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Lara e as curiosas histórias do homem que quase não virou o goleiro lendário do Grêmio

Por Lucas Paes
Foto: Arquivo

Lara atuou por 15 anos no Grêmio

O lendário goleiro Eurico Lara, citado no hino do Grêmio, é um dos maiores nomes da posição na história do gigante time gaúcho. Nascido em 24 de janeiro de 1897, o atleta de uruguaiana viveu sua vida ligado ao futebol e ao exército. Vários contos cercam a vida do goleiro, que não tem mais testemunhas vivas do seu futebol, numa vida cheia de curiosas histórias, desde o possível fato de que não era goleiro originalmente até o fato de que não queria ir a Porto Alegre.

Lara começou no esporte bretão atuando pelo time do exército de Uruguaiana, sua cidade natal. Como ninguém que o viu jogar está mais por aqui, muitas lendas e contos o acompanham. A primeira é que o Grêmio se interessou por ele devido ao diz que me diz, quando ouviram que tinha um goleiro no exército de Uruguaiana que não perdia quando o goleiro jogava, este era Lara. Porém, há uma história que diz que nem goleiro era.

Essas lendas não são necessariamente excludentes. Lara talvez jogasse em mais de uma posição, habitualmente estando mais na linha, porém atuando no gol, mesmo que improvisado, se destacava e assim o diz que me diz chegou ao Grêmio. Lara não queria porém ir para o tricolor pois não queria sair de seu destacamento pra Porto Alegre. Esta é outra curiosidade que cerca a ida de Lara ao Imortal, que na época ainda não tinha esse apelido, inclusive.

O que o levou ao Tricolor foi, segundo contam, a influência de diretores gremistas dentro dos comandos do exército. Ele acabou transferido do destacamento de Uruguaiana para o de Porto Alegre e com isso passou a atuar também pelo Grêmio. Daí que surgiu a história de que não era goleiro, já que segundo contam, estranhou ser dada a camisa de goleiro no primeiro treino, já que jogava ali improvisado quando não tinha alguém para "catar no gol".


Durante seu período como jogador, conta-se que chegou a jogar um jogo com os braços fraturados e não saiu, nem mesmo tomou gol jogando desta forma. A história de sua morte é um conto curioso e triste, já que, mesmo acometido por uma séria tuberculose, era recomendado pelos médicos que não jogasse a decisão do campeonato estadual contra o Inter. Decidiu jogar, atuou por um tempo e nunca mais saiu do hospital, para onde foi levado no intervalo.

Marcado pela eternidade no clube, foi citado no hino do Grêmio e é lembrado até hoje como um dos maiores nomes da história do Tricolor Gaúcho. Foi quatro vezes campeão estadual e outras onze vezes campeão citadino.

Eurico Lara – o goleiro que deu a vida pelo Grêmio

Por Diely Espíndola
Foto: arquivo Grêmio

Lara, o 'craque imortal', histórico goleiro do Grêmio

O futebol brasileiro é repleto de grandes ídolos que se eternizaram sob os escudos dos clubes tupiniquins. Mas alguns deles, mais do que ídolos, acabam se tornando grandes lendas, cheios de mística em torno de sua história e trajetória. E é impossível falar dessas lendas sem citar Eurico Lara. 

Nascido em 24 de janeiro de 1897, Lara começou sua carreira no futebol atuando como ponteiro esquerdo. Mas chamando atenção por seus 1,90m de altura, não tardou para que Lara migrasse à posição de goleiro. E foi assim que o arqueiro se tornaria um dos maiores ídolos da história do Grêmio. 

Eurico Lara já atraía admiração por onde passava por sua personalidade ética e íntegra. Somado à isso, suas defesas muitas vezes milagrosas foram parte fundamental das conquistas do Grêmio durante as 16 temporadas em que Lara vestiu a camisa do Tricolor Gaúcho. E a última dessas conquistas, seria a responsável por todas as lendas que cercam não somente a vida, mas também a morte de Lara. 

