Briosa 1936 à 1941 - Disputa de títulos, jogadores de seleção e Beristain

Foto: arquivo

A equipe da Briosa de 1937: o segundo dos três terceiros lugares consecutivos no Paulistão

Fundada em 20 de novembro de 1917, a Portuguesa Santista é um dos clubes mais tradicionais do futebol paulista, sendo, inclusive, fundadora da Federação. Como qualquer clube, a Briosa teve grandes períodos ao longo de sua história e o primeiro deles foi na segunda metade da década de 30, quando o time Rubro Verde passou perto do título paulista, teve jogadores de Seleção Brasileira e contou também com o extraordinário argentino Tomas Beristain.

A Briosa estreou no futebol estadual em 1929, pela Liga Amadora de Futebol (LAF), ainda no período amador e volta à competição em 1935, pela Liga Paulista de Futebol (LPF), a mais forte no momento. Neste ano, a Portuguesa Santista foi a quinta colocada entre as sete participantes e ainda viu o rival Santos ser campeão pela primeira vez e o Hespanha, outro concorrente citadino, ficar em quarto.

Pois em 1936 o cenário muda de figura. O time Rubro Verde reforça a sua equipe e com nomes de jogadores que ficariam famosos no futebol brasileiro, como os de Tim e Argemiro, disputou as primeiras posições com Palestra Itália e Corinthians. Porém, a Briosa viu as duas equipes conquistarem um turno cada e acabou ficando de fora da decisão, com o terceiro posto no geral, com dois pontos a menos que o Timão e quatro do atual Verdão, que acabou sendo campeão em uma melhor de três jogos, com as últimas partidas sendo definidas já em 1937.


Falando em 1937, o belo desempenho da Portuguesa Santista chamou a atenção de todos que acompanhavam futebol e Tim acabou sendo convocado para a Seleção Brasileira que disputou o Sul-Americano, realizado na Argentina. O Brasil não conquistou o título, mas por comandar o meio-de-campo, o jogador Rubro-Verde foi apelidado pelos argentinos de "El Peón". Quando voltou ao país, Tim deixou a Briosa, ficou um tempo em Ribeirão Preto e acabou acertando com o Fluminense.

Mas mesmo com a saída de Tim, a Portuguesa Santista continuou forte para 1937. Trouxe Rato, que era do Corinthians, para o lugar de seu grande craque, mas no primeiro turno daquele Paulistão foi apenas razoável, ficando em quarto, com 11 pontos, atrás do Santos, o terceiro, e distante dos dois primeiros: Palestra Itália e Corinthians. Mas isto foi o suficiente para colocar a equipe no segundo turno, onde avançaram apenas os seis primeiros. A Briosa cresceu na segunda parte da competição e ficou apenas a dois pontos do segundo Palestra e a três do campeão Timão. Mas pasmem: se vencesse o Estudantes, em seu último jogo, que perdeu por 4 a 1, teria sido vice-campeão.


Mais uma vez, o belo desempenho da Briosa no Paulistão levou um jogador à Seleção Brasileira: o médio Argemiro. Com isto, ele acabou sendo um dos 22 jogadores que defenderam o escrete nacional na Copa do Mundo de 1938, realizada na França, atuando na vitória sobre a Tchecoslováquia.

Em 1938, o cenário para a Portuguesa Santista foi muito similar. A equipe fez mais um bom Campeonato Paulista e no final ficou novamente em terceiro, com 13 pontos, um a mais que o quarto Palestra Itália, um a menos que o vice São Paulo e quatro do bi-campeão Corinthians. Sim, naquele momento, era a Briosa que se intrometia entre o trio de ferro paulistano.


Porém, o sucesso da equipe fez com que seus jogadores passassem a ser cobiçados pelos poderosos times de São Paulo e Rio de Janeiro. Argemiro, por exemplo, acabou indo para o Vasco. Com a desmontagem da equipe, a Briosa acabou indo mal no Paulistão de 1939, ficando apenas na nona colocação. Porém, o destino faria com que aquela era fosse fechada com verdadeiros shows dentro dos gramados.

Em 1940, chegava à Portuguesa Santista o argentino Tomas Beristain. A princípio, ele não vinha para a Briosa, já que tinha embarcado em um navio, em Buenos Aires, com destino à Europa, que recebia muitos jogadores argentinos na época. Porém, ao fazer uma escala em Santos, o jogador perguntou onde poderia se exercitar para um portuário e ele indicou a Portuguesa Santista, onde fez um treino, gostou do clube e da cidade e resolveu ficar.


Beristain entrou na Briosa no meio do Paulistão de 1940 e abrilhantava os torcedores com suas jogadas fora de série. Diziam que ele cobrava escanteio e pênaltis com uma chaleira. Naquele primeiro estadual com Beristain, a Portuguesa Santista ficou em quinto. O argentino, que até nas folgas chamava a atenção de todos, ao fazer embaixadinhas mirabolantes na orla da praia, deixou o clube em 1941, voltando para a sua terra natal.

Depois desta fase, a Briosa voltaria a ter grandes brilhos em 1959, quando conquistou a Fita Azul do Futebol Brasileiro, em 1964, quando foi campeã da Divisão de Acesso Paulista, e na primeira metade da década de 2000, onde novamente voltou a se intrometer entre as grandes equipes do estado.
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