O balanço da Seleção Brasileira em 2016

Jogadores e Tite comemoram o gol de Paulinho. Mudança total nos últimos jogos
(fotos: Lucas Figueiredo / CBF)

A vitória sobre o Peru na noite desta terça-feira (madrugada de quarta no horário de Brasília) encerrou a temporada da Seleção Brasileira em 2016. Em um ano de várias mudanças na equipe, inclusive troca no comando técnico, O Curioso do Futebol faz um balanço do que o time canarinho fez neste ano.

No total, a Seleção Brasileira fez em 2016 12 jogos, sendo oito vitórias, três empates e uma derrota, marcando 31 gols e sofrendo sete. De todas as partidas, apenas uma foi amistosa, contra o Panamá, por 2 a 0, na preparação para a Copa América Centenário. Também é importante lembrar que a Seleção Sub-23 teve um ano cheio de atividades, com nove jogos, e conquistou finalmente a tão sonhada medalha de ouro olímpica.

O primeiro jogo da Seleção no ano foi contra o Uruguai, na Arena Pernambuco, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, com o time ainda sendo dirigido por Dunga. Depois de um bom início de jogo, onde o Brasil abriu 2 a 0, o time 'dormiu no ponto' e viu Luiz Suárez marcar duas vezes e a Celeste sair de São Lourenço da Mata com um empate. O que vimos deste jogo até o fim da Copa América foi perto de um desastre.

O gol de mão do Peru foi a 'pá de cal' para Dunga
(foto: Jim Rogash / AFP)

Em um dos piores jogos de todos os tempos da Seleção, o Brasil levava um baile do Paraguai, no Defensores del Chaco. Porém, no fim, o time acordou e arrancou um empate que nem o torcedor mais otimista esperava. Este resultado acabou dando uma sobrevida para Dunga no comando do time canarinho, mas logo esse cenário iria piorar.

Nos Estados Unidos, para a disputa da Copa América, e sem Neymar, que foi poupado para os Jogos Olímpicos, Dunga mostrou seu fraco repertório tático. Primeiro, o já citado amistoso contra o Panamá, depois um empate sonolento sem gols contra o Equador e uma goleada enganosa contra o Haiti (7 a 1).

A gota d'água veio na derrota para o Peru, no dia 12 de junho. Tá certo que o gol da vitória peruana, de Raúl Ruidíaz, foi claramente irregular, com a mão. Porém, foi mais uma atuação pífia da Seleção Brasileira e para piorar, mesmo vendo que a equipe não reagia, Dunga viu o time sendo eliminado com duas substituições a fazer e não as utilizou. Qualquer treinador, por mais fraco que fosse, tentaria algo. Menos ele! Não podemos esquecer que o técnico fez o mesmo nas quartas da Copa de 2010, onde foi despachado para casa pela Holanda com uma troca para fazer.

Gabriel Jesus fez dois contra o Equador
(foto: divulgação Mowa Press)

O resultado provocou mudanças. A Seleção nas Olimpíadas, que seria dirigida pelo próprio Dunga, passou para as mãos de Rogério Micale, que apesar de um início claudicante, conseguiu se recuperar e conquistar a inédita medalha de ouro. E no time principal, Tite foi contratado pela Confederação Brasileira de Futebol.

E se fosse usar uma frase para resumir os seis jogos do time brasileiro sob o comando de Tite seria a seguinte: "a Seleção perdeu dois anos". A diferença entre o time de Dunga e o do atual treinador é gritante! Movimentações, postura dentro de campo, velocidade das jogadas, marcação... qualquer comparação chega a ser covardia. O time dirigido por Tite, em seis jogos, mostrou muito mais do que em toda a segunda passagem do antigo técnico.

A estreia não poderia ser melhor: vitória contra o Equador, até então líder das Eliminatórias, por 3 a 0, fora de casa. Depois foram mais cinco triunfos: Colômbia (2 a 1), Bolívia (5 a 0), Venezuela (2 a 0), Argentina (3 a 0) e Peru (2 a 0). É um time que se ainda não enche os olhos de todos (alguns já admitem estarem admirados), com certeza reconquistou a confiança do torcedor.

O time do último jogo, contra o Peru
(foto: divulgação Mowa Press)

MELHORES E PIORES

Melhor jogo - Brasil 3 x 0 Argentina - Eliminatórias - Mineirão - 10 de novembro de 2016 - Que jogo! Tá certo que a Seleção Brasileira estava levando pressão no início do jogo, mas após o belo gol de Philippe Coutinho, a Albiceleste não viu mais a cor da bola. No final, os 3 a 0 acabaram sendo pouco pelo futebol que o time canarinho apresentou naquela noite, na volta ao palco do 7 a 1.

Pior jogo - Paraguai 2 x 2 Brasil - Eliminatórias - Defensores Del Chaco - 29 de março de 2016 - Fiquei entre esse jogo e a derrota para o Peru na Copa América do Centenário, mas no jogo nos Estados Unidos, ao menos, o primeiro tempo foi razoável. Neste jogo, a Seleção Brasileira fez uma das piores partidas da história e estava tomando um baile do Paraguai. Na base da pressão, contando com o cansaço paraguaio e com o imponderável do futebol, o Brasil buscou um empate que nem o torcedor mais otimista esperava.

Em alta

Tite - Não poderíamos deixar o treinador de fora dessa. A melhora é enorme em relação ao seu antecessor. Tite deu outra cara para a Seleção.

Phillipe Coutinho - Com Tite, o meia atacante do Liverpool finalmente virou titular, o que era algo que muitos cobravam. Está formando com Neymar e Gabriel Jesus um grande trio e ainda foi o artilheiro da Seleção no ano, com seis gols.

Gabriel Jesus - Foi o grande achado de Tite. Após as Olimpíadas, o técnico deu a camisa 9 da Seleção e o garoto de 19 anos não decepcionou. Foram cinco gols em seis jogos, fora as assistências e as jogadas com Neymar e Coutinho.

Na mesma

Neymar - O grande astro brasileiro iniciou o ano na Seleção como terminou 2015: muito nervoso e sempre estando suspenso. Mas ele foi importante nas Olimpíadas e cresceu junto com o time na fase Tite. Na média e por já ser o maior jogador do País, fica na mesma.

Em baixa

Dunga - Muuuuuito em baixa. A entrada de Tite fez todos perceberam o quanto Dunga fazia mal para o time brasileiro. Ele até agora não conseguiu voltar a trabalhar como treinador, apesar de algumas sondagens dos chineses.

David Luiz - Se já era questionado em 2015, David Luiz saiu da lista de convocáveis. Ele ainda foi titular no jogo contra o Uruguai, o primeiro da Seleção no ano, onde foi apontado como culpado nos gols da Celeste. Depois desta partida, ele foi perdendo espaço e, atualmente, não é lembrado por Tite.
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