Fim dos campeonatos estaduais será o golpe de misericórdia no futebol brasileiro

Por Lula Terras*

Sem estaduais, seria mais difícil um Osasco Audax aparecer

Todo final dos campeonatos estaduais volta à tona as críticas sobre a inviabilização deste tipo de competição, alegando que elas são deficitárias e a qualidade técnica dos jogos é sofrível. Para espanto geral, os críticos mais contundentes têm sido alguns jornalistas esportivos, que esquecem, ou não, que tiveram a oportunidade de presenciar todo o passado de glórias que estas competições trouxeram para os amantes do futebol.

Eles, numa sugestão simplista, entendem que é melhor acabar com este tipo de competição e fortalecer competições nacionais, situação que virá a calhar para aqueles que vivem do futebol sem ao menos ter chutado uma bola em toda sua vida, no caso de grande parte de nossas autoridades, dirigentes, mídia e empresários de futebol, que acalentam o sonho de "europeizar" o futebol brasileiro, diminuindo drasticamente o número de clubes em condições de disputar títulos, ficando mais fácil de controlar os campeonatos e com custos bem mais acessíveis.

Juventude na final do Gauchão

Eu e creio que todos os que amam o futebol não pensamos assim. O que a gente quer é o fortalecimento do futebol brasileiro em um todo. Que voltem os espetáculos nos gramados, recheados de atletas talentosos, mostrando ao mundo que o Brasil voltou a ser o País do Futebol.

Sei que para que isso aconteça, muita coisa tem que mudar. Principalmente na cabeça do torcedor, que deve participar mais da vida de seu clube do coração e entender que o futebol é motivador do amor e não da violência.

* Lula Terras é jornalista, assessor de imprensa da Prefeitura de Cubatão e torcedor do Santos FC.
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3 comentários:

  1. Sou torcedor do Penapolense e me sinto absolutamente livre para falar: o que mata os pequenos clubes do interior é justamente o atual formato dos campeonatos estaduais. Clubes que jogam de janeiro a abril e depois precisam se virar da maneira que dá no resto do ano. Jogadores desempregados, estádios fechados. Não é possível que alguém com o mínimo de honestidade intelectual defenda isso. Ou, por incapacidade, não consegue ter uma reflexão crítica da realidade, ou tem interesses mesquinhos envolvidos em federações estaduais. Nós, os torcedores de clubes pequenos, queremos vê-los jogando o ano inteiro, contra nossos rivais locais e regionais. Sonhando com, quem sabe, após fazer uma bela campanha em nosso âmbito local, disputar uma partida contra os grandes clubes do país. Ou, a médio e longo prazo, crescermos e nos desenvolvermos o suficiente para quebrarmos os limites regionais e alçar voos mais altos. Mas A ÚNICA COISA QUE NÃO QUEREMOS é que tudo fique como está.

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  2. Na minha opinião o campeonato estadual é o que o futebol brasileiro tem de melhor.. Os campeonatos estaduais não servem somente para times do interior jogarem com times da capital..
    Mas também, por exemplo, a manutenção das torcidas (o que seria hj. os times Remo e Paysandu sem o campeonato paraense ou os times América e ABC sem o campeonato riograndense?? e o Grêmio e Inter que não ganham um campeonato nacional há um bom tempo)..
    Mas o problema é que os campeonatos estaduais não leva a lugar nenhum (deveria classificar para algum campeonato) e os times que não tem divisão, ficam de férias semestral (poderia ter copas estaduais que fosse classificatória para a série D).. Mas para a CBF é mais fácil acabar com os estaduais porque valorizar o futebol como um todo (e não valorizar somente os times grandes) tem que pensar.. e a CBF e a maioria dos jornalistas esportivas não são disso.. É mais fácil copiar o futebol Europeu..

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  3. Pra mim seria um sonho se os clubes pequenos tivessem calendário o ano todo. Com transmissão dos jogos, cada um pra seu estado.
    Sou a favor dos estaduais e a favor de um campeonato brasileiro pra todos os clubes pequenos, claro que bem regionalizados

    Série A com 20 clubes e 4 rebaixados
    Série B com 24 clubes com 4 promovidos e 6 rebaixados
    Série C com 80 clubes em 4 grupos de 20 clubes com 6 promovidos e 16 rebaixados
    Série D com 256 clubes em 16 grupos de 16 clubes com 16 promovidos e 64 rebaixados
    Série E com x clubes em 27 grupos com 64 promovidos e 108 rebaixados
    Série F apenas para os estados que ainda possuírem times.

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