liam Brady, um treinador vindo da Irlanda. Prejudicado pelo esquema utilizado pelo comandante, o artilheiro bianconeri anotou apenas cinco tentos em toda a temporada.

O ano seguinte para Bettega e para a Vecchia Signora estava sendo perfeita, já que o clube liderava a tabela de classificação do campeonato italiano e fazia uma bela campanha na Liga dos Campeões da Europa. Mas foi na fase de oitavas de final diante do Anderlecht da Bélgica, que Roberto acabou sofrendo uma grave lesão no joelho em uma forte trombada com o goleiro Jacky Munaron. Por isso, ficou afastado por um longo tempo e perdeu resto do campeonato. Além do clube de ver seu time ser eliminado, perdeu a Copa de 1982, que foi conquista pela Seleção Italiana.

Quando esteve apto novamente na temporada 1982-1983, a Juve tinha Platini centralizado, Boniek com a 11 estampada nas costas e Rossi como o camisa 9. Bettega já estava prestes a completar 33 anos e teve de ficar no banco de reservas bianconeri por algum tempo. Em certo momento, Trapattoni percebeu que Penna Bianca poderia jogar mais atrás. Mesmo atuando mais recuado, o atacante foi muito bem e foi muito importante para que a Juventus chegasse a mais uma decisão de Liga dos Campeões, mas desta vez seria diante do Hamburgo. Seu último jogo usando a camisa alvinegra em campo foi justamente nesta derrota para o clube alemão.

Após encerrar o seu vínculo com a Vecchia Signora, foi atuar na Liga Norte-Americana. Lá, o atacante defendeu o Toronto Blizzard do Canadá, clube onde ficou até 1984. Depois disso, se aposentou.


No geral, Roberto Bettega fez 481 jogos oficiais pela Juventus e marcou 178 gols ao longo desses 13 anos. É o quarto jogador que mais atuou pela Vecchia Signora e o terceiro maior artilheiro da história do clube, ficando atrás de Del Piero, com 262 e Boniperti, que fez 182. Assim que encerrou sua carreira como jogador de futebol profissional, foi convidado para ocupar o cargo de vice-presidente do time de Turim pela família Agnelli em 1994. Ele aceitou e exerceu tal função até 2006, quando se envolveu no Calciopoli. Assim que foi absolvido, voltou para a diretoria do clube no mês de dezembro de 2009.
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