Afundando a cada dia, o Cruzeiro corre risco cada vez maior de "sumir"

Por Lucas Paes
Foto: Fernando Torres/AGIF

Comemoração dos jogadores com Remo constrasta com tristeza cruzeirense

Há três anos atrás, quem via o Cruzeiro se tornar o maior campeão da Copa do Brasil ao conquistar seu sexto título nem imaginava que aquele seria, pelo menos por enquanto, o último suspiro de um clube que começava a se corroer por dentro. Em 2019, o clube foi parar em páginas policiais devido a crimes cometidos por sua diretoria e o rebaixamento veio de uma maneira quase inevitável. Dois anos depois, o clube está quebrado, destruído, com a aura de um zumbi e acabou de entrar na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro da Série B. De engraçada, a situação cruzeirense começa a dar pena.

Poucas vezes foi possível observar um clube ser tão vilipendiado como a Raposa foi. O Cruzeiro hoje vive o resultado de tudo de errado feito por diversas administrações, culminando no desastre ocorrido nas gestões de Wagner de Sá e Gilvan de Pinho Tavares, com as irregularidades que acabaram afastando o diretor de futebol Itair Machado. Corroído por dentro, o Cabuloso se vê hoje sem ter muito para onde escapar, com uma situação cada vez mais irreversível. 

A pandemia do coronavírus complicou ainda mais a situação de um clube que já pedia socorro. Sem sua torcida no estádio, com arrecadação reduzida, a Raposa se vê com dividas envolvidas na FIFA e tem um total de 900 milhões em dividendos totais, podendo inclusive ser rebaixada para a Série C no tribunal, contando é claro que isso não ocorra no campo, o que é perfeitamente possível vendo a campanha atual. Dentro de campo, o trabalho da diretoria atual é desastroso e fora de campo o corpo diretivo segue tentando apagar um incêndio que parece uma queimada irreversível. Em meio a isso, as organizadas recentemente depredaram e invadiram duas sedes do clube e a estrutura corre inclusive risco de ser penhorada devido as dívidas. 

Financeiramente, a situação do maior campeão da Copa do Brasil é de uma tragédia assustadora para um dos maiores times da América do Sul. Como já comentado, são 900 milhões em dívidas globais e cinco processos na FIFA que estouraram ao mesmo tempo, causando diversos transferbans, palavra que até recentemente quem também conhecia bem era o torcedor santista. A situação vai virando uma bola de neve e sem ter recursos para quitar as dívidas, o clube se vê cada vez mais próximo de perder pontos novamente ou mesmo se rebaixado devido aos processos. Por mais bem intencionada que a diretoria atual possa ser, a situação é sim muito complicada e quase irreversível.

Obviamente, o caos externo se reflete dentro de campo. Na Série B, já são 7 jogos sem vitórias, com duas derrotas seguidas e a 17ª colocação, com apenas 11 pontos. O treinador Mozart Santos já começa a ver seu cargo ameaçado e com 12 rodadas, a situação já começa a preocupar. O elenco cruzeirense é limitado e não pode ser reforçando, o que piora ainda mais as coisas. Nem a possibilidade do retorno parcial de torcidas, que deve ocorrer no segundo semestre no Brasil anima muito, já que se 2019 causou as cenas que assistimos no jogo contra o Palmeiras, imagina um time rumando a passos largos para a Série C. Inclusive, em dois anos na segunda divisão, o Cruzeiro nunca frequentou e sequer chegou pero de frequentar o "G4".


A situação do clube mineiro virou exemplo e patamar. No Santos, por exemplo, já é lugar comum entre a torcida que a chegada de Rueda a presidência tem por enquanto evitado que o clube virasse um "novo" Cruzeiro (o que inclusive tem fundo de verdade). No São Paulo, ocorre uma situação parecida. O que parece claro é que desde a queda assustadora vivida pela Raposa, o clube virou um patamar de desastre, um estandarte da tragédia, infelizmente, para os torcedores da Raposa, um pesadelo que parece não ter fim.

Em meio ao caos, parece que testemunhamos aos poucos a morte de um dos maiores clubes que este país teve, já que hoje a melhor solução para o "Cabuloso" pareça ser recomeçar do zero. A situação que era engraçada já começa a dar pena. Fica apenas o questionamento: quem, quando, como conseguirão salvar o Cruzeiro da morte iminente? Uma pergunta que segue sem resposta e sem mostrar caminhar para uma solução. 
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