Em 1990, Alemanha Ocidental se sagrava tricampeã do mundo

Por Ricardo Pilotto
Foto: arquivo Fifa

Lothar Matthäus levantando a taça de campeão do mundo

Nesta quinta-feira, dia 8 de julho de 2021, se completam 31 anos da conquista do tricampeonato mundial da Alemanha em cima da Argentina em 1990. Este confronto ficou marcado como a final de Copa do Mundo com o futebol mais fraco de toda história.

Para chegar até a final, a seleção alemã teve que enfrentar seleções como Holanda com uma vitória por dois a um, Tchecoslováquia com o triunfo por um tento a zero e tirar a Inglaterra nas penalidades após empatar em 1 a 1 no tempo normal para se classificar para a final. Já a seleção argentina, eliminou o Brasil com uma vitória por um a zero, a Iugoslávia nos pênaltis depois de um empate sem gols enquanto a bola esteve rolando e também a Inglaterra, novamente em disputa de tiros livres da marca penal para se juntar aos alemães na decisão.

Após uma grande caminhada até a partida que definiria o grande vencedor de mais uma edição da Copa do Mundo de 1990 tendo a Itália como país sede, a Alemanha Ocidental e a Argentina tiveram de medir forças para ficar com o troféu de campeão mundial no estádio Olímpico de Roma. Nesta ocasião, a vencedora se juntaria a Brasil e Itália como as únicas seleções do mundo com três títulos da competição.

Os 90 minutos - Por ser uma equipe melhor, a Alemanha Ocidental foi superior na primeira metade da partida. Pressionava a Argentina no seu campo ofensivo, mas acabava não tendo a efetividade necessária para a aproveitar todas as chances que criava. Enquanto isso, os atletas da Albiceleste apenas se preocuparam em se defender, impediam a fluidez da partida e não demonstravam a intenção de armar contra ataques para surpreender os alemães. Sabendo que seria difícil se igualar com sua técnica, os atletas argentinos tentaram se compensar com muita garra, uma marca registrada que o futebol argentino carrega até os dias de hoje.

A primeira vez que a seleção sul-americana conseguiu avançar para o campo defensivo foi no fim da primeira etapa. O meia direita Basualdo faz o fez bom passe para o meio e encontrou Maradona, que precisou disputar a bola com defensor alemão. O craque da camisa 10 acabou caindo no solo e ficou pedindo falta na entrada da área, mas o árbitro nada marcou. Os argentinos ficaram perto de sair na frente do marcador no último lance do primeiro tempo quando Brehme foi tentar recuar para Bodo Illgner, mas acabou errando e quase marcou um gol contra. Após este momento, a torcida presente no estádio Olímpico de Roma vaiou ambas as equipes após o fim do primeiro tempo.

No segundo tempo, a Alemanha Ocidental se mostrava ainda mais disposta a buscar o resultado que lhe daria a taça sem precisar de prorrogação ou decisão em disputa de pênaltis. Os atletas alemães aumentaram ainda mais o seu repertório ofensivo mas continuavam pecando na conclusão e perdendo gols até de dentro da pequena área. Augenthaler conseguiu avançar ao campo de ataque como líbero, recebeu com liberdade já dentro da área, tentou drible em cima de Goycochea e foi ao chão tentando cavar uma penalidade, mas acabou sendo ignorado. Na sequência, o zagueiro Monzón conseguiu salvar um gol em cima da linha.

Mesmo com o zero a zero persistindo em sair do marcador, os alemães não se desesperaram e mantiveram a postura ofensiva adotada desde o início do confronto. Os jogadores da Albiceleste também continuava com a proposta de parar o jogo com faltas e fechar os espaços para evitar que a Alemanha chegasse com perigo a sua meta. Aos 20 minutos, Monzón acabou derrubando Jürgen Klinsmann, que acabou valorizando na queda mesmo que atingido com violência. Foi neste lance, que Pedro Monzón se tornaria o primeiro jogador expulso em uma decisão de Copa do Mundo.

A partir deste momento, o domínio da equipe alemã se tornou mais claro. Lothar Matthäus liderou o time e fez o jogo fluir mais no restante de jogo que ainda tinha por vir. Além disso, a forte marcação implantada em cima de jogadores como Maradona, que atuou durante a Copa inteira com dores nos tornozelos, e Burruchaga, dificultou o futebol da Argentina. O ídolo da camisa 10 da equipe branca e azul recebeu marcação especial de Buchwald neste jogo.

Já contente com o empate em zero a zero e a espera de uma eventual disputa de pênaltis, os argentinos depositavam sua fé em Goycochea, que vivia uma boa fase e passou a substituir o goleiro Pumpido a partir da segunda rodada do Mundial. Até a final, o guarda redes da seleção argentina havia defendido quatro cobranças da marca fatal, justificando a alcunha de 'El Tapa Penales'.

Depois de muitas tentativas, a Alemanha Ocidental conseguiria enfim marcar o gol do título, justamente através de uma cobrança de pênalti na reta final do embate. Na marca dos 40 minutos, Rudi Völler recebeu bom lançamento pelo lado direito, disputou a bola com Sensini e foi ao chão. O árbitro não titubeou e apontou para a marca do pênalti, causando muita polêmica e discussão.

Na cobrança, Lothar Matthaus, cobrador oficial de pênalti da seleção alemã, acabou não se sentindo com a segurança necessária para a execução da penalidade. Com isso, o escolhido foi Brehme, que pegou a bola e converteu a cobrança do tiro livre direto jogando a bola no canto direito de Goycochea. O goleiro argentino acertou o canto canto mas não conseguiu impedir o gol do tricampeonato dos alemães.


Ainda nos instantes finais, os argentinos entraram em desespero ao perceber que a partida já se encaminhava para o seu final e tiveram mais um atleta expulso. O atacante Dezotti perde a cabeça e arruma confusão ao interpretar uma suposta cera de Köhler. O árbitro Edgardo Cordesal, que se encontrava com muita dificuldade de conter os ânimos dos atletas argentinos, deu cartão amarelo para Maradona que reclamava de maneira demasiada e deu motivo para uma grande festa da torcida nas arquibancadas do estádio de Roma.

Após o apito final, a Alemanha Ocidental conquistou o seu terceiro título da Copa do Mundo e se juntou a Itália e Brasil como as maiores campeãs mundiais da história do futebol. A Argentina que havia se sagrado bicampeã da competição na última edição em cima dos próprios alemães em 1986, não conseguiu vencer o título pela segunda vez consecutiva.
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