Mostrando postagens com marcador Cronistas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cronistas. Mostrar todas as postagens

Roberto Avallone, exclamação!

Roberto Avallone em ação no Redação SporTV (foto: reprodução SporTV)

A crônica esportiva brasileira perdeu um de seus grandes profissionais. Faleceu na manhã desta segunda-feira, dia 25, Roberto Avallone, aos 72 anos, recém-completados, vítima de um em decorrência de um infarto agudo do miocárdio. O cronista marcou época no impresso Jornal da Tarde e também no Mesa Redonda, programa da TV Gazeta, além de trabalhos em outros diversos veículos de comunicação.

Formado em Ciências Sociais pela PUC São Paulo, Roberto Avallone começou sua carreira no jornalismo nos anos 1960 na imprensa escrita, em jornais como o Jornal da Tarde, sempre cobrindo a área de esportes.

Começou a carreira no mundo esportivo em 1966. No mesmo ano foi para o jornal Última Hora, dirigido na época por Álvaro Paes Leme. Em 1967, foi para o Jornal da Tarde, onde ficou por 23 anos, doze deles como chefe de reportagem esportiva. Foi ainda no JT que obteve dois Prêmios Esso como chefe da equipe que fez a cobertura das Copas do Mundo de 1978, na Argentina, e de 1986, no México.

Em 1984, tornou-se o diretor de esportes da TV Gazeta de São Paulo e, a partir do ano seguinte, passou a apresentar o programa Mesa Redonda, sempre com muita irreverência. Com matérias investigativas, reportagens, entrevistas e polêmicas, muitas vezes o programa foi líder de audiência, o que começou a chamar a atenção de outras emissoras para esse tipo de atração em suas grades. Cobriu mais outras quatro Copas do Mundo.

Desligou-se da emissora em 2003, quando se mudou para a RedeTV!, onde fez o RedeTV! Esporte e o Bola na Rede, até sair, em 2005. Nesse mesmo ano, foi contratado pela Rede Bandeirantes de Televisão. Entre 2005 e meados de 2007, esteve apresentando os programas Esporte Total e Esporte Interativo, além de participar do Jornal da Band.

Também trabalhou nas rádios Eldorado, Jovem Pan, Globo, Bandeirantes, Capital, Record e BandNews FM. Apresentou o programa No Pique, na CNT, de 2009 até 2012. Mantinha um blog em parceria com o Universo Online. Em 2015, foi contratado pelo SporTV, para debater semanalmente no Redação SporTV.

Avallone criou bordões em que geralmente pronunciava a pontuação contida na frase — por exemplo, ao apresentar um belo gol, exclamava "Que golaço, exclamação" ou, ao fazer uma pergunta, dizia "O que será do Corinthians, interrogação". Também usava o bordão "no pique" quando dava alguma informação rápida. Avallone também escreveu o livro As Incríveis Histórias do Futebol, pela Editora Tipo.

Washington Rodrigues, o Apolinho, e sua passagem pelo Flamengo

Apolinho, ao centro, com Romário e Sávio (foto: arquivo Flameno)

Neste dia 7 de abril, onde comemoramos o aniversário de 1 ano de O Curioso do Futebol, também é o Dia do Jornalista. Para festejar a data, O Curioso do Futebol relembrou, no post anterior, dos trabalhos como treinador do cronista esportivo João Saldanha. Agora, vamos recuperar a história de outro profissional da imprensa que teve a chance de dirigir uma equipe: Washington Rodrigues, o Apolinho, e sua passagem pelo Flamengo nos anos 90.

Washington Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro, em 1 de setembro de 1935. Logo de cara, criou uma paixão pelo Flamengo. Estreou na comunicação na Rádio Guanabara, atual Rádio Bandeirantes e passou por todas as grandes emissoras cariocas. Seu apelido, Apolinho, surgiu porque ele utilizava um microfone sem fio semelhante ao dos astronautas da Apollo 11, primeiros homens a pisarem na Lua, em 1969. A alcunha o seguiu durante toda a carreira.

Apesar de ser rubro-negro assumido, a imparcialidade de seus comentários fez que fosse um dos poucos comentaristas com grande aceitação pelas quatro grandes torcidas cariocas. Para se ter uma ideia desta aceitação, ele contou que "certa vez ganhou um prêmio, uma coruja de mármore, dada pela Força Jovem do Vasco." Segundo o próprio, uma das táticas usadas por ele para ser imparcial, é evita fazer a cobertura direta do Flamengo.

