Último confronto entre Klopp e Guardiola na Premier League entregou tudo o que se esperava

Por Lucas Paes
Foto: Getty Images

Lance perigoso na partida

O domingo do dia 10 de março de 2024 marcou o fim de um dos maiores confrontos entre treinadores dentro da Premier League e talvez tenha marcado o último jogo entre os dois na história do esporte. Num Anfield abarrotado, Klopp e Guardiola entregaram tudo o que poderíamos esperar no duelo entre Liverpool e Manchester City pela Premier League. Um deleite de futebol intenso, técnico e de polêmicas típicas de um clássico entre dois postulantes ao título, com Klopp mostrando toda sua maestria ao fazer um time desfalcado simplesmente engolir o City na maior parte do jogo. 

O jogo valia muito para ambos os envolvidos e, para quem no fim das contas sorriu a toa com o resultado, o Arsenal. City e Liverpool duelavam diretamente pela liderança da Premier League, num confronto que poderia praticamente matar quem perdesse e que poderia deixar tudo maravilhoso para o time de Arteta em caso de empate. A história, porém, foi muito mais do que só esse aspecto.

Diante da fortaleza vermelha abarrotada, palco perfeito para os comandados de Klopp, quem não se intimidou e começou melhor foi o Manchester City, que pressionou no início, obrigou Kelleher a trabalhar e esfriou um pouco a insana torcida vermelha. Curiosamente, o Liverpool até chega a marcar um gol bem anulado num dos momentos que escapou, mas sofreu muito nos primeiros 15 minutos. A partir dali, porém, passou a dominar as ações, encurralar o time azul e, curiosamente, quando fazia isso, levou um gol de Stones numa jogada de escanteio com bobeira de marcação vermelha.

Só que a partir daí o jogo virou um atropelo vermelho. O time de Klopp passou a não deixar mais o City de Guardiola jogar como gostaria e o duelo ficou claramente incômodo para o time, que agradeceu aos céus por sair do primeiro tempo em vantagem, já que Szoboslai e Darwin perderam boas chances de empatar o duelo. O City assustou em algumas escapadas, mas na verdade estava pouco a vontade em campo. 

O panorama não mudou no segundo tempo, na verdade só piorou e muito rápido para o time do Guardiola. Sufocado desde o primeiro minuto, o City cedeu o empate aos oito minutos, numa bola mal recuada por Aké que terminou em pênalti de Ederson em Darwin Nuñez, que ainda resultou numa lesão aparentemente grave do goleiro Ederson, que saiu poucos minutos depois. MacAllister converteu o pênalti com categoria e a partir daí o Anfield desabou em cima do Manchester City, que parecia ter em campo a envergadura do time da terceira divisão de 1998 e não do multicampeão atual. 

Eram erros sucessivos, uma pressão assustadora dos Reds, que já engoliam o time de Guardiola quando Salah entrou. De Bruyne fazia uma partida muito aquém de seu talento e Haaland sequer aparecia em campo. No primeiro lance na partida, o Rei Egípcio deixou Luís Diaz sozinho e o colombiano perdeu uma chance que jamais pode ser perdida num jogo dessa magnitude. Ortega também salvou os azuis várias vezes. O Liverpool perdeu várias chances que não podem ser perdidas num jogo dessa magnitude. A verdade é que um atacante como Diogo Jota fez muita falta.

Curiosamente, num duelo de dois técnicos geniais, ambos provavelmente cometeram erros graves. Klopp tirou Darwin de um jogo onde o uruguaio não deixava a defesa citizen em paz, enquanto Guardiola simplesmente sacou De Bruyne do jogo e até passou a melhorar no meio campo, mas perdeu em criatividade. O City suportou a pressão e com o Liverpool cansado assustou, mandando duas bolas na trave, mas o lance chave do jogo ainda estava por vir. 


No último respiro da partida, a polêmica que não pode faltar num clássico desse tamanho veio. O relógio marcava quase 53 minutos do segundo tempo quando numa bola quicada na área, Doku jogou o pé numa dividida e acertou a bola, mas acertou principalmente o peito de MacAllister, num lance que, na opinião deste que vos escreve, poderia vir num livro de regras como uma definição do que é pênalti. Nem Michael Oliver marcou e nem o VAR chamou e o placar terminou empatado, para o lamento do time da casa.

O último duelo de Premier League entre Klopp e Guardiola terminou com o alemão mostrando principalmente porque esse duelo foi tão incrível. O carismático germânico fez com que um time absurdamente desfalcado fosse muito melhor que o Manchester City durante a maior parte do jogo, teve mais posse de bola, mais finalizações e deveria ter vencido o rival. O empate, porém, encerra essa história com uma igualdade digna de um confronto que valeu muito a pena para quem soube aproveitar. Quem agrade é o futebol. 
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