A fuga de Arilson da concentração da Seleção Brasileira pré-olímpica

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Arilson jogando pela Seleção Brasileira

Arílson Gilberto da Costa, popularmente conhecido apenas como Arílson, completa 47 anos de idade neste dia 11 de junho de 2021. Apesar do ex-atleta fazer conquistar títulos importantes em sua carreira, ele ficou marcado por fugir da concentração da Seleção Brasileira que disputaria as Olimpíadas de 1996, na cidade de Tandil.

Depois de fazer parte do elenco do Grêmio campeão da Copa Libertadores de 1995 e recém contratado pelo Kaiserslautern para jogar no futebol alemão, Mario Jorge Zagallo, treinador da Seleção Brasileira que disputava os jogos pré-olímpicos, convocou o meia para vestir a camisa da Amarelinha. Naquela oportunidade, o plantel da Seleção se encontrava na Argentina no mês de fevereiro de 1996.

Antes de todo o episódio que acabou se tornando uma marca negativa na carreira do jogador, Arílson foi titular e camisa 10 da Seleção Brasileira na Copa Ouro. Mas foram nas partidas pré-olímpicas, que Souza pegou a vaga de titular de Arílson. Reclamando abertamente de não ter mais oportunidades, o meia afirmou que não estava gostando de apenas assistir partidas no forte frio e não entrar em campo.

Foi então, que às 19h15 de um sábado, dia 22, Arilson fugiu da concentração. O jogador demonstrou muito descontentamento por, nas três partidas que o Brasil fez, não compor sequer o banco de reservas. Por isso, foi ao quarto de hotel, juntou suas roupas e se arrumou para ir embora. Chamou um táxi que o levaria para o aeroporto de Buenos Aires, onde tomaria um avião para voltar para casa.

A fuga do jogador acabou não caindo nada bem para o presidente da CBF na época, e muito menos para o treinador. Ricardo Teixeira anunciou o banimento do atleta na Seleção. Zagallo, não poupou palavras e considerou a ação tomada pelo atleta uma traição aos companheiros de equipe, à comissão técnica e ao país. E completou seu desabafo dizendo que não queria mais contar com Arílson.


Arílson chegou a solicitar liberação da Seleção, já que o jogador gostaria de voltar para a Alemanha e jogar pelo Kaiserslautern no dia 27. O atleta ainda retornou para a Argentina, onde recebeu a visita Reiner Geyer, que era dirigente de futebol do clube alemão na época. Na conversa, o representante do time da Renânia-Palatinado pediu para que o jogador pressionasse a comissão técnica da Amarelinha pela liberação. Na cidade de Mar del Plata. Geyer se reuniu com Ricardo Teixeira para também tentar a dispensa. No dia seguinte, o atleta recebeu a resposta de que não seria liberado definitivamente. Na folga do time, Arílson deixou o spa Posada de los Pájaros logo após o almoço e deixou local onde só voltaria no final da tarde. Assim que retornou, pegou o restante de suas coisas e foi embora afirmando que "para estar na seleção e ficar sem jogar, era melhor sair".

Naquela mesma temporada, o meia ainda teria problemas de adaptação com o clima gelado da Alemanha e com Brehme, que era capitão do Kaiserslautern há três anos. Com isso, acabou sendo transferido para o Brasil com apenas 10 partidas registradas com a camisa da equipe alemã ao final da temporada 1995-1996.

Até o final de sua carreira, jogou em clubes renomados do futebol brasileiro como Internacional, Palmeiras e Portuguesa, além de retornar aos Grêmio por duas vezes e também atuar no exterior. Foi então, que no ano de 2012, Arílson anunciaria sua aposentadoria como jogador de futebol profissional.
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