Depois de mais uma eliminação com uma goleada, será o fim da era Messi? Há futuro sem Leo?

Por Lucas Paes
Foto: PA Images

A goleada foi assustadora no Estádio da Luz

A Liga dos Campeões de 2019/2020 está sendo decidida em um jogos únicos com sede em Lisboa no "Super Agosto" do futebol europeu e nesta sexta-feira, dia 14 de agosto, aconteceu uma das maiores destruições imposta por um gigante a outro em toda a história da competição, se não a maior: o Bayern de Munique simplesmente obliterou o Barcelona e venceu os Culés por 8 a 2, sem nenhum tipo de dó e piedade num jogo que o super-elástico placar ficou até pequeno diante da assustadora superioridade alemã. A pergunta que fica é, se depois de mais uma eliminação vexatória, a era Messi, a mais gloriosa da história do Barcelona, está chegando ao seu final?

A eliminação não necessariamente é uma surpresa. O Barcelona chegou ao confronto como franco atirador diante do que é claramente hoje a melhor equipe de futebol do planeta ao lado do Manchester City e do Liverpool e sabia que poderia ser eliminada e que, em circunstâncias normais, a desclassificação ocorreria. Porém, nem na projeção mais pessimista se esperava uma goleada de 8 a 2, que seria absurda mesmo num placar agregado de dois jogos e se torna ainda mais surreal quando ocorre em um único jogo. Os gigantes catalães não levavam oito gols desde, atenção: 1946. A derrota para os bávaros então já começa a chacoalhar completamente os bastidores no Camp Nou.

Além de todos os pontos históricos, a derrota fecha um ciclo de eliminações na Liga dos Campeões que começou com uma derrota para a Juve e se seguiu com viradas complicadas para Barcelona e Liverpool, em ambos os casos com o Barça chegando ao confronto decisivo com vantagem e a desperdiçando. A derrota por goleada no Anfield Road, um histórico 4 a 0 dos Reds sem Salah e Firmino, parece ter dado início a decadência barcelonista e depois daquilo o clube foi ladeira abaixo, culminando na temporada na seca em 2019/2020, com um final desastroso e melancólico.

As coisas estão mal na Catalunha já há muito tempo. A administração de Bartomeu é de fazer inveja a cartolas brasileiros e comete diversas patinadas, seja em contratações, onde gasta aleatoriamente e sem critério, fazendo investimentos sem retorno e não conseguindo suprir carências do elenco, envelhecido e, com todo o respeito, fraco, dos azulgranas, seja nos bastidores, com rixas internas, nas escolhas de treinadores, enfim, a administração do Barça parece ser uma avalanche de erros que vai aos poucos destruindo todo o legado e toda a ideologia do clube. Para finalizar a questão, nem La Masia tem conseguindo trazer novos bons valores e muitas vezes os que surgem são desperdiçados em detrimento a contratações que não vão bem. O time de Messi é hoje um Boeing que é conduzido por gente que não se qualifica nem a voar um teco-teco e a derrota para o Bayern parece um desastre final.

Em meio a isso tudo, ficam claras necessidades de renovação e rixas que tornam a situação interna insustentável, como expôs Pique em entrevista após a goleada sofrida para o Bayern. Poucas horas após o desastre em Lisboa, toda a cúpula do futebol do Barcelona foi demitida e notícias especulam que Bartomeu vai pedir antecipação das eleições. Em meio a um barco afundado, surgem especulações da saída de Messi, líder técnico, imagem inspiradora e maior jogador da história do Barcelona. Uma ausência que se ocorrer, pode simplesmente mudar para sempre o patamar do clube e não vai ser para melhor. 

A renovação, porém, mesmo que não seja com a saída de La Pulga, é essencial. O Barça não tem hoje condição nem sequer de competir com seus rivais locais e na Liga dos Campeões é claramente inferior a times como Bayern, Liverpool, Manchester City e hoje parece inferior até a forças novas como Atalanta e RB Leipzig. A pergunta que fica no ar é se estamos vendo o fim da "Era Messi", o fim dos dias gloriosos do notório camisa 10 argentino, que tanto fez pelo Barcelona. Mesmo que fique, parece ser difícil, que com seu astro já em final de carreira, o Barcelona consiga recuperar seu espaço no topo do futebol europeu.


Outra questão e essa obviamente não tem resposta é se há futuro após Messi? O Barcelona começa a se ver já com um futuro onde não terá mais seu camisa 10 dentro de campo, já que o "ET" já beira seus 34 anos e não é mais o mesmo cometa que rasgava defesa de outros tempos, ainda que hoje seja um mortal criador de jogadas que segue com um poder de finalização assustador. Com a tendência de que ele cada vez mais seja deslocado para o meio de campo, não é mais possível que Leo tenha de ser responsável por carregar uma equipe inteira nas costas. Parece claro que ele está sobrecarregado e de qualquer forma, com uma carreira já na sua apoteose, é preciso que se pense em como não ter um futuro parecido com as tribulações vividas pelo Milan atualmente, após a saída do astro.

De qualquer form, com ou sem Messi, com ou sem a volta de Neymar, se o Barcelona pensa em retornar ao patamar de um dos melhores times da Europa e do Mundo, terá de revolucionar totalmente o "organismo" do clube, de cima para baixo e de baixo para cima. Mas, dessa vez, parece muito claro que a "Era Messi", de jogos bonitos, gols espetaculares, do show, do encanto e, claro, acima de tudo, de tantos títulos, chegou finalmente ao seu fim. Estamos, provavelmente, testemunhando o canto do cisne daquele que foi um dos maiores esquadrões do futebol. Haverá futuro após Lionel Messi?
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