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Walter Abrahão - Um dos maiores locutores da história da crônica esportiva brasileira

Por Ricardo Pilotto
Foto: Arquivo

Walter Abrahão foi um dos maiores narradores da história do futebol brasileiro

Nascido em Piraju, no interior de São Paulo, Walter Abrahão, estaria completando 92 anos de idade neste quinta-feira, dia 5 de janeiro de 2023, se estivesse vivo. Durante a sua vida, ele se sagrou como um dos maiores locutores da história da crônica esportiva brasileira.

Filho de imigrantes árabes, Walter se formou em Direito, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no ano de 1958, e foi sócio de um importante escritório de advocacia. Por volta da década de 50 começou a carreira de radialista nas Emissoras Associadas de São Paulo, e não tardou para fazer sucesso na TV Tupi, trabalhando de locutor nas décadas de 60 e 70, onde também era o apresentador um programa esportivo, ao lado de Geraldo Bretas, Ely Coimbra Fernando Gaya Solera e Roberto Petri 

Na década de 80, prestou serviços à TVS, atualmente conhecida como Sistema Brasileiro de Televisão, a SBT, e também na Rede Manchete. Inclusive, nestas duas ele teve a oportunidade de participar das equipes de transmissão seis Copas do Mundo.

Até os dias de hoje, Abrahão é considerado o inventor do "replay" esportivo. Este recurso foi utilizado pela primeira vez em 1963, batizando as repetições de "bi-lance".


Walter veio a falecer no dia 8 de agosto de 2011, por conta de um câncer de pulmão. Em sua homenagem, foi lançada a TV Walter Abrahão, em 2020. O dono do canal é Walter Abrahão Filho, um dos três frutos que o locutor deixou aos 80 anos de idade.

A trajetória de Luciano do Valle como narrador esportivo

Por Lucas Paes
Foto: Folhapress

Luciano do Valle no Pacaembu em jogo do Corinthians

Luciano do Valle, que completaria 74 anos neste dia 4 de julho, foi um dos maiores narradores esportivos que o Brasil já produziu. Dono de uma voz marcante, criador de vários estilos de narração e além de locutor um empresário de relativo sucesso, o campineiro deixou um enorme legado em relação a transmissão esportiva no país e é até hoje, com razão, reverenciado como um dos maiores nomes da história da locução esportiva brasileira.

Começou sua trajetória no Rádio aos 16 anos, na Educadora de Campinas. Poucos anos depois, foi para a Rádio Brasil, onde já iniciou seu trabalho nas transmissões de futebol. Sua carreira começou a decolar mais quando foi convidado por Pedro Luiz Paoliellio para trabalhar na Rádio Gazeta, na capital paulista. Em 1968, foi para a Rádio Nacional, onde passou a transmitir diversas outras modalidades e dois anos depois cobriu o tricampeonato da Copa do Mundo da Seleção Brasileira de futebol.

Foi naquele ano mesmo que passou a fazer parte da televisão, sendo contratado pela equipe de esportes da Rede Globo. Sua primeira participação na Vênus Platinada foi num jogo de basquetebol. Em 1971, chegou a apresentar o programa Dois Minutos no lugar de João Saldanha. Depois da Copa do Mundo de 1974, passou a se tornar o principal narrador da Rede Globo, com a saída de Geraldo José de Almeida, outra referência da área. A partir daquele ano, passou a transmitir a Fórmula 1, sendo inclusive responsável por narrar um dos títulos mundiais de Emerson Fitipaldi. 

Depois da Copa do Mundo de 1982 foi para a Record, ao mesmo tempo em que começava uma carreira paralela no ramo empresarial. Em 1983, foi responsável pelo "Grande desafio de Vôlei", que colocou o recorde de público da modalidade em um jogo entre Brasil e União Soviética no Maracanã, com mais de 95 mil presentes. Ajudou nomes da "Geração de Prata" do voleibol a se tornarem ídolos nacionais, de certa forma moldando a pedra fundamental do sucesso enorme que o Brasil tem hoje no esporte.

Foi para a Bandeirantes em 1983 e por lá promoveu grandes reformulações que tornaram a emissora o "canal do esporte". Na sua época, havia espaço para diversas modalidades nos domingos. Um de seus maiores feitos na Band foi quando eles passaram a transmitir a NBA no canal. Suas narrações marcantes, somadas ao glorioso período de Michael Jordan no Chicago Bulls tornaram a liga popular no Brasil. Um caminho sem volta que ajudou inclusive o basquete a seguir relevante no país, sendo também grande divulgador da Seleção Brasileira feminina que foi campeã mundial em 1994. 


