A primeira Libertadores do Peñarol

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo/Conmebol

Jogadores do Peñarol comemoram o título da Libertadores

O Peñarol é um dos mais tradicionais e maiores times da América do Sul (e do Mundo). Os aurinegros causavam até poucos anos atrás tremores na América do Sul quando pisavam em qualquer gramado e tiveram uma última grande aventura continental recente em 2011, quando perderam a Libertadores para o Santos. Porém, na primeira vez que a Libertadores foi disputada, em 1960, com o nome de Copa dos Campeões da América do Sul, foi o gigante uruguaio que venceu, num 19 de junho há exatos 60 anos.

A Libertadores, ou melhor, Copa dos Campeões, reunia na época os campeões de cada campeonato da América do Sul, em formato bem diferente do atual. Naquela primeira edição, foram apenas sete participantes, campeões nacionais de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Colômbia. Naquela edição ainda não jogaram peruanos, chilenos, venezuelanos e equatorianos, que entrariam, com exceção da Venezuela, no ano seguinte. Os venezuelanos só disputaram a "Liberta" pela primeira vez já em 1964.

O Peñarol abre sua campanha em jogo no dia 19 de Abril, no Centenário, contra o Jorge Wilstermann. Sem piedade, os uruguaios aplicam 7 a 1 nos bolivianos, com quatro tentos de Spencer, um de Cubilla e dois de Borges. Alcócer fez o de honra. Bastou um empate, na altitude de La Paz, no Hernando Siles, onze dias depois, para os Carboneros avançarem. Cubilla marcou o gol uruguaio no duelo, que terminou 1 a 1, com García igualando o marcador.

Na fase semifinal, um duelo complicadíssimo entre o San Lorenzo, que tinha um tel de Sanfilippo, contra os Manyas. Na ida, no Cenenário, no dia 18 de maio, Linazza abriu o placar cedo, mas viu Boggio empatar. O segundo duelo, disputadíssimo a suor e sangue, no campo do Huracán, rival do San Lorenzo, no dia 24 daquele quinto mês do ano, terminou sem gols. No duelo desempate, um jogaço no dia 29 de maio, com Spencer abrindo vantagem para os mandantes e o craque Sanfillipo empatando no apagar das luzes, mas, ainda no finalzinho do duelo, Spencer marcou de novo e fez o gol que classificou o gigante cisplatino a decisão.


A final começou a ser disputada no dia 12 de junho, entre o forte Peñarol e o bom Olímpia, que se tornaria outro gigante destas terras sudacas nas décadas seguintes. No Centenário, no dia 12 de junho, tensão, nervos a flor da pele e Spencer resolvendo, com um gol a dez minutos do fim do jogo. Na volta, disputada no Defensores del Chaco, Recalde abriu o placar para o Olímpia, logo cedo, mas viu Cubilla empatar aos 38' da etapa final e o título ir para mãos urugaias. Pioneiro no campeonato nacional, o Peñarol era também pioneiro no continente e começava uma história gloriosa.

Aquela equipe carbonera, comandada por Alberto Scalone, tinha entre seus destaques nomes de altíssimo quilate na história do futebol sul-americano. Começando desde o gol, com Maidana, passando por Willian Martinez, campeão da Copa do Mundo com a Celeste Olímpica em 1950, chegando em Cubilla, destaque do Uruguai semifinalista da Copa do Mundo 10 anos depois e, é claro, terminando no matador impiedoso Alberto Spencer, maior artilheiro da história da Libertadores, um timaço que venceu com muita justiça aquela Libertadores e que com a mesma base praticamente ainda venceria no ano seguinte em 1966. O título de 1960 foi apenas o nascer de um titã.
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