O Gazeta de Ourinhos e as goleadas sofridas no Paulista B3 em 2001 e 2002

Foto: Estevan Mazzuia / Jogos Perdidos

O Gazeta no Parque São Jorge, quando enfrentou o Corinthians B, em 2001: levou 8 a 0

Alguns clubes são conhecidos por ter retrospectos bem negativos em algumas competições estaduais, ficando com a pecha de ruins. Em São Paulo, atualmente a fama é do Atlético Mogi, que não vence um jogo desde 2017. Porém, na época em que o futebol paulista tinha seis séries, um dos times que ficou com esta fama foi o Esporte Clube Gazeta, de Ourinhos. Disputando duas das três temporadas da Série B3, a equipe levou oito das 40 maiores goleadas da história da competição, inclusive a maior delas.

Fundado em 7 de setembro de 1948, o Esporte Clube Gazeta estreou profissionalmente em 1979, disputando o quinto escalão do futebol paulista. Entre 1980 e 1982, jogou a Terceira Divisão, se licenciando em seguida. Em 2000, o clube volta às competições da FPF, mas fica apenas 18º no Grupo A da Série B2, caindo para a B3, que seria criada em 2001.

Na Série B3 de 2001, o Gazeta esteve no Grupo B e até não começou tão mal assim a competição. Até era derrotado, mas por margens pequenas, e ainda conquistava alguns pontos como os empates com o Catanduvense, Iracemapolense, Ranchariense e Elosport (alguns com vitórias nas penalidades, como previa o regulamento), além de uma vitórias sobre o Itararé, por 2 a 1, em 23 de maio, e pelo mesmo placar sobre o Catanduvense, em 29 de julho.

Porém, ao ver que não teria chances de avançar na competição, o time "tirou o pé" e as goleadas começaram a vir. A primeira foi um 4 a 1 para o Pirassununguense, em 17 de junho, e depois veio um vexame atrás do outro: 5 a 0 para o Prudentino, 5 a 1 para o Comercial de Tietê, 4 a 1 para o Vocem, 5 a 0 para o Tanabi, 6 a 0 para o Iracemapolense, 5 a 0 para o Pirassununguense, 4 a 0 para a Ranchariense, 6 a 0 para o Elosport e 8 a 0 para o Corinthians B, com o time da foto desta matéria.

Em 2001, o Gazeta acabou ficando na 13ª colocação do Grupo B, com sete pontos, já que o Catanduvense foi eliminado da competição na 22ª rodada e seus resultados foram anulados na competição. Foram 10 goleadas sofridas na temporada. Mas em 2002 teria mais.

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No ano seguinte, o Gazeta ficou no Grupo 1 e, assim como em 2001, até não começou tão mal. As derrotas eram por diferenças pequenas e ainda arrancava alguns empates, como 4 a 4 contra o Itapetininga, 2 a 2 com o Votuporanga e Tanabi. Em 16 de junho, o time de Ourinhos sofre a primeira goleada: 6 a 0 para o Itararé, mas nas rodadas seguintes vêm duas vitórias: 2 a 1 sobre o Grêmio Barueri e 1 a 0 sobre o Vocem. Parecia até que a sorte iria mudar de lado, já que nas rodadas seguintes houveram empates com a Santacruzense (2 a 2) e Itapetininga (3 a 3). Eram quatro jogos sem perder!

Até parecia que o time ia engrenar. Mas ledo engano! Foram quatro goleadas em cinco jogos! 4 a 0 para o Votuporanga, aí veio uma derrota pro 3 a 1 para o Comercial, 4 a 1 para o Tanabi, 4 a 0 para o Itararé e, na última rodada, em 25 de agosto, o maior vexame: 9 a 0 para o Grêmio Barueri, time que o Gazeta havia vencido no primeiro turno. A maior goleada da história da B3!

No fim, com os resultados do Vocem cancelados, porque foi eliminado da competição, o Gazeta ficou com oito pontos e na lanterna do Grupo 1. Com os resultados negativos nas duas temporadas, a equipe de Ourinhos não disputou competições profissionais em 2003, se licenciando e nunca mais voltando a jogar.
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