Séries A2 e A3 do Paulista de 2022 têm pior média de gols do século

Com a colaboração de Fernando Martinez / Jogos Perdidos
Foto: José Eduardo Arroyo / Jornal A Comarca

Portuguesa Santista e Monte Azul são os dois piores ataques da A2 e empataram em 0 a 0

Se você, que acompanha as divisões de acesso do futebol paulista, percebeu que as bolas na rede estão rareando nas Séries A2 e A3, não é apenas percepção. Levantamento feito por Fernando Martinez, dos Jogos Perdidos, aponta que a o segundo e terceiro escalões do estado, na temporada 2022, têm a pior média de gols do século.

Na Série A2 2022, por exemplo, faltando um jogo para completar 10 rodadas, sendo 79 jogos realizados até agora, a média é de apenas 1,9 gol por jogo. Times como Portuguesa Santista, com apenas três gols em 10 jogos, e Monte Azul, com quatro (inclusive jogaram neste sábado e o resultado, olha só, foi de 0 a 0). Só para se ter uma ideia, a média em 2001 foi de 3,23 por partida, a melhor deste século.

Médias de gols na A2 neste século - Gráfico Jogos Perdidos

O gráfico feito por Fernando Martinez, que foi postado no Twitter dos Jogos Perdidos, demonstra que, salvo exceções em alguns anos, a média de gols vem caindo a cada ano. A segunda pior média deste século é justamente a do ano passado, com 2,03.

Na Série A3 não é diferente. Apesar de algumas variações, com a queda de média de gols não ser tão constante, a temporada de 2022 tem a pior delas: 1,92 gol por jogo. A melhor neste século é a de 2005, com 3,35, seguido por 2001, com 3,3.

A média da A3 - Gráfico Jogos Perdidos

Na A3, como dito anteriormente, há algumas altas ao longo dos anos e o gráfico demonstra que a queda não é tão constante. A segunda pior média é de 2019, com 2,31, seguido de 2017, com 2,32 e 2021, com 2,34. Porém, assim como a A2, as piores médias estão nas últimas seis temporadas.

Autor do estudo e jornalista que cobre com afinco as divisões de acesso do futebol paulista, Fernando Martinez tem uma teoria para esta queda constante. "Essa piora não acontece à toa. Técnicos em sua maioria ultrapassados que baseiam o jogo no tikitaka daquele Barcelona. Só que era um time mágico e ninguém tem 0,01% da capacidade técnica daquele elenco. Sobra a 'posse de bola' sem que ninguém saiba o que fazer com ela", explica.


E ele completa. "Ainda espero que apareça algum treinador que realmente se preocupe em resgatar um futebol mais objetivo, preocupado com o gol e não apenas no fato de não sofrer gols. Alguém que nos salve dessa enorme série de jogos modorrentos que começam já na base", finaliza".
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