Por Clara Laface*
Foto: reprodução

Neymar chorando após a derrota por 6 a 0 para o Vasco
Neymar é um dos maiores talentos da história do futebol brasileiro. Construiu uma carreira meteórica desde a base no Santos, protagonizou vitórias no Barcelona ao lado de Messi e Suárez, se tornou protagonista da Seleção e um dos jogadores mais influentes do mundo. Seu impacto vai muito além dos gramados.
Mas essa mesma trajetória de brilho também revelou fragilidades que acabaram manchando sua imagem perante o público, algo que se tornou evidente e gerou diversos questionamentos: lesões recorrentes, que geraram dúvidas sobre sua longevidade esportiva, exposição excessiva da vida pessoal, ofuscando conquistas profissionais, polêmicas públicas — festas, discussões e conflitos com torcedores e dirigentes, percepção de falta de comprometimento, com desempenho irregular e escolhas questionáveis de carreira, narrativa invertida, em que o “personagem Neymar” ganha mais manchetes que o atleta Neymar.
Se eu conduzisse a gestão de imagem do Neymar, meu plano se apoiaria em cinco pilares essenciais, que seriam a base para uma virada de posicionamento. O primeiro deles é a clareza de propósito, entender o que Neymar quer para a vida e para a carreira (ser ídolo, líder, legado, empresário, celebridade global ou uma combinação). Sem essa definição, qualquer gestão será tática e não estratégica. O segundo pilar é a reestruturação da narrativa pública, com o objetivo de construir uma história coerente com o propósito e que reforce seus valores, resgatando o atleta acima do personagem.
O terceiro é a consistência digital, que significa transformar redes sociais em vitrine positiva, com bastidores de treinos, mentoria a jovens atletas e impacto social, em vez de ruído e exposição irrelevante. O quarto é a gestão proativa de crises, com protocolos claros de resposta e comunicação, com agilidade e disciplina para reduzir espaço a especulações e boatos. E, por fim, a construção de legado, consolidando sua imagem em torno do que deseja deixar para o futebol e para o Brasil: impacto social, liderança e inspiração para novas gerações.

Esse olhar não serve apenas para atletas de elite. Líderes, executivos e profissionais de diferentes setores também precisam gerir imagem e reputação de forma estratégica. Porque, no fim, o que está em jogo não é apenas como somos vistos, mas o impacto que deixamos.
*Clara Laface é especialista em imagem especial e corporativa
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