Chegou a deixar a bandeirantes por um curto período nos anos 2000, indo trabalhar na Record novamente, mas retornou ao canal para seus últimos anos de carreira. A partir de 2012, problemas de saúde passaram a complicar suas transmissões, mas não deixou a profissão até o dia de sua morte. Foi vítima de problemas cardíacos quando estava a caminho de um jogo entre Atlético Mineiro e Corinthians. 

Ficou e ficará o legado na comunicação. Luciano mudou o panorama de narração esportiva, não só de futebol, já que foi responsável direto por popularizar diversos outros esportes pelo Brasil. Ele estará sempre no panteão dos gigantes da comunicação esportiva, ao lado de nomes como Fiori Gigliotti, Galvão Bueno, os pais do gol (José Silvério) e da matéria (Osmar Santos). Os nomes que mudaram a transmissão esportiva no país.

Se Osmar Santos é o "Pai da matéria", Fiori Gigliotti é o "Avô da narração"

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Fiori Gigliotti é um dos maiores narradores da história do Brasil

O Brasil é um dos países que pode se gabar de ter narradores de futebol excelentes. No rádio, com nomes atuais como José Silvério, desde já uma lenda da narração, Nilson César, entre outros, até a televisão, que hoje tem nomes consagrados como Galvão Bueno, Cléber Machado e Luis Roberto até o monstro da nova geração Gustavo Villani. Neste dia 21 de setembro, que marca o dia do radialista, falaremos daquele que, se Osmar Santos é chamado de "Pai da matéria" seria o "Avô do gol": Fiori Gigliotti.

Fiori é criador de alguns dos maiores bordões da narração brasileira, frases como "Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo", "E o tempo passa torcida brasileira", entre outras. Fiori, nascido em 27 de setembro de 1928 em Barra Bonita, foi criado no interior paulista e começou a trabalhar em rádios já em 1947. Ali foi o começo de uma carreira que renderia várias condecorações e prêmios. A trajetória de um dos maiores, se não o maior narrador da história do rádio brasileiro. 

Apaixonado pelo Palmeiras, Fiori era, porém, um fã incondicional do Rei Pelé. Segundo o próprio declarou, o melhor jogo que viu na vida foi o 5 a 2 do Santos no Benfica, no Mundial de 1962. Esteve na cobertura de 10 Copas do Mundo no rádio, um recorde praticamente inquebrável e em 2005 recebeu seu último prêmio em vida, sendo homenageado pela Federação Paulista de Futebol, a FPF, quando recebeu a "Medalha da Ordem Nacional do Mérito Futebolístico". A praça em frente a sede da federação ainda recebeu seu nome. 

Fiori nos deixou em 2006, na véspera da abertura de uma Copa do Mundo, numa ironia do destino, marcando para sempre um legado eterno na história do rádio brasileiro e recebendo diversas justas homenagens. Confesso que o estilo de narração de Osmar Santos e José Silvério me marcaram mais durante a vida, principalmente de Silvério, porém Fiori sempre marcou minha vida como um dos nomes marcantes da narração brasileira, vai, no parágrafo seguinte, mais um dos muitos relatos que costumo colocar em artigos, talvez a história de quem é o maior responsável pela minha paixão pela narração esportiva, meu pai.


Quando eu era mais novo e jogava futebol de botão com o "coroa", ele seguia um hábito que segundo me conta tinha desde a infância: imitar narradores de futebol enquanto jogava, algo que despertou minha atenção desde muito novo para a narração esportiva. Fiori Gigliotti é talvez o nome preferido dele e um dos que ele mais imitava. Já cogitei por muito tempo ser narrador de futebol, mas infelizmente até o momento a vida não me permitiu tal feito e também preferi enveredar por outros caminhos. A paixão pelo ofício, porém, não diminuiu e em grande parte disso a história e depois o conhecimento sobre Fiori Gigliotti ajudou nessa sede de conhecimento e nas poucas tentativas de narrar jogos. Infelizmente acho que nunca tive o talento que, infelizmente também, meu pai preferiu não seguir.

Osmar Santos, do qual sou grande fã, é chamado de "Pai da matéria". José Silvério, outro do qual sou grande fã, é o "Pai do gol" Se Osmar e Silvério são os pais na família do rádio brasuca, então Fiori é o avô, devido a toda a revolução que causou no jornalismo esportivo no rádio. Se o Brasil é hoje o celeiro de bons narradores que estamos acostumados, muito se deve a Fiori Gigliotti, o primeiro nome da trinca sagrada que moldou a história dos locutores esportivos de rádio no país. Podem sim existir narradores melhores que Fiori, aliás eles provavelmente já existem, mas se temos hoje grandes narradores é porque um dia existiu Fiori, o revolucionário, o avô da narração esportiva no país.
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