Heleno de Freitas no Boca Juniors

Foto: El Grafico

Heleno no Boca Juniors: apenas sete gols em 17 partidas

Um dos maiores jogadores brasileiros da história, talvez o maior da década de 40, Heleno de Freitas era gênio dentro de campo e genioso fora dele. Neste 12 de dezembro de 2020 está completando 100 anos do nascimento desta lenda, que foi ídolo no Botafogo, campeão pelo Vasco, e com passagens por Junior Barranquilla, Santos e America. Mas ele também mostrou seu futebol na Argentina, defendendo o Boca Juniors, mas não teve o mesmo sucesso.

Depois de passar pelos amadores do Fluminense, onde não o profissionalizaram, foi para o Botafogo e fez fama até fora do futebol. Galã, era chamado de Gilda, personagem de Rita Hayworth em filme do mesmo nome. Quando era chamado pro isto, o craque já respondia com um "é a mãe". Porém, mesmo jogando o fino da bola, a Estrela Solitária não conseguia conquistar títulos. Cansada da vida boêmia do jogador, a diretoria do Fogão resolveu negociá-lo. E o interessado foi o Boca Juniors.

A transação entre Botafogo e Boca Juniors foi com valores altos para a época. Segundo informações, Heleno foi vendido por por 600 mil cruzeiros, ou 200 mil pesos, na maior negociação futebolista do continente até então.

Intelectual, algo raro entre jogadores até os dias de hoje, quando chegou em Buenos Aires, em 1948, Heleno passou a ser correspondente esportivo do jornal Diário Carioca. Além disso, mesmo tendo casado a pouco tempo com Ilma Miranda Corrêa Lisboa, o craque não deixou a vida boêmia na capita argentina.

Heleno não foi bem no clube argentino. Mesmo no pouco tempo defendendo o time, marcou 7 gols em 17 jogos disputados. Porém, foi perdendo espaço no Boca Juniores e acabou indo para o banco e cada vez menos jogava.

Enfurecido com a reserva, Heleno de Freitas brigou com dirigentes, membros da comissão técnica e companheiros de time. A solução do Boca Juniors? Foi mandá-lo de volta ao Brasil. Em abril de 1949, o craque deixava Buenos Aires para jogar no Vasco da Gama.


No cruzmaltino, conquistou o seu principal título, o Carioca de 1949. Porém, seu gênio não o impediu de arrumar confusões e acabou brigando com o técnico Flávio Costa. E isto foi crucial para a sua carreira, pois o treinador dirigiu a Seleção Brasileira na Copa de 1950 e Heleno não teve chance de ser convocado, indo jogar no Junior Barranquilla.

Ao voltar da Colômbia, em 1951, se apresentou ao Vasco, que o emprestou ao Santos. No Peixe, brigou novamente e nem chegou a estrear. Foi atuar no America, em 1953, apenas um jogo, o seu único no Maracanã. Mas a Sífilis já dava os sintomas e Heleno estava piorando o seu estado de saúde, vindo a falecer em 8 de novembro de 1959, com apenas 39 anos.
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