O acidente da delegação do Corinthians no Aeroporto de Quito em 1996

Por Luiz Felipe Gaspar
Fotos: France Press

O Boeing 727 da Fly no Aeroporto de Quito

O ano era 1996. O Corinthians disputava pela terceira vez em sua história da Taça Libertadores da América, graças ao inédito título da Copa do Brasil conquistado no ano anterior. A equipe do técnico Eduardo Amorim terminou na liderança do grupo 4 do torneio continental, com 13 pontos, após enfrentar o Botafogo, Universidad Católica e Universidad do Chile. Foram quatro vitórias, um empate e uma derrota. Segunda melhor campanha da primeira fase.

Nas oitavas de final teve de enfrentar o desconhecido Espoli, do Equador, que havia sido vice campeão nacional da época, e havia terminado apenas na terceira colocação do grupo 1 na fase anterior.

A primeira partida foi na altitude de Quito, na tarde do dia 1 de maio daquele ano, e por lá, os jogadores, comissão técnica, dirigentes, jornalistas e até alguns torcedores com certeza não imaginavam o misto de sentimentos que viveriam.

O jogo começou favorável para os anfitriões, pois logo aos dois minutos já inauguraram o marcador com o atacante Jauch, que de cabeça, aproveitou um cruzamento na área. A vantagem não durou muito, já que dois minutos mais tarde, o zagueiro Cris, que atuou como lateral esquerdo substituindo o titular Sylvinho, também de cabeça empatou após escanteio cobrado por Marcelinho Carioca.

A virada corintiana viria no final da primeira etapa. O atacante Edmundo recebeu lançamento de Marcelinho e na entrada da área, dominou, e na dividida com o zagueiro do Espoli, a bola encobriu o goleiro equatoriano Boele. Na parte final do segundo tempo, a vitória foi garantida quando Marcelinho cruzou para área buscando o atacante Tupãzinho e o zagueiro Garcia empurrou a bola para o próprio gol. 

A alegria do grande passo dado rumo a fase seguinte contrastou horas depois, no retorno ao Brasil. Chovia na capital equatoriana no momento da decolagem do Boeing 727 da empresa carioca Fly Linhas Aéreas, que enfrentou problemas para alçar voo, derrapou na pista molhada, se chocou com um muro de proteção e quase foi parar em uma avenida ao lado do aeroporto.

Avião só parou na rua, depois do muro. Não houve vítimas fatais

O pânico tomou conta da tripulação quando uma das asas da aeronave começou a pegar fogo. Após o susto, alguns jogadores apenas sofreram leves escoriações e todos os passageiros puderam respirar aliviados no dia seguinte, quando desembarcaram em solo brasileiro.

A equipe corintiana naquela tarde que a vitoria quase se transformou em uma tragédia teve Ronaldo no gol, André Santos na lateral direita, Alexandre Lopes e Henrique na zaga e Cris atuando na lateral esquerda; Bernardo, Zé Elias (Júlio Cesar), Marcelinho Carioca e Souza (Tupãzinho) no meio campo e Edmundo com Leonardo (Marcelinho Paulista) formando a dupla de ataque.

O Corinthians voltou a vencer o Espoli na partida de volta, uma semana depois, no Pacaembu, por 2 a 0, e garantiu vaga para as quartas de final da Libertadores, onde enfrentaria o Grêmio, que vencera a competição um ano antes. O sonho do título inédito da América parou nos gaúchos com uma derrota por 3 a 0 em casa e um triunfo por 1 a 0 em Porto Alegre.
←  Anterior Proxima  → Inicio

Um comentário:

  1. Poxa eu tinha sido aprovado para ser comissário desta empresa , agora que eu soube dos detalhes do acidente .
    Um desejo jogado no lixo .

    ResponderExcluir

O Curioso do Futebol

O Curioso do Futebol
Site do jornalista Victor de Andrade e colaboradores com curiosidades, histórias e outras informações do mundo do futebol. Entre em contato conosco: victorcuriosofutebol@gmail.com

Twitter

YouTube

Aceisp

Total de visualizações