Em 1935, o campeonato portoalegrense seria uma das competições mais aguardadas do Rio Grande do Sul. Além da final ser composta por uma das maiores rivalidades do Brasil, o Gre-Nal decisivo também coincidiria com o centenário da Revolução Farroupilha. Todos esses eventos contribuíram para uma atmosfera de misticismo e que se prolonga até hoje no imaginário dos gremistas. 

Na ocasião do Campeonato Farroupilha, como ficaria conhecida a competição, Eurico Lara sofria de tuberculose. A recomendação médica era que Lara não atuasse mais como jogador, para preservar sua saúde e acelerar sua recuperação da doença que àquela época, ainda possuía um alto índice de letalidade. Além da tuberculose, conta-se que Lara também sofria de problemas cardíacos descobertos após um choque no peito sofrido em uma partida contra o Santos.


Mas Eurico Lara ignorou as recomendações médicas, e em 22 de setembro de 1935, naquele Gre-Nal decisivo, vestiria pela última vez a camisa do Grêmio. 

Conta-se a história de que Eurico Lara havia defendido um pênalti na partida, batido por seu próprio irmão que atuaria pelo Internacional. O irmão teria aconselhado Eurico a não defender, porque bateria forte, mas Lara insistiu em defender a meta gremista. De fato, a bola viria com força tamanha que ao atingir o peito do goleiro, o fez sofrer uma parada cardíaca, e agarrado à bola, teria falecido defendendo as cores do Grêmio, campeão daquele ano. 

Mas, bem, a história não foi bem assim. 

Eurico Lara faria naquela final uma de suas maiores atuações pelo Tricolor Gaúcho. Não há registros de que Eurico tivesse um irmão, muito menos que jogasse pelo Internacional. Também não houve pênalti naquela partida. Contudo, o Grêmio foi sim campeão. Acabou vencendo a partida por 2 x 0, e Lara seria substituído ao fim do primeiro tempo. Mas devido a seus problemas de saúde, a saída do jogador não foi do campo para o vestiário, mas para o hospital, de onde só sairia após sua morte. 

Mas novamente, a história não foi essa. 

Lembram quando eu disse que a trajetória de Eurico Lara era repleta de lendas e mitos? Pois é. Mas de forma alguma, estas lendas diminuem seus feitos. Elas existem para florear uma história bonita por si só, de amor ao clube e honra ao escudo que defendia. 

A história real se assemelha muito a segunda versão contada aqui. Eurico realmente atuou magnificamente naquela final. Foi também um dos grandes responsáveis pela vitória do Grêmio sobre seu maior rival. E de fato, sairia de campo no primeiro tempo, de ambulância para o hospital, por conta de seus problemas de saúde. Eurico ficaria ainda alguns dias internado, mas não só saiu do leito como também voltou a campo, desta vez como árbitro de uma partida entre Nacional x Leopoldinense. Em 29 de outubro daquele mesmo ano, aí sim, Eurico entraria em campo pela última vez, novamente como árbitro, apitando a peleja entre Força e Luz x Cruzeiro de Porto Alegre.

O vídeo do Brisa Esportiva sobre Eurico Lara

Mas após aquela partida, Lara sofreria uma recaída em sua saúde, que em 6 de novembro de 1935 culminaria em sua morte. 

Talvez a partida de Lara não tenha sido tão alegórica quanto contam as diversas versões que cercam sua última partida pelo Grêmio. Talvez ele não tenha falecido vestindo as cores do Grêmio. Mas é fato que ter continuado atuando pelo Tricolor, contrariava as recomendações médicas para sua recuperação. Mesmo doente, Lara se comprometeu a defender o Grêmio enquanto sua saúde lhe permitisse, ainda que lhe custasse a vida. 

Lara honrou o Grêmio até seus últimos dias, e o Grêmio soube bem como retribuir. Em seu hino, o nome de Eurico Lara estará eternizado para que todas as gerações de gremistas que ainda estão por vir, conheçam o goleiro que deu a vida pelo Grêmio. 

“Lara, o Craque Imortal
Soube o seu nome elevar
Hoje, com o mesmo ideal
Nós saberemos te honrar”

Jogadores cantados nos hinos de clubes

Eurico Lara, Domingos da Guia e Leônidas da Silva

Praticamente todos os clubes do futebol brasileiro têm hinos. E as letras destas canções falam das glórias, vitórias marcantes e títulos. Alguns também abordam fatos pitorescos. Há também alguns casos, bem poucos, para falar a verdade, de hinos que falam dos ídolos do clube. E é isto que este texto vai abordar.

