Chicão e a "Batalha de Rosário" na Copa de 1978

Foto: Arquivo Fifa

Chicão, com a bola no pé, foi o destaque na "Batalha de Rosário"

Um dos jogos mais duros e pegados da história das Copas do Mundo aconteceu na segunda rodada da segunda fase da edição de 1978, realizada na Argentina, no dia 18 de junho, no Gigante de Arroyito, em Rosário, entre a seleção da casa e o Brasil, que terminou em 0 a 0, com o embate ficando conhecido como "A Batalha de Rosário". Um dos grandes destaques da partida, por sua firmeza, foi o volante Chicão, que completaria 71 anos neste 30 de janeiro de 2020.

Nascido em Piracicaba, ele começou no XV local. Depois, passou por União Barbarense, São Bento e Ponte Preta, até chegar no São Paulo, em 1973. No Tricolor, virou titular da equipe, conquistando o Campeonato Paulista de 1975 e o Brasileiro de 1977. Suas atuações pelo time do Morumbi fizeram com que Cláudio Coutinho o levasse para a Copa do Mundo de 1978.

Era um jogador supervalente, que não tinha medo de cara feia e apavorava os que tinham. Comandava o time. Era tão forte e determinado que um problema crônico no nervo ciático mal o atrapalhava. Durante a Copa, o técnico brasileiro escalou um meio de campo sem Chicão em jogos tranquilos e com Chicão nos outros, podem acreditar.

O jogo contra a Argentina não era dos tranquilos, então o camisa 21 canarinho estava entre os 11 titulares. E em um jogo pegado, com muita catimba, se destacou. Não teve medo da cara feia dos argentinos, apontou dedo na cara, botou a mão no peito dos adversários e ainda destruía as jogadas da Albiceleste como poucos.

A escolha por Chicão, ao invés de Toninho Cerezo, foi acertada até certo ponto, pois o volante sãopaulino mandou no meio-de-campo naquele dia e conseguiu neutralizar as tramas argentinas. Porém, o time perdeu em poder ofensivo e a partida acabou em 0 a 0, o que seria uma fatalidade, que só seria descoberta na rodada seguinte.


Porém, o grande nome era Chicão. Após o confronto complicado, um repórter perguntou ao bravo volante o que ele achou da pressão dos torcedores adversários. Ele, bem humorado, mas também sincero, de pronto respondeu: "Não senti nada, não. Difícil é jogar lá em Piracicaba, com os 'caboclo tacando bloco' na tua cabeça".

Porém, na última rodada, o Brasil venceu a Polônia por 3 a 1, mas a Argentina goleou o Peru por 6 a 0, contando com a ajuda do goleiro Quiroga (argentino naturalizado peruano) e avançou para a final ficando à frente do Time Canarinho no saldo de gols. Ah se aquele jogo anterior tivesse sido 1 a 0 para os brasileiros? Porém, a atuação de Chicão, que faleceu em 8 de outubro de 2008, ficou para a história.
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