Internacional inclui 'cláusula antirracista' em contrato de jogadores

Com informações de O Globo
Foto: divulgação Internacional

O capitão Taison é um ativista antirracista

Apenas na última semana, dois episódios envolvendo o crime de injúria racial tomaram conta do noticiário: a atleta do Nacional, do Uruguai, que chamou uma jogadora do Corinthians de macaca durante a partida pela Libertadores feminina, e a decisão do STJD de aliviar a pena do Brusque e devolver os pontos após um conselheiro ser racista contra Celsinho, do Londrina. Tais atos levantaram perguntas sobre como os clubes se portam quando casos assim ocorrem. Mas o Internacional deu um passo além nesta discussão.

O clube, que teve Taison, 33, como um dos embaixadores da causa antirracista, ele comemorou seu gol contra Grêmio com punho, incluiu uma cláusula antidiscriminação nos contratos de trabalho de jogadores, funcionários e licenciados do Colorado, vedando expressamente qualquer manifestação de preconceito por parte de qualquer pessoa ligada ao clube.

Isso significa que todos que assinaram ou irão assinar qualquer tipo de contrato com o Inter automaticamente se compete a seguir as normas de ética e condutas adotadas pelo clube. Caso contrário, estará sujeito a aplicação de advertência, suspensão e/ou rescisão direta por justa causta. Isso vale para quaisquer atos discriminatórios ou preconceituosos decorrentes de origem, cor, gênero, religião, classe social, capacidades ou limitações.

"Entendemos que isso é uma tendência em várias organizações, e no futebol não seria diferente. Temos demonstrado preocupação e interesse em crescer cada vez mais como instituição ao trazer com bastante intensidade projetos voltados para a inclusão e diversidade, sempre de forma democrática envolvendo nossos consulados e torcedores em geral", afirmou o presidente Alessandro Barcellos.

Além de seguir uma diretriz, o Internacional se protege contra atos que possam ir contra as campanhas da própria instituição. Recentemente, o central Maurício teve contrato rescindido com o Minas após postagens homofóbicas. No futebol, o zagueiro Leandro Castán, do Vasco, e o lateral-direito Samuel Xavier, do Fluminense, foram criticados por torcedores por publicações contrárias ao manifestações de seus clubes no Dia do Orgulho LGBT.


Mas é possível, de fato, rescindir um contrato em caso de preconceito claro e evidente? Para Eduardo Carlezzo, advogado especializado em gestão de esportes, é uma novidade que tende a virar regras. E, sim, há perspectiva jurídica para isso.

"Olhando sob uma perspectiva estritamente jurídica, considerando os termos gerais que são largamente utilizados nos contratos de trabalho entre jogadores e clubes, trata-se de uma novidade e de um dispositivo bastante duro para buscar a prevenção de transgressões ou, se for o caso, para puni-las com a pena mais severa, que seria a rescisão de contrato por justa causa. Já sob uma perspectiva social, é inegável que o clube dá uma demonstração de compromisso na luta contra o racismo, o que poderá servir de exemplo para outros clubes de futebol", afirma Carlezzo.
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