A história de Pai Santana com o Vasco

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Pai Santana num ritual famoso pré jogo no Cruzmaltino

No futebol os olhares dos torcedores, da mídia e de grande parte do público estão sempre voltados as figuras centrais do jogo: jogadores, principalmente, mas também treinadores, dirigentes e empresários são figuras mais conhecidas quando se fala no esporte bretão, assim como alguns jornalistas (como por exemplo o repórter Fabrízio Romano). Outras figuras centrais ao jogo, tão importante para o clube quantos os atletas, por vezes ficam no anonimato, mas às vezes também consegue virar personagens do ludopédio, como é o caso de Eduardo "Pai" Santana, massagista com uma hstória enorme ligada ao Vasco.

Pai Santana foi na sua juventude um promissor pugilista que prometia conseguir lutar nos mais conhecidos circuitos do seu esporte, mas acabou não conseguindo, numa era muito mais complicada, transformar seu talento em ganha pão. Acabou estudando e virando massagista e, apesar de passagens por clubes como Fluminense e até pela Seleção Brasileira, se tornou figura conhecida e até ídolo da torcida vascaína. 

Todo o carinho da nação cruzmaltina veio ao longo das várias décadas em que Santana esteve servindo o clube. Fortemente ligado a Umbanda, matriz religiosa de cunho africano, Santana dirigia ritos dentro dos cultos e por isso era chamado de Pai. O apelido, porém, fez até certo jus com alguns jogadores, já que ele também chegou a ser figura paterna para sujeitos como Edmundo e até para Dinamite. O massagista fazia de tudo para recuperar os jogadores o mais rápido possível.

As funções, porém, que o levaram a ter o carinho da torcida cruzmaltina, tinham a ver com o folclore e com o sentimento que possuía pelo clube. Antes dos jogos, Santana era anunciado após os jogadores na escalação e entrava em campo com um fraque e uma bandeira vascaína, a colocando no gramado e beijando, num ritual que fez com que os torcedores ao longo dos anos cantassem seu nome e que virasse até bandeira da Força Jovem, maior organizada do Cruzmaltino. 


Santana inclusive criou uma mística ligada a sua religiosidade, já que fazia trabalhos para que jogadores adversários não fossem bem diante do Vasco, com o objetivo de que o Cruzmaltino vencesse, inclusive tendo feito alguns contra Pelé e Zico. Sua figura foi tão mística com o Vasco que virou inclusive parte do enredo da Imperatriz Leopoldinense que homenageou o clube no Carnaval de 2000. 

Santana trabalhou no Vasco até meados de 2006 e pouco depois de deixar o clube teve um AVC que o deixou muito mal. Faleceu em 2011, deixando órfã uma enorme torcida e virando uma figura mística do Vasco, com direito a seção na parte de ídolos do site e lembranças até os dias atuais. Seu filho, por exemplo, chegou a repetir o gesto de beijar a bandeira no gramado que o pai fazia em 2021.   
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