A passagem de Orlando Peçanha pelo Boca Juniors

Foto: El Grafico

Orlando Peçanha jogou no Boca Juniors na primeira metade da década de 60

Orlando Peçanha de Carvalho nasceu dia 20 de setembro de 1935, em Niteroi (RJ). Foi um jogador que colecionou títulos ao longo de sua carreira. Marcou época no Vasco da Gama, no Santos e na Seleção Brasileira, onde foi campeão do mundo em 1958. Além disso, ele teve uma passagem marcante pelo Boca Juniors, onde jogou entre 1960 e 1965.

Revelado pelo Vasco, Orlando atuou na equipe entre 1953 e 1960. Pelo clube, chegou à seleção brasileira em 1958. No mesmo ano, formou a zaga titular da equipe campeã na Suécia ao lado de Bellini, seu companheiro no clube carioca, atuando em todos os seis jogos da equipe no Mundial.

Ao retornar da Copa de 58, vários clubes começaram a namorar o futebol de Orlando Peçanha. Sua habilidade na antecipação e a tranqüilidade na saída de bola chamaram a atenção de dirigentes do Boca Juniors, da Argentina. Mas só depois de dois anos, foi que o Boca conseguiu contrata-lo junto ao Vasco da Gama. Mais um desafio na carreira de Orlando. Mas, confiante em seu futebol, ele soube honrar o futebol brasileiro, fazendo belíssimas partidas pelo clube argentino. No clube argentino, Orlando jogou até 1964, sempre como capitão do time.

Nesse período foi campeão nacional por duas vezes, em 1962 e 1964, e recebeu da crônica esportiva o apelido de “O Senhor do Futebol”. No ano de 1963, Orlando fez uma partida que até hoje ele comenta, pois jogando por clube argentino, enfrentou um clube brasileiro que foi o Santos, na decisão da Taça Libertadores da América. Era uma melhor de três. A primeira partida foi realizada no Brasil, mais especificamente no Maracanã, pois os dirigentes santistas achavam que corintianos, palmeirenses e são-paulinos, iriam torcer contra se jogasse em São Paulo.

Neste primeiro jogo, o Santos venceu por 3 a 2 com dois gols de Coutinho e um de Lima. Para o Boca, os dois gols foram marcados por Sanfilippo. A segunda partida foi realizada uma semana depois, no estádio La Bombonera, que estava completamente lotada para recepcionar seus jogadores; Herrera, Simeone, Madalena, Orlando e Silveira; Rattin e Menendes; Rojas, Grillo, Sanfilippo e Gonzales. Do outro lado todo de branco, estava o Santos que na época tinha um time imbatível; Gilmar, Dalmo, Mauro, Calvet e Geraldino; Zito e Lima; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe.

O Boca saiu na frente com um gol de Sanfilippo, mas com gols de Coutinho e Pelé, o Santos venceu a partida por 2 a 1 e sagrou-se Bicampeão da Taça Libertadores da América. Este jogo aconteceu no dia 11 de setembro de 1963. Depois daquela belíssima apresentação diante da equipe santista, os dirigentes da Vila Belmiro procuraram imediatamente contratar Orlando, mas este namoro durou dois anos, pois somente em 1965 aconteceu o casamento entre Santos e Orlando.


Depois do Santos, ele voltou ao Vasco, onde encerrou a carreira em 1970. Após pendurar as chuteiras, tentou iniciar a carreira de treinador, comandando o CSA, em 1977, e o Vitória, em 1980. Mas acabou se destacando por defender os interesses dos treinadores, como presidente da Associação Brasileira de Treinadores de Futebol.

Ele residia com a família em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro. Orlando foi acometido de uma pneumonia recentemente, mas se recuperava bem, em casa. No dia 9 de fevereiro, Orlando passou mal e foi encaminhado ao hospital, por um médico amigo da família, quando teve uma parada cardíaca indo a óbito. Seu sepultamento foi no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do RJ. Deixou a esposa, Marlene e três filhas: Sandra, Soraya e Suzy.
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