Seu sucesso no microfone fez com que alguns de seus bordões fossem adotados pelo povo, como "Entre mortos e feridos, salvaram-se todos", "Chocolate"(que indica uma goleada), "estopa"'(que indica bola dentro do gol), "Mais feliz do que pinto no lixo", "Capinar sentado", "Ô, rapaz", "Briga de cachorro grande", "Tá tão quente que urubu voa com uma asa e se abana com a outra","Bangu faz tanto calor que parece uma lata de alumínio esquenta muito e esfria rápido", entre outros.

Com Romário em treino na Gávea

Mas a carreira de treinador iria aparecer na vida de Apolinho em 1995. O Flamengo, que estava comemorando o centenário de fundação, e, apesar das grandes contratações, entre elas Romário e Edmundo, que formavam com Sávio o 'melhor ataque do mundo', o rendimento do time era um fiasco. Dois treinadores já tinham passado pelo clube naquela temporada: Vanderlei Luxemburgo e Edinho. Chegando na metade final da temporada, o presidente do clube, Kleber Leite, teve a ideia de convidar Washington Rodrigues a assumir o cargo.

"Estava jantando e o Kleber Leite me convidou para encontrá-lo em um restaurante. Imaginei que queria conselhos sobre o momento do time e fui preparado para sugerir a contratação do Telê Santana. Ninguém queria pegar o Flamengo. O papo varou a madrugada. Até que por volta das 3h30 havia um prato virado na mesa e sem uso. O Kleber me disse que tinha um nome e pediu para que virasse o prato. Quando vi que era o meu tomei um susto e perguntei se ele estava brincando. Pensei rápido e aceitei, já que o Flamengo é uma convocação. Foi uma correria. Tinha que me desligar da rádio, TV, jornal. Tudo para evitar conflito", explicou Apolinho.

Sua estreia foi vitoriosa, um 3 a 2 contra o Vélez Sarsfield na Argentina. Até que Apolinho não fez feio, conseguiu livrar o Flamengo da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro e ainda levou o time até a decisão da Supercopa da Libertadores, onde perdeu o caneco para o Independiente. Segundo o Almanaque do Flamengo de Roberto Assaf e Clóvis Martins, Apolinho comandou seu time do coração em 26 jogos, com 11 vitórias, oito empates e sete derrotas. Um aproveitamento de 52,56%.

Washington Rodrigues no estúdio da Super Rádio Tupi

Apolinho sempre disse que não era treinador e que estava ali só porque foi convocado pelo Flamengo e que seria uma espécie de 'obrigação' atender o chamado. Porém, ao fim da temporada, Washington Rodrigues deixou o cargo, que foi assumido por Joel Santana. Em 1998, o radialista voltava ao Flamengo, mas desta vez como diretor técnico. Ele assinou um contrato de dois anos, mas ao final da primeira temporada deixou o posto.

Atualmente, Apolinho escreve uma coluna no Jornal Meia Hora chamada 'Geraldinos & Arquibaldos', de conteúdo leve e bem humorado. Comanda na Super Rádio Tupi, desde fevereiro de 1999, o Show do Apolinho, além de participar do programa Show da Manhã, apresentado por Clóvis Monteiro. Também é o comentarista titular da equipe de esportes da rádio.

João Saldanha - sucesso como cronista esportivo e treinador

João Saldanha com o agasalho da Seleção

O 7 de abril é uma data importante para este site. Hoje completamos 1 ano de atividades. Além disso, a data é importante para os profissionais de comunicação, já que se comemora o Dia do Jornalista. O Curioso do Futebol relembra alguns casos de cronistas esportivos que assumiram cargos de treinador na história do futebol brasileiro.

Antes de falar de João Saldanha, vamos, rapidamente, lembrar do caminho inverso. É comum no rádio e na televisão ex-jogadores e treinadores assumir vagas de comentaristas esportivos. Alguns, só com o conhecimento de campo mas sem técnicas de comunicação, acabam não passando a informação de forma completa. Outros, resolvem se especializar, fazem, inclusive, a faculdade de Jornalismo e acabam unindo as duas profissões.

Fumando e dirigindo o Botafogo

A história mais conhecida de um cronista esportivo que assumiu o cargo de treinador foi a de João Saldanha. Gaúcho de Alegrete, nascido em 3 de julho de 1917, João Alves Jobin Saldanha passou a infância em Curitiba e depois radicou-se no Rio de Janeiro. Na juventude, chegou a jogar no Botafogo mas, depois, estudou Direito e Jornalismo e começou a carreira de cronista na Rádio Guanabara.

