E se o alambrado do São Januário não tivesse caído...

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Momento em que o alambrado caiu e deixou 150 feridos

É claro que é muito difícil e complicado a gente tentar prever com tanta exatidão, qual seria o resultado final daquele jogo decisivo entre Vasco e São Caetano, na final Copa João Havelange de 2000, se não houvesse o acidente do alambrado, ocorrido em 30 de dezembro de 2000. Neste momento, só é possível levantarmos hipóteses do que provavelmente aconteceria. Como sabemos, o futebol não é uma ciência exata e nem sempre o time que está melhor em campo sai vitorioso.

Naquele dia, foi o clube do ABC quem propôs os jogo, mesmo atuando diante de um São Januário lotado de vascaínos. Eram raras as vezes que os mandantes conseguiam incomodar a defesa azulina. Ali, o Pequeno Gigante mostrava que tinha time suficiente para bater de frente com a forte equipe que o Vasco tinha.

Quando o São Caetano conseguiu tomar conta do jogo de maneira definitiva, Romário, um dos melhores jogadores da equipe vascaína, sentiu uma lesão aos 15'. Dois minutos após o Baixinho se contundir, os comandados de Jair Picerni, que já estavam completamente instalados no campo defensivo do Vasco, acertaram nada mais nada menos do que duas bolas na trave no mesmo lance. 

Nesta jogada em que o time do ABC quase abriu o marcador, Japinha chutou cruzado e a 'pelota' ainda sofreu um leve desvio de Adhemar no meio do caminho. O goleiro cruzmaltino Helton toca na bola e ela bate trave direita. No rebote, o ídolo máximo da torcida caetanista mandou uma bomba para o gol, mas o guarda redes do time carioca conseguiu espalmar e a bola ainda bateu no travessão antes de ir para fora.

Apesar da forte pressão, o Azulão não conseguiu converter suas chances criadas em gols, mas não se desanimou. Até porque àquela altura, um tento poderia mudar o rumo do confronto. Os paulistas continuavam indo em busca de alternativas para balançar as redes do goleiro Helton e o Vasco ainda teve a certeza da lesão de Romário, o grande nome da equipe, substituído por Viola. Porém, quando o gol do clube do ABC parecia estar cada vez mais maduro, o alambrado caiu e deixou 150 feridos no São Januário. Depois disso, a bola não voltou mais a rolar. 

Agora chegamos no momento da suposição. Vamos lá! Se não tivesse acontecido o incidente, o São Caetano, pelo menos, dava indícios de que em algum momento da partida, conseguiria fazer seu primeiro gol, até porque era ele que estava jogando melhor. Imaginando que a equipe paulista conseguisse sair na frente do placar ainda no primeiro tempo, o Azulão encontraria ainda mais espaços para atacar a defesa adversária, uma vez que o clube carioca precisaria ir em busca do empate. 

Como o time do ABC gostava de aprontar para cima dos grandes times do futebol brasileiro, poderia fechar a sua campanha com chave de ouro, caso Adhemar acertasse uma cobrança de falta ou um chute de longa distância e matasse o jogo em algum momento para garantir o título brasileiro para o Azulão. Um suposto placar de 2 a 0 sobre o Cruzmaltino em pleno São Januário entraria para a história do futebol brasileiro.


Por outro lado, o Vasco poderia achar um gol a qualquer minuto em meio à toda aquela pressão do Pequeno Gigante e se garantir com o placar de 1 a 0 sofrido até o apito final. Conquistando a Copa João Havelange de um jeito bastante dramático. É sempre importante lembrar que foram apenas levantadas hipóteses do que poderia ter acontecido. Neste caso, o famoso "SE" o alambrado do São Januário não tivesse caído.

Olhando por um lado, é difícil até de imaginar como seria o decorrer da partida e de que jeito seria definida, já que ainda tinha muita coisa para acontecer até chegarmos aos 90'. A única certeza que temos é que não existiria aquela vitória do Vasco por 3 a 1 no Maracanã, em janeiro de 2001.
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