Libertadores 1994 - Quando o Vélez Sarsfield impediu o tri do São Paulo

Por Ricardo Pilotto
Foto: arquivo

Tricolor até ganhou no tempo normal, mas o Vélez ganhou nos pênaltis no Morumbi

Nesta terça-feira, dia 31 de agosto de 2021, se completam 27 anos do vice campeonato do São Paulo na Libertadores da América de 1994. Naquela oportunidade, o Tricolor Paulista perdeu a decisão para o Vélez Sarsfield da Argentina em pleno Morumbi.

De um lado tínhamos o São Paulo. Então atual bi campeão da competição que já havia eliminado Palmeiras, Unión Española e Olímpia ao longo do mata mata e buscava conquistar o troféu da Copa Libertadores pelo terceiro ano seguido. Do outro, o Vélez era o atual campeão do Torneio Clausura de 1993 e que chegou a decisão após passar em primeiro do seu grupo que contava ainda com equipes como Cruzeiro, Palmeiras e Boca Juniors. Na segunda fase, El Fortín tirou Defensor Sporting do Uruguai nos pênaltis, Minérven da Venezuela e o Junior Barranquilla da Colômbia também através de disputa de penalidades máximas. Disposto a conquistar o continente pela primeira vez na sua história, o clube argentino saiu na frente após vencer o primeiro confronto por 1 a 0 realizado no estádio José Amalfitani em Buenos Aires, no dia 24 de agosto.

Foi então que no dia 31 de agosto, exatamente uma semana após o jogo de ida, foi a vez do São Paulo equipe argentina no estádio do Morumbi. Com 32 minutos de jogo, mais de 92 mil pessoas viram Euller ser derrubado ao fazer uma tabela curta já dentro da área e o árbitro apontar uma penalidade máxima favorável ao Tricolor Paulista. Müller foi para a cobrança e não se intimidou com a presença de Chilavert no gol adversário. O artilheiro do time brasileiro deslocou o guarda redes paraguaio para a esquerda e bateu firme no canto inferior direito para igualar o placar agregado da final.

Apesar do time estar jogando fora de casa, um fato curioso aconteceu no intervalo desta partida. Raúl Gámez, que era o Presidente do Vélez na época, invadiu o vestiário da arbitragem. Segundo o capitão Marcelo Trotta, Gámez arrebentou a porta e intimidou Ernesto Filippi, uruguaio que apitava a partida. Para o camisa 2, aquele fato fez a diferença para que o clube voltasse para a Argentina com o título continental, já que com três minutos do segundo tempo, o zagueiro Raúl Cardozo cometeu um pênalti ao colocar a mão na bola de maneira clara dentro da área, mas por contra da pressão de Raúl Gámez, o árbitro não apontou para a marca fatal e mandou a partida seguir.

Depois deste lance, nenhuma das equipes conseguiu movimentar mais o placar e a partida seguiu 1 a 0 para o Tricolor até o apito final.

Com o empate no placar agregado em 1 a 1, São Paulo e Vélez decidiram o título por cobranças de pênalti. Trotta abriu a disputa e converteu. Palhinha foi para a execução da primeira penalidade do Tricolor mas Chilavert foi buscar. No segundo pênalti o próprio foi para a cobrança e abriu 2 a 0. André Luiz foi bater o segundo do time da casa e converteu. Zandoná converteu a terceira da equipe visitante abrindo 3 a 1. Müller não desapontou novamente e recolocou o Tricolor do Morumbi na briga. Almandoz aumentou a vantagem dos argentinos e jogou toda a pressão para o próximo jogador do São Paulo, que precisaria converter para os mandantes seguirem na briga. Euller não sentiu o peso e balançou as redes defendidas por Chilavert. Porém, Pompei acabaria com o sonho do Tricolor Paulista de vencer a Copa Libertadores por três anos seguidos ao converter a última cobrança que fechou a série e deu o troféu ao Vélez Sarsfield em pleno estádio do Morumbi.

Alguns meses mais tarde, mais precisamente no dia 1 de dezembro de 1994, o Vélez, campeão da maior competição do continente sul-americano, disputou a Copa Intercontinental diante do temível Milan, que havia vencido o Barcelona na final do Europeu de clubes com uma goleada acachapante por 4 a 0. O fato do clube Rossonero ter craques como Baresi, Costacurta, Maldini, Desailly, Savicevic e Massaro não pesou e o time argentino, que para muitos, era o azarão e seria derrotado pelo time italiano com certa facilidade venceu o jogo por 2 a 0 e venceu o título mundial daquele ano graças a dedicação de todos que estiveram em campo e representaram o Vélez na memorável conquista daquele troféu que significava o mundo.


Já o São Paulo depois conseguiu o seu terceiro título na competição. Foi em 2005, quando bateu o Atlético Paranaense na decisão, com um remanescente do time de 1994: o goleiro e capitão Rogério Ceni, que estava no banco de reservas naquela partida contra o Vélez. O Tricolor Paulista ainda conquistaria o Mundial, vencendo Al Ahli e Liverpool.
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