Reinaldo Carneiro Bastos: “O futebol paulista entendeu a readequação do calendário, mas é o único estadual que sentiu de verdade”

Foto: Rodrigo Corsi / Ag. Paulistão

O presidente da FPF durante o Conselho Técnico do Paulistão A3

Em entrevista ao jornalista Ruben Fontes Neto, do 1902 Futebol, o presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, na quinta-feira, após o Conselho Técnico do Paulista A3, falou sobre os desafios recentes enfrentados pelas competições no estado e analisou o impacto da nova formatação do calendário do futebol brasileiro. Segundo ele, embora as mudanças fossem necessárias e tenham sido compreendidas pelos clubes, São Paulo foi o estado mais afetado pela readequação.

“O futebol paulista entendeu a readequação do calendário, mas é o único estadual que sentiu de verdade”, afirmou o dirigente, destacando que a densidade de clubes e a competitividade do Paulistão tornam as adaptações mais complexas.

Carneiro Bastos explicou que a redução do tempo disponível para os campeonatos estaduais, causada pela ampliação de competições nacionais e internacionais, exige um esforço extra de organização e diálogo entre federação, clubes e emissoras. “Temos que equilibrar os interesses de todos: calendário, televisão, público, atletas. É um desafio diário”, disse.

O presidente também comentou sobre o papel da FPF na modernização da gestão esportiva e na valorização das divisões de base e do futebol feminino. Ele ressaltou que a federação paulista tem procurado manter um padrão elevado de estrutura e competitividade em todas as categorias, mesmo diante das dificuldades impostas pelo novo cenário.

“São Paulo é um celeiro de talentos e precisa continuar sendo uma referência. Nosso trabalho é dar condições para que os clubes sigam fortes, seja no profissional, no feminino ou na base”, pontuou.

Outro tema abordado foi a relação da FPF com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as demais federações estaduais. Reinaldo reforçou a importância da união entre as entidades para garantir que o futebol brasileiro avance de forma equilibrada. “As decisões precisam ser pensadas de forma coletiva. Cada estado tem suas particularidades, e é fundamental respeitar isso dentro de um projeto nacional”, observou.

Por fim, o dirigente demonstrou otimismo quanto ao futuro das competições em São Paulo, destacando o empenho dos clubes e o apoio do público. “O futebol paulista é forte, tem tradição e organização. Estamos nos adaptando, e tenho certeza de que sairemos ainda mais consolidados dessa fase de mudanças”, concluiu.