O hino mais famoso que cita um ídolo do clube é o do Grêmio. E o homenageado é o goleiro Eurico Lara. Ele, que foi titular incontestável do gol do Tricolor Gaúcho entre as décadas de 20 e 30, ficou marcado por ser um grande atleta, é citado no seguinte trecho do hino:

... Lara o craque imortal
Soube seu nome elevar
Hoje com o mesmo ideal
Nós saberemos te honrar...

Suas histórias pelo Grêmio ficaram tão marcantes, ele defendeu o time até sua morte, em 1935, que surgiram até lendas relacionadas ao goleiro. Uma delas diz que Eurico Lara teria morrido em pleno "Grenal Farroupilha", após defender um pênalti chutado pelo seu próprio irmão. Na verdade, ele morreu dois meses depois, não houve pênalti na partida, e nenhum irmão de Lara jamais jogou no rival Internacional.

Hino do Grêmio

Os próximos dois atletas citados em hinos têm várias características semelhantes: disputaram a Copa de 1938 foram os jogadores mais famosos do Brasil na década de 1930 e ainda têm seus nomes cantados nas canções de clubes compostas por Lamartine Babo.

Aliás, aqui vai um adendo.Lamartine Babo é o autor dos hinos de 11 clubes do futebol carioca. E isso nasceu em uma aposta em um programa de rádio, o Trem da Alegria. Lamartine havia composto a marchinha do Flamengo (Uma vez Flamengo...), que acabou virando hino informal da agremiação, no carnaval de 1945. Depois disso, Heber de Boscoli o desafiou a fazer canções dois outros 10 clubes do Rio de Janeiro e a cada semana ele os apresentou.

Pois quando chegou a vez do Bangu, que havia sido campeão carioca em 1933, Lamartine Babo, que era torcedor do America, resolveu homenagear o zagueiro mais famoso da época, que surgiu no Alvirrubro: Domingos da Guia. Então, a marchinha tem a seguinte citação:

... De lá, pra cá,
Surgiu Domingos da Guia...

Domingos da Guia foi ídolo no Bangu, Vasco da Gama, Nacional do Uruguai, Flamengo e Boca Juniors e Corinthians. Sua classe dentro de campo o fez ganhar o apelido de Divino Mestre, fazendo 30 jogos pela Seleção Brasileira.

Hino do Bangu

Mas Lamartine Babo também usou um outro grande craque quando fez a letra do hino do Bonsucesso: o grande Leônidas da Silva. O craque 'estourou' para o futebol no Rubro-Anil e é claro que o compositor não o deixou de fora da canção:

... Lá surgiu um jogador sensacional
Surgiu Leônidas, o maioral!...

Leônidas foi o grande nome do futebol brasileiro nas décadas de 30 e 40. Além do Bonsucesso, o Diamante Negro foi ídolo no Peñarol, Vasco, Flamengo e São Paulo. Foi artilheiro da Copa do Mundo de 1938, quando o Brasil foi terceiro colocado.

Hino do Bonsucesso

Mas a história das canções com atletas não pára por aqui. Há um outro hino em que um jogador é citado. Quem lembrou disso foi o participante do Panico na Rádio Jovem Pan e Rede Bandeirantes de Televisão, Marcelo de Senna, que tem um blog sobre futebol, o Arte da Bola. O Araxá Esporte Clube, de Minas Gerais, ficou conhecido como Ganso na década de 60 e, por isso, na letra de seu hino tem os seguintes dizeres:

... Ganso forte e genial
Em campo toca e controla a bola
A sua raça engrandece a nossa história
Cantando e vivendo sua glória...

Bom, ao ler isso, você deve estar perguntando: "ganso não é a mascote do clube?". Sim, é! Porém o Araxá ganhou o apelido de Ganso devido ao capitão e beque central do time campeão da Segunda Divisão em 1966, de mesmo nome. Quando o Araxá venceu a Usipa de Ipatinga na grande final, foi com um gol de pênalti dele. O placar do jogo no Estádio Fausto Alvim foi 2 a 1 para o alvinegro.

