Faltou pouco para Cabo Verde fazer história

Por Tiago Cardoso
Foto: divulgação FCF

Seleção Caboverdiana

Cabo Verde tentou, mas não conseguiu superar a poderosa seleção nigeriana, uma das mais tradicionais do continente africano, nas eliminatórias para Copa do Mundo. Cabo Verde teve chances de classificar até a última rodada, mas, ao final, foi superada pela Nigéria. Em razão da eliminação cabo-verdiana, os países de língua portuguesa não repetirão o feito da Copa do Mundo de 2006, disputada na Alemanha, quando classificaram 3 países, um recorde: Brasil, Portugal e Angola. E a situação pode complicar ainda mais nestas eliminatórias, pois, na Europa, Portugal foi parar na repescagem e precisa passar por mais duas fases eliminatórias para avançar à Copa do Mundo do Catar, a primeira da história a ser disputada no Oriente Médio.

Dos países de língua portuguesa, somente o Brasil garantiu participação na próxima Copa do Mundo, justamente o mais tradicional no futebol, o maior em território e o que tem o maior número de falantes da língua de Camões, Machado de Assis e José Saramago.

A seleção do Timor Leste, o mais jovem país de língua portuguesa, o qual se tornou independente de Portugal em 1975, após a queda do regime fascista de Salazar no país europeu, e independente da Indonésia em 2002, após violenta e sangrenta ocupação de seus vizinhos maiores, não passou da primeira fase das eliminatórias asiáticas, tendo sofrido um placar agregado de 12 a 2 da Malásia. 

Macau, colônia portuguesa por mais de 400 anos e considerada a última colônia europeia na Ásia, tem sua seleção de futebol e sua federação é afiliada à FIFA desde 1978. Macau foi devolvida à China pelos portugueses em 1999. Desde então, constitui uma das regiões administrativas especiais da República Popular da China, onde, assim como Hong Kong, goza de certa autonomia. Sendo assim, tendo reconhecimento da FIFA, a seleção de Macau disputa as eliminatórias asiáticas. Contudo, assim como Timor Leste, foi eliminada logo na primeira fase, após derrota para o Sri Lanka, ocasião na qual sequer compareceu para disputar o segundo confronto.

Na África, o continente com maior número de países de língua portuguesa, São Tomé e Príncipe foi eliminada na primeira fase por outro país de língua portuguesa, Guiné-Bissau, com uma derrota de 3 a 1 no placar agregado. Guiné Equatorial, que foi colônia portuguesa e depois colônia espanhola, tendo a língua portuguesa reconhecida como uma das suas línguas oficiais em 2007, ficou em segundo lugar no grupo que classificou à Tunísia à última fase antes da Copa do Mundo.

Embora tenha a língua portuguesa como uma de suas línguas oficiais, Guiné Equatorial, em tese, é o país “menos português” entre todos, pois a esmagadora maioria do país fala espanhol. Moçambique, onde nasceu Eusébio, o maior jogador português do século XX, caiu em um grupo difícil com as potências continentais Camarões e Costa do Marfim, razão pela qual ficou em terceiro lugar com apenas uma vitória em seis jogos. Angola, o maior país de língua após o Brasil, fez uma campanha pífia, ficando na última colocação no grupo que classificou o Egito à próxima fase.


Guiné-Bissau ficou em segundo lugar em seu grupo, mas muito distante do líder e classificado Marrocos, o único com 100% nas eliminatórias africanas. Guiné-Bissau venceu uma partida de seis jogos e empatou outras três. As duas únicas derrotas, claro, foram para Marrocos, que estava irresistível nesta fase de grupos.

Com o aumento das vagas para a Copa do Mundo da América do Norte em 2026, poderemos sonhar novamente com um número mais expressivo de países de língua portuguesa no maior espetáculo da terra novamente?
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Um comentário:

  1. Em 2026 talvez um país africano de língua portuguesa consiga chegar ao mundial como Angola em 2006.

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