A passagem de Ibrahim Ba pelo Milan

Por Ricardo Pilotto
Foto: arquivo

Ibrahim Ba foi irregular em sua passagem pelo Milan

Ibrahima N`Goma Ba, popularmente conhecido como Ibrahim Ba, está completando 49 anos de idade neste dia 12 de novembro de 2021. Por isso, nessa sexta-feira, relembraremos a passagens do franco-senegalês pelo Milan, que teve momentos fracos alternando com bons.

Após ser revelado no Le Havre da França e passar pelo Bordeaux, o Milan teve de desembolsar 11,5 bilhões de velhas liras para contratar Ba junto a sua ex-equipe. Logo que chegou ao time Rossonero, o presidente Silvio Berlusconi até comparou o atleta ao vinho francês Beaujolais Nouveau ao falar qualificá-lo com brilhante, espumante, mas também técnico. O novo reforço do time de Milão também foi elogiado pelo atacante Christophe Dugarry, que foi fracasso na equipe no ano anterior.

Para melhorar o aspecto tático de Ba, o clube preto e vermelho contratou novamente o treinador Fabio Capello, que vinha do Real Madrid como campeão da liga nacional. Sua reverência no Madrid era tanta, que passou a ser chamado de "Don Fabio" pelos Merengues.

Apesar do péssimo início de campanha do Milan no Campeonato Italiano da temporada 1997-1998, o time que havia começado a competição com duas derrotas, dois empates e uma vitória nas cinco primeiras rodadas, Ibou conseguiu boas atuações. Estreou oficialmente como titular no embate diante do Piacenza, mas seu primeiro e único gol marcado com a camisa Milanista aconteceu na segunda rodada, quando sua equipe enfrentava a Lazio no San Siro. O franco-senegalês fez uma linda tabela com George Weah, invadiu a área e mandou a bola no canto direito de Luca Marchegiani.

Nas quatro últimas partidas dos Rossoneros na principal competição do futebol italiano, Ibrahim perdeu sua vaga no time titular. Por conta da campanha muito aquém do Milan, o treinador Cappelo optou por ficar uma temporada de férias e por ter se tornado reserva em seu time, o atacante chegou a estar na lista pré-convocatória de Jacquet, mas acabou sendo cortado. Com isso, o atleta não teve a chance de disputar a Copa do Mundo de 1998, na qual sua seleção era a anfitriã e foi campeã em cima do Brasil ao aplicar uma bela vitória pelo placar de 3 a 0 na decisão.

Por conta da saída de Edgar Davids, Ibou abandonou a camisa número 13 e passou a usar a 7, mas esse fato não fez com que o atleta melhorasse o seu futebol. Para substituir o ex-treinador Capello, o clube de Milão trouxe o Alberto Zaccheroni para recolocar a equipe nos trilhos. A partir daquele momento o atacante passou a ser pouco utilizado na temporada 1998-1999, uma vez que o novo comandante mudou a formação tática usada por Capello. Do esquema 4-4-2, o time passou a jogar no 3-4-3, com o jogador dinamarquês Thomas Helveg fazendo a função de ala pelo lado direito do campo.

Ao longo do ano, Ibrahima entrou em ação apenas 17 vezes, contando jogos de campeonato e copa nacional, mas não teve participação direta em nenhum dos gols marcados por seus companheiros. Porém, teve a oportunidade de comemorar um título pela primeira vez em sua carreira como jogador profissional. Com pouco espaço, a diretoria do Milan decidiu que o jogador precisaria achar um outro lugar para se reencontrar. A maior dificuldade do clube Rossonero foi encontrar um comprador que arcasse com o compromisso de pagar o alto salário do atleta. Vendo que poucos times tinham interesse na compra, Ibou foi emprestado para o Perugia que era comandado por Carlo Mazzone, responsável por lançar Francesco Totti ao futebol profissional.

Após voltar do período de empréstimo com os Grifoni, voltou para o Milan no fim da temporada 1999-2000, mas continuou sendo jogado para escanteio pelo mesmo Alberto Zaccheroni, que acabou perdendo o seu emprego no mês de março. Além de ter jogado apenas 11 jogos com a camisa Milanista entre compromissos válidos pela Serie A, Coppa Italia e Liga dos Campeões, foi vítima de racismo pelos ultras rossoneri, que tinham cânticos como “Roubava bananas no jardim de Weah, Ibou Ba, Ibou Ba” e “Vendia bananas na casa de Weah, Ibou Ba, Ibou Ba!”, para insultar o jogador. Depois deste lamentável episódio, foi emprestado mais uma vez, só que para o Olympique Marseille, em setembro de 2001.

Pensando que o jogador havia reencontrado seu futebol no país em que viveu e cresceu, o Milan mais uma vez receberia Ibou, que não conseguiu ficar seis meses sequer na França. Sob comando de Carlo Ancelotti, o atacante também teve poucas oportunidades de mostrar serviço e jogou apenas alguns minutos nos embates contra Venezia e no clássico diante da Internazionale. Na temporada seguinte teve 157 minutos para mostrar seu futebol e apenas assistiu o seu time conquistar a Liga dos Campeões 200-2003 direto das tribunas, campanha na qual o jogador não atuou em um embate sequer.

No verão de 2003 lá na Europa, Ibrahima encerrou o seu vínculo com o Milan e foi para o Bolton da Inglaterra, com o objetivo de recuperar o seu desempenho e a sua confiança do início da sua trajetória no mundo do futebol. Da Terra da Rainha, foi para a Turquia, onde defendeu as cores do Çaykur Rizespor. Antes de voltar para o Milan para encerrar a sua carreira, jogou em clubes como Djurgårdens IF da Suécia, Derby County e treinou no Varese, que disputava a quarta divisão do futebol italiano, sem receber salário por dois meses.


Foi então, que no mês de janeiro de 2007, Ba acabou participando de um retiro que o clube Rossonero fazia em Malta para se recuperar de uma contusão no tornozelo que já estava começando a comprometer o joelho. Depois de ficar mais de um ano sem clube, o Milan lhe deu uma nova oportunidade, oferecendo contrato de uma temporada e com a condição de que o atleta aceitasse receber 200 mil euros anuais. No fim, aquilo acabou sendo mais para sustentar o jogador que já estava longe dos gramados desde o mês de janeiro do ano anterior.

Na temporada 2007-2008, o atacante sequer entrou em campo no comando de Ancelotti, que até chegou a relacioná-lo para uma partida que os Diabos disputariam diante do Napoli em Nápoles, mas no fim das contas Ibou não foi sequer para o banco e reservas. Quando a temporada europeia se encerrou, Ibrahim Ba encerrou sua carreira como jogador de futebol profissional com 35 anos de idade.
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