Foto: reprodução / Lucas Rossafa

Torcedores comemorando com a placa de substituição
A final da Série C do Campeonato Brasileiro, disputada no sábado no Estádio Moisés Lucarelli, ficou longe de ser lembrada apenas pela taça inédita da Ponte Preta, que venceu o Londrina por 2 a 0 e encerrou um jejum centenário por títulos nacionais. A súmula do árbitro Felipe Fernandes de Lima revelou um cenário de tensão extrema, com agressões, seis expulsões, invasão de campo e até o desaparecimento das placas eletrônicas de substituição, após o apito final.
O documento da CBF, divulgado logo após a partida, detalha o momento em que a situação fugiu do controle. O estopim foi a comemoração do segundo gol da Ponte, quando o técnico do Londrina, Roger Rodrigues da Silva, agrediu o pontepretano Kevyn com uma cotovelada no peito. O ato desencadeou um tumulto generalizado entre reservas e membros das comissões técnicas. Roger foi expulso e, segundo a súmula, ainda avançou em direção ao assistente, “apontando o dedo em riste e proferindo reclamações acintosas”.
Do lado alvinegro, Kevyn também levou vermelho por revidar a agressão, empurrando o treinador com força excessiva, e Danrlei Rosa foi expulso após desferir um soco no rosto do massagista do Londrina, Fábio dos Santos. Este, por sua vez, foi citado como um dos protagonistas dos episódios mais graves: segundo o árbitro, Fábio acertou um soco no pescoço de Danrlei e, na sequência, desferiu um chute em João Gabriel, jogador da Ponte que estava no banco.
Clima tenso, ofensas e invasão - A súmula também descreve ofensas e ameaças na área técnica. O preparador de goleiros da Ponte Preta, Lauro Júnior, foi expulso por partir em direção ao massagista do Londrina, proferindo xingamentos e ameaças: “eu vou te pegar, seu filho da puta”, diz o documento.
Pelo lado do Londrina, o atleta Vanderley foi outro expulso, após revisão do VAR, por entrada violenta em Bruno Henrique, ajudando a inflamar ainda mais o clima da decisão. O árbitro destacou ainda o uso de sinalizadores na arquibancada, o atraso no reinício do jogo e a paralisação de oito minutos por causa do tumulto entre os bancos.
Com o jogo encerrado e o título confirmado, a situação descambou de vez. Houve invasão generalizada da torcida da Ponte, impedindo a cerimônia de entrega de medalhas e troféu. Após a dispersão no gramado, o delegado da partida relatou o desaparecimento das duas placas eletrônicas de substituição, não encontradas até o fechamento da súmula.
Entre a glória e o caos - A Ponte Preta enfim ergueu sua primeira taça nacional, mas a noite que deveria ser histórica pelo simbolismo esportivo termina também marcada por um dos relatórios disciplinares mais pesados dos últimos anos no futebol brasileiro.
Agora, o episódio deve seguir para análise do STJD, que pode aplicar multas, suspensões e novas punições aos envolvidos.




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