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A trajetória de Luciano do Valle como narrador esportivo

Por Lucas Paes
Foto: Folhapress

Luciano do Valle no Pacaembu em jogo do Corinthians

Luciano do Valle, que completaria 74 anos neste dia 4 de julho, foi um dos maiores narradores esportivos que o Brasil já produziu. Dono de uma voz marcante, criador de vários estilos de narração e além de locutor um empresário de relativo sucesso, o campineiro deixou um enorme legado em relação a transmissão esportiva no país e é até hoje, com razão, reverenciado como um dos maiores nomes da história da locução esportiva brasileira.

Começou sua trajetória no Rádio aos 16 anos, na Educadora de Campinas. Poucos anos depois, foi para a Rádio Brasil, onde já iniciou seu trabalho nas transmissões de futebol. Sua carreira começou a decolar mais quando foi convidado por Pedro Luiz Paoliellio para trabalhar na Rádio Gazeta, na capital paulista. Em 1968, foi para a Rádio Nacional, onde passou a transmitir diversas outras modalidades e dois anos depois cobriu o tricampeonato da Copa do Mundo da Seleção Brasileira de futebol.

Foi naquele ano mesmo que passou a fazer parte da televisão, sendo contratado pela equipe de esportes da Rede Globo. Sua primeira participação na Vênus Platinada foi num jogo de basquetebol. Em 1971, chegou a apresentar o programa Dois Minutos no lugar de João Saldanha. Depois da Copa do Mundo de 1974, passou a se tornar o principal narrador da Rede Globo, com a saída de Geraldo José de Almeida, outra referência da área. A partir daquele ano, passou a transmitir a Fórmula 1, sendo inclusive responsável por narrar um dos títulos mundiais de Emerson Fitipaldi. 

Depois da Copa do Mundo de 1982 foi para a Record, ao mesmo tempo em que começava uma carreira paralela no ramo empresarial. Em 1983, foi responsável pelo "Grande desafio de Vôlei", que colocou o recorde de público da modalidade em um jogo entre Brasil e União Soviética no Maracanã, com mais de 95 mil presentes. Ajudou nomes da "Geração de Prata" do voleibol a se tornarem ídolos nacionais, de certa forma moldando a pedra fundamental do sucesso enorme que o Brasil tem hoje no esporte.

Foi para a Bandeirantes em 1983 e por lá promoveu grandes reformulações que tornaram a emissora o "canal do esporte". Na sua época, havia espaço para diversas modalidades nos domingos. Um de seus maiores feitos na Band foi quando eles passaram a transmitir a NBA no canal. Suas narrações marcantes, somadas ao glorioso período de Michael Jordan no Chicago Bulls tornaram a liga popular no Brasil. Um caminho sem volta que ajudou inclusive o basquete a seguir relevante no país, sendo também grande divulgador da Seleção Brasileira feminina que foi campeã mundial em 1994. 


Chegou a deixar a bandeirantes por um curto período nos anos 2000, indo trabalhar na Record novamente, mas retornou ao canal para seus últimos anos de carreira. A partir de 2012, problemas de saúde passaram a complicar suas transmissões, mas não deixou a profissão até o dia de sua morte. Foi vítima de problemas cardíacos quando estava a caminho de um jogo entre Atlético Mineiro e Corinthians. 

Ficou e ficará o legado na comunicação. Luciano mudou o panorama de narração esportiva, não só de futebol, já que foi responsável direto por popularizar diversos outros esportes pelo Brasil. Ele estará sempre no panteão dos gigantes da comunicação esportiva, ao lado de nomes como Fiori Gigliotti, Galvão Bueno, os pais do gol (José Silvério) e da matéria (Osmar Santos). Os nomes que mudaram a transmissão esportiva no país.

Luciano do Valle treinando a Seleção Brasileira de Masters

Por Lucas Paes
Foto: Fernando Santos/Folhapress

Uma foto um pouco "pesada", com Luciano do Valle, Pelé e Rivellino

Nascido em um 4 de julho como hoje, Luciano do Valle completaria, se estivesse vivo, 73 anos. O mineiro, que deu seus primeiros passos da narração e da reportagem em Campinas, foi um verdadeiro revolucionário da locução esportiva brasileira e a sua voz marcou a história de diversos momentos do esporte brasuca, seja no futebol ou em outras modalidades. Muito ligado ao "ludopédio", Luciano foi o treinador da Seleção Brasileira de Masters durante o ano de 1987, na disputa da Copa Pelé.

O narrador foi um dos que ajudou a criar a equipe, como já destacado neste post. A ideia veio por meados de 1984, quando Luciano, através da sua empresa Luqui teve a iniciativa de juntar craques do futebol brasileiro para jogar amistosos contra seleções de outros países e combinados. O time em si demorou a engrenar e no inicio revezava os treinadores a cada jogo. Por volta de 1986, a equipe começa a fazer sucesso e lotar seus jogos e em 1987 a Luqui e a Bandeirantes idealizam o Mundialito de Masters (na época Sêniors, na verdade), chamado de Copa Pelé.

Devido a ser um entusiasta da equipe já desde o seu início, foi dada ao narrador a honraria de comandar a equipe Canarinho. O convite partiu a partir do momento em que Luciano foi um dos idealizadores do "Mundialito de Masters" de 1987, que ganhou o nome de Copa Pelé. No Brasil, ele comandaria nomes do nível de Dadá Maravilha, Rivellino, Carpegiani, e, pelo menos na primeira partida, um certo craque chamado Pelé. 

Sob o comando de Luciano, o Brasil fez uma campanha de altos e baixos na primeira fase, vencendo a Alemanha e a Itália, perdendo para a Argentina e empatando com o Uruguai, mas se classificou e acabou derrotado pelos Albicelestes na decisão. Sucesso de público e de audiência, com transmissões para vários países e no Brasil narração de Silvio Luiz, o torneio continuou sendo disputado naquela década e, apesar de não comandar o time brasileiro em amistosos, quando os treinadores eram revezados, Luciano seguiu a frente da equipe nas edições da Copa Pelé.


O narrador seguiu no comando do Brasil nas conquistas de 1989 e 1990, onde segundo o próprio "treinador", a equipe se preparou melhor para as competições e por isso venceu. No ano de 1990, houve um outro torneio, chamado de Copa Zico, onde o próprio Galinho de Quintino jogou e o Brasil foi campeão. Em 1991, novamente como Copa Pelé, ele também estava na casamata na conquista verde e amarela nos Estados Unidos, na primeira vez em que a disputa não foi sediada no Brasil, mas o torneio acabou fracassando com relação a presença de público devido a Guerra do Golfo. 

A partir da edição de 1993, disputada na Áustria e na Itália, apesar do locutor ainda comandar os brasucas, a organização passou a ser da Federação Internacional de Futebol Masters, ou IMFA, criada naquele ano com chancela da FIFA. O torneio também passou a ser denominado Mundial de Masters. Aquela seria também a última vez em que a Luqui seria responsável por montar a Seleção Brasileira de Masters. Luciano do Valle encerrou sua trajetória como o técnico da Seleção de Masters com um terceiro lugar. No total, foi responsável por comandar três dos quatro títulos que a Seleção Canarinho levou da competição. A Copa Pelé, nomeada a partir dali Mundial de Masters, foi disputado até 1995.
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