Covid-19: Especialista em Direito Desportivo sugere a reclassificação etária das categorias de base

Foto: divulgação Tática Assessoria

Rafael Cobra é presidente da Comissão de Direito Desportivo da OAB Santos

Os impactos do novo coronavírus no futebol mundial são evidentes. Competições foram interrompidas ao redor do planeta, causando prejuízos a clubes, atletas e a todos os que atuam profissionalmente na realização de eventos esportivos. E um dos setores mais afetados é o das categorias de base.

Sensível aos danos ocasionados pela pandemia de covid-19 aos jovens jogadores das equipes de formação, o advogado especialista em Direito Desportivo Rafael Cobra de Toledo propõe que as entidades de administração do futebol no Brasil revejam, de forma definitiva, a classificação etária na definição das categorias dos atletas, passando a adotar como parâmetro os anos pares (exceção ao sub-21) como limite de participação dos atletas: assim, a temporada de 2021 passaria a ser definida da seguinte forma: sub-12 (jogadores nascidos em 2009 e 2010), sub-14 (07-08), sub-16 (05-06), sub-18 (03-04) e sub-21 (02-01-00).


“Supondo que as atividades esportivas retomem seu curso apenas no segundo semestre, é inexorável os prejuízos ao processo de formação desportiva dos atletas; há que se considerar a temporada 2020 como ‘perdida’ para o conceito ideal de formação desportiva para atletas. Com a reclassificação das categorias, devolver-se-ia aos atletas as oportunidades e experiências práticas que cada ano tem em seus processos de formação desportiva, indispensáveis ao seu melhor desenvolvimento e, assim, buscar limitar ao máximo os impactos que a atual situação mundial nos impõe”, argumenta o sócio da Cobra & Gazolla Advocacia Desportiva e presidente da Comissão de Direito Desportivo da Subseção de Santos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Prejuízo maior para os nascidos em 2000 - Cobra ressalta que, sem a nova reclassificação, os maiores prejudicados seriam os atletas nascidos no ano 2000, que têm em 2020 a última temporada para atuar em competições de categorias de base e chamar a atenção, seja de seu atual clube ou de outras agremiações, para alcançar o nível das competições profissionais.


“Conheço inúmeros casos concretos e entristeço-me em notar que muitos atletas terão seu caminho na busca do sonho de se tornar atleta profissional de alto rendimento dificultado ainda mais, para não dizer inviabilizado, por conta da reformulação do calendário e do cancelamento de competições de base. A descoberta de muitos talentos para o futebol brasileiro e mundial pode não acontecer por conta dos efeitos da pandemia”, conclui o advogado.
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Um comentário:

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