Em 1957, então com 40 anos, o Botafogo resolveu contratar João Saldanha para treinador. Mesmo sem experiência no cargo, o cronista dirigiu a equipe que foi campeã carioca naquele ano e ficou no cargo até 1959. Depois disso, resolveu priorizar a carreira na carreira de cronista esportivo.

João Saldanha sendo entrevistado

Com opiniões fortes e contundentes, mas sempre mostrando conhecimento técnico e tático, João Saldanha fazia muito sucesso nas rádios, televisões e jornais do Rio de Janeiro. Filiado do Partido Comunista Brasileiro (PCB) sua escolha para dirigir a Seleção Brasileira em 1969 surpreendeu muita gente, já que vivíamos a época do regime militar. Porém, o presidente da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD), João Havelange, o escolheu alegando que o contratou na esperança de que os jornalistas fizessem menos críticas à seleção nacional, tendo um deles como técnico.

Até a entrada do cronista esportivo no cargo, a maior crítica à Seleção Brasileira era a falta de base. João Saldanha foi, exatamente, na principal crítica: montou a equipe em cima dos times de Santos, Cruzeiro e Botafogo, os melhores do país naquele momento. O time, que ganhou o apelido de "As Feras de Saldanha" era: Félix; Carlos Alberto, Djalma Dias, Joel e Rildo; Piazza e Gerson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu.

As 'feras' Gerson e Pelé com o treinador

E não é que vinha dando certo! Nas Eliminatórias, o Brasil atropelou seus adversários e a torcida voltou a apoiar com fervor a Seleção, algo que havia se perdido após a pífia campanha na Copa do Mundo de 1966. Mas o temperamento explosivo de Saldanha começou a atrair inimigos.

Mesmo com as vitórias, o famoso técnico Dorival Knipel, o Yustrich, do Flamengo, criticava Saldanha abertamente. Até que um dia, o treinador da Seleção ameaçou o rival com um revólver. Além disso, diziam que Saldanha não entendia da parte física, o que causava desentendimentos com a Comissão Técnica, acarretando o pedido de demissão de seu auxiliar. Muitos diziam que era impossível conviver com o temperamento do treinador.

Comentando jogo no Maracanã

A gota d'água, segundo o próprio Saldanha, foi um pedido. O treinador negou uma solicitação do então presidente ditador do Brasil, o militar Emílio Garrastazu Médici, que pedia o centroavante Dario, o Dadá Maravilha, no escrete canarinho. O pedido, é claro, não foi atendido pelo comunista João Saldanha. Com tudo isso, João Saldanha foi demitido da Seleção Brasileira poucos meses antes da Copa do Mundo de 1970.

A CBD foi, primeiramente, atrás de Dino Sani para comandar a Seleção Brasileira. Com a negativa dele, a entidade que comandava o futebol contratou Mário Jorge Lobo Zagallo. E essa história todos nós conhecemos, que terminou com o título de campeão do mundo, mas com muitos dizendo que os jogadores mandavam mais que o treinador.

Famosa entrevista no Roda Viva em 1987

Após a demissão da Seleção Brasileira, João Saldanha voltou à sua carreira no Jornalismo. Criou vários citações que ficaram na história do nosso futebol, como: "o futebol brasileiro é uma coisa jogada com música". No final da vida, foi um dos maiores críticos da europeização do futebol brasileiro, com a adoção de esquemas mais defensivos e a perda de algumas de nossas principais características, como o jogo hábil e voltado ao ataque.

Em 1985, João Saldanha foi candidato à vice-prefeito do Rio de Janeiro, pelo PCB, em chapa encabeçada por Marcelo Cerqueira, do PSB. Nos últimos anos de vida, o cronista estava debilitado, principalmente devido ao cigarro, que usava com muita freqüência. Mesmo assim, ele foi até a Itália, para trabalhar na cobertura da Copa do Mundo de 1990, pela extinta Rede Manchete. E foi lá, no dia 12 de julho de 1990, que João Saldanha veio a falecer, mas fazendo o que mais gostava, que era falar sobre futebol.
Proxima  → Inicio

O Curioso do Futebol

O Curioso do Futebol
Site do jornalista Victor de Andrade e colaboradores com curiosidades, histórias e outras informações do mundo do futebol. Entre em contato conosco: victorcuriosofutebol@gmail.com

Twitter

YouTube

Aceisp

Total de visualizações