O inicio da carreira do centroavante Charles no Bahia

Por Ricardo Pilotto
Foto: arquivo

Charles foi um maiores jogadores da história do Bahia

Charles Fabian Figueiredo Santos, conhecido popularmente como Charles, completa 53 anos de idade nesta segunda-feira, dia 12. O ex-jogador apareceu na segunda metade da década de 80, período em que o Bahia tinha um excelente time e vivia um bom momento no futebol brasileiro.

O Tricolor baiano vivia um dos melhores instantes de sua história e Charles, surgindo para o futebol, colaboraria muito para isto. Com apenas 20 anos, estreou no time principal em um jogo contra o Corinthians, entrando em campo com 30 minutos do segundo tempo. No final da etapa complementar, Charles conseguiu fazer uma boa jogada e marcar um belo gol para a vitória do Tricolor. Foi depois deste jogo, que o atleta ganhou o apelido de Anjo 45 da torcida e de toda a imprensa.

O atacante não demoraria muito tempo para agradar os torcedores e o treinador Evaristo de Macedo de uma vez. Em um confronto diante do Criciúma, Charles conseguiu fazer mais um gol decisivo, tocando na bola de cabeça na saída do goleiro do time catarinense e dando a vitória ao Bahia. Com dois gols em dois jogos, o atleta passou a ser titular da equipe e sendo peça chave na conquista do título brasileiro naquela temporada.

Outra partida que Anjo 45 brilhou, foi diante do Santos que tinha jogadores como Cesar Sampaio e o Doutor Sócrates. O time nordestino conseguiu aplicar uma goleada por cinco a um sobre o time alvinegro da Vila Belmiro. Charles fez o gol dele na marca dos três minutos da segunda etapa.

Após ser decisivo em jogos importantes para a equipe, o jovem atacante apareceria mais uma vez para salvar a equipe baiana de um péssimo resultado jogando fora de casa. Em clássico nordestino com o Sport Clube do Recife, que havia sido campeão brasileiro de 1987, nas quartas de final, o Bahia fez um jogo muito equilibrado e disputado jogando na Ilha do Retiro lotada de torcedores do Leão. A equipe da casa saiu na frente no início do jogo, mas Charles conseguiria marcar o gol de empate aos 35 minutos do segundo tempo após cruzamento rasteiro de Paulo Robson.

No jogo de volta realizado na Arena Fonte Nova, a equipe baiana conseguiu suportar a pressão do time pernambucano e passou para as semifinais da competição nacional. Para o Tricolor da Bahia se sagrar campeão brasileiro, ainda eliminaria o Fluminense na semifinal e superaria o Internacional na grande decisão.

Com a conquista, Charles se tornou ídolo para a torcida e em 1989, foi convocado para a Seleção Brasileira de Sebastião Lazaroni. Antes da Copa América, Brasil fez amistosos contra Peru e Portugal. Diante da seleção peruana, o Brasil goleou por quatro a um, com dois gols de Charles. E no confronto com Portugal, marcou mais um tento.

Mas, nas vésperas da competição continental de seleções, o treinador Lazaroni decidiu cortar o atacante por opção técnica. E esse fato fez com que acontecesse uma das maiores revoltas da torcida do clube. A Seleção jogaria particamente toda a primeira fase no estádio da Fonte Nova, em Salvador. Houve um grande boicote por parte da torcida mais popular do Estado. O Brasil jogou para 13 mil pessoas na estreia contra a Venezuela.

O Hino Nacional Brasileiro foi vaiado pelo público local. Mesmo com a vitória por três a um, uma bandeira do país foi queimada. Bebeto, baiano de nascimento, ofendeu torcedores, que por sua vez, jogaram ovo em Renato Gaúcho, por conta de insultos proferidos pelo jogador à Terra de Todos os Santos.

E dentro de campo, sem Charles, o time não correspondeu. Até venceu a Venezuela, por 3 a 1, na estreia (aliás, este foi o primeiro gol da Vinho Tinto em cima da Canarinho), mas depois foram dois empates em 0 a 0, com Peru e Colômbia. A Seleção só deslancharia no último jogo da primeira fase, já no Mundão do Arruda, em Recife, com uma vitória por 2 a 0 sobre o Paraguai, e brilharia no quadrangular final, vencendo os três jogos no Maracanã e conquistando o título. Porém, toda a revolta nas partidas na Fonte Nova fez com que a Seleção só voltasse a jogar no estado de Salvador em 1995.

Charles ainda brilharia com a camisa do Tricolor de Aço disputaria a Libertadores pelo Bahia em 1989. O time baiano foi eliminado nas quartas de final pelo Internacional, vice-campeão do campeonato brasileiro do ano anterior.


No ano de 1990, o Bahia chegaria mais uma vez a semifinal do Brasileirão em mais uma belíssima temporada. O atacante foi artilheiro da equipe marcando 11 gol e foi premiado com a Bola de Prata pela Revista Placar como melhor marcador de todo o campeonato.

No total, o jogador venceu venceu dois Campeonatos Baianos e um Campeonato Brasileiro com a camisa Tricolor. Todas essas conquistas fizeram com que o passe do jogador aumentasse, e com isso, muitos times se interessaram pelo jogador. Seu último título pelo clube nordestino foi em 1991. Depois do clube vencer o campeonato estadual, Charles foi para Belo Horizonte para defender as cores do Cruzeiro.

O atleta ainda sairia jovem do Bahia. Por isso, antes de se aposentar, ainda teria mais uma passagem pelo Bahia no ano de 1996 e jogaria também em clubes como Boca Juniors (indicado por Diego Armando Maradona), Grêmio, Flamengo, Matonense, Desportiva Ferroviária e Camaçari.
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