Por Lucas Paes
Mohamed Salah e Luka Modric desbancaram Lionel Messi
Recentemente, foram divulgados os nomes dos três concorrentes ao prêmio da FIFA de melhor jogador do mundo, que surpreendentemente não tem o nome de Messi, o que não acontecia desde 2007. A presença do português Cristiano Ronaldo é autoexplicativa, posto que o Gajo fez excelente temporada no Real Madrid e boa Copa do Mundo por Portugal. Mas há quem conteste as presenças de Salah e Modric, devido principalmente a ausência de Messi.
Pra começo de conversa, a presença de Salah na premiação é absolutamente incontestável. O “Rei Egipcio, que hoje é praticamente uma divindade faraônica em Anfield Road, tornou o Liverpool, contestado e questionado no inicio da temporada, uma máquina voraz, feroz e implacável de detonar defesas adversárias. Em sua melhor faceta, o escrete dos Reds era capaz de impor momentos de absoluto pânico nos mais qualificados adversários, como o City bem viu em Anfield. O “Futebol Heavy Metal” de Jurgen Klopp foi absolutamente bem assimilado por Salah, que parecia abençoado, superior aos demais em campo. Como fizeram e fazem Messi e Cristiano Ronaldo, ele nos fez questionar quanto a sua origem, já que tamanho futebol não parecia digno de um mero mortal.
As atuações de Salah foram coisas de encher os olhos. Os Reds, que causaram sofrimento em seus torcedores nos últimos tempos, foram alçados ao patamar de favoritos e não decepcionaram. A conquista europeia só não veio, pois Sérgio Ramos tirou o Rei da final do torneio, em momento onde o Real Madrid conhecia a fúria para qual Porto, City e Roma sucumbiram. Infelizmente, mãos amigas se transformaram em punhais também, mas esqueçamos Karius, pois talvez suas falhas humanas não fizessem diferença com o toque divino de Mo Salah em campo. Toque divino que acabou abalado na copa devido a Ramos.
Em última análise, em uma temporada que não fosse mundialista, já que as ações na Rússia vão (e devem) contar para a disputa, Salah seria até favorito ao prêmio em relação ao jogo. Na opinião deste, ninguém jogou mais bola que o egípcio na temporada. Cristiano Ronaldo foi protagonista no Real Madrid, mas acabou não fazendo lá um super mata-mata na Liga dos Campeões e na final, principalmente, desapareceu, anulado por Lovren. Messi chegou a um patamar onde números não bastam, já que ele teve momentos péssimos em horas decisivas. Atuação apática diante da Roma, péssima Copa com os argentinos. Sua ausência não é de todo injusta. Já Salah decidiu praticamente todos os duelos importantes para os Reds, principalmente na semifinal diante da Roma, onde teve atuação digna de Bola de Ouro. Se precisasse escolher uma partida para justificar a presença do camisa 11, seria o 5 a 2 em Anfield.
Modric, por sua vez, é sim o nome mais contestável. Foi o destaque da Croácia sim, muito por ser o jogador famoso que é, já que o time dos balcãs funcionava bem coletivamente. Inegavelmente, porém, o camisa 10 croata foi um dos maiores responsáveis pela maravilhosa campanha de seu país na Copa do Mundo. No Real Madrid, era um dos pilares pensantes da engrenagem que ajudava a redonda a chegar para os gols do sempre protagonista Cristiano Ronaldo. Tem sido assim há anos, Modric é o melhor operário do meio madridista, camisa 10, o cérebro.
Sua presença torna-se contestável pelos números, principalmente pela ausência de Messi (que, mesmo no lugar do croata, não mereceria mais que o terceiro lugar). Mas a Copa é um cenário de grandes e quem se destaca ali tem que ser parabenizado sim, principalmente quando justificou no resto da temporada. A injustiça da ausência foi cometida com Sneijder em 2010, não poderia ser cometida outra vez este ano. Na opinião deste que vos escreve, Modric poderia ter sido substituído na disputa por Griezzman, dono de gigante mundial pela França, ou até Mbappe, o jovem que parecia jogar há mais de dez anos, tamanha a tranquilidade em perigoso terreno russo. Mas entendo as razões pela presença de Luka.
A disputa, em circunstâncias normais, é entre Cristiano Ronaldo e Salah. Por melhor que seja a Copa do Mundo de Modric, sua temporada não foi superior a de Cristiano, que deve ganhar o primeiro lugar, ou que a de Salah, que atingiu status de divindade e flutuou categoria pelos campos. O prêmio da FIFA é sempre imprevisível e pode gerar surpresas, mas meu palpite, ainda que ache que o egípcio mereça mais, é da vitória de Cristiano Ronaldo, que deve levar a sexta premiação com extrema justiça.
0 comentários:
Postar um comentário