Tico Mineiro na Portuguesa Santista entre 2000 e 2001

Foto: arquivo pessoal

Tico Mineiro, pela Briosa, contra a Ponte Preta, em 2001

É raro ver no futebol jogadores que sejam precisos na bola aérea, usando o cabeceio, e, ao mesmo tempo, ser rápido. Porém, teve um atacante natural de Belmonte, na Bahia, mas que recebeu a alcunha do gentílico de outro estado, que tinha estas duas características: Tico Mineiro, que fez muitos gols pelos clubes onde passou, entre eles a Portuguesa Santista, entre 2000 e 2001.

Nascido em 26 de janeiro de 1976, Dilmar dos Santos Machado começou atuar profissionalmente no Democrata de Governador Valadares, time que o descobriu na Bahia, em 1994. Na época, ele era conhecido apenas como Tico. Porém, em 1996, ele foi para a Desportiva Ferroviária, do Espírito Santo, que já tinha outro jogador com o mesmo apelido. Como ele veio de um time de Minas Gerais, "recebeu um sobrenome" ao seu apelido, virando Tico Mineiro.

Tanto no Democrata, quanto na Desportiva, Tico Mineiro fazia muitos gols e como era rápido, podia atuar como centroavante ou como atacante de lado. Isso fez com que o vários clubes grandes se interessassem pelo atleta, que teve boas passagens por Atlético Mineiro e, principalmente, Botafogo e Criciúma. Porém, jogar no principal estadual do país é interessante para qualquer atleta e em 2000 desembarcou na Portuguesa Santista, contratado pela Multicargo, empresa com atividades no Porto de Santos e que passou a administrar o futebol clube.


Rápido, raçudo, fazedor de gols e com tranças no cabelo, Tico Mineiro logo caiu nas graças da torcida da Briosa. Na primeira fase do Paulistão Série A1, o time foi dirigido por Marinho Peres, ex-zagueiro que esteve na Copa do Mundo de 1974 e depois técnico de sucesso no futebol português. O atacante, naquela fase inicial, que não tinha os grandes, que disputavam o Torneio Rio-São Paulo, já fez grandes jogos pela equipe, que ficou em quarto no grupo Grupo 1, passando a outra etapa, onde teria Santos, São Paulo, Corinthians e Palmeiras.

Na segunda fase, a Briosa, que passou a ser dirigida por Muricy Ramalho, ficou no Grupo 3, ao lado de São Paulo, Guarani e União Barbarense. O grupo foi embolado, com o Tricolor e o Bugre avançando. A Briosa acabou em quarto, com 10 pontos, mas conquistou boas vitórias, como 2 a 1 sobre a Barbarense, fora de casa, e um 3 a 1 sobre o São Paulo, em pleno Ulrico Mursa. Tico, que fazia dupla de ataque com Eliel, ex-Tricolor, fez grandes jogos nesta fase.

Tico Mineiro seguiu na Portuguesa no segundo semestre. O time disputou o módulo branco da Copa João Havelange. Neste momento, o jogador virou a grande referência da equipe, que passou para a segunda fase sendo a segunda colocada no Grupo H. Na etapa seguinte, pelo Grupo 5, foi novamente a vice-líder, mas como só o primeiro avançava, a Briosa foi eliminada.

Em 2001, para o Paulistão, Tico Mineiro ganhou um novo companheiro de ataque: Zinho. E esta foi, provavelmente, a melhor dupla de jogadores de frente que a Briosa teve nos anos 2000. Os jogos em Ulrico Mursa ficavam apinhados de gente para ver os dois 'atazanarem' a vida dos defensores adversários. Faziam o verdadeiro 'pandemônio'!


Até os times grandes sofriam. O Corinthians foi derrotado por 2 a 1. Já a partida contra o São Paulo foi uma das melhores da competição! Um 4 a 4, com direito a três gols de Tico Mineiro. Vale lembrar que jogos empatados naquele Paulista levava à uma disputa curta de penalidades (três para cada lado), valendo um ponto extra. E, apesar dos três gol no tempo regulamentar, o atacante perdeu a cobrança que fez o Tricolor vencer.

Ao fim da competição, a Briosa teve resultados ruins nos últimos três jogos e como o campeonato estava equilibrado, a equipe, que brigava por uma vaga na semifinal, acabou em 11º entre os 16 clubes. Tico Mineiro foi o artilheiro do time na competição e, em seguida, acabou sendo negociado pela Multicargo e ele acabou indo para o Jeonnam Dragons, da Coreia do Sul.

Depois, ele ainda defendeu vários clubes, como Ituano, CRB, CSA, Crac, Sampaio Corrêa, Cianorte, Maranhão, entre outros. Porém, o carinho do torcedor Rubro Verde pelo atacante com tranças no cabelo, rápido e fazedor de gols ficou para sempre, tanto que em 2016, em uma partida da Briosa contra o Tanabi, pela Segunda Divisão Paulista, a Força Rubro Verde o homeageou.
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