Hino do Araxá EC

E vocês? Lembram de mais algum hino citando ídolos do clube? Comentem aqui!

Lara, o craque imortal

Lara defendeu a meta gremista por 16 temporadas

Há poucos jogadores na história do futebol brasileiro tão identificados com um clube como Eurico Lara. O goleiro do Grêmio nas décadas de 20 e 30 tem seu nome na letra do hino oficial da agremiação.

Nascido em Uruguaiana-RS, Lara defendeu as cores do Grêmio por 16 temporadas. Graças à suas grandes atuações na fase do futebol amador e sua moral, o goleiro é um dos símbolos do futebol gaúcho e uma verdadeira lenda dos mais de 100 anos de história do Tricolor Gaúcho.ol amador e sua moral, o goleiro a do hino oficial da agremiação.

Lara começou a jogar futebol no time do exército de sua cidade natal. Dizia-se, na época, que na cidade fronteiriça existia um arqueiro que, quando jogava, o time não perdia. Não demorou muito para que as informações sobre o atleta chegassem aos ouvidos dos dirigentes gremistas, os quais imediatamente deslocaram olheiros para a região. Sem demonstrar interesse em atuar como jogador de futebol em Porto Alegre, Eurico Lara acabou sendo transferido de sua terra natal para uma corporação da capital graças a pessoas influentes dentro do Grêmio. Chegando a tenente do Exército, Lara acompanhou as forças revolucionárias que, em 1930, escreveram uma página importante para a história do país.

Sem abandonar a farda, chegou ao Grêmio em 1920 culminando com a conquista do Campeonato da Cidade de Porto Alegre. Dois anos depois, além de defender a seleção do Exército que venceu o campeonato entre as classes armadas, começou a construir sua reputação como goleiro no centro do país, depois de defender, com destaque, a esquadra gaúcha no Torneio Preparatório visando a escolha da seleção brasileira que disputaria o Sul-Americano.

Seu nome está no hino do Grêmio

Lara fechou o gol em uma partida realizada no estádio Parque Antártica entre gaúchos e paulistas. Os donos da casa venceram por 4 a 2 mas, no final, o goleiro do Sul foi ovacionado por uma multidão que invadiu o gramado para cumprimentá-lo. Afinal, não era qualquer um que conseguia defender mais de 20 chutes desferidos pelo atacante Friendereich, o maior nome do futebol brasileiro naquela época. Apesar de tudo, e para surpresa de todos, o gremista não foi chamado para a seleção.

Em setembro de 1935, já doente do coração e com ordem dos médicos para não mais atuar, Lara decidiu entrar em campo para a decisão do Campeonato Farroupilha onde o Grêmio precisava vencer o Internacional para levar o troféu. Foi uma de suas maiores atuações com a camisa do Grêmio perante uma torcida maravilhada e sabedora do esforço realizado pelo atleta para poder participar da partida. Vitória do Grêmio por 2 a 0 e, como de costume, Eurico Lara carregado nos braços do povo.

Esse mesmo povo que lotava as dependências do Estádio da Baixada saiu às ruas, no dia 06 de novembro, dois meses depois do Gre-Nal Farroupilha, para chorar a perda de um dos maiores desportistas do país. O enterro de Lara parou Porto Alegre e o atleta entrou para sempre na história do Grêmio e no coração de quem teve o prazer de vê-lo atuar.

Lara conquistou pelo Grêmio os campeonatos municipais de 1920, 21, 22, 23, 25, 26, 30, 31, 32, 33 e 35; e os campeonatos estaduais de 1921, 22, 26, 31 e 32. Em 1953, o compositor Lupicínio Rodrigues, ao fazer o hino oficial do Grêmio, resolveu homenagear o grande goleiro: “Lara, o Craque Imortal. Soube o seu nome elevar. Hoje, com o mesmo ideal. Nós saberemos te honrar”.

Raro vídeo que mostra Lara

* Com informações do site oficial do Grêmio www.gremio.net.
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